Aimoré vence o Brasil com extrema facilidade, complica ainda mais a situação do Xavante na tabela de classificação e provoca a demissão de Paulo Roberto Santos

Brasil perde mais uma e o técnico Paulo Roberto Santos é demitido. Imagem: Giancarlo Santorum/ GEB

Por Luís Artur Janes Silva

Domingo, dia 10 de fevereiro, um final de tarde de muito calor na cidade de Pelotas. Foi neste cenário que o Xavante voltou a campo para enfrentar o Aimoré, em partida válida pela sexta rodada da fase inicial do Gauchão de 2019. O Brasil precisava vencer pela primeira vez na competição para tentar escapar da Zona de Rebaixamento, mas a derrota de 3×1, escancarou as inúmeras deficiências do plantel rubro-negro, que não será mais comandado pelo técnico Paulo Roberto Santos, demitido após o término do jogo.

PRIMEIRA ETAPA

Na primeira etapa de jogo, o Aimoré foi soberano em campo, dando a entender que era o Índio Capilé e não o Brasil que necessitava do resultado. Mesmo com a entrada de Diogo Oliveira, o tão sonhado meia de criação e com a saída de Michel, o contestado centroavante, substituído por Daniel Cruz, o Brasil continuou mostrando o seu futebol de muito empenho e pouca inspiração. O Xavante foi tão insuficiente no ataque, que não levou perigo à meta defendida por Marcelo Pitol (ex-Brasil).

Enquanto isso, o Aimoré foi preciso, pois jogou nos erros do sistema defensivo do Brasil e foi muito eficiente, aproveitando-se das três chances que criou. O primeiro gol saiu aos 20 minutos do primeiro tempo, quando Gustavo Xuxa (ex-Pelotas) aparou um lançamento de Pitol e saiu em velocidade pelo lado esquerdo de ataque. Xuxa não foi contido pelo inseguro Ricardo Luz e deu um corte em Leandro Camilo, partindo para o meio e chutando do bico da grande área. A bola foi no canto esquerdo baixo de Carlos Eduardo, que não conseguiu defender.

Oito minutos mais tarde, o Aimoré chegou ao segundo gol, no momento em que Diguinho (ex-Fluminense) encostou para Gustavo Xuxa, que estava centralizado na intermediária. Xuxa chutou de frente para Carlos Eduardo, a bola viajou e entrou no ângulo. Um golaço, que desestabilizou a equipe e também parte da torcida xavante, que ameaçou invadir o gramado para cobrar mais empenho dos atletas. Este fato interrompeu a partida.

Quando o jogo foi retomado, o cenário não mudou. O Brasil pouco fez e o Aimoré atacou de forma segura. Aos 51 minutos, Wagner, escorraçado do Bento Freitas em 2018, acionou Gustavo Xuxa, que lançou o ala Henrique Ávila. O lateral, que ultrapassou Ricardo Luz em algumas ocasiões, foi a linha de fundo e cruzou. A defesa do Brasil atrapalhou-se e Wagner chegou concluindo para o gol. O jogo estava praticamente decidido.

SEGUNDA ETAPA

No segundo tempo, o jogo não teve a mesma movimentação da etapa inicial, pois o Brasil não conseguiu pressionar de forma sistemática e o Aimoré segurou o jogo e não foi muito agudo no ataque.

O Brasil adiantou suas linhas com as entradas de Bruno Paulo e Michel. Assim, conseguiu ameaçar o goleiro Marcelo Pitol, que teve boa atuação no segundo tempo ao neutralizar conclusões de Michel e Diogo Oliveira. O único momento em que o Brasil conseguiu passar pelo arqueiro aconteceu aos 14 minutos do tempo final, quando Diogo Oliveira cobrou escanteio da esquerda e Leandro Camilo desviou de cabeça para o gol. Um prêmio para o zagueiro que vem atuando abaixo do seu nível costumeiro. Exposto, o lento Camilo não tem obtido sucesso contra os atacantes de velocidade dos adversários.

Mas, o Brasil não soube administrar o bom momento, diminuiu o seu ritmo e facilitou a tarefa de contenção dos jogadores do Aimoré. Quando o jovem atacante Fabrício entrou, parecia que o Brasil recuperaria o ânimo, mas apesar do bom potencial da promessa, ainda assim, o rubro-negro não ameaçou o gol do Índio Capilé, que esperou o apito final para comemorar mais uma vitória na competição e a quebra de dois tabus.

A primeira destas marcas diz respeito ao fato de que o Aimoré não vencia o Brasil, em campeonatos estaduais, desde 1988, ou treze partidas. Além disso, o Xavante não perdia para o time do Vale do Rio dos Sinos nos seus domínios, considerando apenas o Gauchão, desde o ano de 1973.

Na saída de campo, o ex-ídolo xavante Marcelo Pitol lamentou a situação do Brasil em consideração à sua apaixonada torcida, mas disparou contra o presidente rubro-negro, Ricardo Fonseca. Segundo Pitol, Fonseca permitiu a saída de vários jogadores e não acertou pendências salariais com estes atletas. Além disso, o goleiro deu a entender que poderia voltar para o Brasil, mas isso aconteceria apenas se Ricardo Fonseca deixasse a presidência do clube.

Outra consequência desta derrota foi a demissão do técnico Paulo Roberto Santos, que comandou o Xavante em seis partidas, sem obter vitórias. Pior que isso, o rubro-negro terminará mais uma rodada na última posição da tabela de classificação do campeonato, somando três pontos, e extremamente ameaçado de rebaixamento.

O Brasil volta a campo, pelo Estadual, no próximo domingo, dia 17 de fevereiro, quando enfrentará o Grêmio, melhor time do Gauchão. O jogo será realizado no estádio Bento Freitas e começará às 17 horas. Antes disso, na quinta-feira (14), o Brasil estreará na Copa do Brasil. O rubro-negro, comandado de forma interina por Gustavo Papa, encontrará o Tubarão, no vizinho estado de Santa Catarina. As duas equipes se enfrentarão em jogo único e o Xavante volta para casa classificado à fase seguinte da competição nacional se não perder a partida.

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