Coletivo AMU: movimento underground se destaca na cena pelotense

Por Nathianni Gomes

Criado na cidade de Pelotas, o Coletivo Apoie o Movimento Underground (AMU) tem como objetivo utilizar os espaços públicos para incentivar o acesso à cultura, dar oportunidade aos artistas alternativos e, dessa maneira, promover debates importantes para a sociedade. Presente na forma de zine e de um programa de rádio, o Coletivo está movimentando a cena cultural pelotense e dando voz aos artistas locais.

De acordo com o site oficial do AMU, o Coletivo apoia diretamente bandas de hardcore e realiza eventos com shows na rua que reúnem diversos tipos de artistas e públicos, vinculando-se a casas de shows alternativas e acessíveis ao público.

Origem do movimento

Historicamente, o movimento underground surgiu junto com o movimento de contracultura. Em uma tradução literal, underground significa subterrâneo, que, em sentido figurado, associa-se a um movimento intelectual, libertário e artístico contrário à cultura de massa.

Os integrantes do AMU

De acordo com Maicon Rodrigues (28), um dos integrantes do Coletivo e da banda Suburban Stereotype: O coletivo surgiu como um movimento de bandas, espaços culturais e artistas independentes. Depois dos primeiros passos para formar um grupo grande, com um objetivo em comum, aí veio a ideia de ter um programa de rádio como mais um espaço para expressar tudo isso.

Criado a partir da ideia de Douglas Jardim (35), baixista da banda Suburban Stereotype, e de Pedro Soler (22), vocalista da banda Marina’s Found, o AMU tornou-se um movimento cultural que ganha cada vez mais destaque na cidade.

O programa de rádio Coletivo AMU, vinculado à Rádio Comunitária (Radiocom), está online todas as terças-feiras, às 20h, na 104,5 FM. Douglas relata: “O programa, desde o início, tomou diversas formas de organização. Todos os integrantes do AMU participam da organização e a ancoragem foi sendo decidida aos poucos com as mudanças que foram acontecendo.” No início, há cerca de um ano, a ancoragem era feita por Maicon Rodrigues, mas com a saída dele Douglas passou a substituí-lo.

A organização conta com Vinicius Lemes, roteirista da HQ Lado Negro da Praça, Lucas Consentins, Jocemar Daniel, Mateus Daldon e Arthur Gros. Além disso, o programa tem um rodízio de apresentadores, caracterizando por uma pluralidade cultural.

Quanto aos temas abordados, Douglas diz que dispõe de apenas duas pautas fixas por conta do tempo limitado de programa (1h de duração). As pautas são apresentadas no quadro Proteste e no quadro Undernews. O primeiro, visa trazer convidados e integrantes do Coletivo para discutir sobre algum protesto ocorrido em algum lugar do planeta. O segundo, traz o lançamento de algum disco, clipe ou exposições de artistas do cenário underground.

Quando perguntado sobre a importância de ter a programação no ar, ele afirma que o maior desafio é conseguir tornar esse espaço atrativo para os ouvintes, até mesmo porque todos os integrantes que estão constantemente na rádio não possuem formação em Jornalismo ou Radiojornalismo, exceto ele, que costuma se “aventurar” ao encarar algumas disciplinas do curso.

Douglas agradece a oportunidade concedida pela emissora de rádio: “Quando a RadioCom 104.5 FM nos abriu espaço para ter o programa, sabíamos do total comprometimento que teríamos, não apenas com o Coletivo, mas também com a imagem da rádio, e valorizamos isso a cada dia.”

Evento

O próximo evento está marcado para o 19 de setembro no Diabluras, às 21h, rua Félix da Cunha, 954. O Mistureba, reunirá diversas atrações e uma variedade de estilos musicais. Chorinho, com o grupo Chorei sem querer; rap, com o artista Mano Rick; de pop punk, com a banda Marina’s Found; hardcore melódico, com a banda porto alegrense 69 Enfermos; além de reggae, com a banda Sinais de Fumaça.

Participações:

– MUGRA COMIX – Zines
– Vinicius Lemes (HQ) O Lado negro da Praça
– Daldon – Flash Tattoo

Entrada: R$15,00 mais 1kg de alimento não perecível.

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