Estados Unidos conquista o quarto Mundial Feminino de sua história

Por Luís Artur Janes Silva

Rapinoe, craque da Copa do Mundo Feminina. Crédito da Imagem: Denis Balibuse/ REUTERS

Neste domingo (07), estadunidenses e holandesas disputaram a final da oitava Copa do Mundo de Futebol Feminino. Embaladas por campanhas invictas, ambas as equipes chegaram com méritos à decisão. Mas, com um time dotado de melhor técnica e mais experiente, a seleção dos Estados Unidos, comandada pela eficiente Megan Rapinoe, craque da competição, foi dominante, e não teve dificuldades para vencer a Holanda pelo placar de dois a zero, na partida realizada na cidade de Lyon, capital europeia do futebol feminino.

 

PRIMEIRO TEMPO

Na etapa inicial, os Estados Unidos tiveram maior posse de bola (tônica durante todo o jogo), mas não conseguiram mostrar o seu melhor futebol, porque foram contidas pelo bom sistema de marcação da seleção holandesa, que não pressionou sua adversária, mas foi eficiente ao fechar os espaços às investidas das estadunidenses.

Assim, aos 25 minutos, a jogadora mais avançada da Holanda, a atacante Beerensteyn recebeu um lançamento primoroso, que não resultou em chance de gol, porque a goleira dos Estados Unidos saiu da área e tirou com os pés. A partir deste lance, começou o domínio das campeãs mundiais de 2015 e o show de Van Veenendaal, a melhor goleira do Mundial. O espetáculo começou aos 27 minutos, quando Ertz aproveitou a confusão originada de um escanteio e chutou quase caída, para grande defesa da guarda-metas da Holanda

Aos 37 minutos, Van Veenendaal faz duas defesas num mesmo lance, que iniciou após cruzamento de Rapinoe. Primeiro desviando a cabeçada de Mews e, depois, segurando o chute da letal atacante Morgan. Dois minutos mais tarde, Morgan recebeu no bico direito da grande área, cortou para o meio e chutou forte com o pé esquerdo. Para variar, Veenendaal mandou para escanteio.

Acuadas, as holandesas ainda conseguiram chegar com algum perigo no lance final da primeira etapa, após confusão na área dos Estados Unidos, originada após uma cobrança de escanteio.

 

SEGUNDO TEMPO

Repetindo o roteiro da parte inicial do primeiro tempo da partida, as estadunidenses continuaram pressionando a defesa holandesa, mesmo sem criar chances reais de gol no começo da segunda etapa. Mas a maior posse de bola dos Estados Unidos foi recompensada aos 16 minutos, quando Rapinoe abriu o marcador, após converter pênalti cometido pela jogadora Van der Gragt, que atingiu uma jogadora adversária com o pé.

Com a abertura do placar, a seleção dos Estados Unidos passou a ser ainda mais dominante e o segundo gol parecia questão de tempo. Assim, aos 24 minutos, Lavelle fez jogada individual pelo meio, fintou Van der Gragt e chutou rasteiro, na saída de Veenendaal. Era o segundo tento estadunidense e a virtual confirmação do título.

Com enorme desvantagem no placar, a Holanda partiu para cima, mas o máximo que conseguiu foi uma jogada individual de Miedema, que não foi concluída, e a falta cobrada por Spitse, que passou por cima da barreira, mas se perdeu pela linha de fundo. Em contrapartida, os Estados Unidos perderam três chances com a atacante Morgan, acontecidas entre os 26 e os 37 minutos do segundo tempo. Dunn também teve possibilidade de aumentar o marcador, quando entrou pela esquerda e chutou, para outra espetacular defesa de Veenendaal.

Com o placar e o título garantidos, as estadunidenses ainda tiveram outras duas boas jogadas perdidas por absoluta displicência de Heath. Mas estes lances não fizeram diferença no resultado final da partida, que premiou o melhor time do campeonato, consagrando os Estados Unidos com o seu segundo Mundial consecutivo.

Desta forma, a maior potência do futebol feminino conquista o quarto troféu em oito edições da Copa do Mundo. Além disso, nunca deixou de figurar entre as três melhores seleções da competição. Neste Mundial, protagonizaram a maior goleada da história das Copas, um treze a zero sobre a Tailândia, garantindo o posto de melhor ataque do certame (26 gols) e a melhor defesa do campeonato na média (3 gols sofridos em sete jogos).

Individualmente, as estadunidenses tiveram a melhor jogadora da Copa, Rapinoe, que também foi a Chuteira de Ouro, anotando seis gols, junto com a companheira de elenco, a atacante Morgan. Outra jogadora do time que se destacou foi Lavelle, a terceira melhor da competição. Para não dizer que a Seleção dos Estados Unidos foi absoluta nas premiações, as jogadoras inglesas Bronze e White também foram lembradas pela organização do Mundial.

Os Estados Unidos tiveram uma campanha perfeita nesta Copa, vencendo todos os jogos que disputaram. Mas cabe lembrar que a Holanda, vice-campeã, foi derrotada apenas na final. Ou seja, o Mundial teve bom nível técnico e consagrou o trabalho da técnica Jill Ellis, bicampeã mundial consecutiva (2015 e 2019), igualando-se ao italiano Vittorio Pozzo, que comandou a Azzurra, campeã do mundo nos anos de 1934 e 1938, mas no futebol masculino.

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