A Consciência Negra dentro da UFPel

A resistência negra representada na universidade pública da cidade com maior população de pretos e pardos do estado

Por Isadora Ogawa

Quarta-feira (20) foi o Dia da Consciência Negra. Por isso, realizou-se a II Foto Coletiva dos Negros e Negras da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no campus Anglo, uma forma simbólica de representar a força negra dentro da universidade.

Alguns alunos e servidores negros da UFPel reunidos. Foto: Isadora Ogawa

O dia marca a morte do líder quilombola Zumbi dos Palmares, um dos pioneiros na resistência contra a escravidão na América. “Além de uma data que marca um processo histórico, é uma data de reflexão. Esses 388 anos de escravidão precisam ser falados”, comenta Micael Carvalho, um dos fundadores do Coletivo Negro Tim Lopes, do Jornalismo da UFPel.  

Apesar da comemoração estar no calendário federal, apenas alguns estados a consideram feriado. Em Pelotas, onde tem a maior população negra do estado, não é. Micael reconhece que falta uma organização e também ação do poder público. “A gente não vê projetos educacionais nas escolas falando para as crianças o que significa o dia 20 de novembro”, reflete. Para ele, a história pelotense é construída por negros porém “a gente não estuda isso dentro de sala de aula, não têm autores negros para falar sobre isso”, critica o estudante de Jornalismo.

Estudante presente no encontro. Foto: Isadora Ogawa

Uma pesquisa realizada pela Fundação Abrinq mostra que o número de jovens negros assassinados aumentou 429%, ante 102% de jovens brancos. Por isso, Micael reflete também sobre a importância da figura do Zumbi. “Ele traz características que a gente cultua até hoje. A resistência de Zumbi dos Palmares é o que nos mantêm firme. Essa resistência que nos faz ir para a rua, nos faz denunciar e não nos deixa calados”, afirma.

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