O Lobo da Estepe, de Hermann Hesse

Por Diego Rafael Kruger

“Era uma vez um certo Harry, chamado o Lobo da Estepe. Andava sobre duas pernas, usava roupas e era um homem, mas não obstante era também um lobo das estepes. Havia aprendido uma boa parte de tudo quanto as pessoas de bom entendimento podem aprender, e era bastante ponderado. O que não havia aprendido, entretanto, era o seguinte: estar contente consigo e com sua própria vida.”  Assim escreve Hermann Hesse (1877-1962), no livro que virou febre hippie e passou a ser devorado como uma espécie de O Pequeno Príncipe da geração que espalhou a filosofia de Paz e Amor movida a ácido nos anos 60.

12ª edição de "O Lobo da Estepe. Foto: Reprodução (http://goo.gl/a1uKAG)

Capa da 12ª edição de O Lobo da Estepe. Foto: Reprodução (http://goo.gl/a1uKAG)

O Lobo da Estepe não se trata de uma leitura fácil. Interpretar os conceitos filosóficos e críticos do autor é uma tarefa complexa, cujo objetivo não é alcançar totalidade. Ao que parece, como ocorre com os vários “eus” expostos no livro, há várias interpretações. É um livro enigmático, que nos mostra uma vista facetada da realidade. Real e imaginário se misturam de uma forma que não se pode distingui-los.

A mensagem que fica é a de que são nas pequenas coisas que estão o real sentido da vida. Não há tempo, nem pessoas especificas, mas o simples, o agora e o ser. A dança, o sabor, o momento. Em O Lobo da Estepe, somos levados a crer que para cada momento existe um de nós, daí a razão de o presente ser tão especial. Não se pode negar que em muitos momentos (ou todos) somos como a personalidade lupina do personagem, ou seja, impensantes, impulsivos e furiosos. A verdade é que se trata mesmo de um livro “só para loucos”.

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