A era de Aquarius resiste

Texto de Calvin Cousin e Gabriela Schander –

Cinema – Crítica –

Aquarius, dirigido por Kléber Mendonça Filho e com Sônia Braga estrelando, estreou no Brasil dia 1º de setembro

Aquarius, dirigido por Kléber Mendonça Filho e com Sônia Braga estrelando, pode ser visto em várias salas

Depois de causar polêmica no Festival de Cannes graças ao protesto da equipe contra o impeachment de Dilma Rousseff, o filme Aquarius, dirigido por Kléber Mendonça Filho e com Sônia Braga no papel principal, é exibido em todo o Brasil. O longa-metragem tem como cenário um edifício da década de 1950, localizado na Praia de Boa Viagem, em Recife. Sua única moradora é Clara (Sônia Braga), uma jornalista aposentada que, após a passagem dos filhos para a vida adulta e a morte do marido, vive em um amplo apartamento com seu piano, muitos discos de vinil e livros sobre música, alguns de sua própria autoria. Clara não aceita a proposta de uma grande construtora que pretende adquirir todos os apartamentos do prédio e, no lugar do mesmo, erguer um condomínio de luxo. O que segue é a jornada de uma inteligente mulher – pressionada pela sociedade que a subestima – para preservar suas memórias e o sentimento de pertencimento.

Praticamente um estudo de personagem, o filme inteiro gira em torno de Clara, que em muitos momentos fica completamente sozinha em cena. Sônia Braga retorna ao cinema brasileiro com maestria, em um papel de complexidade que não é visto com frequência. Ela pode passar a ideia, no começo, de frigidez, mas o decorrer da trama mostra uma figura bondosa e as fragilidades da idade que vêm à tona facilmente. Com seus 65 anos, Clara exemplifica como o velho precisa se adaptar ao novo para não ser destruído, mas também, ao ressaltar o poder que certos tipos de materialidade possuem, que o novo não deve ignorar o que existiu antes dele. É impossível não sentir vergonha alheia ao ver uma jovem jornalista entrevistar a personagem e ficar sem palavras diante de seu monólogo sobre como mídias tidas como ultrapassadas (no caso, LPs) estão cheias de histórias e significados.

A autoria de Kléber Mendonça Filho, diretor e roteirista, é impactante, com a construção de uma atmosfera perpetuamente tensa. Lembrando os filmes de Tarantino, o enredo é divido em capítulos, apresenta uma potente trilha sonora (que inclui clássicos dos anos 70 e 80, favoritos de Clara, de Queen à Maria Bethânia) e interessantes escolhas de montagem e fotografia (por Pedro Sotero e Fabrício Tadeu), sendo muitos planos voltados para os pés da protagonista, com as unhas pintadas de vermelho. Quase se espera que ela esfaqueie alguém e o sangue domine a tela, mas a personagem seria distinta demais para isso. Realmente, tendo em vista todas as polêmicas em torno do filme (que incluem, além dos já mencionados protestos, críticas a sua alta classificação indicativa), ele é surpreendentemente pacífico no que se refere às agressões físicas.

A pressão sobre Clara, a “louca do Aquarius”, como ela mesma se intitula, ocorre seja por parte do responsável pelo projeto do condomínio (Humberto Carrão) ou pela filha (Maeve Jinkings), que precisa de dinheiro e a trata como uma idosa incapacitada, ainda que a mesma esteja longe disso. A primeira cena de Aquarius se passa em 1980, com uma jovem Clara – de cabelos curtos após se curar de um câncer – se divertindo com amigos antes de ir pra festa de aniversário de tia Lucia, proprietária original do apartamento, uma herança para a protagonista. Mais de trinta anos depois, Clara pode ter envelhecido, mas não deixou de ir para o baile com suas amigas, de beber suas garrafas de vinho, de fumar seus baseados (embora a recreação tenha sido substituída pelo escapismo) ou deixou sua vida sexual morrer.

Aquarius trata a sexualidade das personagens com grande naturalidade e mostra como esse elemento é importante na construção de memórias (existe algo mais essencial para a experiência humana do que o sexo ou a morte?). No aniversário de tia Lúcia, enquanto seus sobrinhos leem um poema, a mesma olha para uma cômoda e lembra de suas transas com o falecido marido. Clara vai para o baile e sai acompanhada e, depois disso, chama um michê por telefone. Ao passo que a sociedade se choca com manifestações do tipo vindas de idosos, o filme lembra que nunca deixamos de ser humanos. Também é interessante observar como um dos primeiros momentos de Braga em cena é chocante: famosa por personagens que esbanjavam sensualidade (vide Gabriela, Saramandaia, Hair, O Beijo da Mulher Aranha, etc.), Clara se despe antes do banho e, ao encarar a câmera, os espectadores percebem que ela perdeu uma mama graças ao câncer. Nada sensual.

O brilhante roteiro recheado de falas ácidas carregadas de verdades fica em boas mãos com Braga e os coadjuvantes (adequados, mas que não passam disso). A Clara das telas é um exemplo de superação e de resistência diante de injustiças que permeiam o cotidiano, o que se reflete nas exibições do filme. São comuns relatos de sessões de Aquarius seguidas por gritos de “Fora Temer” vindos da plateia. Logo antes dos créditos rolarem, Clara alfineta os proprietários da construtora: “Eu prefiro ser um câncer do que ter um câncer”.

          Lançamento: 1º de setembro                                Duração: 2h25

          Gênero: Drama/Suspense      Classificação Indicativa: 16 anos

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Beleza do som instrumental

Reportagem de Luis Ebersol, Matheus Pereira e Yago Moreira –

Estudo de música clássica invade escolas do Estado –

musica

O grupo é composto somente por alunos da E.E.E.M Areal, que também contam com o apoio do professor Jean Gularte (canto direito da imagem). Foto: reprodução diariodamanhapelotas.com

A música clássica é uma das formas mais belas da representação artística. Em tese, esse estilo tem como principal característica a evidência do elemento instrumental frente ao vocal. O gênero clássico teve início na Europa e foi se desenvolvendo ao longo dos séculos. As primeiras partituras foram escritas por volta do ano 1000 e, só a partir de 1350, os compositores passaram a ser reconhecidos como artistas.

Hoje, a música clássica está mais presente do que nunca em nosso cotidiano e se contrasta à música popular. Apesar do vínculo com a tradição de séculos,  os instrumentistas ousam em inovar, reconstituindo um repertório já popularizado, mas embalado ao som dos instrumentos clássicos.

Não foi  à toa que a Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul resolveu, em 2014, durante o mandato de Tarso Genro, investir nos estudos de música clássica nas escolas. Foram distribuídos 51 kits de instrumentos para orquestra a várias escolas do Estado e os professores receberam um curso para se especializar e aprender a utilizar o material. Segundo informações do site do governo estadual, o objetivo desse projeto é qualificar e valorizar a educação pública.

Aqui em Pelotas, a única contemplada foi a Escola Estadual de Ensino Médio Areal, que recebeu um kit com os seguintes instrumentos: piano eletrônico, violões, violinos, viola, violoncelo, contrabaixo elétrico, flautas doce soprano barrocas, flautas doce contralto barrocas, guitarras, amplificador de contrabaixo, amplificador de guitarra, bateria, estantes de partituras, escaletas, pandeiros, triângulos, ganza de platinela, bumbos com talabarte baqueta, taróis, reco-reco, microfone, pandeiros meia-lua e afinadores para instrumentos de cordas.

Após a chegada dos instrumentos, logo iniciou-se o processo para a formação da orquestra estudantil. Mas, de acordo com a professora e coordenadora do grupo, Lys Ferreira, só no final do ano de 2015 foi possível montar a formação atual de alunos e reunir um repertório para apresentações.

A professora ainda destaca como funciona a metodologia de ensino. Os alunos do primeiro ao quinto ano participam das atividades de musicalidade e também tocam flauta doce. A partir do sexto ano já é possível escolher qual instrumento tocar. “O arranjo é feito conforme o desenvolvimento de cada criança, se ela for bem, eu aumento o grau de dificuldade nas músicas e, assim, sucessivamente”, acrescenta Lys.

Alunos e funcionários fazem questão de ressaltar que esse projeto está transformando a rotina da escola e revolucionando os hábitos e costumes. As crianças estão se apropriando de uma atividade e enxergando que, quanto mais empenho houver, mais retorno terão. E isso, segundo a coordenadora do grupo, está aliado a uma vontade dos professores de que o estudo seja valorizado cada vez mais e que a comunidade possa reconhecer o resultado desse empenho.

De acordo com Diulia Moreira, uma das alunas integrantes da orquestra, a vontade de fazer parte surgiu através do convite de amigos, que já participavam do grupo. Após assistir a um ensaio, Diulia revela que se encantou com o som do violino. E, hoje, após um ano de participação, ela colhe os frutos dessa escolha: “Foi a primeira vez que tive contato com a música clássica e achei incrível, a gente viaja para diversos lugares divulgando o nosso trabalho e ver as pessoas aplaudindo com um sorriso no rosto é sempre recompensador.”

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O Lobo Atrás da Porta

Texto de Luis Otávio Languer Schebek –

DVD Crítica

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Com um inicio direto e empolgante, o filme O Lobo Atrás da Porta (2013) parece nos entregar sua história logo em seus primeiros dez minutos, mas quando a história começa a rolar, entendemos que o desaparecimento da filha de Bernardo (Milhem Cortaz) e Sylvia (Fabíula Nascimento) é apenas um plano de fundo para um enredo muito mais envolvente do que aparenta. Ao se iniciarem os depoimentos, somos apresentados a principal suspeita pelo sumiço da criança, a carismática Rosa, vivida por Leandra Leal.

As cenas conjugais entre Bernardo e sua esposa se aproximam muito de um drama comum das histórias de novelas brasileiras as quais já estamos acostumados, entretanto, os momentos entre ele e Rosa nos mostram o quanto a personagem de Leandra Leal foge do estereótipo de uma amante comum. A atriz consegue transitar entre a mulher sensual e a manipuladora de uma forma sutil e muito envolvente, fazendo que o público torça por ela em muitos momentos da história.

As partes do interrogatório, com um delegado desbocado (Juliano Cazarré), entram no território da comédia, mostrando aqui toda a inteligência do diretor Fernando Coimbra em conseguir transitar por tantos estilos diferentes sem estragar o resultado final. Oscilando entre a seriedade e a descontração, o filme avança em seu roteiro de acordo com os depoimentos: à medida que os personagens fornecem suas versões e álibis, flashbacks ilustram cada ponto de vista.

As histórias não se “batem”, o que revela ao espectador diversas mentiras de pessoas com muitos segredos a esconder. E é nesta questão que o filme ganha seu maior ponto. A construção de seus personagens é lenta, todos parecem ser inofensivos, e quanto temos alguma cena violenta ou misteriosa, o espectador sente o impacto que aquele momento queria causar.

O filme não possui um julgamento moral ou uma lição, é apenas o conto de pessoas comuns lidando com seus sentimentos e suas frustrações, sem pensarem nas consequências de seus atos. A brasilidade do filme é outra questão a ser ressaltada. Seus personagens e suas cenas possuem tons comuns do cotidiano de muitas cidades do interior do país. Os momentos em pequenos bares, os copos de cachaça, as cenas em ambientes abertos, como ruas mal asfaltadas ou parquinhos de bairro são coisas tipicamente comuns no cotidiano brasileiro.

Literalmente, não é um filme para “gringo ver”. A produção foi dirigida e escrita por Fernando Coimbra, conhecido dos festivais de curtas-metragens, e conta com nomes de peso como Milhem Cortaz, Leandra Leal, Fabiula Nascimento e Juliano Cazarré em seu elenco.

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Teatro revive história

Reportagem de Douglas Dutra –

Grupo de Artes Encenação realiza city tours temáticos no centro de Piratini –

O grupo reúne voluntários comprometidos com a valorização do passado histórico do município

A cidade de Piratini, com menos de 20 mil habitantes, no interior do Rio Grande do Sul, é um museu a céu aberto. A 350 km da capital, a cidade, que foi testemunha ocular dos acontecimentos da Revolução Farroupilha, abriga um vasto patrimônio arquitetônico e cultural.

Agregando a esse patrimônio, o Grupo de Artes Encenação revitaliza a memória dessa história. É formado por mais de 20 pessoas, em sua maioria amadores, comprometidos com a defesa do legado da primeira capital farroupilha. Realiza representações teatrais em locais históricos da cidade, oferecendo city tours temáticos aos turistas e à comunidade piratiniense.

O grupo foi formado em 2014 e contou desde o início com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e da Associação de Turismo Jovem Tur.

Para Francieli Domingues, uma das fundadoras do grupo, o Encenação é uma oportunidade de formar um elo com o passado e dar vida às figuras históricas da epopeia farroupilha. Para ela, o Encenação também é a chance de “apresentar ao turista um produto único, visto que o grande impulsionador do turismo é o diferencial”. “Estávamos fabricando uma experiência emocionante, queríamos que a nossa cidade ganhasse nova forma e redescobrisse o século XIX para receber o turista,” relata.

O roteiro das apresentações é feito em maior parte por Silvia Garcia, diretora do grupo, em parceria com todos os outros membros. Ela destaca que, assim que o roteiro é feito, são consultadas as condutoras de turismo, para que se siga a Linha Farroupilha, uma rota que demarca os principais pontos do centro histórico da cidade.

“Nós temos a ajuda dos professores da UFPel, mas de forma coletiva criamos roteiros e dirigimos, tenho muita felicidade em dizer que ajudo na criação de textos”, diz Francieli.

Os atores são decididos conforme sua semelhança e afinidade com as personagens. Silvia, no entanto, diz que nenhum ator possui papel fixo, o que permite que se remaneje os atores caso alguém fique indisponível.

O membro do grupo Eduardo Lessa lembra que todos são bem-vindos e bem recebidos no Encenação. “É um trabalho sério e com muitos compromissos, mas, ao mesmo tempo, é divertido, tanto atuando como nas reuniões”.

Apesar de ter o apoio institucional de órgãos municipais, o grupo enfrenta algumas dificuldades. Para Silvia, o maior desafio é “a busca por atores realmente comprometidos com a arte, especialmente homens. Outra dificuldade é o reconhecimento do nosso trabalho pela comunidade”.

Entre os planos para o futuro do grupo, Silvia destaca o interesse de “atuar junto às escolas públicas municipais e estaduais levando a disciplina de artes cênicas, motivando as crianças a estudarem a história de uma maneira mais divertida”. Ela também destaca que a atuação ajuda na desenvoltura física e social dos pequenos.

A meta para 2017 é criar subgrupos do Encenação, realizando atividades artísticas em diversas escolas.

Enquanto isso, Francieli sonha mais alto: “Nosso grupo pretende, acima de tudo, bem representar nossa cidade, cruzar fronteiras em nome da arte, temos já novos roteiros para começarmos a trabalhar, deverá surgir algo que envolva demais artes e culturas, de repente algum musical”.

***

Os interessados em agendar um city tour com o Encenação podem entrar em contato com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo pelo telefone (53) 3257-3278.

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Arte ocupa espaços públicos

 

Reportagem de Julia Mello dos Santos e Karen Costa Krüger –

Piquenique Cultural e Piquenique ao Luar são chances de curtir a cidade –

Evento cultural é momento de confraternização com várias manifestações culturais

Piquenique ao Luar  confraterniza com várias manifestações culturais

 

No dia 16 de setembro, depois de um ano suspenso devido às obras da Praça Coronel Pedro Osório e em comemoração à chegada da primavera, ocorreu o Piquenique ao Luar, uma variação do já consolidado Piquenique Cultural. O evento ocorre em noites de Lua Cheia com a finalidade de aproximar a comunidade pelotense de seu espaço público à noite.

Idealizado por Aline Maciel e Pedro Silveira, o Piquenique Cultural surgiu em outubro de 2010, após o fechamento da Casa do Joquim, motivado pela necessidade de espaços alternativos em Pelotas, como uma oportunidade de que diversas manifestações artísticas pudessem conviver. Na época, relata Aline, os únicos eventos de rua eram os organizados pela Prefeitura. Surgiu então a ideia de se fazer um evento nas praças, aberto ao público em geral, para aproximar a comunidade da arte, promover a confraternização, bem como valorizar os espaços públicos da cidade.

A primeira edição do Piquenique Cultural ocorreu em 9 de outubro de 2010, na Praça Coronel Pedro Osório. Nas edições posteriores, se fortaleceu a questão de ocupação dos espaços públicos, a medida que o Piquenique passou a circular por outras praças de Pelotas.

A fundadora ressalta que “as pessoas passam a olhar para os espaços públicos de outra forma”. Aline explica: “A nossa ideia é a valorização desses lugares através da arte, da cultura, do compartilhamento de saberes, de fazeres. Queremos que as pessoas possam mostrar produções de uma forma mais livre, menos comercial”. O evento é construído voluntariamente, tanto pela organização, quanto pelos expositores e artistas que ali se apresentam.

As principais finalidades do Piquenique são a valorização do espaço público através da arte, o diálogo e o convívio com as diferenças. A economia criativa e as exposições culturais também são estimuladas. Aline conta que o público do evento é muito diverso, sendo constituído de pessoas com identidades culturais, sociais e econômicas diferentes.

O Piquenique ao Luar se faz ainda mais importante pelo simples fato de que estimula e encoraja a comunidade a aproveitar e valorizar os espaços públicos e históricos da cidade durante a noite. Durante o evento, a Guarda Municipal se faz presente oportunizando uma maior sensação de segurança. Iluminados pela Lua Cheia e pela praça iluminada, pessoas de todas as idades se reúnem para conversar, comer e relaxar: um legítimo piquenique.

As duas edições do Piquenique não possuem datas regulares de realização, mas você pode acompanhar a página do Piquenique Cultural no Facebook para estar sempre por dentro de quando será a próxima edição.

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Dia da Paz é celebrado

Reportagem de Naiara Khastasmókia –

Secretaria de Justiça Social e Segurança promoveu evento –

As escolas municipais prestigiaram o acontecimento cultural 

Pelotas celebrou o Dia Internacional da Paz no dia 21 de setembro. A data oficial foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), e a cidade, para comemorar, convidou atrações culturais para agregar no encontro. A coordenadoria de Ações Inclusivas da Secretaria de Justiça Social e Segurança (SJSS), em parceria com o Comitê da Diversidade Religiosa, resolveram realizar o evento na praça Cipriano Barcelos, onde está instalado o Monumento Municipal Cultura da Paz.

A atividade contou com a apresentação do Musical Cerenepe, da banda das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs), do Núcleo Habitacional Getúlio Vargas e Frederico Ozanan e do Coral Escola Louis Braille, que foi acompanhado pelo músico Solon Silva.

O secretário da Secretaria de Justiça Social e Segurança, Luiz Eduardo Longaray, afirmou que “a data serve para reflexão sobre as formas que nos ajudam a conviver com mais tolerância e harmonia nas relações humanas”. O representante do Comitê da Diversidade Religiosa, reverendo Ramacés, convocou os interessados para a assembleia geral da categoria, que acontecerá no dia 16 de novembro, às 9h, no auditório da Secretaria de Educação e Desporto (Smed), na Praça 20 de Setembro, 366.

O evento contou com a presença do secretário de Cultura, Giorgio Ronna; do diretor do Foro de Pelotas, Marcelo Malizia Cabral; do secretário da Smed, José Francisco Madruga da Conceição; do presidente do Conselho do Idoso, Jaime Roberto Bendjouya; do representante da UCPel, Roni Quevedo; de servidores municipais e pessoas da comunidade pelotense.

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou em 30 de novembro de 1981 que, a partir daquele ano, o dia 21 de setembro seria celebrado como o Dia Internacional da Paz, uma data de cessar-fogo e de não violência em todo o mundo. Desde então a ONU tem celebrado este dia, cuja finalidade não é apenas que as pessoas pensem na paz, mas sim que façam ações a seu favor.

Evento que valoriza todos os esforços pela paz ocorreu na praça Cipriano Barcelos no dia 21 de setembro

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Festival premia talentos gaúchos

Reportagem de Manuela Soares – 

Evento contou com artistas de Rio Grande, Canoas, Tramandaí e Porto Alegre –

Festival Mar em Canto reuniu talentos de várias cidades gaúchas

Festival Mar em Canto reuniu talentos de várias cidades gaúchas                   Fotos: Manuela Soares

No dia 24 de setembro, foi realizada a última noite de apresentações e premiação das canções que foram selecionadas para as finais da segunda edição do Festival Mar em Canto de música popular e litorânea na Sociedade Amigos do Cassino (SAC). O festival contou com a participação de artistas das cidades de Rio Grande, Canoas, Tramandaí e Porto Alegre. Teve como propósito estimular a fruição da arte pela comunidade e fomentar talentos locais e regionais.

Para concorrer às finais, foram selecionadas 10 canções: o Catador de Conchas, Rincão das Águas, Maria e o Mar, Por uma Prece, A Última Canoa, Soltando Amarras, Ondas Salgadas da Dor, Estrela do Mar, Cardume de Lixo e Espelho de Sal. Houve prêmios de primeiro, segundo e terceiro lugar e nas categorias: melhor intérprete, melhor letra, melhor arranjo e melhor instrumentista.

A comissão julgadora foi composta pelo instrumentista e produtor musical, Bruno Pires, o instrumentista que faz parte da Banda da Marinha de Rio Grande, Daniel Nascimento, e o músico, compositor e representante da Associação de Músicos de Rio Grande (ASMURG), Leandro Costa. Em meio às apresentações, eles avaliaram as canções nos quesitos Letra, Ritmo, Harmonia, Afinação, Interpretação e Identificação com a temática do Festival.

Após as apresentações das canções finalistas, os jurados se reuniram para escolher os vencedores, enquanto isso, aconteceu a apresentação da Banda Rossini e uma homenagem para a ex-secretária adjunta da Secretaria de Cultura do Rio Grande, Elisa Calveti, cujo falecimento completou um ano.

No momento da premiação, foram anunciadas as seguintes canções e participantes vencedores:

1º lugar e R$ 5 mil – Rincão das Águas (Cristofer Pereira de Pìnho);

2º lugar e R$ 3 mil – canção Ondas Salgadas da Dor (Ricardo Cordeiro/Luana Fernandes);

3º lugar e R$ 1,5 mil – A Última Canoa (Adriano Sperandir/Carlos Roberto Hahn)

Melhor instrumentista e R$ 1 mil – Ângelo Schenke;

Melhor letra e R$ 1 mil – canção Cardume de Lixo (Carlos Eichner Rodrigues);

Melhor interprete e R$ 1 mil – Bruno Acosta (Estrela do Mar);

Melhor arranjo e R$ 1 mil – canção A Última Canoa (Adriano Sperandir/Carlos Roberto Hahn).

Vencedores acompanhados pelo secretário de Cultura de Rio Grande, Ricardo Freitas.

Vencedores acompanhados pelo secretário de Cultura de Rio Grande, Ricardo Freitas

A instrumentista e participante da banda que venceu o terceiro lugar, Charlise Bandeira, comentou: “Estou extremamente feliz com esta vitória, pois sou a única mulher instrumentista que participou do festival e por ter interpretado a canção Última Canoa que foi criada por uma pessoa muito especial para mim”. Salientou que “é importante fomentar a produção de música por artistas locais e incentivar a continuidade deste tipo de festival”. Rio-grandina, que completa 15 anos de carreira, teve seu primeiro contato com a música quando começou a tocar flauta na banda do Colégio Estadual Lemos Junior, de Rio Grande.

Para o tecladista e participante do grupo que venceu o segundo lugar, Marcelo Vaz, “a música não deve ser vista como uma competição, mas como um compartilhamento de experiências com artistas de outras cidades do Estado”. E acrescenta: “Mesmo não acreditando em competições, fico muito contente por, juntamente com meus colegas de Porto Alegre, termos ganhado o segundo lugar”. Marcelo é músico há 21 anos, é graduado em Licenciatura em Música pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), pós-graduado em Metodologia do Ensino em Artes pelo Centro Universitário Internacional (UNINTER) e teve seu primeiro contato com a música na escola em São José do Norte.

ORGANIZAÇÃO

            O evento foi organizado pela Secretaria de Município da Cultura (Secult) de Rio Grande em parceria com a Sociedade Amigos do Cassino (SAC) e a empresa Yara Brasil.

Para o secretário da Cultura de Rio Grande, Ricardo Freitas, “mesmo com problemas de baixa adesão do público e de datas, este trabalho teve o intuito de consolidar o festival no município, pois agrega uma ampla diversidade de gêneros musicais, mostra a relevância da valorização dos artistas locais e incentiva a composição autoral”.

De acordo com a coordenadora de produção da Yara Brasil, Verônica Borges, “para a empresa, é de suma importância estar compartilhando este momento com a Secretaria, no qual prestigia-se grandes apresentações e o enriquecimento da cultura no município”.

RECEPTIVIDADE

Na plateia, a auxiliar de faturamento, Miriam Schroeder, ressaltou: “Gostei muito das apresentações musicais. Acredito que este tipo de manifestação cultural deveria existir também nas escolas da rede, para que desde a infância as crianças aprendam a valorizar a cultura”. No entanto, observou que “o único problema do evento foi a falta de divulgação, o que fez com que este fosse prestigiado por poucas pessoas”.

O eletricista Rubilar de Gouveia comentou: “O evento atingiu minhas expectativas, pois aprecio muito a música tradicionalista e várias canções que passaram para final são de músicos que cantam este gênero musical”.

EDIÇÃO ANTERIOR

A primeira edição do Festival Mar em Canto aconteceu em outubro de 2015, integrada a programação da 16ª Festa do Mar. As apresentações do Festival ocorreram no palco da Corsan e no mesmo formato deste ano, com três noites de apresentações e premiações para o primeiro, segundo e terceiro lugares, para as categorias melhor intérprete, melhor letra, melhor arranjo e melhor instrumentista. A cobertura do evento na edição do ano passado pode ser conferida no site da Secretaria de Município da Cultura de Rio Grande.

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Turnê de Djavan é um sucesso

– Reportagem de Naiara Khastasmókia –

Cantor faz série de apresentações por vários estados brasileiros –

Com a turnê “Vidas pra contar”, o dia 19 de junho no Theatro Guarany, em Pelotas, ficou aquecido com a fervorosa plateia que foi prestigiar o cantor Djavan em sua turnê. As apresentações começaram em fevereiro e já percorreram cidades de todo o País, como São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, entre outras.

Cantor apresentou seu vigésimo terceiro álbum Foto de Paola Brum (site Quindim Cultural)

Djavan apresentou seu vigésimo terceiro álbum no Theatro Guarany                                                                                                                                                                                                                                              Foto de Paola Brum (site Quindim Cultural)

Com 40 anos de carreira e ganhador do Grammy Latino de excelência musical em 2015, Djavan tocou as músicas do seu vigésimo terceiro álbum. Incluiu canções como “Boa Noite”, “Não é um Bolero”, “Outono”, “Encontrar-te” e “Eu te Devoro”. O show enlouqueceu a plateia que não pagou barato para prestigiar o artista. Os ingressos mais econômicos custavam 300 reais, e os mais caros eram nos camarotes de primeira ordem do teatro, chegando a custar 900 reais.

Djavan é quem dirige o espetáculo, que conta com os músicos Carlos Bala (bateria), Jessé Sadoc (flugelhorn, trompete e vocal), Marcelo Mariano (baixo e vocal), Marcelo Martins (flauta, saxofone e vocal), Paulo Calasans (teclados e piano) e João Castilho (guitarras, violões e vocal). A iluminação de todos os shows é feita por Binho Schaefer e o figurino por Roberta Stamato.

Suzane Queiroz é a responsável pelo cenário da turnê, que foi todo pensado e desenhado a partir do conceito de que a vida de cada pessoa seria um grande livro em branco. Linha por linha, vai sendo preenchido, página por página a cada alegria, a cada tristeza, a cada conquista, a cada novo amor que chega e que parte, ao longo do tempo da vida de cada pessoa.

A plateia viu logo quando o show iniciou um espaço vazio preto por inteiro, até que um grande livro se abriu ao fundo do palco. Então, foram surgindo as primeiras páginas brancas, preenchidas por luzes coloridas e linhas verticais que pouco a pouco invadiram o cenário, com espirais, círculos, grafismos poligonais e lembrando o estilo art nouveau.

Quem viu o show do cantor pela primeira vez impressionou-se com a voz de um dos maiores compositores da música popular brasileira. Os que prestigiaram o show de Djavan em Pelotas, em 2014, afirmam que o artista sempre se supera em carisma e música de qualidade.

 

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Arraial marca início de julho

– Reportagem de Naiara Khastasmókia –

Alunos de Jornalismo, Design Gráfico e Design Digital organizaram  festa junina – 

. Comidas típicas foram vendidas e apresentações musicais como a da banda Tomate Seco

. Comidas típicas foram vendidas e houve apresentações musicais como a da banda Tomate Seco                                                                                                                                                                   Foto: Naiara Khastasmókia

Com o objetivo de festejar as atividades culturais tradicionais do mês de julho e proporcionar uma oportunidade de integração de alunos com a sociedade em geral para momentos de descontração, o evento foi realizado dia 2 de julho, em um sábado à tarde, na rua Alberto Rosa.

A festa contou com a presença massiva da comunidade acadêmica em geral. A decoração ficou por conta das bandeirinhas de São João que coloriram a rua. Comidas típicas foram vendidas e apresentações musicais como a da banda Tomate Seco preencheram a trilha sonora do Arraial.

Também não faltaram brincadeiras diversas que são sempre sucesso nas festas Juninas como pescaria, prisão e correio do amor.

Mesmo com a alta temperatura fora de época em pleno inverno, o quentão foi muito bem saboreado. Durante a festa, o público compareceu a caráter, de camisa xadrez, chapéu de palha e vestido colorido, caracterizando ainda mais a festa.

Barraquinhas de comidas, como cachorro-quente, paçoca, amendoim doce, pipoca, bolo, pizza e docinhos também não ficaram de fora do arraial.

A festa arrecadou agasalhos e alimentos não perecíveis para doação. Além disso, o lucro será utilizado para viabilizar ciclos de palestras e semanas acadêmicas dos cursos responsáveis.

O arraial foi realmente um sucesso de público, organização e alegria. E que venham outros.

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Beleza do canto empolga

– Reportagem de Rafael Duval Pinto –

Grupo Musical da APUFPel apresenta-se há mais de 20 anos e encanta seu público –

O coral conta com diversos instrumentos musicais que se somam à expressão das vozes

Em meados de junho de 1996, um grupo de associados da Associação dos Aposentados e Pensionistas da Universidade Federal de Pelotas (APUFPel) reunia-se semanalmente na sua sede para discutir os rumos da entidade. Entre um bate-papo e outro, quando os sócios debatiam situações sobre o seu dia a dia, surgiu a ideia de fazer um coral. Muitos já demonstravam a paixão pela música, alguns já tinham desenvolvido a habilidade de tocar instrumentos e havia vozes preparadas para cantar. Mediante o desejo dos aposentados que gostavam da música e que já haviam vivenciado experiências em outros corais, resolveu-se montar um grupo musical, apenas para tocar e cantar uma vez por semana.  Essa roda de amigos que se reunia para cantar deu certo, e como deu! Após 20 anos, o Grupo Musical da APUFPel  é reconhecido em toda a cidade, com apresentações em igrejas, aniversários, praças públicas e encontro de corais, entre outros  eventos de fora da cidade. Hoje o grupo é formado por 36 pessoas, na maior parte formado por mulheres, que variam entre as idades dos 33 aos 83 anos.

O coro está sob a regência da competente e experiente maestra Vera Vargas, de 57 anos, formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em Música. Atualmente Vera também rege o coral da Apae, da Escola Luis Braille, e o do Instituto  Nossa Senhora da Conceição.

O coral da APUFPel conta um amplo leque de instrumentistas, reunindo as sonoridades do teclado, violinos, tambor, bombo leguero, flauta, pandeiro e agê, entre outros instrumentos.

No seu repertório, o coral costuma tocar músicas religiosas, sambas e música popular brasileira, entre outros gêneros musicais. O coro tem feito apresentações em diversos bairros de Pelotas e outras cidades gaúchas. No ano de 2013, em São Lourenço,  o Grupo Musical da APUFPel recebeu dois troféus no Festival Canta Sul, o primeiro lugar em Coral Instrumental  e o de Maior Número de Componentes Coral.

O grupo foi premiado no festival de coros de São Lourenço

Grupo foi premiado no festival de coros de São Lourenço em 2013

Para o integrante Jorge Brandão Linhares, de 75 anos, professor aposentado pela UFPel,  “as apresentações e os ensaios nos mantém vivos, com disposição para ver que a vida pode sim, ser simples e bela”

Entre suas apresentações de mais destaque, esteve a da Fenadoce em 2013, ano que lhes proporcionou momento de muita emoção, quando o grupo cantou para uma grande número de pessoas. Brandão Linhares destaca como é emocionante vivenciar tudo isso. “Tocar numa festa como a da Fenadoce é um  prazer muito grande. Subir no palco e tocar para minha mulher, meus filhos e meus netos,  isso não tem preço, é muito gratificante”, destaca Brandão.

O grupo se apresentou recentemente nas cidades de Arroio do Padre, Piratini, Pedro Osório e São Lourenço. Prepara-se para uma das apresentações mais importantes do ano, quando participa da Audição de Corais Pelotenses (Acopel), encontro de corais promovido pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel).

O coro está sob a regência da competente e experiente maestra Vera Vargas

O coro está sob a regência da competente e experiente maestra Vera Vargas

Para ingressar no grupo é preciso ser sócio da associação e passar pela avaliação da maestria. Para agendar as apresentações do grupo é preciso enviar um oficio para a direção da APUFPel, que será analisado e repassado para o setor social da entidade. Contato e informações podem ser obtidos na rua Gonçalves Chaves 654 e pelos telefones (53) 3227-1958 e (53) 3225-7917.

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