Napo: uma história sobre memórias

Curta premiado emociona ao mostrar o poder das lembranças com aqueles que amamos

O curta-metragem foi exibido em mais de 60 festivais ao redor do mundo, conquistando diversos prêmios. Foto: Reprodução

Por Caroline Quincozes / Em Pauta

“Napo” é uma daquelas histórias onde, na primeira cena, já sabemos que vamos nos desmanchar em lágrimas. Lançado há pouco mais de um ano, o curta dirigido por Gustavo Ribeiro apresenta a história de Napo, um senhor que, por conta do agravamento do Alzheimer, vai morar com sua filha Lenita e o neto, João.

Lenita, em tentativas de fazer com que o pai lembrasse de momentos marcantes de sua vida, mostrava fotos que foram tiradas ao longo de sua história. Ele mais jovem com sua namorada, o casamento, as primeiras fotos de sua filha – por mais significativas que fossem, essas imagens não faziam com que Napo reconhecesse aquelas lembranças.

Nessa sequência, é possível compreender a aflição e tristeza da filha ao perceber que o pai não consegue lembrar de fatos tão relevantes em sua trajetória, afinal, são histórias carregadas de sentimento e que contém valores muito importantes para aquele indivíduo.

A relação com João era um pouco diferente – para o menino, não havia o peso do que foi algum dia, e sim o momento presente. Em um dos seus primeiros dias de convivência, a maior preocupação dele era que trocassem o canal da televisão, transformando seus desenhos animados em um telejornal. Na visão dele, não havia a necessidade de reavivar recordações, pois eles não chegaram a criar um laço afetivo tão longo quanto o de Napo e Lenita. 

Após um tempo morando juntos, o neto começa a nutrir uma relação com seu avô, e isso se dá por conta de desenhos que o menino faz, através da reinterpretação dos registros fotográficos do álbum de família. Conforme o passar do tempo, além das lembranças que, de certa forma foram recuperadas, novas lembranças também são construídas. 

João se preocupa em aproveitar o hoje com seu avô. Foto: Reprodução

A ausência dos diálogos de nada atrapalha a compreensão da narrativa e não há a necessidade de palavras para entender a mensagem. Nos pouco mais de quinze minutos de duração, “Napo” tem a capacidade de comover o espectador, que consegue se projetar na história, tornando-se também um personagem do curta-metragem e, simultaneamente, reconhecendo o valor de suas próprias lembranças.

Além disso tudo, essa obra audiovisual faz com que a consigamos reconhecer que, apesar da saudade e nostalgia que muitas vezes bate na nossa porta, sempre teremos nossas memórias. Essas lembranças, além de serem um lugar de refúgio e conforto, deixam o coração um pouco mais leve e resgatam bons sentimentos.

Esperamos que essa resenha tenha te instigado o suficiente para conferir “Napo”. Assistindo essa cativante história, você também valoriza a produção audiovisual brasileira. O curta está disponível de forma gratuita no canal Miralumo Films, no Youtube. Para ver esse trabalho incrível, é só clicar no link abaixo:

 

 

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