Resenha | Maid

De acordo com o site de críticas de cinema e televisão, Rotten Tomatoes, a minissérie Maid apresenta o índice de 97% de aprovação. Créditos: Divulgação/Netflix

Por Carol Pinho/ Em Pauta

A série Maid, lançamento de outubro da Netflix, em poucos dias já fez muito sucesso. A minissérie é composta por 10 episódios, e foi criada por Molly Smith Metzle, baseada em um livro de mesmo nome, de Stephanie Land. O enredo conta a história de uma mulher tentando viver uma vida digna com a sua filha, enquanto enfrenta diversos obstáculos financeiros e emocionais.

Alex (Margaret Qualley) é uma jovem que tem uma filha de dois anos, Maddy. A série começa no momento em que Alex resolve sair de casa, se libertando de um relacionamento abusivo que vivia com Sean (Nick Robinson), o pai de sua filha. Logo no começo percebemos que Alex terá muitos desafios como mãe solteira: ela não tem casa, emprego, rede de apoio, e nem sequer uma conta bancária em seu nome. 

Maid nos mostra uma faceta diferente do relacionamento abusivo: o abuso psicológico. Em nenhum momento da série Sean machuca fisicamente Alex, o que faz com que muitos questionem o motivo de ela ter deixado ele. Porém, Sean bebe, grita e perde o controle. Ao mesmo tempo, ao longo da série nós percebemos que apesar de ter problemas com álcool, ele é um bom pai para Maddy.

Assim que ela sai de casa, Alex consegue um emprego como faxineira. Porém, o que poderia ser um alívio, logo traz novos desafios. Ela mesma é responsável por comprar os produtos de limpeza, arranjar meio de transporte, e o salário é muito baixo para o trabalho pesado que ela precisa fazer. Além disso, enquanto Alex trabalha, ela ainda precisa arranjar um local para a sua filha ficar. Ao longo dos episódios nós vemos a construção de uma personagem forte, mas que encontra muitos obstáculos no seu caminho. Apesar de ganhar auxílios do governo, a protagonista não tem dinheiro e tempo suficiente para dar uma vida digna a ela e a sua filha. Em mais de uma situação nós vemos Alex ficar sem casa e sem onde dormir. Enquanto tudo isso ocorre, ela ainda precisa lidar com uma mãe que sofre de bipolaridade e um pai ausente. 

Entre os diversos momentos de angústia e tristeza, a série nos contempla com uma adorável relação de mãe e filha. Na verdade, nós percebemos que toda a força de Alex sai do seu amor por Maddy. Enquanto conhecemos os personagens, a série mistura alguns momentos do passado com o presente, contextualizando a situação atual da protagonista. 

Assistir Maid é angustiante e frustrante. A cada novo obstáculo que surge na vida de Alex é um fôlego que o espectador precisa prender. É uma série difícil e sofrida de assistir. Antes de assistir, não entendia como as pessoas conseguiam maratonar essa série. Porém, após alguns episódios percebi: a vontade de maratonar a minissérie é porque nós queremos um desfecho feliz o quanto antes, para acabar com a angústia de Alex e a nossa própria. 

A minissérie traz muitas lições com os seus apenas 10 episódios. Além de demonstrar que o amor materno pode ser a força de uma mulher, também nos mostra as diferentes realidades de relacionamentos abusivos. Nos dias em que Alex passa no abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica, percebemos o quão difícil e raro é para a mulher conseguir sair da situação que se encontra, e isso só faz com que o espectador admire ainda mais a protagonista. A minissérie pode ser difícil de digerir, mas é indispensável e necessária.

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