Brasil perde para o Oeste em tarde tumultuada

Michel, o autor do gol do Brasil, tenta explicar a derrota diante do Oeste

Por Luís Artur Janes Silva

22 de setembro, o calendário marca o início da primavera e a cidade de Pelotas é brindada com mais uma bela tarde de Sol. É neste cenário climático que o Bento Freitas recebeu mais uma partida válida pela Série B do Campeonato Brasileiro. O Brasil, que vinha de uma difícil vitória diante do CRB, enfrentou o Oeste, equipe de Barueri, cidade da região metropolitana de São Paulo. O Xavante tentava algo inédito no Brasileirão, que seria vencer uma segunda partida consecutiva na competição, mas o veloz Oeste estragou a festa, venceu por 1 a 3 e complicou mais a situação do rubro-negro na tabela de classificação do Nacional.

O JOGO

A partida entre Brasil e Oeste custou a engrenar porque nos doze primeiros minutos de bola rolando tivemos duas interrupções, ocasionadas pela lesão de dois atletas do Xavante. Aos 4 minutos de jogo, o meia Pereira, responsável pela criação de jogadas na meia cancha do rubro-negro, teve uma fratura na tíbia, durante a disputa de um lance. O jogador precisou ser levado ao Pronto Atendimento e a peleja ficou aproximadamente vinte minutos parada devido à ausência de uma ambulância para retirar Pereira do estádio.

A interrupção do jogo acabou desestabilizando o Brasil, que sofreu o primeiro gol aos 8 minutos de jogo, quando o Oeste fez valer a sua principal característica, a constante e veloz troca de passes entre as suas linhas de ataque, que deixou o meia Betinho livre. O jogador driblou um zagueiro xavante e chutou rasteiro e seco, sem chances para Marcelo Pitol.

O Xavante não teve tempo para reagir, pois quatro minutos mais tarde, aconteceu um choque de cabeça entre Patrick, zagueiro do Oeste, e Wallace Pernambucano, que entrara no lugar de Pereira. Como resultado do novo incidente, o jogador do Brasil teve um princípio de convulsão, fazendo com que a ambulância entrasse novamente em campo e levasse outro atleta do Brasil ao hospital.

Abalado emocionalmente, o time do Brasil tentou pressionar o Oeste na retomada definitiva do jogo, chegando com relativo perigo aos 16 minutos do primeiro tempo, quando Itaqui cruzou com qualidade na cabeça do centroavante Michel, que golpeou a bola para firme defesa de Tadeu. Nove minutos depois, Itaqui cobrou uma falta da direita, mas com o pé trocado. A bola foi com efeito e passou por vários jogadores, perdendo-se pela linha de fundo.

Depois desses lances, o Oeste voltou a adiantar suas linhas, retomou o controle das ações na meia cancha e chegou ao segundo gol. Aos 28 minutos de tempo efetivamente jogado, o substituto de Leandro Leite (suspenso), o volante Michel Schmöller falhou, perdeu a bola para Marciel, que acionou Pedrinho, que chegou à linha de fundo e cruzou para a conclusão de Mazinho, que marcou o segundo gol do time paulista. O Brasil se desestabilizou ainda mais e o Oeste ainda teve outra chance, quando Mazinho encontrou Pedrinho, que estava sozinho, mas o atacante chutou rasteiro e para fora, desperdiçando a possibilidade que os paulistas tiveram para liquidar a fatura.

O Brasil voltou a incomodar aos 41 minutos da etapa inicial, quando Diego Miranda, que substituiu Wallace Pernambucano, apanhou um rebote da entrada da área e concluiu de primeira, forte, mas por cima do gol.

Na segunda etapa, o Brasil voltou disposto a descontar o prejuízo que tinha em relação ao Oeste. O rubro-negro tentou pressionar o adversário, mas esbarrou na falta de criatividade crônica de seu meio-campo. As únicas alternativas de ataque do Brasil eram as bolas alçadas na área, que consagraram a dupla de zagueiros do Oeste, Joílson e Patrick.

Sem incomodar a defesa do Oeste, o Brasil também passou a dar espaços atrás, permitindo os rápidos contra-ataques dos paulistas. O resultado disto foi que a primeira chance de gol da etapa final pertenceu ao Oeste. Mazinho entrou pela esquerda, driblou Pitol e chutou a gol. O zagueiro Rafael Dumas, deslocado na lateral esquerda, e que estava jogando mal, acabou tirando a bola em cima da linha. A tragédia tinha sido evitada, mas por pouco tempo. Aos 23 minutos, Pedrinho lançou Marciel, que na frente de Pitol chutou forte e marcou o terceiro gol do Oeste. A fatura estava finalmente liquidada.

O Brasil ainda tentou reagir, quando Michel assinalou o gol de honra do Xavante  aos 26 minutos do segundo tempo. O centroavante, que tem sido o grande (ou único) destaque do Brasil após a chegada de Zimmermann, aproveitou-se de uma rara falha da defesa do Oeste. A torcida rubro-negra ainda vislumbrou a possibilidade de reação após uma cabeçada do mesmo Michel, que foi defendida pelo goleiro Tadeu, que mandou a bola para escanteio com as pontas dos dedos.

A partir deste momento, um desesperado e pouco inspirado Brasil pouco ameaçou a defensiva do Oeste, que passou a levar perigo jogando às costas das linhas de proteção do Xavante.

Após o apito final do árbitro, o renascido centroavante Michel lamentava as falhas defensivas do Xavante, que não poderiam ter acontecido, mas clamava pela correção destas falhas para o próximo compromisso do time na competição.

Apesar da derrota, o Brasil ainda está fora da zona de rebaixamento da Série B do Brasileirão. O Xavante ocupa a 15ª posição na tabela de classificação, somando 31 pontos, pontuação igual ao de Paysandu e Juventude, que abre a zona da degola. O Brasil supera os caxienses pelo número de vitórias (sete contra seis). O próximo jogo do rubro-negro acontecerá na terça-feira, 25 de setembro, quando o Xavante enfrentará a Ponte Preta, no estádio Moisés Lucarelli, na cidade de Campinas. O jogo iniciará às 21h30.

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