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Algumas considerações a respeito do Reiki

O Reiki (rei= poder universal; ki= energia vital) é uma prática japonesa milenar de canalização da energia universal por meio da imposição das mãos de uma pessoa praticante, que recebeu formação específica para isso. Mikao Usui, em 1922, foi o precursor. Essa energia não é uma grandeza física e não pode ser mensurada pelos meios convencionais que a ciência atual dispõe. Essa frequência energética é sentida de forma individual e subjetiva e proporciona a restauração da dinâmica saudável da força vital das pessoas. Muitas pessoas relatam sentir uma sensação de paz e tranquilidade após o recebimento do Reiki.

É importante destacar que o Reiki não é uma prática religiosa, não é invasivo e não tem contraindicações ou efeitos adversos. Na área da saúde, a Organização Mundial de Saúde (OMS), passou a reconhecer o Reiki em 2007 como auxiliar no tratamento da dor. E em 2017, foi introduzido na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) do Ministério da Saúde, sendo oferecida em serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). É uma prática integrativa que visa complementar os tratamentos cientificamente comprovados pelo que a ciência considera como padrão e de alta qualidade na assistência à saúde. Não é uma prática substitutiva de nenhum tratamento convencional e não deve ser, de maneira nenhuma, indicada com a promessa de cura, nem de problemas físicos, nem de problemas mentais.

O projeto de extensão Lafareiki, cadastrado sob número 2.031, no Cobalto da Universidade Federal de Pelotas é oriundo da Faculdade de Enfermagem e objetiva aproximar o meio acadêmico com a prática, visando o fortalecimento da PNPIC. Entre as ações oferecidas está o envio de Reiki à distância aos profissionais de saúde e aos acadêmicos da Universidade durante a pandemia ocasionada pelo Coronavírus.

O Reiki à distância é praticado desde a sua origem e a energização é a mesma que na sessão presencial, somente a forma de conexão que é diferente. Entende-se aqui que a distância não interfere na troca dessa energia (Lei Hermética da Similaridade, que afirma que estamos todos conectados, pois somos todos matéria de energia e parte de um todo maior).

A formação ocidental para a prática do Reiki ocorre por níveis (I, II, IIIA e IIIB). No projeto temos a colaboração voluntária de 25 pessoas formadas a partir do nível II (reikianos). Eles recebem a lista de nomes daqueles que realizam o pedido pelas redes sociais e e-mail do projeto. O envio de Reiki à distância é realizado por meio de uma das duas técnicas, descritas nos livros que são a base da formação em Reiki no ocidente. Algumas pessoas percebem a energia, outras não. O recebimento do Reiki independe de a pessoa ter essa percepção.

O projeto prevê outras ações presenciais, de formação e atendimento de Reiki, as quais serão desenvolvidas somente após a volta às atividades presenciais da Universidade. Destaca-se aqui que todos os reikianos que colaboram com o projeto são voluntários.

No contexto universitário brasileiro, são vários os projetos de extensão e pesquisa que exploram as PICS e também incluem o Reiki e outras práticas de imposição de mãos em suas ações. Esses projetos são oriundos dos mais variados cursos universitários de todo o país. Além do mais, é possível encontrar, na extensão universitária, as PICS e o Reiki inseridos em projetos dos mais variados temas e que assistem as mais variadas populações.

Contudo, as PICS e Reiki (principalmente) são muito criticados na comunidade acadêmica, de forma geral, em virtude do que se considera como baixa produção de evidências sobre os seus benefícios. A maior produção científica é de estudos qualitativos que analisaram pequenos grupos de pessoas e descrevem sentimentos e percepções de quem recebeu ou ofertou a técnica. Esses estudos não são aceitos pelo que a ciência moderna considera como mais alta nível de evidência, contudo são de grande relevância, pois mostram um universo muito singular e particular do que o Reiki pode proporcionar. As produções com o que a ciência moderna considera ser o melhor nível de evidência consta de um estudo clínico randomizado.

Na sequência, está um estudo de revisão: https://doi.org/10.1111/j.1742-1241.2008.01729.x

Essa revisão sistemática encontrou 205 estudos, sendo nove ensaios clínicos randomizados. Foram relatados efeitos benéficos do Reiki na depressão, na dor, na ansiedade, no estresse e na desesperança e também por meio do Reiki à distância.

Consideramos de suma importância o desenvolvimento de estudos de caráter quantitativo, como ensaios cegos e duplo cegos, estudos de casos e controles que objetivem verificar os benefícios do Reiki, assim como pesquisas qualitativas com métodos criteriosos e rigorosos que possam descrever a analisar melhor o que a prática proporciona. As coordenadoras do projeto afirmam seu compromisso com a ciência e com a qualidade da assistência à saúde, todavia, suas histórias profissionais e de vida as levam a considerar o fato de que existem muitas maneiras de cuidado e de cuidar de outras pessoas e um cuidado mais humanizado vai além do que a ciência atual e a medicina alopática podem oferecer. É preciso um olhar mais sensível e integrativo para as pessoas e para o planeta.

Publicado em 04/09/2020, na categoria Notícias.