Conheça Égon e o Leão, projeto solo e autoral de músico rio-grandino

Por Vicente Pardo

De todas as manifestações artísticas, a música é aquela que consegue tocar o maior número de pessoas. Seja por suas inúmeras vertentes, capazes de agradar os mais variados gostos, ou pela capacidade sinérgica que uma canção tem de trazer memórias de tempos distantes. Para alguns, essa paixão nasce logo na infância, e começa a tomar papel importante a partir da vida adolescente.

Foi isso que aconteceu com Égon Batista, músico rio-grandino que aos 24 anos, após passar por diversas bandas pequenas na cidade, dedica todo seu talento ao projeto solo, e autoral, Égon e o Leão. Batista destaca que, em meio ao ambiente musical da infância e os primeiros aprendizados musicais da adolescência, foi a composição de letras que sempre chamou mais sua atenção. “Essa é a parte que sempre mais me encantou, o processo de composição. Meu pai também compunha, e certamente ver aquele processo dele, mais a realidade do ‘faça você mesmo’ que o rock me apresentou, me estimulou a desenvolver o meu próprio modo de fazer musica”, explica.

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Foto: Monique Chadutt

Grande parte dos compositores, assim como escritores, poetas e pensadores, encontram na caneta e no papel um exílio para as inquietações da vida. E, por mais romântico que o conceito possa parecer, ele se mantém vivo no processo criativo do jovem músico. “Meus sentimentos são processados assim. Compor é parte do meu modo de ver a vida, eu preciso compor pra entender, perceber e viver os sentimentos. Nada é muito calculado ou metódico no processo, é só parte do todo, mais uma função vital da minha estrutura de pensamento”.

Batista explica que o Égon e o Leão nasceu em junho de 2013, quando o músico morava em Porto Alegre. Logo nos primeiros lançamentos, Égon contou com o apoio de amigos e companheiros musicais conhecidos no cenário independente da capital. Entre eles o músico Lebra, responsável pela produção da canção “Nunca Mais Saia Daqui” e Bruno Peres, que ficou encarregado de produzir o vídeo para a música “Se Tu Soubesse”, que já trabalhou ao lado de populares bandas gaúchas, como Fresno e Tópaz.

O nome do projeto, que muitas vezes causa inquietação nas pessoas, é inspirado na banda norte-americana Pedro, The Lion. O som do grupo de Washington, que mescla indie rock com toques do emo da primeira metade dos anos 90, é clara influência na sonoridade do Égon e o Leão. Porém, Égon destaca que suas influências musicais vão muito além. “A grande influência foi o Aaron Marsh (vocalista do grupo Copeland e produtor musical), não só pelo trabalho na banda, mas em tudo que ele produz”, conta.

“As referencias são ocasionais, e tento ser o mais espontâneo nisso, sem uma preocupação em parecer ou formatar algo. A grande sacada talvez seja essa, o livre transito do acústico, para o eletrônico, das baladas intimistas para as guitarras. A liberdade e a espontaneidade estão muito presentes”, conclui o músico que também coloca artistas nacionais, como Rodrigo Amarante e Marcelo Camelo (Los Hermanos), no grupo de influências.

Começar o trabalho em Porto Alegre fez com que Égon tivesse contato com a realidade de muitas pessoas que correm atrás do sonho musical, de forma independente, há bastante tempo. “A eficiência e profissionalismo da galera de lá me ensinaram muito. Sem pretensões e sem planos, já cheguei muito além do que eu imaginava, o retorno das pessoas é só a confirmação dos próximos passos a seguir”, explica.

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Foto: Monique Chadutt

Em sua volta a Rio Grande, Égon acredita ser possível ter reconhecimento mesmo no interior do estado. “Mesmo sabendo da dificuldade do publico, acho que a responsabilidade é quase integral do artista. Profissionalismo é uma palavra chave. Comprometimento com o teu trabalho também. O publico a gente conquista, seja de onde ele for”.

O próximo passo a ser seguido por Égon e o Leão é o lançamento de seu primeiro disco, que será produzido por Bruno Pires, do Mundo Moinho Casa das Artes. “É o disco da minha vida. Antes do fim do ano quero estar com disco na mão, pra ai leva-lo aos mais distantes lugares”,  conta o músico, que já planeja outros shows na região antes de voltar à Porto Alegre com a nova formação da banda.

Atualmente, Batista se apresenta ao lado dos músicos Cleiton Oliveira na guitarra, Dionísio Souza no baixo, Eliezer Gonçalves  na bateria e Bernardo Grohs é responsável pela percussão. Para conferir o som de Égon e o Leão, basta acessar sua página no Soundcloud. O projeto de Égon também conta com página no Facebook.

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Foto: Monique Chadutt

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