O futuro dos combustíveis e a ciência dos materiais

Foto: Ministério do Meio Ambiente

Estabelecer uma relação energética que não libere CO2 traz benefícios tanto para o bolso do consumidor, que paga caro na gasolina, quanto para o planeta que muda sua condição climática a cada ano.

Por Larissa Patines

Em meio ao aumento constante da gasolina, observamos muitas notícias sobre a política de preços da Petrobras e um receio generalizado dos consumidores acerca do futuro. Por outro lado, o cenário mundial investe cada vez mais em outras formas de energia e dita a expectativa para o futuro: o uso de combustíveis fósseis está com seus dias contados.

A revisão diária do valor do combustível tem saído caro para o consumidor: a gasolina com o valor médio de R$ 4,50, além de afetar o orçamento do consumidor final, é uma fonte de energia não-renovável que traz preocupações constantes com o meio ambiente. Estes problemas podem ser resolvidos com a utilização do carro elétrico. Seguindo essa tendência, alguns países da Europa já manifestaram seu interesse em abolir a produção de carros à combustão.

França, o Reino unido e a Alemanha determinaram propostas para os prazos de fim da produção de carros para meados de 2030 e a proibição da circulação dos veículos existentes para 2050. A Noruega e a Índia demonstraram interesse em fazer o mesmo com prazos mais curtos. As propostas dos países fazem parte das diretrizes do acordo de Paris determinado em 2015 em uma conferência sobre as mudanças climáticas. Os pontos levantados determinavam a redução na emissão de gases estufa e a manutenção do aumento da temperatura média da terra abaixo de 2ºC.

A troca do tipo de energia utilizado traz benefícios não apenas ao meio ambiente, como também monetárias, visto que reduziria custos e não perderia em nada para o carro a combustão em relação à eficiência. Para o Brasil, é importante o investimento em pesquisas para a descoberta de novas fontes de energia.

Envolvendo pesquisadores de duas unidades acadêmicas, o Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDTEC) e Instituto de Física e Matemática (IFM) da UFPEL, o grupo de Crescimento de Cristais Avançados (CCAF) trabalha com linhas de pesquisa que estudam a geração de energia por meio das propriedades físicas dos materiais. O professor Sérgio Cava, do CDTEC, coordena alguns dos projetos de pesquisa e explica como eles são importantes. “Falamos do futuro quanto à melhoria da eficiência energética, redução de custos de produção e menor impacto ambiental”. Dentre seus projetos, consta o estudo das células solares para geração de energia. A pesquisa trabalha com diferentes classes de materiais semicondutores, com o objetivo de aumentar a eficiência da conversão da luz solar em energia elétrica.

“Os materiais evoluem. Por exemplo, os materiais que fazem parte dos celulares de hoje em dia logo serão substituídos por materiais cada vez mais avançados, possibilitando o avanço tecnológico e nossos celulares serão lembrados como “tijolões”. A tecnologia que virá será melhor, com baterias mais eficientes e com vida útil muito mais duradoura” relata o professor. Outros trabalhos do centro são em relação ao aproveitamento de resíduos agro-industriais como a casca de arroz. Estes estudos reafirmam o quanto pesquisas são importantes para melhorar a qualidade de produção e também a qualidade de vida num planeta possivelmente mais sustentável.

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