Retirada dos animais da Praça Tamandaré segue dividindo opiniões em Rio Grande
Por Emellem Rosa, Nicole Soares e Thuanny Cappellari
A Praça Tamandaré é a maior praça do interior do Estado, com cerca de 45 mil metros quadrados, e vem se tornando alvo de uma grande polêmica no município de Rio Grande. Desde que o vereador Petter Botelho (PCdoB) indicou ao Executivo Municipal que seja feito um estudo de viabilidade no minizoológico da Praça Tamandaré, a fim de melhorar as condições de habitação dos animais e possivelmente retirá-los do local, o assunto vem gerando muitas discussões na cidade.
De um lado estão moradores que reconhecem as péssimas condições de vida dos animais e concordam com a retirada. Porém, há uma outra parcela da população que não admite a retirada, alegando que visitar o minizoológico para alimentar os animais acabou se tornando uma tradição no município.
A proposta do vereador foi aprovada na Câmara de Vereadores e passou a ser pauta de muitas discussões nas redes sociais, no rádio e até mesmo na televisão. Embora o assunto não tenha agradado a todos, o projeto ganhou o apoio dos ambientalistas. Eles também concordam que o minizoológico não é apropriado para abrigar animais como macacos, coelhos e porquinhos-da-índia. “Nós precisamos mudar este conceito de que é legal levar as crianças para visitar os bichos. Estamos lidando com seres vivos, animais não podem ser motivo de entretenimento”, disse o vereador em justificativa ao seu projeto.
A Prefeitura Municipal e a Secretaria de Meio Ambiente informaram que é impossível adequar o local ou revitalizar o minizoológico para proporcionar melhores condições aos animais silvestres. De acordo com o secretário adjunto de Meio Ambiente, Wagner Terra Silveira, não há possibilidade de manter o local, pois o investimento seria muito alto, implicando em gastos com veterinários à disposição, vigilância 24 horas para garantir a segurança dos animais, entre muitas outras coisas.
Já que não existem possibilidades de adequar o minizoológico da Praça Tamandaré às condições necessárias para que os animais possam viver, a solução mais viável seria removê-los para um lugar mais adequado. A proposta feita pelo vereador baseia-se em transferir os animais para um criadouro localizado na cidade de Santa Maria, onde eles estariam seguros e livres da ação de vândalos que perturbam a sua tranquilidade. Segundo o vereador, os animais foram vítimas de vandalismo diversas vezes, incluindo um episódio mais recente, onde um cachorro da raça Pitt Bull foi colocado na jaula de coelhos, perseguindo e matando os pequenos animais.
Mais uma proposta do vereador Petter Botelho é de transformar o local destinado ao minizoológico em um espaço artístico, onde bandas locais poderiam se apresentar e atividades ao ar livre poderiam ser realizadas. “Um espaço recreativo seria criado, onde famílias poderiam passear aos domingos, fazer piqueniques e manter contato com a natureza”, sugeriu o vereador. Ele também salientou que o investimento anual destinado à alimentação dos animais gira em torno de R$ 51 mil. Para o vereador, a verba economizada serviria para muitas outras finalidades, inclusive para manter financeiramente o novo espaço recreativo.