EP-UFPel terá três trabalhos apresentados no XXII CIC 2013

XXII CIC 2013 - UFPel

XXII CIC 2013 – UFPel

Três trabalhos nascidos no curso de Engenharia de Produção e desenvolvidos junto ao LABSERG serão apresentados no XXII CIC 2013 (XXII Congresso de Iniciação Científica), na UFPel (Universidade Federal de Pelotas). Os trabalham tratam de ações em diferentes temáticas, ligadas às áreas de conhecimento do LABSERG.
O primeiro trabalho trata dos resultados obtidos até o momento no projeto de extensão Cultura de Segurança desde Criança (veja AQUI), que vem sendo desenvolvido com sucesso em escolas de Pelotas e Rio Grande e com apoio de empresas da região.
O segundo trabaho, sobre proteção de máquinas em unidades de beneficiamento de grãos, apresenta o planejamento e primeiras percepções de um projeto de pesquisa que iniciou recentemente (veja AQUI), após aprovação no PIBIP (Programa de Bolsas de Iniciação à Pesquisa).
O terceiro trabalho, sobre AET (Análise Ergonômica do Trabalho) em fabricação de transformadores, consiste em uma síntese de um trabalho maior que será publicado no seu todo em um Congresso Internacional.

 

Segue abaixo as datas e horários de apresentação dos trabalhos. Todos são bem vindos para prestigiar o evento e as apresentações dos trabalho.

Título do trabalho Apresentador(es) Orientador Data Horário
Um levantamento quanto à cultura de segurança e saúde entre as crianças matriculadas no ensino fundamental Patrícia Machado Pereira Prof Franz,
Prof Isabela
18/Nov 10:30
Um estudo sobre máquinas e equipamentos nas unidades de beneficiamento de grãos Estela Schneider Müller Prof Franz 19/Nov 09:00
Análise ergonômica do trabalho: Estudo em uma área de bobinagem de transformadores Guilherme Souza de Freitas Prof Franz 21/Nov 14:50

Até onde as pressões de trabalho podem levar: onda de suicídios na Polícia Federal brasileira surpreende

Uma notícia veiculada na revista Isto É de Agosto impressiona pelo seu conteúdo, o qual trata dos suícidios associados às pressões no trabalho. Os números apresentados na reportagem surpreendem, mesmo se comparados aqueles normalmente relatados nas regiões atreladas ao cultivo do fumo e produção de cigarros.

A reportagem nos instiga perguntar se esta realidade da Polícia Federal é um caso isolado ou se podemos encontrar panoramas similares em outros setor de atividade econômica. Certamente, questões neste campo de conhecimento inspiram uma ótima pesquisa acadêmica e de enorme relevância social. Não deixem de ler. Boa leitura!!

Dados levantados em pesquisa surpreendem

condições de trabalho levantadas na pesquisa surpreendem


ONDA DE SUICÍDIOS ASSUTA

Em um ano, 11 agentes da PF tiraram a própria vida. Atualmente, policiais morrem mais por suicídio do que durante combate ao crime. Conheça as possíveis causas desse cenário dramático

Vista do lado de fora, a Polícia Federal é uma referência no combate à corrupção e ainda representa a elite de uma categoria cada vez mais imprescindível para a sociedade. Vista por dentro, a imagem é antagônica. A PF passa por sua maior crise interna já registrada desde a década de 90, quando começou a ganhar notoriedade. Os efeitos disso não estão apenas na queda abrupta do número de inquéritos realizados nos últimos anos, que caiu 26% desde 2009. Estão especialmente na triste história de quem precisou enterrar familiares policiais que usaram a arma de trabalho para tirar a própria vida. Nos últimos dez anos, 22 agentes da Polícia Federal cometeram suicídio, sendo que 11 deles aconteceram entre março de 2012 e março deste ano: quase um morto por mês. O desespero que leva o ser humano a tirar a própria vida mata mais policiais do que as operações de combate ao crime. Em 40 anos, 36 policiais perderam a vida no cumprimento da função. Para traçar o cenário de pressões e desespero que levou policiais ao suicídio, ISTOÉ conversou com parentes e colegas de trabalho dos mortos. O teor dos depoimentos converge para um ponto comum de pressão excessiva e ambiente de trabalho sem boas perspectivas de melhoria.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Brasília (UnB) no ano passado mostrou que por trás do colete preto, do distintivo, dos óculos escuros e da mística que transformou a PF no ícone de polícia de elite existe um quatro grave. Depressão e síndrome do pânico são doenças que atingem um em cada cinco dos nove mil agentes da Polícia Federal. Em um dos itens da pesquisa, 73 policiais foram questionados sobre os motivos das licenças médicas. Nada menos do que 35% dos entrevistados responderam que os afastamentos foram decorrentes de transtornos mentais como depressão e ansiedade. “O grande problema é que os agentes federais se submetem a um regime de trabalho militarizado, sem que tenham treinamento militar para isso. Acreditamos que o problema está na estrutura da própria polícia”, diz uma das pesquisadoras da UnB, a psicóloga Fernanda Duarte.

O drama dos familiares dos policiais que se suicidaram está distribuído nos quatro cantos do País. A última morte registrada em 2013 ainda causa espanto nas superintendências de Roraima, onde Lúcio Mauro de Oliveira Silva, 38 anos, trabalhou entre dezembro do ano passado e março deste ano. Mauro deixou a noiva no Rio de Janeiro para iniciar sua vida de agente da PF em Pacaraima, cidade a 220 quilômetros de Boa Vista. Nos 60 dias em que trabalhou como agente da PF, usou o salário de R$ 5 mil líquidos para dar entrada em financiamento de uma casa e um carro. O sonho da nova vida acabou com um tiro na boca, na frente da noiva. Cinco meses se passaram desde a morte de Mauro e o coração de sua mãe, Olga Oliveira Silva, permanece confuso e destroçado. “A Federal sabia que ele não tinha condições de trabalhar na fronteira. Meia hora antes de morrer, ele me ligou e disse: Mainha, eu amo a senhora. Perdoa eu ter vindo pra cá sem ter me despedido”.

Relatos de colegas de Mauro dão conta que ele chegou a sofrer assédio moral pela pouca produtividade, situação mais frequente do que se poderia imaginar. Como ele, cerca de 50% dos agentes federais já chegaram a relatar casos de assédio praticados por superiores hierárquicos. Essas ocorrências, aliadas a fatores genéticos, à formação de cada um e à falta de perspectivas profissionais, são tratadas por especialistas como desencadeadoras dos distúrbios mentais. “A forma como a estrutura da polícia está montada tem causado sofrimento patológico em parte dos agentes. Há dificuldades para enfrentar a organização hierárquica do trabalho. As pessoas, na maioria das vezes, sofrem de sentimentos de desgaste, inutilidade e falta de reconhecimento. Não é difícil fazer uma ligação desse cenário com as doenças mentais”, afirma Dayane Moura, advogada de três famílias de agentes que desenvolveram doenças psíquicas.

Os distúrbios mentais e a ocorrência de depressão em policiais são geralmente invisíveis para a estrutura da Polícia Federal. De acordo com o Sindicato dos Policiais do Distrito Federal, há apenas cinco psicólogos para uma corporação de mais de dez mil pessoas. Não há vagas para consultas e tampouco acompanhamento dos casos. Foi nessa obscuridade que a doença do agente Fernando Spuri Lima, 34 anos, se desenvolveu. Quando foi encontrado morto com um tiro na cabeça, em julho do ano passado, a Polícia Federal chegou a cogitar um caso de vingança de bicheiros, uma vez que ele tinha participado da Operação Monte Carlo. Dias depois, entretanto, descobriu-se que Spuri enfrentava uma depressão severa há meses. O pai do agente, Fernando Antunes Lima, reclama da falta de estrutura para um atendimento psicológico no departamento de polícia. “Os chefes estão esperando quantas mortes para tomar uma ação? Isso é desumano e criminoso”, diz ele.

O drama de quem perdeu um familiar por suicídio não se limita aos jovens na faixa dos 30 anos. Faltavam dois anos para Ênio Seabra Sobrinho, baseado em Belo Horizonte, se aposentar do cargo de agente da Polícia Federal. Com histórico de transtorno psicológico, o policial já havia comunicado à chefia que não se sentia bem. Solicitou, formalmente, ajuda. Em resposta, a PF mandou dois agentes à sua casa para confiscar sua arma. Seabra foi então transferido para o plantão de 24 horas, quando o policial realiza funções semelhantes às de um vigia predial. A missão é considerada um castigo, pois não exige qualquer treinamento. No dia 14 de outubro de 2012, Seabra se matou, aos 49 anos. Apesar de estar perto da aposentadoria, a família recebe pensão proporcional com valor R$ 2 mil menor do que os vencimentos do agente, na ativa.

Fruto de uma especial combinação de fatores negativos, internos e externos, o suicídio nunca foi uma tragédia de fácil explicação para a área médica nem para estudiosos da vida social. Lembrando que toda sociedade, em qualquer época, tem como finalidade essencial defender a vida de seus integrantes, o sociólogo Émile Durkheim (1858-1917) demonstrou que o suicídio é a expressão mais grave de fracasso de uma comunidade e que raramente pode ser explicado por uma razão única. Ainda que seja errado apontar para responsabilidades individuais, a tragédia chegou a um nível muito grande, o que cobra uma resposta de cada parcela do Estado brasileiro que convive com esse drama.

Fonte: Isto É – Ago.2013

O Ministério da Previdência Social (MPS) divulgou em Outubro o AEPS 2012

aeps2012

O Ministério da Previdência Social (MPS) disponibilizou no último mês (Outubro) o seu Anuário Estatístico da Previdência Social 2012 (AEPS 2012). Os dados divulgados no AEPS costumam inspirar reflexões e servir como base para a redação de artigos acadêmico-científicos. Sendo assim, vale à pena dar uma visitada no website do MPS e examinar os dados existentes por lá.

Obtenha as tabelas em Excel (arquivo .zip) do AEPS 2012 clicando AQUI

Para consultar a página completa de estatísticas do MPS clique AQUI

Abaixo segue um texto que exalta melhorias no campo da SST tomando por base o APES 2012. Contudo, as variações dos índices ao comparar o ano de 2012 com anos anteriores não são assim tão significativos e, portanto, o texto revela-se um pouco equivocado quando comemora algo que talvez não seja estatisticamente significativo frente a tantas variáveis que envolvem a saúde e segurança do trabalhador no Brazil. Mesmo assim, sempre vale à pena ler estes materiais para saber o que alguns pensam a respeitos do assunto. Boa leitura!!

O Ministério da Previdência Social (MPS) acaba de divulgar o AEPS 2012 – Anuário Estatístico da Previdência Social com as estatísticas de acidentes de trabalho ocorridas no ano passado. A pesquisa revela dados positivos, como a redução no número de acidentes no ambiente ocupacional em relação a 2010 e 2011. Ao todo, foram registrados 705.239 casos, contra 720.629 em 2011 e 709.474 em 2010. Os óbitos também apresentaram uma pequena redução, com 2.731 em 2012, sendo que em 2010 foram 2.753 e 2.938 em 2011.

O número de acidentes com CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) registrados em 2012 foi de 541.286, seguindo uma média parecida com a de 2011, que contou com 543.889 CATs emitidas. Do total de acidentes, os considerados típicos alcançaram 423.935, enquanto os de trajeto chegaram a 102.396 e os motivados por doenças ocupacionais atingiram 14.955. O número de acidentes de trabalho não registrados por meio da CAT foi menor que nos anos anteriores, ficando em 163.953.

O AEPS ainda traz informações sobre os CIDs (Classificação Internacional de Doenças) mais presentes entre os trabalhadores no ano. Os principais se referem a problemas nas mãos, como ferimento do punho e da mão (69.383), fratura ao nível do punho e da mão (49.284) e traumatismo superficial do punho e da mão (33.908), dorsalgia (35.414) e luxação, entorse e distensão das articulações e ligamentos ao nível do tornozelo e pé (28.802), entre outros. Já as partes do corpo mais atingidas foram dedos (132.735), pé (41.437), mão (40.445), joelho (27.623), além de partes múltiplas (21.590).

A maioria das regiões apresentou queda no índice de acidentes de trabalho em relação a 2011, exceto o Centro-Oeste. Em 2011 a região teve 49.701 subindo para 50.318 em 2012. A região Norte contabilizou 32.273 acidentes de trabalho, a Nordeste 92.257, a Sudeste 395.669 e a Sul 153.652.

Além disso, houve redução no número de óbitos em todas as regiões do País. O Sudeste contou com o maior índice, reduzindo de 1.376 em 2011 para 1.299 acidentes em 2012. As demais regiões atingiram números parecidos com o ano anterior. O Norte teve 200 óbitos, o Nordeste, 384; o Sul, 535 e o Centro-Oeste, 313.

Fonte: Revista Proteção

Desarticulado em Porto Alegre um esquema ilícito envolvendo embargo e interdição de obras

Não cabe julgar primariamente a empresa e envolvidos citado abaixo. Contudo, vale à pena divulgá-la visto que aponta a suspeita de atos ilícitos em áreas de conhecimento que envolvem a vida e a saúde dos trabalhadores. Pelo que consta na notícia apresentada abaixo o esquema foi desarticulado a tempo de não causar consequências ainda mais perversas. Do ponto de vista do aprendizado, este evento é muito útil para que o profissional da área de SST não tenha uma visão demasiadamente romântica ao se deparar com demandas em SST. É sempre útil e recomendável olhar todas as condições de contorno com cuidado antes de dar um parecer equivocado. Boa leitura!

Polícia Federal detalha esquema para liberação de obras embargadas pela fiscalização

A Polícia Federal (PF) desarticulou nesta quinta-feira suposto esquema que teria como objetivo acelerar fim de embargos a obras na Região Metropolitana de Porto Alegre a partir da atuação de fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), órgão do Ministério do Trabalho e Emprego.

Três pessoas foram presas preventivamente e seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Operação W.

Foram presos um auditor-fiscal e um servidor administrativo da SRTE e o diretor de uma empresa gaúcha especializada em segurança no trabalho. O superintendente regional do trabalho no Estado, Heron Oliveira, é um dos investigados. A PF fez buscas em seu gabinete.

A empresa investigada ofereceria consultoria a construtoras com obras embargadas pelo auditor. Zero Hora apurou que trata-se da Worker Engenharia, com mais de 20 anos de mercado. Seu diretor, Antônio Barata, é um dos presos.

Os alvos do grupo seriam grandes empresas de construção, que, ao terem as obras interditadas, teriam pressa em retomar os trabalhos. Conforme a PF, muitas construtoras gaúchas seriam clientes da consultoria.

— O auditor detectava irregularidades e fazia o embargo. Então, a consultoria se oferecia para vender os serviços, e a obra era liberada em tempo recorde — explica o delegado do PF Aldronei Rodrigues.

A investigação ocorreu após a SRTE comunicar à PF indícios de irregularidades por parte de alguns servidores. O trabalho começou em julho deste ano e deveria ser concluída apenas no início de 2014, mas teve de ser antecipado porque um auditor, que não pertencia ao esquema e embargaria uma obras protegida pela quadrilha, seria alvo de atentado.

Procurada, a Worker não respondeu à reportagem. E os celulares de Heron Oliveira estavam desligados.

Repercussões

Conforme o chefe da seção de fiscalização da SRTE, José Carlos Panatto Cardoso, a PF foi avisava imediatamente após a detecção de indícios de irregularidades por parte de alguns funcionários. A superintendência afirma que os auditores são capacitados para autuarem e embargarem as obras, e todos os pedidos de embargo passam pela análise do superintendente. A SRTE considera o caso isolado e diz que contribuiu com as investigações. Os servidores foram temporariamente afastados.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon-RS), Ricardo Sessegolo, afirma que as empresas de construção desconhecem esquemas movidos por consultorias para facilitar a liberação de obras embargadas, e a denúncia pegou os empresários de surpresa. A contratação de consultorias é considerado normal no setor.

Como funcionava o esquema, conforme a PF

— Um auditor-fiscal da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), órgão do Ministério do Trabalho, embargaria obras de grandes construtoras em Porto Alegre e na Região Metropolitana.

— Uma empresa de segurança do trabalho seria avisada da interdição por servidores do SRTE e ofereceria solução de problemas para retomar a construção com rapidez. Em alguns casos, engenheiros de construtoras receberiam comissão para indicar a empresa.

— A empresa de consultoria pagaria cerca de 5% do valor do contrato a servidores da SRTE para acelerar a liberação da obra. O auditor também receberia propina.

— Servidores da SRTE acelerariam a liberação da obra e dariam “salvo conduto” à construção, prometendo que não voltaria a ser interditada pelos fiscais do trabalho.

— Um auditor que não participava do esquema estaria se preparando para embargar uma construção em Gravataí, protegida pelo suposto esquema. A empresa teria encomendado um atentado contra esse fiscal.

— Um caminhão seria usado para provocar um acidente com o automóvel do auditor durante o deslocamento entre Porto Alegre e Gravataí, na freeway. Para evitar o suposto atentado, a PF antecipou as prisões, que estariam previstas para março de 2014.

Fonte: Zero Hora (31/10/2013 | 22h27)