A melhor das despedidas

Em seu último ato dentro da Marvel, James Gunn traz os Guardiões da Galáxia para sua terceira e última aventura. Em uma grande despedida, a equipe navega pelo passado de Rocket no que pode ser a última missão da equipe, pelo menos da forma que a conhecemos

Por Felipe Boettge / Em Pauta

Pôster de Guardiões da Galáxia Vol. 3. – Reprodução: Divulgação/Marvel

Guardiões da Galáxia Vol. 3 fecha a trilogia dirigida por James Gunn e marca o último filme do cineasta antes de deixar os estúdios Marvel para assumir a direção criativa do novo universo da maior rival, a DC Comics. Dessa forma, a última playlist dos Guardiões nos apresenta Rocket, Peter Quill, Drax, Groot, Kraglin e Nebulosa enquanto lideram Lugar Nenhum, o seu novo quartel general, lugar apresentado anteriormente no Especial de Natal exclusivo do Disney+. 

O filme trilha uma viagem pelo passado de Rocket, mostrando nessa jornada uma oportunidade para que os Guardiões encontrem a si mesmos e entendam a função de cada um dentro da equipe. Dessa maneira, o filme segue uma aventura emocionante e muito divertida, referenciando elementos que já se tornaram símbolos desses personagens, nos preparando para o que deve ser as últimas aparições em conjunto.

Assim, o filme circunda questões como a manipulação genética e os experimentos com animais, em meio a uma missão frenética contra o Alto Inquisidor, e que é frequentemente atrapalhada pela mais nova adição da franquia, Adam Warlock, que havia sido referenciado em uma das cenas pós créditos do filme anterior e que agora faz sua estreia nas telonas. Além dele, também somos apresentados a Cosmo, um cachorro com poderes telepáticos e uma sensibilidade única.

Os Guardiões da Galáxia e Gamora reunidos mais uma vez. – Reprodução: Divulgação/Marvel

Em meio a essas adições, é necessário relembrar que nenhum dos Guardiões está em um lugar semelhante ao visto pela última vez, já que os eventos de Guerra Infinita e Ultimato mexeram fortemente com a dinâmica da equipe. E é assim que Nebulosa assume o lugar que uma vez foi de Gamora, tomando o protagonismo do filme para si ao lado do Senhor das Estrelas. Entretanto, a relação de Drax e Mantis só cresce, ambos personagens funcionam muito bem lado a lado e mostram que também são a chave um para o outro. Groot, por sua vez, está mais uma vez de visual novo e mostra-se no que parece ser sua nova forma adulta.

Além destes, muito se esperou do retorno de Gamora após sua morte durante os eventos de Guerra Infinita. A nova Gamora, um resquício da viagem no tempo de Ultimato, não é a mesma de antes e o filme trabalha o tempo todo com essa ideia. Em busca de convencer não só o espectador, mas também Peter Quill, que precisa aprender a viver com a presença da mulher que amou, sem que ela sequer saiba quem ele é.

 

Peter Quill (Chris Pratt) e Gamora (Zoë Saldaña) em um momento constrangedor ao lado de Blurp. – Reprodução: Divulgação/Marvel

De todos os elementos que tornam os Guardiões da Galáxia um sucesso, a trilha sonora facilmente é o que mais se destaca. Permeando a história dos últimos dois filmes, não acontece nada diferente nesse e com uma novidade muito interessante, que é a importância da música para outro personagem além de Peter Quill. Entre todas que compõem o filme, duas se destacam e ganham um peso ainda maior após a conclusão da história. Creep, do Radiohead, e Dog Days Are Over, de Florence and the Machine, nunca mais serão a mesma coisa para você.

Mais uma vez, o tema principal do filme é a família que essa equipe se tornou. Permitindo que tenhamos uma dimensão real desta conexão entre os personagens, enxergando suas dificuldades em entender seu valor, mas também o carinho que sentem um pelo outro. Com as emoções à flor da pele, a última jornada dos Guardiões da Galáxia sob a direção de James Gunn, é a melhor despedida possível para uma franquia e para personagens que consolidaram-se no cinema como um dos maiores trunfos do universo cinematográfico da Marvel.

Guardiões da Galáxia possui algo que poucos filmes desse vasto universo de produções interligadas conseguiram: uma conexão profunda do público com aqueles seres disfuncionais e a família que se tornaram. Essa conexão permite que a cena final do filme ganhe um significado ainda maior que o superficial, já que, agora, também podemos nos considerar parte daquela família. 

 

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