Cursos de Desenho e Fotografia

– Reportagem de Ananda Danielle de Oliveira Vergara –

Projeto terá aulas em Rio Grande  e convoca artistas para eventos no final do mês –

O projeto Agenda Cultural da Mundo Moinho em parceria com a Co place, em Rio Grande, promove os cursos de Desenho e Fotografia para os interessados de toda a região, a partir de amanhã, dia 14 de junho. Os organizadores também convocam os artistas da região para a 38ª Feira de Artesanato do Rio Grande (Fearg) e a 21ª Feira de Comércio, Indústria e Serviços (Fecis), que ocorrem no final do mês.

O curso de desenho é uma oportunidade para quem quer começar a arte de desenhar com o apoio de ilustradores Foto: Everton Cosme

As aulas são uma oportunidade para quem quer começar a arte de desenhar com o apoio de ilustradores                                                                                                                                                                                                                                                                                           Foto: Everton Cosme

O curso de desenho visa explorar técnicas gráficas e possibilidades de aplicação na prática. Sem necessidade dos alunos terem o domínio da arte de desenhar, as aulas serão oferecidas para o público geral. A intenção do curso é proporcionar a chance das pessoas se expressarem através do desenho, e, com isso, estimular o desenvolvimento gráfico e sensorial de cada participante.

As aulas serão ministradas pelos ilustradores Alisson Affonso, Everton Cosme e Luciano Lima, nos dias 15, 16, 22, 23 e 24 de junho, no período da tarde, das 15h às 17h. Também ocorrem à noite, nos dias 14, 15, 16 e 17, das 19h às 21h30. As inscrições ocorrem somente na Co place, que fica na rua General Câmara, 435, em Rio Grande.

O curso de fotografia, com a fotógrafa Dida Moraes, é oferecido para alunos iniciantes que queiram aprender os recursos para fotografar com qualidade. Serão ensinadas técnicas para melhorar a qualidade das fotografias. Os participantes aprenderão modos de cena e formas de armazenamento e organização das imagens, além dos tamanhos adequados de impressão e tratamento das fotos. As aulas serão no sábado, dia 18 de junho, na Co Place em Rio Grande, às 9h. As inscrições serão feitas no local, no dia anterior ao curso.

MUNDO MOINHO, A CASA DAS ARTES

A Mundo Moinho, em parceria com outras empresas, busca sempre trazer inovações relativas à arte e a cultura na cidade de Rio Grande, contribuindo sempre para manter uma agenda cultural permanente na região. Sua visão é atrair o maior número de artistas para participar dos eventos ocorridos na cidade.

A Coordenadora do Núcleo Literário da Mundo Moinho, Andréia Pires, estará organizando mais um evento na cidade que será realizado junto à 38ª Feira de Artesanato do Rio Grande (Fearg) e a 21ª Feira de Comércio, Indústria e Serviços (Fecis), que tem início dia 30 de junho. A ideia da produtora artística é compartilhar o espaço que terá dentro da feira com os artistas locais, durante os 18 dias de evento, propondo uma interação entre o público e os artistas.

Essa iniciativa trará três projetos ao público, a Estante Coletiva, o Varal Fotográfico e o Varal de Ilustração. Esses projetos servem para incentivar e reunir os autores, ocupando o estande da Produtora na Feira, de modo que todos tenham a mesma condição de exposição dos seus trabalhos. A participação dos artistas será organizada por escala, sendo aberta a todos os interessados.

Durante a exposição, os autores participarão do evento. Os contatos podem ser feitos pelo e-mail contato@mundomoinho.com.br até o dia 17 de junho.

Durante todo o ano, a produtora Mundo Moinho procura estabelecer uma ligação cultural entre o público e os artistas, esse diálogo atrai e aproxima pessoas que não tinham oportunidades de conhecer a cultura local. A inovação artística e o intercâmbio cultural aumentam cada vez mais o conhecimento da população.

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Paixão pelas tradições lusitanas

– Reportagem de Manuela Soares –

Rio-grandina realiza trabalho social ensinando cultura portuguesa –

Anna Dias Lucia Morrison é rio-grandina, graduada no curso de Licenciatura em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e neta de portugueses, fato que a fez aprender muitas das tradições típicas lusitanas, tais como a arte, gastronomia, artesanato, música e a religião.

 

Anna Morrison lançou o seu primeiro livro, A Ilha dos Três Antônios, em 2003 Fotos: Manuela Soares

Anna Morrison lançou seu primeiro livro, A Ilha dos Três Antônios, em 2003, na cidade portuguesa de Águeda                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            Fotos: Manuela Soares

 

Após seu casamento, que ocorreu aos seus 20 anos de idade, Anna mantinha sua dedicação apenas aos assuntos do lar. Com uma vida tranquila, treinava canto e realizava apresentações culturais em clubes, apresentando fados. Usava considerável parte de seu tempo para cozinhar pratos tradicionais da culinária portuguesa. Mas a tranquilidade não durou muito tempo, após sentir uma série de sintomas, Anna foi diagnosticada com câncer de mama.

Edição da revista Décima Ilha Açoriana

Edição da revista Décima Ilha Açoriana

 A doença fez com que Anna fizesse sessões de quimioterapia semanalmente em Porto Alegre. Um dia, quando estava retornando de uma de suas sessões, pediu a Deus que se sobrevivesse iria dedicar parte de sua vida a ajudar os outros. Lendo uma edição do jornal Zero Hora, Anna observou uma reportagem da jornalista, Angela Bastos, sobre os costumes praticados na semana santa na Ilha dos Marinheiros, localizada em Rio Grande. Este momento foi marcante em sua vida, pois foi com isso que Anna, no ano de 1993, iniciou um trabalho social e cultural na Ilha dos Marinheiros.

O trabalho iniciou com a realização de entrevistas com todas as famílias que residem na Ilha dos Marinheiros, no propósito de realizar um resgate dos costumes deixados pelas famílias portuguesas naquela localidade. A entrevistada explica que “muito do que foi deixado na Ilha é típico da cultura portuguesa, alguns exemplos disso seriam as capelas, arcos de romaria, graspa e a gastronomia típica”. Este trabalho deu origem ao primeiro livro de Anna, “A ilha dos três Antônios”, editado e publicado pela gráfica Artipol – Artes tipográficas de Águeda, Portugal, no ano de 2003.

O lançamento do livro foi incentivado pelo governo português e, atualmente, Anna tem mais dois livros sobre cultura que também foram encaminhados a Portugal para serem publicados. São os títulos “Alma Lusa” e “Jogos e brincadeiras da cultura portuguesa”. Com a produção de textos sobre cultura portuguesa para seus livros, Anna também passou a ser uma das colaboradoras da revista Décima Ilha Açoriana, produzida pelo Instituto Cultural Português, de Porto Alegre.

Anna no seminário “Atividades associativas, desafios e sugestões no associativismo da diáspora” como diretora cultural do Centro Português Rio Grande no Encontro das Comunidades Portuguesas e Luso-descendentes do Cone Sul, que aconteceu na Casa de Portugal de Porto Alegre.

Anna esteve no Encontro das Comunidades Portuguesas e Luso-Descentes do Cone Sul,  como diretora cultural do Centro Português Rio Grande,  na capital

Além da escrita, Anna criou um projeto social na qual ela realiza aulas de cultura portuguesa nas escolas Dolores Garcia e Renascer de Rio Grande. Nas aulas, leva artigos portugueses para as crianças conhecerem, explica a questão da colonização portuguesa no município e ainda mostra a importância das origens e o quanto elas interferem em nossas vidas. Após diversos professores terem conhecimento sobre seu trabalho, Anna foi convidada a realizar uma aula especial na Escola Álvares de Azevedo, que atende apenas estudantes cegos. Na aula levou trajes típicos da região portuguesa do Minho para que os alunos pudessem tocar e sentir o relevo das costuras nos tecidos e ter a oportunidade de adquirir conhecimentos sobre esta cultura.

Outro trabalho social e cultural que Anna realiza em benefício da comunidade é a realização de oficinas que mostram como podem ser de confeccionadas Marafonas, bonecas típicas, originárias da região portuguesa do Alentejo, que são realizadas a partir de práticas utilizadas por artesãs portuguesas. Nestas oficinas, Anna sempre salienta que “portuguesas confeccionavam estas bonecas para celebrar a fertilidade e a felicidade conjugal e que a tradição também advém da festividade das cruzes, que é realizada em Portugal no dia 3 de maio”. As oficinas já foram efetuadas em Encontros das Comunidades Portuguesas e Luso Descendentes do Cone Sul, no clube Centro Português Rio Grande e em parceria com a Secretaria de Cultura de Rio Grande, com o intuito de ensinar práticas artesãs da cultura portuguesa e mostrar o artesanato como uma fonte alternativa de geração de renda.

Em relação ao incentivo financeiro para desenvolver seus trabalhos, Anna conta que sempre foi em busca, mas que “é muito difícil e na maioria das vezes não teve êxito em suas tentativas, mas se mantém perseverante e não desiste”.

Sobre a questão política, acredita que “o Estado necessita incentivar a profissionalização da cultura” e conta que sua grande inspiração é o prefeito da cidade portuguesa Águeda, Gil Nadais, que “tem uma proposta diferenciada, mostrando a arte e cultura portuguesa por todos os lados da cidade, motivando o turismo e o desenvolvimento econômico”.

Anna participando do lançamento da revista “Viva mais Cultura” da Secretaria de Cultura de Rio Grande, ao seu lado o prefeito de Águeda, Gil Nadais

Anna participou do lançamento da revista Viva mais Cultura, da Secretaria de Cultura de Rio Grande, ao seu lado o prefeito de Águeda, Gil Nadais

No ano de 2016, Anna continua com todos os seus projetos em andamento e permanece trabalhando voluntariamente para a valorização e o aprendizado da cultura em Rio Grande contabilizando 33 anos de trabalho com a disseminação de conhecimentos e pesquisa sobre a cultura portuguesa. Em seu mais novo projeto, Anna trabalha com os Centros de Tradições Gaúchas (CTG) Sentinela e Farroupilha mostrando as contribuições fornecidas pela cultura portuguesa para a criação da cultura gaúcha, a semelhança entre as danças, costumes e trajes.

Uma frase que a entrevistada deixa de incentivo para as pessoas que também trabalham com cultura é “o trabalho é bem difícil, mas vale muito a pena, pois isso é o que deixamos para contribuir com o conhecimento das futuras gerações”.

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Coletivo valoriza negritude

– Reportagem de Paulo Renato Ienczak –

O Centro Cultural Marrabenta inspira-se na música e dança de Moçambique –

O Centro Cultural Marrabenta surgiu a partir da vivência de um dos seus fundadores, Vinicius Britto Moraes, que passou um período de cinco meses em Moçambique. No seu retorno para o Brasil foi logo tratando de reunir pessoas envolvidas com o movimento negro e produção cultural negra, para assim viabilizar a criação de um coletivo, um centro cultural, em contato direto com o país que ele havia conhecido e pelo qual havia se encantado. A comunicação foi facilitada pelo fato de Moçambique ter também o português como linguagem oficial, por ser tratar de uma ex-colônia de Portugal, assim como o Brasil. Marrabenta é um gênero musical e um estilo de dança muito tradicional em Moçambique.

Marrabenta compartilha seu espaço e dá suporte para diversas causas                                          Fotos: Divulgação

No dia 21 de março, foi inaugurado o espaço cultural, exatamente na esquina das ruas Coronel Alberto Rosa com Três de Maio, na zona central de Pelotas, mas já quase no Porto. Entre coordenadores, colaboradores e realizadores são quase 20 pessoas trabalhando para que o espaço funcione. A maioria divide seu tempo com outras atividades profissionais, estudantis e familiares. A verdade é que a experiência de se trabalhar em conjunto por uma causa em comum exige uma relação de confiança, e então o grupo de trabalho acaba também se tornando a segunda família daqueles que ali convivem.

Marielda Barcelos Medeiros, 50 anos, professora, coordenadora do coletivo Marrabenta e militante do movimento negro desde os 14 anos, leva sua filha para muitas das atividades desenvolvidas no local. Marielda possibilita, assim, que sua filha tenha a mesma vivência que ela, envolvida desde cedo com os movimentos sociais negros. Entre as diversas parcerias com outros coletivos e movimentos, o Marrabenta cede o seu espaço e dá suporte para eventos de diversas causas. O foco de suas atividades semanais se mantém na produção e discussão da cultura negra. “O espaço se propõe a trabalhar pra essa cultura que é tão desvalorizada, e que às vezes chega pra gente de maneira distorcida, então o compromisso do espaço é estar mesmo trabalhando com essa questão da cultura negra”, ressalta a coordenadora.

Nas terças-feiras, ocorre a Terça do Improviso, evento em parceria com o movimento Hip Hop local. Promove improvisação de rimas, poesias, debates e o encontro dos diversos poetas e admiradores da palavra improvisada, e da poesia livre. Ocorre em algumas quartas feiras à noite também a Rap Session, promovido pelo Dasmina, um coletivo composto por mulheres, visando a promoção da cultura, o debate do feminismo e o combate do machismo dentro do movimento Hip Hop. Também nas quartas-feiras ocorre o Black Cine, um clube de cinema com a temática exclusiva do cinema negro, que aborda temas como a experiência do negro na sociedade, sua história e cultura, bem como o cinema produzido no continente africano.

Todas as quintas-feiras no Marrabenta ocorrem os encontros do Grupo de estudos de Filosofia Africana, buscando o conhecimento e aprofundamento do pensamento do continente negro no contexto global.

Nas sextas, para começar bem o final de semana, sempre tem muita música com o Marrablues, sendo o Blues um dos pilares da música negra estadunidense, e símbolo da resistência negra no mundo.

Além das atividades periódicas no Marrabenta, existem muitas outras atividades paralelas. Há também a promoção de eventos nos bairros- o MarraVila- visando atingir a população periférica e a comunidade negra de Pelotas, que na sua maioria vive afastada do centro e da zona das universidades. Em Pelotas, muitos que vêm de fora nunca chegam a (re)conhecer a sua comunidade negra, que carece de iniciativas culturais.

A violência em Pelotas está presente tanto no Centro quanto nos outros bairros, de diferentes formas. A cultura é uma maneira de discutir essa realidade social em que o problema da criminalidade está diretamente ligado à desigualdade social e ao racismo. Todos nós sonhamos com um mundo melhor, com menos desigualdade e violência, e com mais música, mais consciência, mais cultura. Por essa causa também luta e resiste o Marrabenta, que dois meses depois de sua inauguração já contabiliza dois arrombamentos, que dificultam ainda mais o equilíbrio das contas e o pagamento do aluguel do espaço. No entanto, já conta também com dezenas de encontros, apresentações, rodas de conversa e eventos bem-sucedidos, além de muitos corações tocados e mentes modificadas.

Que esses dois meses se tornem dois anos, duas décadas, e que esse lindo trabalho acabe marcando a história do movimento negro em Pelotas. E que o futuro seja mais ameno.

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 Excelente texto, ótimo de ler.

Marina Fonseca Silveira

 

 

Poesia de Lobo da Costa em foco

– Reportagem de Patrícia Tanaka –

Houve música, dança e gastronomia no I Sarau Dedo de Moça –

Foto Patrícia Tanaka

Luiza fez uma performance de dança do ventre

O atelier gastronômico Dedo de Moça organizou o seu primeiro sarau que aconteceu no dia 21 de maio. A ideia de Izabel Brum, proprietária do bistrô e criadora do evento, era de reunir várias expressões artísticas em seu espaço. Os artistas podiam se inscrever gratuitamente para fazer as suas performances. O tema principal foi o poeta e jornalista pelotense Lobo Da Costa.
Poesias de vários poetas foram distribuídas e lidas em voz alta. Um varal de poesias de Lobo da Costa foi montado para inspirar as pessoas. Aline distribuiu poesias, e fez a leitura oral para os presentes.

Após a leitura dos poemas, as pessoas se dirigiram para dentro do bistrô para degustar as delícias  vendidas. No cardápio opções invernais, como sopa, chás e brownies de chocolate.

 

 

Um varal de poesias e performances homenagearam o poeta pelotense

Um varal de poesias e apresentações homenagearam o poeta pelotense – Fotos de Patrícia Tanaka

Quem foi Lobo da Costa?

Francisco Lobo da Costa – (Pelotas 1853-1888), que dá nome a uma das principais ruas do bairro Centro de Pelotas, foi um poeta, jornalista e teatrólogo brasileiro. É um dos autores mais expressivos do movimento romântico na literatura gaúcha.
A obra poética de Lobo da Costa foi publicada em jornais, em especial Eco do Sul, Diário de Pelotas e Progresso Literário. Alguns de seus poemas mais conhecidos são: “Isabel”, “Fragmento”, “Sombras e Sonhos”, “Amor”, “Melodias”, “Aquele Ranchinho”, “Os Romeiros da Morte” e “Adeus”.

No sarau, houve uma performance com a apresentação da poesia “A última confissão de Eugenia Câmara”.

A última confissão de Eugenia Câmara

O padre era um tipo venerado,
Mais pálido que o mármore de Carrara;
Tinha os olhos no chão – O seio arfando.

Deserto estava o templo, porém quando
A voz do sacerdote se escutara,
Abriu-se a porta da secreta ara
E um arcanjo de luz passou chorando.

– Crê em Deus, minha filha? – Eu o idolatro.
– De que se acusa, que pecado há feito?
– Meu padre, perdoai-me, eu tenho quatro.

– Credo em cruz! – brada o velho, a mão no peito.
– Amo a glória, o prazer, amo ao teatro,
E Castro Alves morreu por meu respeito.

Serviço:  O atelier gastronômico Dedo de Moça fica na Rua Gonçalves Chaves, n: 3285a, funciona de segunda a sábado das 11:30 às 18:30.

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Orquestra prima pelo repertório

– Reportagem de Rafael Duval Pinto –

Grupo de Teutônia fez apresentação dia 7 de maio no aniversário da APUFPel –

 A Associação dos Aposentados e Pensionistas da Associação dos Aposentados e Pensionistas da UFPel (APUFpel) comemorou o seu aniversário de 21 anos no dia 7 de maio. O evento foi realizado no Clube Diamantinos. Centenas de pessoas, entre elas, associados, familiares e não sócios prestigiaram a celebração, que teve como principal atração a Orquestra de Teutônia, lotando as dependências do local. Nesta noite, programada para grandes emoções, também foram vistas as coreografias do grupo de dança da APUFpel, entre outras apresentações. Após o jantar, iniciou o show mais esperado da noite, sob o comando do maestro Astor Jair Dalferth. Os músicos começaram cantando o “Parabéns para Você”, com a participação do público, que continuou a vibrar com o repertório diversificado.

Sob o comando do maestro Astor Jair Dalferth a Orquestra inclui no seu repertório música popular, jazz, rock e pop rock.

Sob comando do maestro Astor Jair Dalferth, Orquestra tem no repertório música popular, jazz, rock e pop rock

 A Orquestra de Teutônia, como o nome diz, nasceu como uma conjunto municipal, que remete a denominação da cidade natal. Criada em 1983, logo após a emancipação político-administrativa de Teutônia, contou inicialmente com 13 músicos, que se encontravam semanalmente, sob a coordenação do professor Airton Grave. Tinha como função principal levar a música instrumental para festas comunitárias e outros eventos socioculturais.

 O maestro Astor Jair Dalferth é músico, compositor e arranjador. Possui graduação em Música pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). Rege a orquestra desde 1989. A ideia de formar o grupo nasceu através de um sonho pessoal, compartilhado por todos os integrantes. Sendo uma pessoa motivadora, disciplinada e inovadora, o maestro foi um dos responsáveis diretos pela introdução de coreografias nas orquestras onde trabalha, pois, segundo sua visão, “a música popular é movimento, é fazer música para todos os sentidos do ser humano”.

Na sua primeira formação, em 1983, a Orquestra contava com somente 13 integrantes

Na sua primeira formação, a Orquestra contava com somente 13 integrantes

Inspirada nas grandes orquestras de Glenn Miller, Ray Conniff, James Last e Perez Prado, tem um grande diferencial: o balanço brasileiro que proporciona um espetáculo diferenciado, moderno e inovador. Com uma apresentação que dura aproximadamente 90 minutos, inclui no seu repertório música popular, jazz, rock e pop rock. Com o passar dos anos esse destaque fez com que a orquestra deixasse um pouco sua cidade para tocar em outras partes do Estado, do País e do mundo.

 Atualmente, o conjunto conta com 24 músicos, todos profissionais, mais da metade com formação universitária em Música. O grupo é distribuído em naipes (saxofone, trompetes, trombones, teclados, guitarra, baixo elétrico, bateria, percussão e vocais).   A idade dos integrantes está entre 24 a 58 anos. A Orquestra de Teutônia é conhecida no sul do Brasil pelo seu repertório sempre atualizado, pela vibração, energia e balanço impostos pelos instrumentistas, que fazem o público vibrar, dançar e se emocionar. Segundo o maestro, quando surge uma vaga, é feito um processo seletivo, no qual há treinamentos que duram três meses, compostos de ensaios intensos, para depois ser feita uma avaliação para saber se a pessoa está apta para entrar na Orquestra.

 Devido a toda sua versatilidade, a Orquestra foi premiada em várias ocasiões, sendo os dois prêmios mais importantes, os conquistados na Europa, em 1997 e 2000, no festival internacional da cidade alemã de Grimma. Foi destacada em 1997 na categoria Orquestras de Sopro, concorrendo com mais de 25 grupos europeus. A sua participação ocorreu graças à parceria com o MINC (Ministério da Cultura), que concedeu 12 passagens aéreas. Em 2000, participou do 4º Festival Internacional de Música de Grimma, na categoria Orquestras Estrangeiras, quando mais uma vez conquistou o primeiro lugar, concorrendo com orquestras do Japão, Iugoslávia, Hungria, Polônia, Holanda, Chechênia e República Tcheca. Novamente a Orquestra contou com o apoio do MINC, que concedeu 14 passagens aéreas.

 No final do baile, a Orquestra foi muita ovacionada pela plateia, que pediu bis. Ao encerrar, o maestro em nome da orquestra agradeceu o convite e prometeu vir mais vezes à nossa cidade. Após a apresentação, a festa ficou por conta do DJ Vinícius Marques que animou o público por mais algumas horas. Para contratar a orquestra os interessados devem manter contato pelo site da orquestra , ou pelos telefones (51) 3762.1045  e (51) 9995.2314.

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Luar agitou o feriado

– Reportagem de Luis Otavio Schebek  e Gislene Farion – 

Evento ocupou quadra da rua Três de Maio, em frente à Praça Conselheiro Maciel –

O público prestigiou o evento na Praça

Cerca de três mil pessoas compareceram no evento, que começou às 13h e terminou às 22h

Já se tornaram comuns em Pelotas promoções reunindo muita gente na rua. Pelo menos uma vez por mês alguém se propõe a lotar alguma localidade da cidade com atrações culturais, e desta vez não foi diferente.

No feriado do dia 26 de Maio, o Luar de Baker Street ocupou uma quadra da rua Três de Maio, em frente à Praça Conselheiro Maciel, onde fica o campus do Direito da Universidade Federal de Pelotas. O evento foi realizado em conjunto por dois bares locais, o Bar da Lua e o Sherlock PUB, contando com a presença de diversos expositores, como lojas de roupas, artesanato, barbearia e tatuadores, sem contar com o som garantido por DJs como DJ Magreen e Marcelo Souza (Rocka Rolla), fechando com o som da banda The Woods.

Os organizadores contam que a ideia surgiu após os dois bares realizarem eventos de rua próprios, sendo que o St Patricks é realizado pelo Sherlock PUB e o PRA RUA, pelo Bar da Lua. Ao notarem que tinham um público em comum, os bares resolveram organizar em conjunto o Luar. A ideia foi, além de ocupar a Três de Maio, utilizar o espaço da Praça Conselheiro Maciel, para que as pessoas usufruíssem do ambiente agradável daquele espaço público. E assim foi colocada a tenda para a programação musical no centro e as outras atrações em seu entorno. As bancas que serviam os alimentos e os chopes ficaram na rua, precavendo-se para não poluir o local.

A estimativa de público girou em torno de três mil pessoas durante todo o evento, que começou às 13h e terminou as 22h. A receptividade foi muito positiva, com as diferentes atrações e a variedade de chopes artesanais com preços que agradavam a todos os bolsos. Isso foi somado ao clima de descontração e ao frio ameno.

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Mostra revisita obra de Gotuzzo

– Reportagem de Carina dos Reis e Lucas Pereira –

Museu de Artes  comemora 30 anos em grande estilo com exposições e encontros –

Abriram no dia 18 de maio as comemorações do trigésimo aniversário do Museu de Artes Leopoldo Gotuzzo (MALG),  vinculado à Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Nas comemorações, serão realizados ciclos de palestras e exposições referentes à vida e obra do pintor homônimo.

Segundo Juliana Angeli, diretora do Museu, festejar o aniversário com esta programação, é celebrar a arte. “Nós planejamos marcar a data do aniversário de uma forma, e comemoramos de uma maneira totalmente diferente”.

Quebra-cabeças homenageIa a obra do artista pelotense

Quebra-cabeças homenageIa a obra do artista pelotense

A data de aniversário ocorre só em novembro, porém Juliana explica que foi montada uma logística enorme pra lembrar em longo prazo um dos mais importantes museus de Pelotas. “Nós montamos além das exposições aqui no Museu, um ciclo de palestras que ocorreram no início de maio durante todo o sábado. As palestras aconteceram de forma gratuita, no salão de atos do Centro de Artes, e propiciaram certificados aos ouvintes”.

O museu faz exposições frequentes

Segundo a diretora do museu, não é somente durante aniversário que as exposições tomam conta da galeria “Nós, além de ganharmos destaque durante o aniversário do MALG, promovemos exposições especiais em vários momentos, como a Primavera dos Museus, a Semana dos Museus e a Semana do Patrimônio. Fizemos diversos eventos no ano todo, juntamente com os cursos de Artes Visuais, de Museologia e a Sociedade de Amigos do Museu (SAMALG)”.

Exposição

As programações em comemoração aos 30 anos do MALG trouxeram 17 artistas de diversas partes do País para fazerem releituras ou obras relacionadas à obra de Leopoldo Gotuzzo. Questionada sobre como foi feita a seleção desses artistas, Juliana explica que todos eles, independentemente da localidade, têm laços com Gotuzzo. “Nós escolhemos a dedo os artistas, pois todos eles deveriam estar ligados ao Museu. Alguns eram alunos da UFPel, outros são influenciados pela obra de Gotuzzo, pintaram ou deram ideias para os quadros dele”

O acervo de “Gotuzzos” é enorme, tanto que não deu para expor em um único momento. “Temos diversas obras de Gotuzzo aqui dentro, em breve renovaremos o acervo do museu”, explicou Juliana. Dentre as obras, destacam-se as clássicas do artista, e também as releituras, como o quebra-cabeças que faz o visitante repensar as obras do pintor. Para quem quer visitar Gotuzzo, o MALG fica aberto de segunda a sábado das 10h às 20h, e no domingo das 13h às 18h. O espaço fica na rua General Osório, número 725, bairro Centro de Pelotas.

Veja o vídeo produzido pelo Programa Galeria.

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Rio Grande tem novo espaço cultural

– Reportagem de Etienne de Castro Farias –

A cantora Luciana Lima criou um local para artistas debaterem e trocarem ideias –

A cidade do Rio Grande tem atualmente 200 mil habitantes e é considerada o berço de muitos artistas independentes. No entanto, há alguns anos não havia manifestação cultural por parte daqueles que têm o papel de fazer a arte ser sentida, respirada e vivida em uma cidade.

Em fevereiro de 2015, a cantora e compositora Luciana Lima alugou uma casa para que que os artistas locais tivessem um espaço para debater e trocar ideias sobre a cultura em geral. Por estar inserida na parte da música, houve uma dificuldade inicial de reunir os artistas das mais diversas áreas. Foi então que nasceu o projeto Arte na Praça, evento que ocorre aos finais de semana, com data previamente marcada, e é aberto para todo e qualquer artista que queira expor o seu trabalho. Além de abrir horizontes para os talentos locais, o evento cumpre o seu objetivo ao se tornar um evento público e com autonomia total, no qual a troca de conhecimentos é o grande filão.

 

Wesley Conrado e Luciana Lima coordenam o projeto cultural

Wesley Conrado e Luciana Lima coordenam o projeto voltado às artes e atividades culturais

Foi realizando estes eventos que Luciana conheceu e se aproximou de outros artistas rio-grandinos, isto era o que ela precisava para idealizar o projeto Clube do Autoconhecimento, na Casa das Primaveras – como é carinhosamente chamada pelos frequentadores.Foram nestes eventos que Luciana ganhou um grande parceiro para tirar a ideia da cabeça e colocá-los na prática, Wesley Conrado. Os dois já se conheciam e tinham pensamentos muito parecidos, o que facilitou o convívio e a execução do projeto.

O Clube do Autoconhecimento  

Segundo a responsável pelo Clube, ele nasceu através das inquietações pessoais sobre como melhorar o mundo, no entanto, foi percebido que o necessário era fazer uma mudança interna, mas como realizar essa mudança de hábitos tão enraizados? Nada melhor do que ter como base para se autoconhecer a arte e a cultura e buscar outras pessoas que também estejam atrás desta mudança.

O Clube conta atualmente com 25 associados, que pagam um valor único de R$ 50,00 e têm desconto nas oficinas e acesso à biblioteca da Casa das Primaveras. Entre os cursos e palestras disponibilizados por diversos artistas, mediante fechamento de turma, estão: compostagem, vegetarianismo – pela saúde, pelos animais e pelo planeta; gastronomia vegetariana, canto terapia, improviso teatral, desenvolvimento do senso corporal, desenvolvendo seu potencial – clownesco (linguagem dos palhaços), desmascarando EU – Duke de Orleans (oficina de confecção de máscaras de cerâmica), criação de poesia, meditação sonora, street art, yoga, estudos budistas, confecção de mandalas, filtro dos sonhos e olho da deusa.

A joia do Clube é uma semente de dente de leão, planta que tem as suas sementes espalhadas com o vento, e a ideia é exatamente essa. “Tu vens, participas da oficina e podes levar isso para a tua casa, para os teus amigos, tu te transformas em uma semente de dente de leão e tu vais espalhar essas ideias por onde tu andares também. Se tu fores um solo fértil, tu vais gerar mais sementes”, explica Luciana. A casa fica aberta das 10h às 21h e qualquer pessoa, de qualquer idade, pode associar-se.

O projeto do Clube do Autoconhecimento foi encaminhado à Secretaria Municipal de Educação, com o objetivo de levar esta experiência aos professores da rede pública e disseminá-la entre os estudantes. No entanto, houve uma troca de comando do órgão municipal, o que dificultou o andamento do projeto, portanto, até o fechamento da matéria, o grupo não tinha uma resposta sobre a proposta.

Além disso, o projeto também foi encaminhado à Secretaria de Cidadania e Assistência Social. A ideia segundo Wesley, é de que o clube funcione de forma itinerante dentro dos cinco Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), de Rio Grande, e da ala feminina da Penitenciária Estadual do Rio Grande (PERG). “O Clube não é necessariamente a casa, e sim a ideia em si, ele pode ir pra qualquer lugar, ele pode ir pra onde a pessoa que tem o conhecimento quiser levar”, afirmou Conrado.

Quem quiser conhecer um pouco mais sobre o clube pode visitá-lo em Rio Grande, na Rua Andradas, 395, ou ainda pode visitar a fanpage no Facebook.

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Fenadoce celebra 30 anos

– Reportagem de Michel Corvello Martins – 

O evento  recebe em Pelotas centenas de milhares de pessoas de várias regiões –

 

Foram recebidas 295 mil pessoas em 19 dias de evento no ano passado Foto: Marcel Ávila/Prefeitura de Pelotas

 Foram recebidas 295 mil pessoas em 19 dias de evento no ano passado                                                      Foto: Marcel Ávila/Prefeitura de Pelotas

 

Até o dia 12 de junho acontece a Feira Nacional do Doce, a Fenadoce, que teve início no dia 25 de maio em Pelotas. O evento simboliza um momento muito importante na região. Além disso, esta edição é especial, pois o evento completa três décadas de existência.

 A Fenadoce recebe centenas de milhares de pessoas anualmente. No último ano, foram recebidas 295 mil pessoas em 19 dias de evento. Também foram comercializados 2,3 milhões de doces, agregando valores significativos à economia e o turismo da cidade.

Segundo pesquisa exibida na feira em 2015 pelo curso de Turismo da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), 60% do público visitante é pelotense e 40% são turistas vindos de outras cidades do Rio Grande do Sul e fora dele. A pesquisa mostrou também que 95% dos turistas pretendiam voltar para o evento em 2016.

Neste ano, o ingresso custa oito reais e o estacionamento dez, ambos de segunda à sexta-feira. Aos sábados, domingos e feriados o ingresso é dez reais e o estacionamento 13. A feira abre das 14h às 23h, de segunda a sexta, e das 10h às 23h, nos demais dias, incluindo feriados. O preço do doce é 3,25 reais. O controle de autenticidade é feito pelo selo concebido pela Associação dos Produtores de Doces de Pelotas, ou seja, os doces possuem procedência garantida, além de serem populares pelos seus sabores adoráveis.

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O sentido dos cursos de cinema

– Reportagem de Calvin Cousin e Gabriela Schander – 

Uma conversa sobre a produção técnica e cultural nas formações em audiovisual –

 

A Universidade Federal de Pelotas (UFpel) tem a distinção de ser a única universidade federal no Rio Grande do Sul com um curso em Cinema e Audiovisual e uma das únicas no País com o curso de Cinema de Animação. A primeira experiência da instituição com um bacharelado voltado para a sétima arte se deu em 2007, com a fundação do curso de Cinema e Animação, que posteriormente foi dividido em graduações distintas, conforme relata a coordenadora dos cursos, a professora Carla Schneider: “Descobriu-se que o perfil do aluno que quer fazer cinema live-action, com atores, é muito diferente do de quem quer fazer cinema de animação. Então, o curso de Cinema e Animação foi extinto e, em 2010, abrimos Cinema de Animação e, no ano seguinte, Cinema e Audiovisual. São formações muito específicas”.

Carla Schneider: coordenadora dos cursos de cinema da UFPel

Dialogando constantemente com o corpo estudantil, os responsáveis pelo funcionamento dos cursos buscam atualizar aspectos do currículo a cada dois ou três anos, assim como ressaltar a necessidade e importância de um maquinário de boa qualidade para a formação dos alunos. “No momento que dá um problema aqui, tudo para de funcionar, pois sem equipamento não tem como ensinar”, descreve Carla. Para tanto, uma disciplina de Operação de Equipamentos Audiovisuais é obrigatória para os alunos do primeiro semestre de Audiovisual, com o intuito de preservar e orientar o uso do material disponível. A disciplina faz parte da proposta pedagógica de horizontalidade que os cursos propõem.

A horizontalidade integra disciplinas que apresentam alguma relação em cada semestre com o intuito de conseguir dos alunos um produto cinematográfico coeso e bem elaborado. No curso de Cinema e Audiovisual, os estudantes produzem, em média, um material por semestre, inclusive no primeiro, algo que não acontece em Animação. Através de relatos das turmas, professores do curso perceberam que pedir um trabalho de maior duração para ingressantes seria algo além da conta, então o que é solicitado é um pencil test, mais curto, que costuma durar trinta segundos.

Para obter a graduação em Audiovisual na UFPel, os alunos necessitam um produto final, que corresponde ao trabalho de conclusão de curso. A graduanda Júlia de Moura, matriculada no sétimo semestre, contou um pouco sobre sua produção: o longa-metragem “Despedida”.

O primeiro longa produzido por uma equipe de alunos da universidade promete mostrar o lado sensível, poético e subjetivo das relações humanas. O enredo envolve Sofia, uma mulher que retorna à casa distante que morou durante sua infância depois da morte do pai. Por meio desse retorno, a personagem entra em conflitos internos e, então, acontece uma simbiose simbólica entre a Sofia adulta e a criança. O filme é sobre as várias despedidas que as pessoas vivenciam interiormente e as inúmeras questões que cercam nossa existência e que podem ser reveladas por meio da interferência do ambiente em que nos encontramos. Com roteiro e direção de Júlia de Moura, direção de fotografia de Juliana Pancinha, direção de produção de Mateus Armas e direção de som de Gabriel Blaas, o longa atualmente se encontra em fase de pré-produção e tem previsão de lançamento para setembro desse ano.

Sobre a produção de um filme na universidade, Júlia contou que as adversidades enfrentadas em uma produção feita por estudantes, muitas vezes, tangem problemas financeiros. A casa encontrada para locação de filmagem é em Santa Maria, e isso “já demanda gastos com deslocamento, alimentação, etc. Além disso, mobiliar uma casa vazia conforme o roteiro é bem difícil, levando em consideração o baixo orçamento, já que não existe nenhum apoio financeiro da universidade”, afirma a estudante.

Essas questões, porém, foram sendo conversadas ao longo da fase de pré-produção e resolvidas conforme as demandas. Nessa fase também aconteceram as decisões prévias de direção e direção de arte e fotografia, além de decupagens e escolha de elenco. Júlia afirma que esse “é um período bem extenso, de escolhas e de conseguir tudo que de fato vai precisar durante a produção. É bastante chato, mas é quando colocamos a mão-na-massa para conseguir todo o material necessário para produzir o filme”.

Cena do filme "Despedida": lançamento previsto para setembro

Cena do filme “Despedida”: lançamento previsto para setembro

Já na fase de produção, quando o produto foi gravado, as decupagens já estavam prontas com todos os planos e os cronogramas estabelecidos. Nessa fase, a ideia de fazer um curta-metragem se transformou na preparação de um longa, para que a história não fosse cortada e ficasse com lacunas. A última parte, mais longa e trabalhosa, foi a da pós-produção, período de montagem, correção de cor e efeitos especiais.

Quando questionada sobre a visibilidade que os curtas e longas produzidos pelos alunos da universidade têm, Júlia é categórica: “poderia ser melhor”. Ela menciona a Lei do Curta, estabelecida pela Lei Federal 6.281 de dezembro de 1975, que estabelece a obrigatoriedade de exibição de um curta-metragem nacional antes de qualquer longa-metragem estrangeiro. A lei, contudo, não é cumprida, o que torna a produção universitária mais desvalorizada, visto que a produção desse tipo de material tem vida curta e são difíceis de distribuir em território nacional.

Apesar das dificuldades, na UFPel existe o projeto do Cine UFPel, um espaço conquistado pelos cursos. A proposta do projeto é a de trazer filmes sensíveis e humanos, de preferência nacionais e com apresentação de curtas antes de sua exibição.

A coordenadora Carla aponta uma série de dificuldades para a manutenção dos cursos, eis que, tendo em vista o contexto econômico e político do país, esses estão recebendo uma cota de 25% do valor recebido em 2015. Todos os recursos recebidos, sejam para eventos ou para compra de material, se dão através dos editais que a universidade propõe e isso acarreta na impossibilidade de abrir um acervo, como uma videoteca, para que as pessoas tenham acesso a toda a produção cinematográfica da instituição. Ainda assim, Carla conta que o material encontra outros meios de chegar ao público: “O que se consegue agora é disponibilizar num portfólio online, mesmo que os materiais disponíveis não sejam os mais recentes, pois os alunos geralmente assinam um termo de direitos que resguarda um ano de ineditismo do trabalho feito. Nesse período, eles optam por circular pelos festivais.”

Apesar das dificuldades, a professora acredita que os cursos já causam impacto na região, com a inclusão de alunos trabalhando com o audiovisual nas campanhas políticas, por exemplo. Ela salienta o papel da universidade no ato de fazer cinema e o papel do cinema no cotidiano: “Estamos em uma época muito audiovisual, de muita produção. Fazer cinema é transformar pensamento em imagem. Temos a função de fazer as pessoas verem a profundidade que um filme pode ter, além do entretenimento: a possibilidade de tocar o público com a questão que apresenta. É uma experiência bem forte se quisermos levar a sério”.

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Sucesso!

Rosa Elaine Gonçalves