Vitor Ramil lança disco “Campos Neutrais”

Músico fala de sonho e realidade ao tratar de encontros culturais na região

Douglas Dutra

O último álbum de inéditas de Vitor Ramil foi “SatolepSambatown”, de 2007. Em 2010, lançou “Délibáb”, com versões musicadas de poemas de Jorge Luís Borges e João da Cunha Vargas, e, em 2013, revisou sua obra no disco duplo e songbookFoi no Mês Que Vem”.

Agora, Vitor Ramil volta com o disco “Campos Neutrais”, com 15 canções inéditas. Com mais de uma hora de duração. Vitor compensa os dez anos sem músicas inéditas e nos brinda com seu lirismo.

Segundo o próprio Ramil, o título Campos Neutrais é inspirado na zona neutra que atravessava o Rio Grande do Sul no século XVIII, separando as partes espanholas e portuguesas e gerando uma área de mescla cultural e humana.

É mimetizando essa mescla que Vitor Ramil faz seu álbum. Gravado em Porto Alegre, “Campos Neutrais” junta talentos do norte e do sul do Brasil e da Argentina.

Vitor nos brinda com sua poesia em novo disco       Foto: Marcelo Gonçalves

Além das composições autorais, o disco conta com parcerias de Chico César, Zeca Baleiro, Joãozinho Gomes e GutchaRamil, sobrinha de Vitor. O álbum também conta versões de Bob Dylan, António Botto e Xöel Lopes, e poema de Angélica Freitas musicado pelo Vitor.

“Campos Neutrais” tem participações de violonista Carlos Moscardini e do guitarrista gaúcho Felipe Zancanaro. A percussão fica por conta de Santiago Vazquez e os metais foram arranjados por Vagner Cunha e executados pelo Quinteto Porto Alegre, da OSPA.

Campos Neutrais pode ser ouvido no Spotify e no Youtube.

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Gilberto Gil: maestria e simplicidade em um só artista

 

Cantor e compositor encantou os fãs no Theatro Guarany, em Pelotas

Rayane Lacerda

     Sábado, dia 21 de outubro, Pelotas recebeu um dos maiores músicos brasileiros no palco do Theatro Guarany. Gilberto Gil encantou o público com a sua simplicidade, energia e com o seu talento para dar vida à música. O show fascinou a plateia do teatro lotado. Os fãs aplaudiram o artista ao final de cada interpretação.

Em uma exibição de voz e violão, ele demonstrou a vivacidade que ainda carrega aos 75 anos de idade, apresentando uma bela escolha de músicas e trocando diversas conversas e interações com o público. A professora Gabriela Nogueira, 46, conta que prestigiou a coletânea escolhida: “Em relação ao repertório eu gostei bastante. A maioria das músicas a gente conhece, canta junto, acompanha. São músicas de sucesso. Claro, uma e outra – não sei se são novas – eu não conhecia a letra, mas também é uma forma de divulgar o trabalho”.

Contar as histórias que deram origem às obras musicais é uma característica da própria Música Popular Brasileira (MPB) e que faz parte das apresentações de Gilberto Gil. A cada composição com uma origem interessante ou com a presença de outras figuras brasileiras – como Gal Costa, Maria Bethânia e João Donato –, ele compartilhava com o público e contava o contexto de cada canção. Entre as músicas tocadas, pode-se citar: A paz, Andar com fé, Esperando na janela, Toda menina baiana, Não chores mais (No woman, no cry) e Preciso aprender a só ser. Além disso, canções como Drão e Esotérico, pedidas no início do show, nas manifestações do público, também compuseram a seleção. Para mais, ao cantar A novidade, Gilberto foi capaz de despertar o senso crítico da plateia, que iniciou um intenso coral de vozes que pediam “Fora, Temer!”.

Com um público diversificado, entre crianças, jovens e adultos, a presença de grandes fãs contribuiu para um auditório que demonstrou felicidade ao presenciar o trabalho de Gil. “Eu acompanho a trajetória do Gilberto Gil já faz algum tempo. Eu gosto de Música Popular Brasileira e de todos dessa geração – Gil, Caetano, Bethânia, Gal Costa, Chico Buarque. São cantores que marcaram uma época e se identificam com a minha geração. Então, acompanho o trabalho dele desde que eu me conheço por gente”, conta Gabriela Nogueira.

Sobre o show como um todo, Gabriela afirma que superou as suas expectativas: “Me surpreendeu positivamente. Eu imaginava ter outras pessoas, outros músicos acompanhando o Gilberto Gil. Foi um show de voz e violão com uma excelente qualidade. Nunca tinha visto ele ao vivo e achei um cara tranquilo, simples e cativante. Ele envolve o público”.

Após finalizar o espetáculo, Gil some da vista do público em direção aos bastidores em meio a fortes aplausos, gritos, palavras de agradecimento e – como já se esperava – pedidos de “mais um”. Com o público todo em pé, na expectativa de mais uma canção, Gil volta e reaparece nas luzes do teatro, cantando não somente “mais um”, mas “mais dois”. Ele encerra a sua apresentação com Refavela e Palco, agora com os fãs mais próximos e satisfeitos com a mágica do artista brasileiro que honra a sua nacionalidade.

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Definitely Maybe: disco do Oasis completa 23 anos

Arthur Grohs

     Agosto de 1994, 31, último dia do mês. Na ocasião, as temperaturas oscilavam entre 17 e 10 graus Celsius, na conhecida cidade de Manchester. Os olhares ingleses eram voltados ao Manchester United, de sir Alex Ferguson, que ganhara a Premier League da temporada 1993/94 e chegaria, durante a temporada seguinte, em segundo lugar. Porém não era apenas o futebol que faria os europeus, latinos ou outros povos observarem a cidade.

Pausa. A fita é rebobinada. Os movimentos retornam bruscamente, as tintas deslizam de volta às canetas e, desta maneira, o ano passa a ser 1992. Quando um sujeito chamado Noel, depois de abandonar os estudos, se torna técnico de bateria de uma banda conhecida na região, o Inspiral Carpets. Após um período compondo o staff da banda, à casa ele torna e, com sua volta, a surpresa. Seu irmão mais novo – o qual, até o momento, nunca havia se interessado por música desta maneira – era vocalista de um conjunto.

Como mostrado no documentário “Oasis: Supersonic”, com direção de Matt Whitecross, Noel ingressa na banda do irmão e traz um talento ainda não revelado, o dom da composição. A partir de então, o jovem começa a escrever canções que recheavam o setlist do grupo que de Rain passara a se chamar Oasis. Assim, aos poucos, os integrantes foram conquistando admiradores do cenário musical da cidade, como apontou Johnny Marr (ex-guitarrista da banda The Smiths) em entrevista ao programa Behindthe Music, do canal de televisão Vh1. E, aos poucos, desbravando Reino Unido afora.

Liam e Noel Gallagher, Paul “Bonehead” Arthurs, Paul “Guigsy” McGuigan e Tony McCarrol. Cinco que se tornaram um, sob o nome de Oasis. Esta união, cerca de um ano depois de seu início, alcançou um contrato com um selo popular da época, a Creation Records, de Alan McGee, arquitetando, assim, um promissor futuro.

Com isso, voltamos à data inicial: 31 de agosto de 1994. Pôsteres e cartazes já estavam espalhados pelas terras da antiga Grã-Bretanha muitas semanas antes, gerando ainda mais expectativa para o determinado dia. Depois dos singles Supersonic, Shakermaker e Live Forever, com lançamentos distribuídos ao longo do ano, era o momento do Definitely Maybe emergir no cenário musical.

Em termos globais, a indústria fonográfica lucrava às custas do sucesso do grunge, de grupos como o Nirvana, e o hard rock, das bandas glam do cenário de Los Angeles, como Guns N’ Roses. Com o fim dos conjuntos citados anteriormente (os quais eram sucessos comerciais), o álbum Definitely Maybe teve uma estrada livre para vender 15 milhões de cópias ao redor do globo terrestre.

Impulsionado por canções que se tornariam – com a popularidade da banda – clássicas, o primeiro trabalho do Oasis possui aspectos os quais atraem os públicos adolescente e adulto. Amor, diversão, drogas, sonhos e questionamentos existenciais, esses são alguns dos temas tratados nas linhas líricas das composições de Noel, nesta obra de estreia.

Na época, seu lançamento foi de álbum inicial de artistas do Reino Unido mais rapidamente vendido em sua primeira semana da história, 86 mil cópias foram vendidas neste período. O recorde foi do grupo de Manchester até 2006, quando foi superado pela banda Arctic Monkeys.

A essência e os motivos das músicas

Noel Gallagher se notabilizou por se tornar o principal compositor da banda, ele escreveu todas as músicas dos três primeiros discos da banda, junto aos lados-B’s. Quando questionado sobre as inspirações das músicas, ele declarou que são sobre os “bons tempos”, sua juventude, e as pessoas as quais ouvem suas músicas poderiam dar um novo sentido às canções.

Essa é uma das várias declarações que o músico concedeu a veículos de imprensa nos últimos 25 anos. A faixa de abertura do disco, por exemplo, “Rock’n’Roll Star”, segundo Noel, é uma de suas grandes músicas porque traduz a mente de um jovem. E ele acredita que o Definitely Maybe é o cerne do que é o Oasis, por ser o disco que tornou o conjunto de Manchester famoso e “por ser o exemplo puro de suas habilidades de composição”.

O legado do álbum para os músicos

Em entrevista à GloboNews, o compositor acredita que mesmo com o fim da banda, a história continua. “Eu continuo tocando as músicas, as pessoas continuam ouvindo. Eu viajo o mundo tocando, e vejo adolescentes cantando e chorando, eles não eram nem nascidos na época do Definitely Maybe! Então, a história não acabou”.

Mais do que isso, Gallagher acredita que o disco é um grande trabalho devido ao momento que o cenário da música inglesa naquela época. Definitivamente talvez (ou não) o álbum se tornara atemporal não só pela representatividade e fama que a banda ganhou a partir dele, ou pelas canções, mas pela importância a qual ela galgou naquele instante no país em que viviam.

Gostando ou desgostando do disco, ele tem um espaço importante na história da música, e é eternizado pela memória de quem o ouve, pelos acordes de quem o toca e pelo significado intrínseco em cada faixa presente nele.

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Prêmio divulga fotos em milhares de imagens postais

Cotidiano: Guilherme Porto de Souza venceu concurso do Centro de Artes

     Luís Otávio Languer Schebek

     Uma competição de fotografia promovida pelo Centro de Artes da UFPel elegeu novos cartões postais para Pelotas. O concurso “Pelotas em uma imagem” teve como objetivo valorizar, através da fotografia, o potencial estético da cidade de Pelotas. A proposta do concurso era oportunizar o reconhecimento de talentos locais, fomentando a fotografia enquanto expressão artística. O concurso mostrou diferentes visões sobre a cidade, trazendo imagens que retratavam o cotidiano e a paisagem local. As inscrições abriram em julho e as fotografias vencedoras foram anunciadas no dia 9 agosto no Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo. O projeto foi organizado por quatro estudantes da UFPel e teve o apoio de dois fotógrafos profissionais para a seleção das fotos recebidas, Felipe Campal e Nauro Júnior. Serão distribuídos 6.000 cartões postais com as fotos dos três primeiros colocados, 3.000 do primeiro lugar (Guilherme Porto de Souza), 2.000 do segundo (Leandro Lopes) e 1.000 fotos do terceiro classificado (William Gómez).

William Gómez fotografou mais próximo à natureza e ficou em terceiro lugar

O concurso estimulou a criatividade dos participantes com a liberdade de escolha do tema, já que cada fotógrafo tem uma percepção diferente da cidade de Pelotas. A Comissão Organizadora propôs que os participantes registrassem símbolos do município ou uma composição de elementos que, de alguma forma, representasse a cidade, enaltecendo o olhar individual de cada participante.

Leandro Lopes ganhou segundo lugar com sua visão única de escultura 

O projeto contou com a inscrição de várias fotografias, que foram avaliadas pelos pelos jurados. As três vencedoras foram transformadas em 6.000 cartões postais e distribuídas gratuitamente em diversos pontos da cidade.

Guilherme Porto, vencedor do concurso, conta que considera o concurso uma ótima forma de dar destaque aos talentos locais. “Eu fiquei sabendo do concurso um pouco antes das inscrições fecharem. Peguei minha câmera e fui pra rua. Queria encontrar algo que realmente marcasse a cidade, quando entrei na praça e vi aquela cena, não pensei duas vezes, fiz o clique e já comecei a torcer.”

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Crítica: “Homem-Aranha: De Volta ao Lar”

Tom Holland interpreta herói na versão que neste ano nos cinemas                     (Foto: Sony Pictures/Divulgação)

Julia Mello dos Santos

     Um Homem-Aranha que quer participar dos Vingadores. Essa é a premissa inicial do longa “Homem-Aranha: De Volta Ao Lar”, que estreou em julho nos cinemas brasileiros. O personagem já havia aparecido nesta versão, interpretada por Tom Holland, em “Capitão América: Guerra Civil”, de 2016. A Sony Pictures juntou-se com a Marvel Studios para lançar a terceira versão do herói em pouco mais de dez anos.

No filme, dirigido por Jon Watts, temos um Peter Parker de 15 anos, em seu segundo ano de Ensino Médio. Não é mostrada a origem de seus poderes, nem a morte do seu tio Ben, fatos já bem conhecidos dos fãs do personagem e mostrados nas duas versões anteriores do herói que tiveram seus filmes recentemente. Escolha acertada dos roteiristas, para evitar uma saturação de cenas. Ao invés disso, as duas horas e 13 minutos de filme dedicam-se a explorar um Peter lidando com o colégio ao mesmo tempo que espera receber uma nova missão, após os eventos de Guerra Civil. Temos Robert Downey Jr. mais uma vez ótimo no papel de Tony Stark, o “Homem de Ferro”, que age como um mentor de Peter, tendo confeccionado seu traje, todo equipado com a mais alta tecnologia, o que rende várias cenas de forte apelo cômico. Ainda, Jon Favreau como Happy Hogan, responsável pela segurança das Indústrias Stark, e o elo entre Peter e Tony, enquanto o adolescente espera uma nova missão.

Algumas das melhores cenas são entre Peter e seu amigo Ned, vivido por Jacob Batalon. Nerd assumido, com várias referências à cultura pop, Ned fica maravilhado com o seu amigo e todo o mundo do qual ele faz parte escondido (para todos, Peter fala que está fazendo um “Estágio Stark”). As cenas adolescentes trazem leveza ao filme, que alterna com longas cenas de ação e até algumas de leve suspense. Entre jogo olímpicos de matemática, festas, interesses amorosos (Liz Allan, interpretada por Laura Harrier), e tentar esconder da Tia May (Marisa Tomei) sua vida dupla, Peter aventura-se pela vizinhança para provar ser digno do título de Homem Aranha, e ajudar o máximo de pessoas possível. Numa dessas aventuras, descobre a gangue liderada por Adrian Toomes, o Abutre (personagem de Michael Keaton), que rouba destroços e artefatos deixados para trás nas lutas dos Vingadores e aterroriza a cidade.

O filme destaca-se pela escolha de elenco. Tom Holland é um excelente Peter, mostrando bem o dilema de um adolescente diante das novas situações que surgem em sua vida, as responsabilidades de herói e lidar com a sua própria vida no meio de tudo isso. Ainda, um grande ponto positivo é a diversidade presente no elenco. Numa Hollywood ainda muito criticada por apresentar filmes com elenco somente branco, o longa é feliz em contar com atores de diversas etnias. O saldo geral do filme é excelente, valendo cada minuto!

Outras versões recentes

O amigo da vizinhança foi interpretado na trilogia do diretor Sam Raimi por Tobey Maguire, em: “Homem-Aranha” (2002), “Homem-Aranha 2” (2004) e “Homem-Aranha 3” (2007). Andrew Garfield deu vida ao super-herói em “O Espetacular Homem-Aranha” (2012) e “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” (2014), os dois dirigidos por Marc Webb.

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Maloca Casa dissemina cultura no Cassino

 

O teatro de Quintal é o espaço físico da Casa onde acontecem apresentações de música, teatro e dança                                                                                                                                                Foto: Divulgação

 

Ricardo Leite

     Em 2004, o então ministro da Cultura do governo Lula, Gilberto Gil, propôs um conceito novo de dispersão e produção de cultura, os Pontos de Cultura. A proposta, no entanto, foi incompreendida por grande parte da sociedade. Mais ainda, alguns chegaram a tratar com zombaria a ideia do ministro.

Em 2016, um grupo do Cassino, balneário de Rio Grande, pensou em unir mídias sociais, a ideia do ponto de cultura e conceitos como economia solidária. Um dos criadores do projeto, Angelina Oliveira, explica que a proposta é de criação de um irradiador de produção cultural para o sul do Rio Grande do Sul. O objetivo é “repensar a forma de se relacionar com a produção da cultura”. Ao elucidar como funciona a Maloca Casa Colaborativa e sua nova estrutura da produção cultural, Angelina destaca: “Para nós é bem importante poder falar sobre o projeto para poder descentralizar as informações”.

Tudo começou em julho de 2016 em Porto Alegre, quando no Fórum Internacional de Software Livre foi divulgado o conceito de casa colaborativa. Um local com o objetivo de realizar projetos conjuntos de artistas de diversas manifestações culturais, facilitar a produção, tanto cedendo um espaço físico quanto um local de interação, e também um ponto de encontro diretamente com a sociedade civil.

Para Angelina a importância dos pontos de cultura e de espaços como a Maloca é de facilitador para os trabalhos de artistas locais e criar alternativas, pensadas coletivamente, de economia criativa para a produção cultural.

Organização horizontal e empoderamento

A utilização das mídias sociais também é um processo presente, e uma das bases da Maloca, tendo como um dos quatro organizadores do projeto Daniel Ilha, um desenvolvedor de software que colabora com a área de mídias sociais da Casa. O grupo divulga seus eventos no Facebook, principalmente. Os outros colaboradores são Melissa Velasques (atriz) e Gabriel Martins (tatuador).

A ideia central, indicada nas conversas e também na apresentação que o grupo faz em sua presença digital, é a de organização horizontal e empoderamento da produção cultural, ou seja, tornar a produção da cultura uma lógica da própria sociedade civil, e dos artistas de diversas vertentes. A busca é de realização conjunta de diversos projetos, facilitando a divulgação, espaço físico, financiamento e participação colaborativa.

Une diversos conceitos novos e uma moderna ideia de participação direta da sociedade nos processos de produção. Essas ações já vêm sendo realizadas em outros países e no Brasil, com especial menção a Porto Alegre, onde uma rede de pontos de cultura é reconhecidamente importante, como lembra Angelina.

A Maloca Casa Colaborativa busca organizar em um local a produção cultural do Cassino e da região sul do estado. Servindo como local de organização entre artistas, mas também de espaço no qual exposições, oficinas, brechó e debates podem ser realizados.

Eventos

Projetos contínuos da Maloca incluem a Biblioteca Regina Aquino, formada por livros e periódicos vindos de doações, o acervo de discos de vinil que podem ser ouvidos na sala da Casa e um espaço de resgate da memória cultural de Rio Grande.

Além de outros eventos permanentes, dos sazonais e daqueles pensados junto aos artistas da região. É possível conferir os eventos organizados pela Maloca Casa Colaborativa em seu site  e no  Facebook.

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“Assinado, Amor!”

Nataly Motta e o namorado apresentam o “Urso do abraço”             Foto: Fernanda Winck

Fernanda Winck

     Com o objetivo de espalhar amor pelo mundo e inspirar pessoas a jovem fotógrafa Nataly Motta (19) criou o projeto “Assinado, Amor”. Nascida na cidade de Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul, Nataly, aos 12 anos, já iniciava seus primeiros passos na fotografia e, aos 15 anos de idade, começou a fotografar casamentos. Ela conta que uma história em particular marcou sua vida e a inspirou a criar o projeto: “A primeira história de amor que eu fotografei foi muito marcante para mim, pois a noiva tinha uma estimativa de vida e o que ela falou sobre o amor comigo, antes de entrar na igreja, marcou muito e desde então eu decidi seguir fazendo esse trabalho”. Para ela, “com as fotografias a gente pode inspirar e promover alguma ação que pode ser levada para mais pessoas”.

No ano de 2017, nos meses de junho e julho, a fotógrafa expôs alguns de seus trabalhos no Centro de Cultura, na cidade de Gramado. Em um ambiente temático, criou instruções guiando o visitante para apreciar as fotografias de casais e entender um pouco de cada história. Entre os visitantes da exposição esteve Luia Steigleder (87), que mostrou o quadro em que ela e o marido foram retratados pela fotógrafa. Luia confessou que só aceitou participar da sessão de fotos por que “a fotógrafa queria falar sobre o amor, mas não sobre qualquer amor, mas sim o amor verdadeiro”. Ela acredita que seu casamento é um exemplo disso: “Foi uma batalha, mas chegamos até aqui, nós somos casados há 68 anos, eu tenho 87 anos e meu marido tem 89, só que ele está com Alzheimer”.

Fotografia de Luia e Renato, exposta no Centro Cultural de Gramado e no site de Nataly Motta

A artista expôs fotos que retrataram casais homossexuais, com diferenças raciais, com alguma deficiência ou que enfrentam algum problema de saúde, entre outros, ou seja, sempre abordando temas importantes, e, ao mesmo tempo, sensíveis quanto às mensagens que a artista queria passar ao público. Luia comentou algumas fotos: “Isso é uma coisa moderna né, no nosso tempo nem se ouvia falar, padre e freira, mulheres casando, nunca se ouvia falar”.

Nataly explica: “Fotografando histórias de amor e casamento, a gente percebeu que o amor pode vencer qualquer dificuldade, qualquer obstáculo e, às vezes, as pessoas vão tentando resolver um problema e acham que não há solução, e eu acredito que se colocar amor, de uma forma ou de outra tudo se resolve”. As fotos que estiveram na exposição também podem ser visualizadas no site da artista e no Facebook.

Ao lado da fotografia, um quadro contando um pouco da história de cada foto

No ano de 2015, foi promovida por Nataly uma ação feita com apoio de um grupo de voluntários no Parque da Redenção em Porto Alegre. Uma caixa de presente foi colocada no parque e estava escrito a frase: “Você ganhou o melhor presente do mundo”. Quem a abria ganhava um abraço dos voluntários que se disponibilizaram a participar da campanha. Segundo ela, essa “seria uma forma de demonstrar amor pra qualquer pessoa”. Confira no vídeo como tudo aconteceu.

 

Mapa contendo alguns corações cadastrados                  Foto: Site Nataly Motta

Porém, para a artista, uma ação local não era o suficiente, foi então que teve a ideia de criar uma corrente de abraços e espalhar corações pelo mundo em troca de abraços fraternos. “Nós queríamos alcançar mais pessoas, então criamos a ideia da corrente de abraços, que são vários corações que foram distribuídos e que a pessoa vai passar pra outra pessoa em troca de um abraço”. No coração, tem instruções, inclusive na língua inglesa, e um código para cadastrar o coração no site do projeto “Assinado, Amor”. A partir desse cadastro, fica sinalizado em um mapa a trajetória que o coração está percorrendo. A artista conta que os corações já viajaram para várias partes do mundo e do Brasil, como Califórnia, Caribe, Recife, São Paulo, Minas Gerais, entre outras cidades e países.

 

 

 

 

 

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Magia das páginas para a realidade

Organizadores queriam trazer a literatura para o mundo concreto das crianças de uma maneira divertida

Eduardo Uhlmann

 

     Foi durante a penúltima semana de julho, do dia 24 ao 28, que o universo mágico de Harry Potter tomou os corredores da Bibliotheca Pública Pelotense. Os pequenos dos sete até os onze anos puderam participar de uma gincana dentro do projeto A Hora do Faz de Conta.

Vale lembrar que Harry Potter é a série consagrada de sete romances de alta fantasia escrita pela autora britânica J. K. Rowling. A série narra as aventuras de um jovem chamado Harry James Potter, que descobre aos 11 anos de idade que é um bruxo ao ser convidado para estudar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Na história, aos 11 anos, a criança bruxa recebe uma carta de Hogwarts com um convite para estudar numa das escolas de magia e bruxaria mais reconhecidas no mundo. Quando chega ao castelo, após uma longa viagem de trem, um chapéu mágico divide os alunos em quatro casas: Grifinória, Sonserina, Lufa Lufa e Corvinal. E na gincana da Bibliotheca Pública Pelotense não foi diferente, teve chapéu seletor e casas criadas pelas próprias crianças.

Tudo isso foi feito durante o período de férias dos bruxinhos e contou com jogos, contação de histórias e exibição de todos os filmes da saga. Tudo com um roteiro super regrado e atrativo.

Os organizadores queriam trazer a literatura para o mundo concreto das crianças de uma maneira que não parecesse trabalho de escola. É a literatura como entretenimento inteligente e deleite. O objetivo foi mostrar que é divertido ler. Tudo indica que conseguiram.

As atividades valiam pontos que eram marcados por tampas de garrafa PET nas cores das casas. Ao final da semana, durante um baile no salão nobre da Bibliotheca, cada criança da casa com mais pontos recebeu um prêmio: uma varinha feita a mão para levar de recordação dessa semana mágica.

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Curta de aluno da UFPel concorre no Festival de Gramado hoje

Com atores e não atores, “Bicha Camelô” retrata a vida de um jovem que está em fase de descobertas

     Bruna Silveira

     O sonho que outrora parecia tão distante, faz-se presente. O curta-metragem “Bicha Camelô”, com produção acadêmica do Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), foi selecionado para ser um dos finalistas do “Prêmio Assembleia Legislativa de Curtas Gaúchos”, que será apresentado hoje, dia 20 de agosto, no Festival de Cinema de Gramado, reunindo os melhores audiovisuais do Brasil.

Projeto efetivado pelo aluno Wagner Previtali, o curta-metragem conta o cotidiano de uma drag queen no seu trabalho, em uma das bancas do camelódromo da cidade, retratando a forma como mantém o contato com diversas pessoas e mudando seu modo de ver o mundo. “Tinha pensado em um personagem forte desde sempre”, relata Previtali.

A ideia foi mostrar essa transformação como se fosse um documentário. Desde então, Previtali propôs  apresentar uma linguagem documental e acabou trazendo depoimentos de outras pessoas que relataram sofrer o mesmo processo de descoberta do ator principal. Uma das partes a serem destacadas no filme é o uso de não atores que assumiram diversos papeis, complementando então o papel do protagonista.

As cenas foram gravadas em um período de duas semanas e aconteciam antes da abertura para o público frequentador do Pop Center – Camelódromo de Pelotas. Outros pontos marcantes da cidade foram locados para as gravações, incluindo o Mercado Público no bairro Centro, além do Centro Cultural Las Vulvas. Seguiu-se o período de trabalho intenso com o processo de edição e pós-produção, quando “Bicha Camelô” torna-se um produto final e é selecionado para participar em um dos maiores festivais de cinema do Brasil.

Bicha Camelô” (2017)

Direção: Wagner Previtali / 16’49’’

Ficha Técnica

Roteiro: Wagner Previtali

Produção Executiva: Bruno Ferrari

Elenco: Mateus Felipe (drag queen Maiteh Carraro), Felipe Cremonini, Germano Rusch, Shaiane Molina, Maria Laura Magrini, Anderson Soares, Patrícia Bicoski, Lázaro Oliveira, Hakeen Mhucale

Relatos: Giovani Garcez, Erica Amorim, Gengiscan Pereira (drag queen Abigail Foster)

Direção de Fotografia: Lucas Vieira, Micael Jambers

Direção de Arte: Ana Paula Ogliari

Trilha Musical: Rico Dalasam

Montagem: Ana Paula Ogliari

Desenho de Som: Gabriel Portela

Preparação de Atores: Felipe Cremonini

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Um prodígio musical que encanta

 

 

Rubem Aloy, Vano Costa, André Chiesa e Mauro Oliveira fazem parte da banda criada em 2014

Fabio Ávila

     O músico pelotense Vano Costa, da banca Vano e os Capones, mas para os amigos mais antigos, o “Vano do Simões Lopes”, é um talento precoce. No início da década de 80, aos sete anos de idade, já tocava violão e ensaiava os primeiros passos na aventura musical, compartilhando seus conhecimentos sonoros com os amigos da escola, no bairro Siimões Lopes, onde morava.

No fim da década de 80, já estava inserido no contexto musical da cidade. Hoje destaca-se como cantor, guitarrista e compositor, apresentando composições singulares, que  retratam o cotidiano e experiências do real e do imaginário. Quando se apresenta, no entanto, dá a impressão  de que é apenas lúdico, pois parece focar mais no divertimento do que a qualquer outro objetivo. Seus shows alegram todo o tipo de público, o clima de descontração faz com que todos se sintam como crianças em um parque de diversões.

Nessa caminhada, compôs mais de 100 canções. No ano de 2014, passou a fazer gravações, motivando a criação da banda Vano e os Capones. No grupo, conta com a companhia de André Chiesa na bateria, Mauro Gonçalves no contrabaixo e Rubem Aloy nos violões, backings e guitarras.

Vano Costa ressalta que, embora tendo gravado somente em 2014, algumas canções foram compostas há mais de 15 anos. Entre as melhores, estão as canções “O que sobrou de bom” e “Tudo bem”.

O que se esperar, não do artista, mas do ser humano Vano Costa? Suas expressões e comportamento denotam um homem de espírito manso e humilde, todavia, atrás do violão ou da guitarra e soltando a voz no microfone, esqueça o que leu nas linhas anteriores. Há uma transformação inexplicável, tem-se a sensação de que não se trata da mesma pessoa, de franzino vira um gigante e a voz com nuances de rouca, lembra grandes ícones vocais como Raul Seixas, Emilio Santiago e o consagrado Milton Nascimento.

As emoções são intensas e cada nuance no timbre de voz, uma nova sensação. Aproveitem enquanto é possível encontrar o vocalista andando livremente pelas ruas da cidade, quem buscar, ouvir e conhecer o trabalho que realiza, terá uma certeza paradoxal: Por que essa banda ainda não estourou no País? Então melhor pegar logo o seu autógrafo e tirar umas fotos com a gurizada da banda.

Quem deseja conhecer o trabalho da banda pode acessa os vídeos no Facebook ou no Youtube.

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