Creed: Nascido para lutar

por Graça Siqueira

Sinopse:

“Mesmo sem saber quem é seu pai, Adonis Johnson (Michael B. Jordan) tem a luta no sangue. Após a morte de Apollo Creed, a mãe de Adonis o abandonou e ele cresceu em orfanatos. Quando se torna adulto decide entrar no mundo das competições profissionais de boxe. E tudo o que ele quer é convencer Rocky Balboa (Sylvester Stallone) a ser seu treinador.”

Embora contrária à violência sou fã de Rocky desde quando surgiu na década de 70. Ele trazia alguma inocência na atuação que acabava por ser bem aceito. Este é o sétimo filme em que atua no papel do boxeador Rocky Balboa: Rocky, um Lutador (1976), Rocky 2 – A Revanche (1979), Rocky 3 – O Desafio Supremo (1982), Rocky 4 (1985), Rocky 5 (1990) e Rocky Balboa (2006).

Com corajosa direção e roteiro de Ryan Coogler, afinal acreditou no projeto, o filme é muito bom, pois atrai uma plateia que não conhece o personagem, mas também os saudosistas da franquia.

Tudo funciona perfeitamente bem, desde as cenas de treino, luta e os elementos chaves que dão continuidade à história. Incluindo aí a trilha sonora, a imitação da cena em que Rocky corria com as crianças, aqui com motoqueiros, e sem esquecer a famosa escadaria. Incluindo até plano sequência.

Claro que existem referências a todos os filmes anteriores, principalmente nos treinos, nas cenas do restaurante e na visita ao cemitério. Desta maneira consegue agradar a quem nada sabe sobre a franquia.

Pela primeira vez o roteiro não é de Sylvester Stallone, mas respeita o original. É bem filmado, tem boa fotografia e Stallone está excelente desempenho, tanto que seu trabalho foi reconhecido e recebeu o Globo de Ouro 2016 de Melhor Ator Coadjuvante. Também concorre na mesma categoria ao Oscar 2016.

A trama mostra um Adonis revoltado por ter sido abandonado e, mesmo sendo adotado pela esposa de seu pai, Mary Anne Creed (Phylicia Rashad), ainda guarda muitas mágoas. Quando cresce acaba lutando clandestinamente e abandona tudo para se profissionalizar, porque é o que sabe fazer desde menino.

Existem cenas que marcam muito: quando Adonis luta sozinho em cima de imagem da enorme TV de sua sala, assistindo à luta entre Rocky e Creed que encontrou no Youtube; quando ele corre com os motoqueiros para ir até à janela de Rocky e saudá-lo e no momento em que conversa com o treinador sobre seu pai.

Eu, fã, achei todo o filme especial. Adorei a trilha e fiquei esperando o momento em que tocariam os acordes de Gonna Fly Now , de Bill Conti. Realmente emocionante.

Embora, no início, Rocky não queira treinar Adonis, ele pensa melhor e aceita o desafio. Quem assistir o filme saberá que “enquanto um luta pela glória, o outro luta pela vida.”

Na trilha sonora temos hip hop e música eletrônica que combinam bem com treinos e lutas. Também vemos muito sangue, suor e violência. As cenas de luta são incrivelmente bem coreografadas. Em alguns momentos pude ver a plateia do Cineflix do Shopping Pelotas soqueando o ar.

A tensão existente no filme é na medida certa e ainda assim há humor. Stallone nos traz um personagem mais envelhecido, cansado, com rugas aparentes, sem maquiagem e com um andar mais lento. Mas com a sabedoria para perceber o que deve transmitir às futuras gerações.

E mesmo um filme de luta precisa de romance. A presença feminina da tímida Adrian, esposa de Balboa, nos filmes anteriores, teve uma evolução. Neste temos uma mulher segura e independente, a bela Bianca (Tessa Thompson), musicista que se envolve com Adonis. O tempo passou e as mulheres realmente evoluíram.

Com a duração de 2h14 o filme não é cansativo e merece a crítica favorável que vem recebendo. Lá pelo meio do filme já achamos Jordan muito parecido com Apollo. E é impressionante como preparou seu físico, o que lhe possibilita uma possível continuação.

Recomento que vejam o filme mesmo que não conheçam a franquia. Vale a pena assistir Sylvester Stallone brilhando novamente no personagem para o qual nasceu, Rocky Balboa. Desta vez ele entrou de corpo e alma na trama.

Curiosidade: Sylvester Stallone concorre neste ano, na véspera do Oscar 2016, ao Framboesa de Ouro, mas não com Pior Ator. Ele concorre ao Prêmio Redenção, criado para todos os atores que se redimiram por atuações ruins.

Feito por um fã para todos os fãs, Creed: Nascido para Lutar está em cartaz no Cineflix.

Assista ao trailer:

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