A Primeira Guerra Mundial em uma perspectiva interdisciplinar

Desafio Pré-Universitário Popular realiza aulão preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), com professores de física, história e química.

Por Giordanna Benkenstein Vallejos

Mais de 80 pessoas que assistiram os professores da História, Física e Química. Imagem: Divulgação/Facebook

O cursinho Desafio Pré-Universitário Popular, projeto de extensão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), situado no Campus Salis, realizou um evento sobre a Primeira Guerra Mundial. A atividade teve início às 14h do dia 18 de maio, na sede do curso, que fica na rua Tiradentes, número 2351, no centro de Pelotas. O aulão foi gratuito e aberto para a comunidade, o que resultou em uma sala positivamente lotada com ouvintes atentos. O diferencial desse aulão foi a característica interdisciplinar, que se assemelha ao padrão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), pois foi ministrado por professores da física, história e química.

O dia estava ensolarado, o que combinou com a alegria transmitida pelos professores Alexandre Ilha, Cristiano Porto, João Neves e Matheus Paz, que abriram a aula com música, vestidos com tiaras de unicórnio, chapéu militar e jaleco. Uma vez captada a atenção dos estudantes, que lotaram a sala de aula do Desafio, o professor de história iniciou com um primeiro slide escrito “A Grande Guerra”, explicando que na época que aconteceu a Primeira Guerra Mundial, assim era chamada.

Neves contextualizou o cenário que gerou a guerra e tudo que levou ao Assassinato do Arqueduque Francisco Ferdinando. Explicou também como invenção da metralhadora mudou o cenário da guerra, como um lanche gerou uma Guerra Mundial e as características das trincheiras, de uma forma descontraída que arrancou risadas e atenção do público.

Um ponto interessante levantado, foi a trégua de natal que ocorreu durante a guerra, no ano de 1914. Segundo o professor João Neves, os soldados das tropas inimigas fizeram uma trégua no período de natal, com troca de presentes, livros e até jogos de futebol entre os rivais.

Mesmo com esse evento inesperado, os quatro anos em trincheiras foram desumanos. A falta de higiene predominava, o banheiro era um buraco no chão, haviam ratos, piolhos, mortos por toda parte, entre outras coisas. O professor de química, Matheus Paz, explicou que mais do que mortes por armas, a intoxicação alimentar, infecções e armas químicas foram os fatores que mataram mais gente na guerra.

Segundo Paz, um exemplo disso é a Toxina Botulínica, que foi uma das principais formas de mortes nas trincheiras. A Toxina Botulínica é uma protease, uma enzima que quebra outra proteína, e como somos um aglomerado de proteínas, a toxina causava sintomas como a dificuldade de engolir e falar, visão turva, dificuldade de respirar ou paralisia.

Durante a guerra foi inventada a agulha hipodérmica e um dos medicamentos mais usados era a Morfina, que tem esse nome em homenagem a Morpheu, Deus Grego dos sonhos. A parte de física foi abordada pelos unicórnios/professores, Cristiano e Alexandre, que iniciaram falando sobre lançamento de projéteis, mostrando a importância do cálculo para ser possível atirar corretamente e acertar a trincheira inimiga. Usaram o rádio, meio muito utilizado na comunicação durante a guerra, para explicar sobre os diferentes tipos de ondas.

Mais assuntos foram abordados, até o encerramento com a fala da história sobre o fim da guerra e as consequências disso, entre elas, o estopim para uma nova grande guerra. Foi anunciado que haverá um próximo aulão nesse mesmo estilo, sobre a Segunda Guerra Mundial, que será divulgado na página do Facebook Desafio Pré-Universitário Popular.

 

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