Farroupilha empata com o Cruzeiro e mantém jejum de vitórias

Juninho entra mais uma vez no decorrer do jogo e promove melhora de rendimento do Farroupilha

Por Luís Artur Janes Silva

Dia 14 de outubro e os pelotenses presenciam uma bela tarde de Sol na Princesa do Sul, propícia à prática do futebol. É neste contexto climático que o Farroupilha entra no gramado do estádio Nicolau Fico para enfrentar o Cruzeiro, em partida válida pela 10ª rodada da fase inicial da Copa Wianey Carlet. O Farrapo, que vinha de cinco derrotas consecutivas, necessitava da vitória para manter chances de passar às oitavas de final da competição. Enquanto isso, o classificado Cruzeiro queria pontuar em Pelotas, para melhorar sua situação na tabela. O empate sem gols frustrou o objetivo do Tricolor do Fragata, que agora depende de um quase milagre para avançar na Copinha.

O JOGO

O primeiro tempo da partida entre Farroupilha e Cruzeiro foi marcado pela baixa qualidade técnica do futebol apresentado por ambos os times. O Farroupilha, desfalcado de vários titulares, tinha quatro jogadores na meia cancha, responsáveis pela contenção e armação da equipe. Na zaga, Júnior e Caio reviveram a parceria eficiente da Terceirona. Enquanto isso, no ataque, sem a presença de Daniel Quevedo, Carlos Gatto e Lian formavam uma dupla de movimentação, que deixou o Farroupilha carente de um homem de referência na frente, dificultando ainda mais a armação de jogadas do Fantasma.

Já o Cruzeiro, mostrou uma linha de frente com bastante movimentação. Garrati, responsável pela ligação entre meio e ataque, Andrei e Raphinha nas pontas, tentaram acionar o centroavante Paulista, artilheiro do Gaúcho de Passo Fundo na Terceirona. Mas, mesmo com este bom setor de ataque, o azul e branco da região metropolitana se utilizou da ligação direta entre a defesa e o ataque em vários momentos da etapa inicial.

Assim, dentro do quadro de limitações técnicas que as duas equipes apresentavam, tivemos poucas oportunidades de gols no primeiro período de jogo. O Cruzeiro chegou com perigo aos 14 minutos, quando Andrei pegou um rebote da defesa do Farrapo e chutou de primeira, para excelente defesa do goleiro Jéferson Hermes, que mandou para escanteio. Na cobrança deste tiro esquinado, o goleiro do Tricolor evitou o gol olímpico, mandando a bola para outro escanteio.

Jéferson, um dos destaques do Farroupilha na temporada, foi decisivo em outro lance, ao impedir que Andrei e Paulista entrassem sem marcação na área do Tricolor e fizessem o gol cruzeirista.

O rápido Andrei voltou a incomodar aos 35 minutos, quando no bico da grande área, deslocado pelo lado direito, limpou um zagueiro do Farroupilha e chutou por cima da meta de Jéferson Hermes. Dois minutos mais tarde, o pouco criativo Farroupilha teve a única chance de gol da etapa inicial. O volante Bruno chutou de média distância e quase surpreendeu o goleiro Dida, que esteve próximo de protagonizar um “frango” histórico no Nicolau Fico.

Apesar desta chance, a última impressão que ficou do primeiro tempo de jogo, foi o predomínio do Cruzeiro, que chegou com perigo aos 43 minutos, puxado pela velocidade de Garrati, que foi à linha de fundo e cruzou na medida para Paulista abrir o marcador, mas Jéferson Hermes fez um milagre que evitou o gol do centroavante.

Na segunda etapa, o Farroupilha voltou com um posicionamento diferente, na tentativa de empurrar o Cruzeiro para o seu sistema defensivo e pressionar o adversário. Lian foi recuado para o lado direito do meio campo, Hippólito passou a jogar na esquerda deste setor e Roger, logo substituído por Juninho, passou a atuar centralizado. Com estas modificações, Carlos Gatto, passou a desempenhar a função do centroavante Daniel Quevedo, servindo como homem de referência.

Com nova atitude, o Farroupilha chegou à meta de Dida logo aos 2 minutos do tempo final, quando Ihur aplicou um “chapéu” no zagueiro adversário e chutou da entrada da área. O inseguro goleiro do Cruzeiro defendeu em dois tempos. Mas aos 4 minutos, o Cruzeiro esfriou a animação do Farrapo. Raphinha cobrou uma falta da direita e colocou na cabeça do zagueiro Tawan, que desviou a bola, que passou raspando a trave direita da meta defendida por Jéferson Hermes.

Apesar deste bom início, a partida caiu de qualidade novamente e permaneceu assim até os 33 minutos do segundo tempo. Neste grande período de futebol ruim, o Farroupilha esteve mais presente no campo do Cruzeiro, aproveitando principalmente as investidas pelo lado esquerdo do ataque, promovidas pela dupla Juninho e Alison, um jovem promissor, que entrou no lugar de Hippólito, volante improvisado como meia.

Mesmo sem criar oportunidades de gol, o Farroupilha exerceu uma certa pressão sobre o acuado Cruzeiro depois dos 20 minutos da etapa final. Esta pressão atingiu o seu auge quando o técnico Claiton, do Cruzeiro, tirou o zagueiro Penteado e o volante Natan. Estas mudanças desestabilizaram o sistema defensivo da equipe da região metropolitana de Porto Alegre.

Mas o jogo ganhou novas feições aos 33 minutos do segundo tempo, quando Élton entrou livre pela esquerda e chutou na saída de Jéferson Hermes. A bola bateu na trave e na sequência do lance os jogadores do Cruzeiro passaram a reclamar de pênalti não marcado pelo juiz. Após a confusão, os atletas Michael (Cruzeiro) e Júnior (Farroupilha) acabaram expulsos. Com dez jogadores de cada lado e mais espaço no campo, a partida ganhou em emoção e movimentação. Desorganizadas taticamente, as equipes passaram a se enfrentar de forma aberta.

O Farroupilha, que perdeu o lateral Ihur, que saiu lesionado, precisou recompor sua defesa, que passou a atuar com Índio no lado direito, com o lateral Eduardo e Caio compondo o miolo de zaga e o polivalente Lian, que iniciou como atacante e terminou como ala pelo lado esquerdo da cancha.

Na base da correria e da transpiração, o Cruzeiro chegou duas vezes à meta do Farroupilha depois dos 45 minutos da etapa derradeira. Inicialmente, o atacante Mutante foi à linha de fundo pelo lado direito, cruzou para o centro da área, mas antes que a bola chegasse em Negueba, que entrou no lugar de Andrei, o zagueiro improvisado Eduardo mandou para o escanteio. O mesmo Mutante teve outra oportunidade na frente de Jéferson Hermes, mas desperdiçou.

O ritmo frenético dos momentos finais da partida ainda beneficiou o Farroupilha, quando aos 49 minutos de jogo, Carlos Gatto foi lançado por Lian e perdeu a chance de bater a bola de primeira. O lance prosseguiu, Gatto foi à linha de fundo, tentou passar pelo zagueiro do Cruzeiro, mas este mandou a bola para escanteio, que não redundou em lance de perigo para o Farrapo.

Após o apito final do juiz, os jogadores do Tricolor do Fragata reclamaram de um pênalti não marcado no lance derradeiro da partida, quando o defensor do Cruzeiro teria desviado a bola com a mão. Com a confirmação do empate, o Farroupilha completa oito jogos sem vitória na Copa Wianey Carlet. Neste período, o time pelotense empatou duas vezes e foi derrotado nos outros seis confrontos, marcando apenas dois gols.

O Farroupilha, que após este empate continua na “lanterna” do seu grupo, agora soma sete pontos e necessita de um verdadeiro milagre para avançar às oitavas de final da Copinha, pois precisa torcer que o Barra não vença os dois jogos que lhe restam na competição e que o Bagé não pontue diante do Cruzeiro na próxima rodada. Se estes dois condicionantes acontecerem, o Farroupilha precisará vencer seu compromisso final na Copa Wianey Carlet, provavelmente por goleada, contra este mesmo Bagé na última rodada da fase inicial do campeonato. Este jogo está marcado para o dia 27 de outubro, às 15h30, no estádio da Pedra Moura, na Rainha da Fronteira.

Comentários

comments

Você pode gostar...