Volta da Fenadoce alimenta expectativas de comerciantes de Pelotas

O evento, que foi adiado por dois anos por conta da pandemia da Covid-19, estará de volta à cidade entre os dias 03 e 19 de junho

Por Caroline G. Quincozes

Mais de 1,3 milhão de doces foram vendidos no último evento, em 2019/ Foto: Rafael Takaki – Divulgação

Desde a descoberta do coronavírus, muitas festas e compromissos foram adiados para diminuição da transmissão e controle do estado pandêmico. Entretanto, com o avanço da vacinação e o enfraquecimento da Covid-19, está sendo vista uma certa volta à normalidade que tínhamos até 2019; festividades e eventos estão voltando para a rotina da população e, com a Fenadoce, não seria diferente.

Para o município de Pelotas, a Fenadoce é extremamente importante, já que movimenta muito a economia da cidade. Na última edição, foram 246 mil visitantes e mais de 1 milhão de doces vendidos. O setor foi bastante prejudicado, já que, além de não poder usufruir das intensas vendas da Fenadoce, também sofreu com a falta de movimento nessa época. A doceira Elaine Sturbelle, do Doces Santa Clara, é um exemplo disso. Elaine confirma que foram dois anos bastante difíceis, sem a Fenadoce e com a pandemia, já que trabalha muito com doces de festa.

“No primeiro ano, eu fiquei praticamente parada. No segundo ano que começaram
algumas festas em família, mas foi muito difícil”, ressalta a doceira, que participa há
vários anos da feira.

Elaine não é exceção. Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de Pelotas (CDL), organizadora da Fenadoce desde 1995, a ausência da Fenadoce afetou toda a cidade, por ser um evento que movimenta a economia por completo, especialmente a atividade cultural.

“De forma direta, podemos pensar nas doceiras, mas a verdade é que há muito tempo a Fenadoce é um evento que vai muito além disso. Basta pensar nos hotéis da cidade que ficam lotados todos os dias durante a realização da feira. Da mesma forma, os restaurantes, o comércio, os próprios trabalhadores temporários: todo mundo sofreu com a falta da Fenadoce”, complementa a Associação.

Márcia Jara Caldeira, do Nina Doces Artesanais, também relata que sentiu os grandes impactos da Covid-19. A doceira comenta que trabalhava em feiras que aconteciam tanto na cidade, quanto no estado e, logo que a pandemia surgiu, todas foram canceladas. Apesar da época complicada, Márcia confirma que tem boas expectativas na volta da Feira Nacional do Doce.

“Quando fizemos os eventos no calçadão, ouvimos muito o povo dizendo que tinham saudade da feira e, agora, voltamos com muita vontade de trabalhar e adoçar todos visitantes da Fenadoce”, completa Márcia.

Maria Helena, proprietária do Imperatriz Doces Finos, também está animada para a volta do evento. De acordo com ela, a produção teve queda de 80% no período. Agora, revela que está otimista em relação à volta da festividade no pós-pandemia.

“Será a retomada dos negócios, de alavancar vendas, clientes novos e movimentar o turismo local. Estamos otimistas que a economia volte ao normal para o setor. A Fenadoce nos proporciona bons resultados, tanto na produção como nas vendas: é isso que precisamos e estamos esperando”, completa Maria Helena.

Entre os doces mais vendidos, há a concordância entre todas as entrevistadas: os clássicos quindim e bombom de morango continuam fazendo o maior sucesso. Mas é claro, as opções são variadas. Pensando nisso, a CDL está voltando com o famoso vale-doce, que fez parte de muitas das edições da feira. A associação reforça que o vale-doce é uma forma de celebrar e agradecer a cada um que visita a Fenadoce e é apaixonado pela tradição também.

“É um momento de celebrar os encontros, a tradição doceira e a história dos 210 anos de Pelotas, que se cruzam em muitas oportunidades. Será uma feira para viver intensamente cada momento. Certamente, toda a comunidade e turistas estão ansiosos e vão abraçar mais uma vez a Fenadoce com muito carinho, assim como fizeram sempre. Os expositores carregam essa mesma expectativa positiva. Essa é a fórmula para termos um evento que será um sucesso. Os impactos foram inúmeros, sem dúvida, mas é o momento de olhar para frente e recuperar a nossa história.”.

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