Diversidade e Inclusão: Barraca da Saúde na comunidade indígena Fág Nhin

Alunos participantes da Barraca da Saúde viajam até a Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. Imagem: Jéssica Lopes

Por Gisele Moraes, Jessica Alves e Jéssica Lopes

No sábado (6), o projeto de extensão do Curso de Enfermagem da UFPEL, Barraca da Saúde, realizou uma saída de campo mais longa. Desta vez o destino foi a comunidade indígena Fág Nhin, no bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre        

O projeto de extensão Barraca da Saúde foi desenvolvido pelo Curso de Enfermagem em conjunto com a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFPEL (PREC), coordenado pela professora Michele Mandagará e composto por alunos de diversos cursos nas áreas da saúde, biológicas, exatas, humanas, culturas indígenas e quilombolas. Ele tem o objetivo de levar assistência física e psicológica às comunidades em vulnerabilidade, proporcionando troca de conhecimento entre a universidade e comunidade.

O longo trajeto da viagem e o clima nublado não impediram nem desanimaram os estudantes para realizarem as atividades. Foram feitos desde jogos educacionais até atendimentos médicos e odontológicos, finalizando com um churrasco gaúcho tradicional. O evento contou também, com a colaboração do Laboratório de Cuidado em Saúde e Plantas Bioativas, outro projeto de extensão vinculado à UFPEL.

Para o graduando em enfermagem e membro da comissão representativa da Barraca da Saúde no evento, Josué Sousa, a experiência foi inovadora: “é algo completamente novo, outra realidade e outro ambiente. Ver a Barraca inserida neste espaço que nós ainda não tínhamos, é desafiador”. Josué conclui dizendo: “que possamos trazer educação e saúde”.

Ana Carolina, servidora da PREC e professora vinculada à Barraca, comenta sobre o orgulho de ter alunos ativos nos projetos extensionistas. “É de encher o peito de orgulho em ver as iniciativas do Projeto Barraca da Saúde, com os movimentos dos estudantes e é muito bom que os discentes estão sendo protagonistas dentro da extensão”, salienta Ana.

Em Porto Alegre há outros projetos em prol das comunidades indígenas, como o Saberes Indígenas, coordenado pela professora Ana Brum; Presente no local, ela comentou que “o projeto prevê a formação e preparação de professores indígenas para tornarem-se docentes de suas aldeias, com o intuito de desenvolver a melhoria da educação e relações comunicativas”.

Até pouco tempo uma criança das tribos Kaingang ou Guarani não tinham acesso aos livros e materiais de acordo com a língua do seu próprio povo, fazendo com que a alfabetização fosse mínima ou inexistente, possuindo a língua portuguesa como única opção. Segundo o site do Ministério da Educação, estas ações oferecem letramento e numeramento em língua indígena, com o propósito de resgatar e manter a cultura, auto-estima e autonomia.

“Hoje o que nos distingue diante a sociedade branca é saber falar nosso idioma, educar nossos filhos a saber e praticar suas culturas […] Onde existem terras indígenas demarcadas, é lá que existe vida”, afirma Darci Emiliano, kaingang doutorando em Educação Ambiental pela Fundação Universidade de Rio Grande (FURG).

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