8M vai às ruas no Dia Internacional da Mulher

A última quarta-feira foi um dia de luta e conscientização para as pelotenses. O ato organizado tomou palco no Calçadão e reivindicou direitos às mulheres e o fim da violência

Por Maria Eduarda Lopes / Em Pauta 

Momentos da concentração popular no ato 8M. / Foto: Maria Eduarda Lopes/Em Pauta

Em 8 de março, data em que se celebra internacionalmente o Dia da Mulher, a frente feminista 8M realizou um ato na Esquina Democrática de Pelotas. A concentração ao redor do Chafariz, seguida de marcha pelo Calçadão da Andrade Neves, teve início às 17 horas da quarta-feira.

A união das dezenas de mulheres pelotenses teve o propósito de luta por políticas públicas e efetivas que combatam a violência de gênero, assim como a revogação das reformas trabalhistas e a legalização do aborto seguro. Homenagens também foram prestadas à memória de Marielle Franco, política e ativista assassinada em março de 2018. O protesto contou juntamente com a participação da Batucantada, coletivo feminino de percussão.

A Frente Feminista 8M de Pelotas é uma organização composta por movimentos sociais, partidos políticos e sindicatos, entre eles a Associação de Docentes da UFPel (ADUFPel). As principais pautas tratadas neste ano foram: “nos queremos vivas e com direitos”, “nem uma morte por aborto clandestino” e “sem anistia para golpistas”.

A historiadora e militante Francisca Jesus explica: “O 8M é um movimento que abarca vários coletivos, e não só coletivos organizados, mas também mulheres independentes que lutam contra a violência institucional e as múltiplas violências que sofrem no cotidiano”.

Francisca Jesus abrindo o momento de discursos no microfone. / Foto: Maria Eduarda Lopes/Em Pauta

Em entrevista para o Em Pauta, a vereadora Carla Cassais declara: “É um dia que a gente comemora sim. Observamos nos últimos tempos que os índices têm aumentado, tanto de violência contra nós, quanto de desigualdade nas profissões, na vida, no acesso à saúde e educação; tudo piorou. E piorou porque tínhamos um governo terrível. Eu penso que temos que comemorar, porque se ele (Jair Bolsonaro) não está mais na presidência, foi porque esse movimento no início disse ‘Ele Não’, e resistiu com força durante todo o tempo”.

O mês de março, em especial a semana do dia 8, é fortemente marcado pela luta de mulheres plurais, fortes e livres, que vão às ruas em conjunto e união para relembrar à população a importância da defesa de seus direitos, conquistas e existências. Em um país como o Brasil, sendo há 13 anos o mais mortal para mulheres trans no mundo, e onde a cada hora, 100 sofrem algum tipo de violência, tomar as ruas é sinal de resistência. É um grito de persistência que diz “nós iremos ser ouvidas, cada uma de nós e nossas histórias”. O 8 de março é para ser celebrado, e acima de tudo, protegido.

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