Departamento de Solos atende propriedades rurais

Desde 2008 foram atendidas mais de 40 propriedades.

por Andressa Machado

A proposta de atender propriedades rurais existe desde 1987 quando apenas faziam-se trabalhos visando o levantamento do meio físico pela disciplina de Manejo e Conservação do Solo. Depois de alguns anos, passou-se a ser uma ação interdisciplinar, juntamente com Administração do Agronegócio, onde começou a ser feito também o levantamento sócio-econômico.

Hoje em dia, o processo de atendimento envolve no total cinco disciplinas. São elas: Gestão Ambiental, Extensão Rural, Administração do Agronegócio II, Manejo e Conservação do Solo e Tecnologia Agroindustrial III. Sendo assim, participam do projeto os alunos de graduação que estão matriculados em pelo menos uma destas disciplinas que são obrigatórias para o 9º semestre. Além disso, eventualmente, também participam alunos do programa de extensão, mas o levantamento é realizado pelos alunos do nono semestre da Agronomia.

Flavia Fernandes, professora da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM), no Departamento de Solos, conta sobre o projeto.

– Cada semestre acertamos com EMATER, COSULATI, prefeitura – ou outro parceiro – o atendimento à cinco ou seis propriedades rurais. Nos últimos anos temos dado preferência pelas de leite, de modo a conciliar com o PDBL*, mas não é um atendimento exclusivo a estes produtores – afirmou Flavia (*PDBL – Programa de Desenvolvimento da Bovinocultura de Leite da Metade Sul do Rio Grande do Sul – Competitividade e Sustentabilidade da Pecuária Leiteira Familiar).

Alunos da agronomia trabalham no campo (imagem: divulgação)

Alunos da agronomia trabalham no campo (imagem: divulgação)

 

São feitas, em média, cinco visitas em cada propriedade rural, visando a elaboração de um projeto de planejamento. Porém, Flavia acrescenta que, diferente de projetos existentes na Medicina e Veterinária, este não é aberto para o público em geral, visto que faz parte de determinadas disciplinas e precisa estar dentro dos requisitos destas.

– Existem condições de logística importantes para podermos executar o trabalho, como acesso fácil do transporte da UFPEL, o mais próximo de vias asfaltadas.. Isso porque o tempo de deslocamento é tempo de aula. E também nos interessa produtor que seja atendido com alguma entidade de assistência técnica, como a EMATER, porque significa a continuidade do trabalho – explica a professora Flavia.

Atualmente são atendidas principalmente propriedades de Pelotas e Capão do Leão por questões financeiras, visto que o atendimento é custeado pela UFPel. E para a escolha das propriedades, geralmente é acertado com a EMATER o número e localidade que serão atendidas. Desta forma é preciso também que o produtor esteja disponível nos dias de aula para receber os alunos em sua propriedade.

A primeira visita serve para os alunos conhecerem a família e a propriedade.

– Conversamos, visitamos a propriedade para conhecer seus limites e entender como ela funciona, quem trabalha no local, dentre outros aspectos importantes – disse a professora.

A partir da segunda visita a propriedade é dividida em glebas (áreas homogêneas) e começa o levantamento do meio físico. Uma trincheira é cavada em cada uma destas glebas para poder se analisar o solo e caracterizá-lo. Também são coletadas amostras do solo para determinar a fertilidade, medida a declividade da área, observada a erosão, risco de inundação, drenagem, textura do solo, pedregosidade, entre outros.

Em uma destas cinco visitas também é realizada uma entrevista por meio de questionário e o levantamento de benfeitorias e equipamentos, bem como a observação da idade das máquinas e o estado de conservação e manutenção. Após esse trabalho executado na propriedade o grupo volta para a sala de aula para analisar os resultados obtidos que são entregues para os donos das propriedades posteriormente.

Quando questionada sobre a aproximação que o projeto realiza entre a comunidade e a UFPel, Flavia afirmou.

– A aproximação se dá pelo atendimento personalizado da equipe de alunos e professores a cada família durante o semestre. É comum surgirem demandas de vizinhos para o próximo semestre que, na medida do possível, procuramos atender.

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