O trabalho intitulado Diagnóstico, Análise e Sistematização das Coleções Arqueológicas do LEPPARQ sob a Perspectiva da Conservação, apresentado no CIC pela discente Paula de Aguiar Silva Azevedo, elaborado em conjunto com a discente Julia Xavier Barros e pelos docentes Karen Velleda Caldas, Isabel Halfen, Veronica Coffy Bilhalba dos Santos e Rafael Guedes Milheira, teve como principal objetivo a readequação da reserva técnica do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal de Pelotas – LEPAARQ.
Com vistas à conservação dos bens arqueológicos dos quais o laboratório é responsável, um dos campos de interesse a ser colocado no banco de dados refere-se às informações do estado de conservação das coleções. Através desse levantamento pode-se conhecer melhor como as diferentes tipologias de materiais se comportam no ambiente em que estão inseridas e estabelecer critérios de como melhor adequá-las.
É notório que as condições de uma reserva técnica nem sempre são as ideais, entretanto é indispensável à observação dos materiais, pois mesmo em condições adversas, as coleções podem se apresentar estáveis. Até mesmo a mudança de um ambiente, em princípio inadequado, para outro mais controlado, deve ser muito bem planejada e estudada para que outros artefatos não sofram e reajam com mais alterações, decisões que devem ser baseadas num extenso acúmulo de informações e pautadas por análise crítica criteriosa.
Esse trabalho prevê a recolha desses dados tanto através do desenvolvimento de fichas técnicas adequadas ao acervo, diagnóstico de suas coleções, bem como da associação dessas informações com os dados obtidos no monitoramento do ambiente da reserva técnica.
Este trabalho mostra a importância da interdisciplinaridade dentro de nossa área de atuação, visto que o mesmo foi desenvolvido em conjunto com o curso de Conservação e Restauro e o curso de Arqueologia. Em nossa área é importantíssimo à troca de conhecimento para uma intervenção adequada e uso correto dos materiais empregados. Parabenizamos a todos os envolvidos neste belíssimo trabalho.
Na foto a discente Paula de Aguiar Silva de Azevedo, premiada na categoria multidisciplinar.
O Dia do Patrimônio, evento organizado pela prefeitura municipal de Pelotas, ocorreu nos dias 16 e 17 de agosto, buscando tornar mais fácil o acesso do público para alguns dos patrimônios culturais da cidade de Pelotas/RS. A extensa programação do Dia do Patrimônio de 2014 enfatizou a herança cultural africana, com 102 atividades, distribuídas em 38 locais, com exposições, visitas guiadas, feiras, vivência griô, dança, dança afro, hip hop, capoeira e mostra fotográfica.
O Curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da Universidade Federal de Pelotas esteve presente em diversas atividades desenvolvidas nos Casarões 02 e 06, tombados a nível federal e localizados na Praça Coronel Pedro Osório. Os discentes puderam tornar público, por exemplo, o projeto de extensão desenvolvido em conjunto com a Secretaria de Cultura da cidade. Coordenado pela doutoranda em Memória Social e Patrimônio Cultural da Universidade Francine Tavares, os discentes tiveram a oportunidade de evidenciar a importância do projeto intitulado: Comunicação Visual em Prédios Históricos também é legal para o público presente, que é baseado em uma lei aprovada no município no ano de 2009. Trata-se da lei nº 5.639 que dispõe sobre a veiculação de anúncios em aparato publicitário na paisagem, expostos em locais visíveis publicamente no município de Pelotas/RS.
Pelotas é uma cidade rica em patrimônio cultural, principalmente pela presença de importantes prédios históricos construídos entre o final do século XIX e meados do século XX. As intervenções nestes imóveis devem atender os regramentos estabelecidos por lei. Os aparatos publicitários deverão ser dispostos em harmonia valorizando a identidade e a memória cultural da cidade, o mesmo não pode obstruir elementos compositivos da fachada, inclusive vãos de iluminação e ventilação. Toda instalação de aparato publicitário com área superior a 0,80m² deverá ter um responsável e ser precedida de autorização da secretaria municipal competente. A adequação dos aparatos publicitários favorecerá a percepção da paisagem urbana e evitará a poluição visual.
Também foram expostas duas carruagens fúnebres de 150 anos pertencentes ao Museu da Baronesa. Discentes e conservadores-restauradores acompanharam o processo de deslocamento, higienização e exposição das carruagens. Em se tratando de pinturas, o restante das obras restauradas pelos discentes da disciplina de Pintura II nos anos de 2013 e 2014, ministradas pela Profª Andréa Bachettini, também foram expostas. As pinturas restauradas pertencem ao Acervo do Paço Municipal da Prefeitura de Pelotas. Tratam-se de pinturas de artistas importantes do século XIX e XX de nossa cidade e região. Quanto à temática destacam-se obras de paisagens urbanas e rurais, retratos, nus e natureza morta. Dentre elas: Vaso com Flores de Ináh D’Ávila Costa, Paisagem Urbana de Nestor Marques Rodrigues, Paisagem Urbana de E. Casarias, Paisagem Rural de Carlos A. Petrucci, Paisagem Campanha de Nestor Marques Rodrigues, Paisagem de Libindo Ferraz, J. Barreiros, Nu de Leopoldo Gotuzzo, Retrato de Gaspar Silveira Martins de Guilherme Litran y Cassinelo, Espanhola de Hilda Mattos, Retrato de Domingos José de Almeida de Frederico Trebbi, Chafariz Praça Coronel Pedro Osório de Genuíno, Camponesa de Hilda Mattos, Série Casarios “Torres da Capela da Santa Casa de Pelotas de Arlinda Nunes, Monte Bonito de Adail Bento Costa, A margem do Rio Negro de Ângelo Guido, Sobre La Roma de Silvio Russo. Destacaram-se também, as atividades práticas desenvolvidas na disciplina de Introdução à Conservação e Restauração de Pinturas decorativas, com o objetivo de mostrar a comunidade as técnicas de pintura mural, características de nossa arquitetura.
É importante destacar que estes projetos apenas fazem sentido se elaborados a partir da compreensão da realidade local e dos anseios da comunidade. Apenas projetos participativos possibilitam que os bens patrimoniais favoreçam que o passado possa ser apropriado no presente de forma a fortalecer a comunidade.
Em comemoração aos 202 anos da cidade de Pelotas/RS, foi inaugurada no dia 07 de julho a exposição com pinturas restauradas pertencentes ao Acervo do Paço Municipal da prefeitura de Pelotas. Foram restauradas dezoito obras no total, porém, somente oito ficarão expostas, na medida em que as demais estarão em exposição que será realizada no Dia do Patrimônio, dia 16 de agosto. Segundo a coordenadora do projeto, Profª Andréa Bachettini, a exposição trata-se de um Projeto de Extensão que apresenta o resultado do trabalho desenvolvido com os alunos do curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da UFPel nas disciplinas de Pintura II nos anos de 2013 e 2014. Além da documentação, higienização e restauração do acervo, as obras que basicamente retratavam paisagens urbanas e rurais, retratos nus e naturezas mortas, passaram por diversos procedimentos ao longo do restauro, tais como: exames com luzes especiais, higienização das camadas pictóricas fixadas, consolidação de suportes e molduras, remoção de repinturas, reintegrações pictóricas e aplicação de camada de proteção para dar uma estabilidade maior ao trabalho. Além disso, foram realizadas desinfestações, devido à presença de insetos xilófagos. Este trabalho, fez com que os discentes do curso de Conservação e Restauração da Universidade Federal de Pelotas pudessem através da prática mostrar os conhecimentos adquiridos durante as aulas e trazer de volta para a apreciação do público obras de grande valor histórico e artístico de importantes artistas dos séculos XIX e XX. A exposição ficará aberta à visitação até o dia 25 de Julho, no Casarão nº6 da Praça Coronel Pedro Osório.
No dia 07 de Junho a turma do 4º Semestre do Curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da Universidade Federal de Pelotas composta pelos discentes (as) Ana Carolina Behling, Cacilda Araújo, Claudia Carvalho, Cristiane Rodrigues, Dulce Dias, Eduardo Araujo, Eduarda Peres, Francielen Xavier, Júlia Cavalliei, Mirella Borba, Rosangela Tavares, Sidnei Júnior, Sonia Garcia e Vera Cazaubon, fizeram um passeio cultural pela cidade de Porto Alegre, contemplando prédios históricos e visitando os museus da cidade. A visita foi mediada pelo Professor Roberto Heiden tendo sido muito proveitosa de acordo com os participantes.
Os alunos puderam ver de perto obras de artistas importantes e o centro histórico da cidade, uma oportunidade de revisar os conteúdos aprendidos dentro da sala de aula, nas disciplinas de história da arte, ministradas pelo Professor Roberto Heiden. Os discentes prestigiaram o MARGS (Museu de Arte do Rio Grande do Sul), o principal museu de arte do Estado e um dos mais importantes do país. Seu acervo reúne mais de 2.800 obras de artistas nacionais e internacionais, compondo um panorama dos movimentos artísticos da arte brasileira ao longo do século XX e, sobretudo, das artes visuais no Rio Grande do Sul, desde os seus primórdios, no século XIX, até os dias atuais.
Em uma visita ao Santander Cultural, os discentes tiveram a oportunidade de prestigiar as obras de Vik Muniz, cuja exposição se intitulava: O Tamanho do Mundo. Essa exposição apresenta cerca de 70 obras desse notável artista com a curadoria da reconhecida crítica de arte Ligia Canongia. A exposição apresenta trabalhos marcantes como a Caveira de Palhaço, de 1989, que faz parte da série Relicário.
Além disso, os alunos passaram pela Casa de Cultura Mário Quintana e pela Fundação Iberê Camargo.
1 – Há quanto tempo o curso está em funcionamento?
O Curso foi fundado em 2008 junto com o incentivo do Programa REUNIimplementado pelo Governo Federal, que ampliou ou criou novos cursos de graduação em instituições federais de ensino superior no Brasil. Desde então o curso já permitiu a conclusão de curso e obtenção do grau de Bacharel em Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis para três turmas. No ano de 2013 o Curso foi reconhecido pelo INEP/MEC obtendo conceito 4 (Muito bom).
2- Quais os conhecimentos adquiridos pelos acadêmicos ao longo do curso?
De acordo com o Guia do Estudante da Editora Abril o Conservador-restaurador tem uma grande responsabilidade pelo tratamento executado em bens culturais, geralmente únicos e de grande valor artístico, religioso, histórico, científico, cultural, social ou econômico. O valor de tais objetos reside nas características de sua fabricação, em seu testemunho direto enquanto documento histórico e, portanto, em sua autenticidade. Estes objetos “são a expressão significativa da vida espiritual, religiosa e artística do passado, muitas vezes documentos de uma situação histórica, sejam obras de destacada importância ou simplesmente objetos da vida cotidiana”.
A realização de procedimentos de conservação e restauração por pessoas sem a necessária formação profissional pode ser nociva para os objetos dessa natureza. De forma inerente a todas as ações de conservação ou de intervenções de restauração, o conservador-restaurador deve trabalhar em colaboração com os responsáveis pelas coleções e com outros especialistas. Em conjunto eles devem tomar decisões para conservar ou a realizar intervenções que garantam a sua preservação e integridade.
O estudante de Conservação Restauração de Bens Culturais Móveis da UFPel tem sua formação voltada para os trabalhos com os “bens móveis”, que podem ser, por exemplo, pinturas, esculturas, móveis, documentos, etc. O estudante não tem formação em restauro arquitetônico, que não é objeto do curso. Da mesma forma, não há similaridade curricular entre os cursos de Arquitetura e de Conservação e Restauro de Bens Culturais Móveis, esses dois cursos são muito distintos, além de pertencerem a unidades acadêmicas diferentes dentro da própria universidade.
3 – Quais as áreas de atuação do conservador-restaurador?
O Bacharel em Conservação e Restauro de Bens Culturais Móveis poderá atuar em instituições culturais, como museus, arquivos e bibliotecas, e também em ateliês particulares. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, institutos estaduais do patrimônio e as secretarias de cultura dos municípios são tradicionais empregadores. Mas há também trabalhos em centros de pesquisa, universidades e acervos particulares. Existem campos promissores de trabalho para o conservador-restaurador e eles são muito diversificados, tais como, por exemplo, a conservação preventiva, que busca adequar o ambiente em que os acervos se encontram para que eles não se danifiquem, a conservação de obras de arte, tanto em acervos públicos, privados ou particulares, dentre outros.
4 – Existem mais cursos da área no Brasil?
Universidades como a PUC de São Paulo e a Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro oferecem cursos de tecnólogo na área de conservação e restauração, com ênfase na atividade prática. Já a Universidade Federal de Minas Gerais, assim como a Universidade Federal de Pelotas e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, oferecem o curso de Bacharelado em Conservação e Restauro de Bens Culturais Móveis, que aproveita inúmeras atividades acadêmicas para fins de integralização curricular, portanto, oferecendo condições de acesso simultâneo ao conhecimento, às habilidades específicas e a formação na área de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis.
5 – Quais as áreas de conhecimentos envolvidas no curso da UFPel?
O Curso estrutura-se em três abrangências de conhecimento: 1 – conhecimento técnico/científico, 2 – domínio prático de trabalho, 3 – conhecimento humanístico.
O conhecimento técnico-científico foca questões relacionadas às propriedades químicas, físicas e biológicas dos Bens Culturais e suas relações com fatores internos e externos de degradação dos objetos, além das tecnologias aplicadas à conservação e restauro dos bens culturais, a partir de disciplinas como: Ambiente e Conservação, Materiais, técnicas e metodologia para Conservação e Restauro, Agentes biológicos de deterioração, Conservação e Restauro de Bens Culturais em Papel I e II, Conservação e Restauro de Bens Culturais em Madeira I e II, Conservação e Restauro de Pinturas I e II, Métodos de exame e análise dos materiais e Bens Culturais e Química aplicada à Conservação e Restauro.
Com o domínio prático de trabalho, espera-se ampliar a capacidade de trabalho, a prática e a percepção artística, e o aprimoramento de habilidades manuais dos alunos, a partir das disciplinas de: Materiais e Técnicas de Bens Culturais I, II e III, Gestão do Patrimônio e Políticas Públicas de Preservação, Pesquisa Arquivística e Documental e Peritagem de Obra de Arte.
O conhecimento humanístico é necessário para que o conservador-restaurador reconheça o valor cultural daquilo com que trabalha, tenha posicionamento crítico em suas decisões e ações profissionais durante processos de conservação e restauração. Constitui-se pelas disciplinas de: Teorias da Conservação e do Restauro, Seminário de Orientação, Iconologia e Iconografia, História da Arte I e II e História da Arte no Brasil.
6- Qual é o objetivo das disciplinas optativas?
O principal objetivo das disciplinas optativas é a diversificação da formação do aluno, a partir do estudo em disciplinas de outros cursos, ou em disciplinas oferecidas pelo colegiado, tais como: História da Arquitetura, Conservação de Materiais Arqueológicos, Técnicas de Moldagem, História da Arte Decorativa, História da Arte Moderna e Contemporânea, Fotografia Aplicada à Conservação, Análise Crítica de Obra de Arte, Seminários Temáticos, Libras, História da Fotografia, Conservação de Materiais Orgânicos, História da Cultura Ocidental, Introdução a Conservação e Restauro de Materiais Cerâmicos, Introdução a Conservação e Restauro de Arte Contemporânea, Introdução a Conservação e Restauro de Têxteis, Introdução a Conservação e Restauro de Bens Culturais em Vidro, Introdução a Conservação e Restauro de Materiais Pétreos, Introdução a Conservação e Restauro de Pintura Decorativa, Introdução a Conservação e Restauro de Bens Culturais em Metal, Conservação e Restauro de Livros e Encadernação, Conservação e Restauro de Estuques.
7- O curso oferece projetos para auxiliar os alunos no cumprimento das atividades complementares, exigida para a sua formação?
Sim. O curso desenvolve diversos projetos de extensão, ensino e pesquisa, atividades que podem ser validadas como complementares. Através destes projetos os alunos ampliam seus conhecimentos, colocam em prática os assuntos abordados em aula e qualificam o curso a partir das trocas de experiência. Alguns desses projetos são desenvolvidos pelo PET (Programa de Educação Tutorial) do curso de Conservação e Restauro, tais como: A Semana de Conservação e Restauro, a Oficina de Ciências, a Calourada, Aula Inaugural. Todos os estudantes do curso devem integralizar 330 horas de atividades complementares obrigatórias ao longo de sua formação.
8- Em que período os alunos poderão fazer o estágio obrigatório?
Todos os estudantes do curso deverão realizar um estágio curricular obrigatório que poderá ser feito a partir do 5º semestre, com 150 horas de duração.
9- Quanto tempo dura o curso?
O curso tem duração mínima de três anos e meio (sete semestres). Apresenta carga horária mínima de 2400 horas, constituída por 1972 horas/aula de disciplinas obrigatórias e 331 horas/aula de disciplinas optativas. Além disso, os estudantes devem também realizar 330 horas em atividades complementares e 150 horas de estágio curricular obrigatório.
10 – Qual o turno de funcionamento do curso?
As aulas são no período noturno, mas o estágio e atividades complementares em geral são realizadas durante o dia.
11 – Como é o processo de seleção?
São 36 vagas disponibilizadas pelo SISU no meio de ano. O estudante para concorrer a vagas no curso deverá realizar o ENEM. A nota obtida no ENEM será utilizada para a disputa de vagas no SISU, normalmente no primeiro semestre de cada ano. Não há teste de habilidade específico, ou outras formas regulares de ingresso.
É com carinho que dedicamos este texto aos formandos: Claudia Nogueira, Ana Paula Leal, Bárbara Borck, Bianca Gonçalves, Bruna Lobato, Caroline Peixoto, Daiane Valadão, Degli Quevedo, Igor Ulguim, Joana Bräkling, Juliana Cascais, Marcelo Madail, Mariana Perfetto, Rosaura Isquierdo e Suélen Neubert.
Valeu a pena? Sim, valeram a pena os dias de angústia, de cansaço, de tédio e exaustão. Valeram a pena todos os passos pelo caminho traçado. Cada momento vivido nessa louca correria em busca de um objetivo em comum valeu a pena. E agora que não mais irão de mãos dadas e juntos continuar a jornada de suas vidas? E agora que deixam, para também seguirem seus caminhos, os companheiros de longa data? E agora que a estrada se estende ao longe até se perder de vista? Caminhemos. Navegar é preciso. Não podemos esquecer que, embora a alegria do presente exista, o futuro reserva outras a mais. Se antes a força do conjunto amparava as quedas, hoje estão preparados para aguentar as tramas da vida. Deixar para trás momentos plenos de união e companheirismo é doloroso, mas não podemos nos estagnar no tempo. É necessário seguir em frente, buscar nossos objetivos com muito esmero e dedicação, para encontrar o novo. A amizade de tantos anos fica assim como o respeito e as boas lembranças jamais serão esquecidas. O tempo não para e precisamos dar continuidade à vida. Nossos discentes agora estão diante do seu próprio tempo e suas escolhas hoje irão refletir o amanhã. Esta noite foi especial para todos nós, professores, pais e amigos. Esta foi noite em que confirmamos que o esforço feito em prol de uma boa educação para nossos discentes valera realmente cada gota de suor, cada lágrima, cada sorriso na construção do caráter de cada um desses alunos do Curso de Conservação e Restauro. O momento da formatura não é somente uma festa em homenagem a primeira de muitas conquistas, mas também marca um rito de passagem, quando se toma consciência do que é o estar no mundo e se prepara para a interação com ele. Este é um dia especial para todos nós pela alegria desta etapa concluída com êxito, da perspectiva para o caminho vindouro. Não chegaram ainda ao fim, pois a jornada é longa, mas temos a certeza de que o caminho futuro reserva gratas surpresas. Por isso afirmo a vocês: sim, valeu muito a pena.
No dia 12 de abril, o curso de Conservação e Restauro teve a honra de formar sua turma que ingressou no ano de 2010. A cerimônia externa foi realizada no auditório da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pelotas. A solenidade contou com as professoras homenageadas Luiza Fabiana Neitzke de Carvalho e Silvana de Fátima Bojanoski (coordenadora atual do curso), com o paraninfo Roberto Heiden e a patronesse professora Francisca Michelon. O professor Sidney Gonçalves Vieira, diretor do Instituto de Ciências Humanas, presidiu a solenidade. Em outra solenidade interna formaram-se Bárbara Borck e Ana Paula Leal, esta solenidade teve a presença da Professora e atual coordenadora do curso de Conservação e Restauração Silvana de Fátima Bojanoski. A Bacharel em Conservação e Restauro de Bens Culturais Móveis Degli Quevedo, recebeu o prêmio de 1º lugar do Curso de Conservação e Restauro de Bens Culturais Móveis, por sua dedicação ao longo do curso. Parabéns!
Este importante evento, foi realizado pelo grupo PET do Curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da Universidade Federal de Pelotas.
O PET foi implantado em Dezembro de 2010 e desde então é composto por doze bolsistas e dois voluntários. Segundo a professora e tutora do grupo, Francisca Ferreira Michelon, o principal objetivo do PET é a formação pedagógica dos alunos integrantes do Curso de Conservação e Restauro fundada através da ação coletiva, da interdisciplinaridade e da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e busca que essas metas ocorram em ações contínuas com a comunidade.
A II Semana de Conservação e Restauro, trouxe a tona temas bastante diversificados, relacionados à conservação e restauração de bens culturais. A programação se estendeu do dia 23 ao dia 26 de Abril e contou com oficinas e cursos, além de mesas redondas e palestras. As palestras ocorreram em um dos principais cartões postais da cidade de Pelotas, trata-se de um prédio histórico construído em 1878, que serviu como residência da família do Conselheiro Francisco Antunes Maciel. Hoje, o Casarão 08, como é conhecido abriga o Museu do Doce, projeto realizado pela Professora Nóris Leal do Curso de Museologia.
No dia 23 de Abril o evento contou com a participação do Conservador Markus Wilimzig, que trouxe o tema: Danos físicos, químicos e biológicos nos materiais de construção. No dia 24, contamos com a presença do Professor Roberto Weider de Assis Franco, professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense que apresentou o tema intitulado como: Física aplicada ao estudo de pinturas, esculturas e cerâmicas. No dia 25 o Conservador Antonio Gonçalves da Silva, representante do Arquivo Nacional, trouxe como tema: Características tecnológicas dos adesivos empregados na conservação de acervos. Ao término do evento foi servido aos presentes um coquetel de encerramento.
Em paralelo as palestras principais, ocorreram diversas atividades, tais como: mesas redondas, oficinas e minicursos. Para as oficinas contamos com a participação da Professora Andréa Lacerda Bachettini que ministrou a oficina Conservação de Acervos Museológicos. A professora e coordenadora do Curso Silvana Bojanoski ministrou a oficina de Planejamento de Conservação de Acervos Bibliográficos e Documentais. Contamos com a participação da conservadora Ângela Macalossi que contribuiu com a oficina Fotografia de obras de arte. As conservadoras restauradoras Suélen Neubert, Degli Quevedo, Rosaura Isquierdo e Jossana Coelho, apresentaram a oficina intitulada como: Embalagens para fotografias de acervo. Contamos também, com a participação do acadêmico Jairo Kaster com a oficina de Biscuit. A conservadora Claudia Lacerda, contribuiu com a oficina intitulada: Técnicas de Reintegração Pictórica. A Professora do Curso de Museologia Nóris Leal proporcionou à comunidade a oficina sobre a Regulamentação do Estatuto dos Museus.
É importante salientar que são eventos como esse que promovem a interação entre a comunidade acadêmica, proporcionando aos discentes, interesse para as mais diversas áreas que abrangem a conservação e o restauro de bens culturais móveis.
A Bacharel em Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis Veronica Coffy Bilhalba Santos, apresentou sua dissertação em Memória Social e Patrimônio Cultural (UFPEL) intitulada “Restauração do Patrimônio Cerâmico: obtenção e análise de massas polivinílicas processadas por micro-ondas para recomposição de objetos cerâmicos”. O trabalho foi desenvolvido juntamente com a Profª Margarete Regina Gonçalves e o Curso de Engenharia de Materiais – UFPEL. Segundo a Conservadora Restauradora Veronica, a ideia de pesquisar o assunto massas polivinílicas irradiadas, surgiu a partir do conhecimento empírico sobre massas artísticas contemporâneas, pois antes de cursar o Bacharelado em Conservação e Restauro ela já trabalhava como artista plástica e artesã moldando objetos decorativos com uma massa artística denominada porcelana fria – ou massa de biscuit, como é conhecido popularmente esse material. A massa de porcelana fria é uma mistura de amido e emulsão PVA (produto comercial) que é processada no aparelho de micro-ondas. Para aproveitar o método na restauração de cerâmicas, a composição da massa foi adaptada com minerais argilosos; foi testada na sua utilização prática e analisada no seu desempenho técnico. De acordo com a mesma pesquisadora, a restauração de arte decorativa a base de gesso e a restauração cerâmica são carentes de referências nos dias atuais, sendo necessário desenvolver esse campo de pesquisa no Brasil.
Como pesquisadora, Veronica buscou ofertar ao campo prático uma alternativa ao uso comum de gesso, de difícil moldagem de uma maneira geral e cujo manejo se torna inconveniente eventualmente. A massa polivinílica irradiada é uma solução simples de baixo custo tanto quanto o gesso, mas é de fácil aplicação e manejo, mínima toxidade e se mostrou eficiente nas análises instrumentais de Termogravimetria, Reometria e Espectroscopia de Infravermelho Transformada de Fourier. O ponto mais importante do seu estudo é a discussão do aproveitamento da tecnologia das micro-ondas para melhorar o desempenho técnico de massas de preenchimento a base de emulsão PVA.. O micro-ondas desidrata a água da emulsão; torna a massa de preenchimento menos porosa e, em torno disso, o sólido final sugere maior durabilidade. Apesar dos resultados profícuos, a pesquisa não oferece parecer conclusivo, uma vez que o material experimental não pode ser submetido ao ensaio de envelhecimento acelerado. Além disso, a massa polivinílica irradiada foi testada somente em cerâmicas de pequeno porte, de produção recente, com pequenas lacunas; o material não foi comparado com outros tipos de massas de preenchimento conhecidas e divulgadas nos dias atuais. Esses pontos abrem um leque de possibilidades de pesquisa sobre o tema: Restauração Cerâmica. Nós do Curso de Conservação e Restauro te parabenizamos pelo trabalho desenvolvido e desejamos sucesso!
Por Cristiane Rodrigues
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