Eleição de Xi Jinping para mais um mandato consolida sua influência sob o PCC by Henrique Benjamim.

Análise de Henrique Benjamin, discente do curso de Relações Internacionais da UFPEL e membro do LabGRIMA.  Projeto O Discente e Análise da Realidade Internacional.

No dia 23 de outubro, o atual presidente Chinês, Xi Jinping, foi eleito para um terceiro mandato. O anúncio ocorreu no 20º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), que também foi marcado pela alteração de quadros do alto escalão, pela promoção de novas diretrizes que vão nortear o partido nos próximos anos e por mudanças constitucionais, destacando-se a segurança e o combate à desigualdade como políticas prioritárias para China nos próximos anos. Desta forma, é perceptível a cristalização da influência do atual secretário do PCC, garantindo certa estabilidade para a continuidade dos seus planos para a China.

O Congresso do Partido Comunista Chinês é um encontro nacional das principais lideranças chinesas que ocorre a cada cinco anos, sendo normalmente o palco de anúncio do novo Politburo e Comitê Permanente do PCC. Além disso, as políticas prioritárias que serão perseguidas pelos chineses são expostas para o mundo. Entretanto, o 20º Congresso foi distinto por conta da reeleição do atual presidente para um terceiro mandato, colocando-o em pé de igualdade com Mao Zedong e quebrando a norma não escrita de cumprir apenas dois mandatos. Também, Xi Jinping encaminhou um relatório com as diretrizes a serem seguidas pelo partido, no qual enfatizou a segurança e a prosperidade comum, delineando também sobre temas de saúde (em razão da COVID-19) e sobre a Nova Rota da Seda.

Apesar da clara capacidade de influência sob o PCC, na política externa Xi Jinping enfrenta um cenário muito diferente do de 2017, onde foi eleito para seu segundo mandato. As relações entre Beijing e o Ocidente se tornaram precárias, tanto por conta dos problemas relacionados à COVID-19, como pelo seu relacionamento com o ex-presidente Donald Trump. Além disso, a guerra na Ucrânia coloca os chineses em uma posição delicada, pois apoiar a Rússia azedaria por completo as relações com o Ocidente, enquanto uma Rússia enfraquecida – ou até mesmo um regime pró-ocidente – “isola” a China no continente asiático. Também, vale salientar que o gigante asiático ainda não possui independência energética, o que torna atrativa uma parceria comercial com os russos, uma vez que estes enfrentam sanções econômicas por parte da UE.

Noticias:
https://www.scmp.com/news/china/politics/article/3196908/chinas-communist-partycements-common-prosperity-core-economic-agenda
https://www.scmp.com/news/china/politics/article/3195732/chinas-xi-jinping-furtherconsolidate-power-changes-communist
https://www.scmp.com/news/china/politics/article/3195603/how-are-chinas-20thcommunist-party-congress-delegates-chosen
https://www.scmp.com/news/china/politics/article/3195276/explainer-how-are-chinastop-communist-party-leaders-nominated?module=hard_link&pgtype=article
Hold High the Great Banner of Socialism with Chinese Characteristics and Strive in Unity
to Build a Modern Socialist Country in All Respects Report to the 20th National Congress of the
Communist Party of China – https://www.politico.com/f/?id=00000183-e6a2-d425-a58be6ebcc840000
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Shanghai Cooperation Organization: China, Russia, and Regionalism in Central Asia

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