Peça teatral ‘Irmãs Abutre’ diverte público no 4 Galeria Café

Produzida pela Você Sabe Quem Companhia de Teatro (VSQ Cia), com apoio da Bibliotheca Pública Pelotense e da Associação AmaSete, o espetáculo arrancou gargalhadas da plateia         

Por Bruna Farias e Renata Ávila         

 

Considerado o velório com mais gritaria e desentendimentos na história da cidade de Pelotas, a mais recente apresentação de ‘Irmãs Abutre’, foi realizada na sexta-feira, dia 26 de julho, no 4 Galeria Café. A peça, produzida pela Você Sabe Quem Companhia de Teatro (VSQ Cia), com apoio da Bibliotheca Pública Pelotense e da Associação AmaSete, reuniu mais de 50 espectadores que testemunharam toda a confusão causada pelas irmãs no velório do pai.

Inspirado no esquete “O finado Ivo Joaquim”, de Ismáiler Borges, o espetáculo é todo referenciado na década dos anos 1980. O diretor e dramaturgo da peça, Thalles Echeverry, conta que recebeu o texto original por meio de uma das integrantes da companhia e se encantou pela história. “Eu sabia que se passava no velório de um pai e que tinha a briga dessas três irmãs ali na frente de todo mundo. Quando me enviaram o texto, achei muito interessante, porque é um humor muito legal e o plot twist sempre foi o que mais me atraiu na história”, explica o diretor.

Com mais de uma hora de duração, a peça nos apresenta as filhas do falecido Ivo Joaquim, as ‘Irmãs Abutre’: Malvina (Eduarda Bentro), típica patricinha que sonha em ser capa de revista, Serafina (Aline Cotrim), disposta a fazer de tudo para que as irmãs se entendam, e Joaquina (Isabelle Vignol), que não aceita a morte do pai e começa a investigar o caso. Para Eduarda Bentro, a maior dificuldade do papel foi conseguir representar a confiança que a personagem exala. “A Malvina é uma pessoa muito expansiva, ela tem uma autoconfiança muito grande. Então, foi um desafio alcançar esse lugar de ela se achar tanto e ser linda e boa em tudo que faz”, relata.

 

   As “Irmãs Abutre”, Malvina (Eduarda Bentro), Serafina (Aline Cotrim) e Joaquina (Isabelle Vignol) em ação no velório do pai Fotos: Bruna Farias

 

Essas personalidades marcantes das irmãs trazem ainda mais divertimento para o público que acompanha esse funeral nada convencional. No texto original recebido pela VSQ Cia, as personagens não tinham traços tão acentuados quanto os apresentados nesta encenação. As principais características surgiram por exercícios de improvisação que o diretor Thalles realizava com as atrizes. “Aos poucos fomos criando as personalidades das irmãs e os contrastes entre elas. A partir disso, começaram a existir vários conflitos e histórias do passado que a gente foi inventando e que ficam subentendidas”, conta a atriz que interpreta Joaquina Abutre, Isabelle Vignol.

O espetáculo ainda apresenta diversos momentos com performances musicais e coreografias inspiradas no estilo Vogue (movimentos de dança caracterizado por poses semelhantes às das modelos que estampavam a capa da revista Vogue). Rodrigo Dias foi chamado para fazer uma oficina com as atrizes de introdução à linguagem corporal do estilo e, logo após, foi convidado para participar da peça. Ele faz o papel do Padre que realiza o velório em ‘Irmãs Abutre’. “O convite me deixou muito feliz, pois sempre admirei a companhia e me apaixonei pelas personagens desde o primeiro contato”, ressalta o ator.

 

Os diálogos engraçados são acompanhados de momentos de interação com a plateia

 

Além disso, um dos maiores diferenciais da peça é a interatividade com a plateia presente. Para Anni Abrantes, 18, a troca entre a plateia e os personagens deixaram a apresentação ainda mais cômica. “Minha barriga está doendo de tanto rir. A gente se sente muito dentro da peça, não foi aquele ‘só assistir’, a plateia participou, interagiu com as personagens e se sentiu parte daquele ambiente”. Já para Juan Moraes, 21, a experiência foi seu primeiro contato com este tipo de arte após muitos anos. “Eu só tinha ido num teatro quando eu era criança e nunca soube realmente como era se expressar nesta arte. Eu achei bem interessante que cada personagem teve suas características e cores bem vibrantes”, destaca.

Outro ponto que deixou o espetáculo ainda mais especial foi o local escolhido para a apresentação. O 4 Galeria Café, localizado nos antigos túneis da Cervejaria Ritter, foi palco para a lavação de roupa suja entre as irmãs Abutre. Idealizado e criado por Mariana Rachinhas, o lugar busca tirar as pessoas da sua zona de conforto e trazer outras visões de mundo por meio da arte. “A gente sempre pensou para o projeto trazer peças de teatro, além das apresentações de música, exposições e poesias que já tinham acontecido antes aqui. Espero que esta seja a primeira de muitas outras peças que a gente consiga trazer em parceria com esse pessoal que é supertalentoso”, enfatiza Mariana.

 

Plateia lota o espaço do 4 Galeria Café para prestigiar o espetáculo ‘Irmãs Abutre’

 

Cursos e Oficinas da Você Sabe Quem Companhia de Teatro

Formada em julho de 2013, a VSQ Cia foi montada, inicialmente, por Thalles Echeverry (diretor e dramaturgo de Irmãs Abutre). Investiram no seu sonho de fazer teatro, inicialmente, Aline Cotrim (que interpreta Serafina Abutre), Diego Carvalho e Larissa Rosado. Ao longo dos anos, diversos atores, apoiadores e pessoas foram conhecendo e somando suas forças junto à companhia, conquistando sonhos e projetos juntos. Unidos pela vontade de fazer arte, o grupo visa ser um agente cultural transformador em Pelotas.

Além das produções teatrais, a Você Sabe Quem Companhia de Teatro também realiza oficinas, aulas e cursos de interpretação e linguagem teatral, tanto para adultos quanto para crianças. A fundadora e atriz Aline Cotrim fala que as oficinas sempre foram uma parte essencial da companhia: “A gente sempre teve essa preocupação de não só apresentar peças e fazer montagens, mas também essa troca com oficinas, aulas, cursos e outras coisas nesse sentido. É muito louco ver que muitas pessoas que entraram na companhia são pessoas que eram alunos das oficinas e aulas. E que acabaram virando membros, como a Isabelle e a Eduarda”, relata.

Atualmente, a companhia conta com três cursos com inscrições abertas: o curso de Teatro Infantil, indicado para crianças de 7 a 12 anos, que acontece às terças a noite; o curso de Teatro e Voz, para quem deseja experimentar as potencialidades vocais nas práticas corporais e teatrais, aos sábados pela manhã; e o curso de Linguagens Teatrais, o mais antigo da VSQ Cia, e tem o intuito de ser um primeiro contato com quem deseja conhecer mais sobre linguagem teatral e apresentações, aos sábados às 14h. Todos os cursos acontecem no espaço próprio do grupo, o Centro Cênico Cultural da VSQ, localizado na rua Dom Pedro II, n°458.

Mais informações sobre a VSQ e os cursos disponibilizados podem ser encontrados no site da companhia e no Instagram do grupo, @vsqciadeteatro.

 

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

 

Sexta edição do Anima Soul do Praça traz programação para amantes de cultura pop, geek e oriental

Cerca de 27 mil pessoas passaram pela última edição do evento nos dias 27 e 28 de julho      

 Por Victória Silva   

 

Evento reuniu  fãs de cultura pop em dois dias no Praça Rio Grande Shopping         Fotos: Maria Rita Rolim

 

O Anima Soul vem se consolidando como o festival de cultura pop, geek e oriental de referência da Zona Sul do Estado. No fim de semana, dias 27 e 28 de julho, cerca de 27 mil pessoas passaram pelo evento, segundo a assessoria do Praça Rio Grande Shopping, onde ocorreu. Essa foi a sexta edição da versão “Anima Praça”, especial gratuito do Anima Soul, que, além do shopping, conta com a organização da Equipe Anima Soul e da Produtora New Eyes.

A programação incluiu desfiles de cosplay (Desfile Cosplay e Desfile Cospobre), performances de Kpop Dance Cover (tanto solo quanto em grupo) e um Show de Talentos. O público ainda teve a oportunidade de visitar a Feira Geek, um espaço repleto de camisetas, figuras de ação, mangás, acessórios e uma variedade de itens que celebram a cultura asiática e o universo pop e geek, reunindo lojas e expositores locais.

Um desses expositores é Tony Garcia, da loja Endeavor Geekshop. Ele participa do Anima desde a primeira edição pós-pandemia. Tony trabalha com produtos importados do Japão, incluindo figuras de ação, placas decorativas, luminárias, miniaturas de produção própria em terceira dimensão feitas com impressora 3D, bem como cartas colecionáveis de jogos populares entre os fãs.

 

Tony Garcia é um participante assíduo da Feira Geek

 

Para Tony, eventos como o Anima Soul oferecem oportunidades para trocas de experiências enriquecedoras. “Porque, hoje em dia, o que a gente vê é que o pessoal está muito vidrado no telefone, no computador e na internet em geral. Às vezes, o que acontece é que você fica tanto numa bolha que esses eventos são primordiais para sair um pouco dela, sair um pouco desse seu quadrado e ter novas experiências”.

Nesta edição, a organização implementou algumas novidades. Com o propósito de dar suporte aos cosplayers e valorizar o talento de jovens artistas, o Anima dispôs de um camarim e de um estúdio fotográfico. Também teve uma área de jogos organizada pela loja Planeta Pixel, que ofereceu os jogos “Mortal Kombat 1” e “Just Dance”, ambos atraindo uma grande quantidade de fãs no evento inteiro. No corredor do Farol, ocorreu o Torneio de Yu-Gi-Oh, com premiação, e a Ala Indie, que contou com ampla participação de artistas e artesãos da cidade.

“Esta edição foi mais voltada para o nosso público alvo”, disse Adriana Falcão, idealizadora do festival. “Nossa equipe evoluiu junto com o público, sempre se dedicando e atuando com carinho para gerar oportunidades à comunidade. É sempre um prazer ser o maior evento geek e jovem da Região Sul do Estado”.

Fred Lima frequenta o festival desde a edição de março de 2022. O Anima o inspirou a performar personagens da cultura geek japonesa. “Eu vinha sem cosplay, até que conheci uma pessoa em específico que me inspirou”, disse ele. “Em [março de] 2023, no Anima Soul do Horto [Cassino], foi o primeiro evento que fui de cosplay. Foi mágico, uma experiência muito legal”.

 

Fred Lima costuma fazer cosplay de personagens da cultura japonesa

 

Desde então, Fred marca presença nos eventos, sempre caracterizado. “Eu gosto de estar aqui. É uma experiência que sinto que é importante, eu gosto de ter, sabe? Essa empolgação de vir no Anima, ver meus amigos, analisar os cosplayers”, compartilhou Fred. Ele possui um perfil no Instagram no qual ele divulga suas produções. 

 

A rio-grandina Fabiana Viana optou pelo cosplay de Arlequina dos quadrinhos da DC

 

Fabiana Viana é do Rio Grande e tem experiência em caracterização, adquirida por meio do circo. No Anima, ela viu uma chance de performar novamente, dessa vez através do cosplay. “Eu trabalhei em circo, comecei fazendo as princesas da Disney. Eu saí do circo por causa da pandemia e comecei a fazer cosplay. Estou adorando”.

O Anima deixa uma impressão duradoura em alguns participantes, que, mesmo após se mudarem do Rio Grande, voltam para celebrar o festival. É o caso da rio-grandina Diana Bongalhardo. “Eu me mudei para São Lourenço do Sul por causa da faculdade, e agora vim para cá apenas para curtir este evento. Eu já conhecia o Anima Soul desde a oitava edição, foi a primeira vez que fui, e foi um evento super divertido que marcou minha memória e que me estimulou a fazer cosplay”.

 

Diana caracterizou-se como o personagem Gorou do jogo de RPG eletrônico Genshin Impact

 

A estudante começou a criar suas próprias fantasias, que hoje combinam peças confeccionadas por ela mesma com outras adquiridas, inspirada pelo Anima. “Este é um lugar ótimo para se fantasiar, conhecer novas pessoas e, principalmente, para quem é mais tímido, como eu, uma oportunidade de interagir muito mais do que normalmente”, finalizou ela.

Em seu perfil oficial no Instagram, o Anima anunciou que retornará em 2025. No entanto, haverá eventos especiais nesse intervalo de tempo, incluindo a inauguração de uma loja física oficial e de um café temático, cujas datas serão anunciadas com antecedência em seu perfil @animasoulrg.

 

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

 

Museu do Doce realiza a exposição “Cadernos de Receitas: Narrativas da Tradição Doceira”

Acompanhando a realização da Fenadoce, em Pelotas, mostra traz a criatividade gastronômica ao longo da história       

Por Vanessa Oliveira 

     

          Exposição pode ser vista até o dia 30 de agosto no Centro Histórico de Pelotas                         Foto: Vanessa Oliveira

 

O Museu do Doce UFPel, reconhecido por sua dedicação à preservação e valorização da rica tradição doceira de Pelotas e região, está com a exposição “Cadernos de Receitas: Narrativas da Tradição Doceira”. A mostra, que promete encantar tanto os amantes da gastronomia quanto os entusiastas da cultura, convida os visitantes a uma viagem histórica através das páginas de cadernos de receitas que contam a história da doçaria brasileira.

Esta realização ocorre simultaneamente à Feira Nacional dos Doces 2024 (Fenadoce), que vai até o dia 4 de agosto, em Pelotas. O Museu do Doce está localizado na Praça Coronel Pedro Osório, Casarão 8, no bairro Centro. A exposição estará aberta ao público de terça a sábado, das 13h às 18h, até dia 30 de agosto, com entrada gratuita.

A exposição apresenta uma coleção diversa de cadernos de receitas, que variam desde manuscritos antigos, até versões mais contemporâneas, cada um trazendo consigo um pedaço da história doceira de Pelotas. Esses cadernos, muitas vezes passados de geração em geração, são testemunhos vivos das tradições familiares e regionais, revelando não apenas as receitas, mas também os costumes e histórias que as rodeiam. No espaço, estão apresentados cadernos doados ou emprestados para o acervo do Museu. Os registros selecionados seguem uma ordem cronológica que permite compreender as questões culturais e sociais relacionadas à elaboração dos escritos, as mudanças nos hábitos alimentares, a modernização dos utensílios, entre outros elementos contextuais.

 

Uma das peças faz parte do acervo do Museu da Baronesa e traz memória da culinária pelotense Foto: Vanessa Oliveira

 

Um dos cadernos de receitas que estão na exposição pertenceu a Amélia Anníbal Hartley Antunes Maciel, filha do Barão e da Baronesa de Três Serros conhecida como Dona Sinhá, administradora da Chácara da Baronesa entre 1894-1946. Apresenta selo da antiga casa Calavier, além de diferentes caligrafias e algumas poesias junto às receitas. Possui variadas utilidades: inventário de utensílios, valores recebidos, inúmeros desenhos feitos à mão, na capa e na contracapa.

Para tornar a visita ainda mais envolvente, o Museu do Doce organizou uma atividade interativa que convida os visitantes a participarem ativamente da elaboração do “Caderno Participativo de Receitas do Museu do Doce”. Durante a visita, os participantes podem compartilhar suas próprias receitas, enriquecendo a rica tradição doceira da região com suas histórias. Além disso, a exposição apresenta entrevistas em formato audiovisual, que narram as experiências das mulheres que preservam a tradição doceira, transmitindo receitas de geração para geração.

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Espetáculo “Irmãs Abutre” invade o 4 Galeria Café nesta sexta-feira

Inspirada no esquete “O finado Ivo Joaquim” de Ismáiler Borges, a peça da Você Sabe Quem Companhia de Teatro retorna para nova apresentação

Por Bruna Farias e Renata Ávila      

 

As personagens principais de ‘Irmãs Abutre’: Joaquina Abutre (Isabelle Vignol), Serafina Abutre (Aline Cotrim) e Malvina Abutre (Eduarda Bentro).  (Foto: Divulgação/Instagram VSQ Cia)

Protagonistas são Joaquina Abutre (Isabelle Vignol), Serafina Abutre (Aline Cotrim) e Malvina Abutre (Eduarda Bentro)            Foto: Divulgação/Instagram VSQ Cia

 

Com muita confusão e insanidade, a peça ‘Irmãs Abutre’, produzida pela Você Sabe Quem Companhia de Teatro (VSQ Cia), chega no 4 Galeria Café, localizado na rua Santos Dumont, nº 125, em Pelotas, nesta sexta-feira (26 de julho), às 20h. O espetáculo inspirado no esquete “O finado Ivo Joaquim”, de Ismáiler Borges, e todo referenciado na década dos anos 1980, promete arrancar o riso da plateia com a bagunça e a loucura das irmãs que transformam o velório em uma verdadeira comédia.

Em construção desde 2022 e com sua estreia oficial em novembro de 2023, por meio do edital ProCultura de Pelotas, a história se passa no velório do falecido Ivo Joaquim e nos apresenta suas três filhas, as “Irmãs Abutre”: Malvina (Eduarda Bentro), Serafina (Aline Cotrim) e Joaquina (Isabelle Vignol). Elas transformam a cerimônia, que tinha tudo para ser repleta de emoções tristes, em uma verdadeira lavação de roupa suja, quando começam a desenterrar desavenças do passado. Tudo ainda piora e sai totalmente do controle quando chega o Padre (Rodrigo Dias) para velar o falecido Ivo.

“A peça tem classificação indicativa de 12 anos, devido à linguagem, e é pensada para todos aqueles que desejam se divertir com um espetáculo leve e cheio de música”, enfatiza a VSQ Cia. Os ingressos estão disponíveis no Sympla por R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia-entrada) ou direto pelas redes sociais da companhia @vsqciadeteatro.

 

“Irmãs Abutre” fazem um tumulto no velório do pai com seus ressentimentos Foto: Thamires Seus

 

Conheça a Você Sabe Quem Companhia de Teatro

Formada em julho de 2013, a VSQ Cia foi montada, inicialmente, por quatro atores que resolveram investir no seu sonho de fazer teatro. Ao longo dos anos, diversos atores, apoiadores e pessoas foram conhecendo e somando suas forças junto à companhia, conquistando sonhos e projetos juntos. Unidos pela vontade de fazer arte, o grupo tem como objetivo ser um agente cultural transformador em Pelotas.

Desde sua fundação, a Você Sabe Quem Companhia de Teatro já produziu diversas peças teatrais, como a peça ‘Dona Frida’ de 2016, que rendeu quatro prêmios ao grupo pela produção. E também realizaram peças voltadas ao público infantil, como ‘A Boneca Dorothy’ e a nova peça ‘Kara cara a cara com o Zé’, que entrará em cartaz nos próximos meses.

Atualmente, além de ‘Irmãs Abutre’, o grupo também está promovendo novas apresentações de ‘Dona Frida’ em comemoração aos 10 anos da VSQ. Acontecem leituras cênicas do espetáculo “Crônicas de um Amanhecer Abortado” de Matei Visniec, sempre nas primeiras sextas-feiras do mês, na sede do grupo — o Centro Cênico Cultural da VSQ — que fica na Rua Dom Pedro II, 458.

Evento: Espetáculo ‘Irmãs Abutre’

Dia: 26 de julho de 2024

Horário: 20h

Local: 4 Galeria Café, rua Santos Dumont, nº 125

Ingressos: R$ 50,00 inteira e R$ 25,00 meia-entrada

Onde comprar: Plataforma Online Sympla 

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

 

Jornalistas rio-grandinas lançam clube de leitura focado na literatura da Região Sul do Estado

Lisandra Miranda e Milene Louzada estarão neste sábado, dia 20 de julho, na Livraria Hippocampus, no Balneário Cassino, para o primeiro encontro do clube    

Por Victória Silva     

Idealizado pelas jornalistas rio-grandinas Lisandra Miranda e Milene Louzada, o Clube Ao Quadrado vem para somar no cenário literário da cidade do Rio Grande, na Região Sul do Estado. Neste sábado, dia 20 de julho, acontece o primeiro encontro do clube, às 15h, na Livraria Hippocampus, na Rua Jovem Airton Porto Alegre, nº 387, no Balneário Cassino. A proposta é criar um espaço de troca de experiências de leitura entre leitores e autores das obras selecionadas a cada mês, e, ao mesmo tempo, promover a divulgação de obras locais.

O que começou como um programa de podcast em 2023, o Ao Quadrado é um projeto que une comunicação e literatura, duas das paixões das criadoras. O podcast, agora em sua terceira temporada, possui dois quadros: “Ao Cubo”, que traz entrevistas com produtores culturais dos municípios de Pelotas e Rio Grande; e “Dose Dupla”, no qual as apresentadoras discutem as obras de seus interesses de forma leve e descontraída. Os episódios são lançados todas as segundas-feiras, às 10h. O Clube Ao Quadrado é a nova aposta das jornalistas, que pretendem trazer o estilo do programa para mais perto do público, facilitando o intercâmbio de laços e de ideias.

 

Milene Louzada e Lisandra Miranda produzem conteúdo jornalístico e literário desde 2023                           Foto: Divulgação/Instagram @aoquadradopod

O clube, hoje com mais de 20 inscritos, não tem mensalidade nem requer associação. As reuniões, em formato presencial, são mensais, todo terceiro sábado de cada mês até novembro. Para esta primeira edição, o destaque será para escritoras mulheres da região.

“Incentivar a leitura dos autores nacionais é incentivar o mercado a olhar para quem produz dentro do país”, pontuaram as jornalistas. “É gratificante perceber como as pessoas respeitam o nosso trabalho, que fazemos com seriedade, dedicação e muita leitura. Acreditamos que é um sonho se tornando realidade, afinal, sempre ouvimos que nossa profissão vai acabar, mas o Ao Quadrado é a esperança de que é possível fazermos comunicação sobre temáticas que gostamos, pois temos pessoas que nos ouvem e abraçam essa ideia”.

Neste mês, a escritora e jornalista Andréia Pires é a convidada. O bate-papo terá como foco o seu livro “O Céu Riscado na Pele”, publicado em 2021 pela Editora Concha, da qual Andréia é a proprietária. “Andréia é rio-grandina e tem a cidade do Rio Grande como ambientação em seus livros, assim valoriza os espaços do município para criar cenários para suas histórias, o que faz com que o leitor se identifique ao longo da leitura”, explicam Lisandra e Milene ao justificarem a escolha do livro de abertura da primeira edição do clube.   

Para participar, é necessário preencher este formulário: https://forms.gle/gJCfcsQspo4SMUQo9. Mais informações estão disponíveis no perfil do projeto Ao Quadrado no Instagram.

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Escritora promove oficina on-line de escrita criativa

A professora Patrícia Silveira realiza “Projeto Livro”, que ocorre na internet a partir desta semana     

Por Victória Silva    

Nesta terça-feira, dia 16 de julho, a dramaturga, escritora e professora Patrícia Silveira dá início à oficina on-line de escrita criativa “Projeto Livro”. Vencedora da categoria principal do Prêmio Açorianos de Literatura 2023, “Livro do Ano”, e da categoria “Dramaturgia”, com a coletânea de quinze textos teatrais “Liberdade”, a autora propõe um espaço para compartilhar conhecimentos, inspirações e técnicas com aqueles que desejam transformar suas ideias em palavras. O curso, que ocorre de julho a setembro, é voltado tanto para iniciantes quanto para autores que já publicaram.

 

      Patrícia conquistou dois prêmios na cerimônia do Prêmio Açorianos de Literatura 2023: “Livro do Ano” e “Dramaturgia” por “Liberdade”       Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

 

Doutora em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) com especialização em Escrita Criativa, Patrícia é uma escritora versátil. Transitando entre a literatura, principalmente a poesia, e o teatro, ela é autora dos livros “Caminho para Luamar” (Editora Patuá), “Em um tempo aberto”, “Camille no exílio” (ambos publicados pela EdiPUCRS), “Estranhas ficções de tempo, morte e utopia” (Editora Buqui) e “Liberdade” (Concha Editora). Este último é resultado de um trabalho em conjunto do Coletivo As DramaturgAs, do qual Patrícia é colaboradora e idealizadora.

Na coletânea “Liberdade”, ela assina o texto dramatúrgico “Galeria Cassandra”, que mergulha na fonte da mitologia grega e da literatura ocidental, trazendo uma nova interpretação de figuras femininas icônicas das tragédias teatrais. Os outros textos são escritos pelas integrantes do coletivo, que atualmente conta com 15 membros.

 

Patrícia traz sua experiência no mercado literário para a oficina              Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

 

A oficina “Projeto Livro” abordará desde a criação da narrativa e da sinopse até a escolha do título e o processo de publicação. As aulas, em formato virtual, serão ministradas de forma interativa, desenvolvendo exercícios práticos e discussões em grupo, além de muita leitura. Serão oito sessões ao vivo, com encontros semanais de duas horas, toda terça-feira, às 19h, pelo Google Meet. O curso começa nesta terça-feira, 16 de julho, e terminará na terça-feira, 3 de setembro.

“Eu vejo que a minha paixão é o processo de criação, é pensar caminhos para o trabalho de escrita. Sempre me voltei para isso”, compartilhou Patrícia. “É um trabalho, às vezes, muito solitário”.

Foi pensando nisso que surgiu a oficina, visando promover essa troca de experiências. “Poder estar com pessoas que estão voltadas para isso, enriquece muito o nosso universo, poder pensar em outras formas, outros exemplos, outras referências”, disse Patrícia. “Vou falar o que é pesquisa em arte, como que uma pessoa que escreve se organiza. Tudo isso eu vou expor de forma bem livre, trazendo espaço para a subjetividade, porque a arte trabalha com questões subjetivas”.

As inscrições são realizadas através da plataforma Sympla, com número de vagas limitado. O custo para participar da oficina é de R$ 680,00. Para mais informações, os interessados podem entrar em contato pelo perfil da escritora no Instagram

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

 

Encerramento do Diário Popular de Pelotas: Um adeus a 133 anos de história

Um dos mais antigos jornais do Brasil, interrompe suas atividades, marcando o fim de uma era na comunicação regional         

Por Vanessa Oliveira          

 

Fundado em 1890, o Diário Popular de Pelotas foi o principal jornal diário da Região Sul. Uma triste notícia foi o anúncio de sua última edição no dia 12 de junho. Ao longo de 133 anos, cobriu eventos históricos importantes, crises políticas e mudanças sociais significativas. No seu início, teve como destaque a publicação de textos do escritor João Simões Lopes Neto. Tornou-se uma referência por acompanhar atentamente, por mais de um século, as rotinas e novidades nos âmbitos social, político, econômico, cultural e esportivo da cidade de Pelotas e região.

Testemunha da história, o Diário Popular foi até este ano o jornal mais antigo do Rio Grande do Sul e o terceiro do Brasil com circulação diária ininterrupta. Sua trajetória está diretamente ligada ao desenvolvimento de Pelotas e região. Circulou em todos os municípios da Zona Sul do Estado. Sua versão online alargou o seu alcance, com a cobertura dos principais fatos da região, do Estado, do Brasil e do mundo. Contou com a maior equipe de jornalistas profissionais do sul do Estado, produzindo conteúdos sobre as cidades, economia, política, segurança, agronegócio, esportes, cultura e entretenimento.

 

Publicação do Instagram oficial do Diário Popular

 

Ao longo destes 133 anos, passou por inúmeras mudanças. Em abril de 2020, por exemplo, teve uma reformulação gráfica e ganhou cor em todas as páginas, quando os públicos já acompanhavam as notícias tanto no impresso quanto no formato digital. Enquanto no impresso a população tinha acesso a informações exclusivas, no site e nas redes – com mais de 215 mil seguidores – foi privilegiada a instantaneidade. Nesse momento, foi acertado um acordo operacional com a Gráfica Uma, do grupo RBS, que imprime os jornais Zero Hora e Diário Gaúcho. O Diário Popular desativou a sua rotativa própria e passou a usufruir do equipamento da nova parceria.

Um dos principais motivos para o encerramento do jornal inclui questões financeiras significativas. Em carta à comunidade publicada no Diário Popular, Virgínia Fetter, diretora-superintendente do Jornal escreveu: “A pandemia de 2020 agravou ainda mais a situação, mas continuamos lutando por nossos leitores… O jornal impresso é um documento valioso e caro. Além disso, enfrentamos desafios ambientais complexos, como as crises climáticas no Rio Grande do Sul”.

Os jornais do Rio Grande do Sul precisaram fazer adaptações difíceis devido à maior enchente já registrada no Estado. Os veículos gaúchos ampliaram as coberturas, reforçaram as edições digitais e liberaram os acessos, sem exigência de pagamento de assinaturas na ocasião.

Devido às enchentes, que atingiram centenas de cidades gaúchas, diversos veículos impressos do Estado tiveram dificuldades para a impressão e entrega das versões físicas, como foi o caso do Diário Popular. Suas edições em papel deixaram de circular desde o dia 6 de maio, quando o parque gráfico da RBS, onde vinham sendo impressas, foi obrigado a paralisar seus serviços. O próprio jornal Zero Hora, da RBS, teve de encontrar alternativas com a colaboração de outras empresas. Também houve dificuldades para a entrega das assinaturas do Diário Popular, pois muitas regiões estavam alagadas em Pelotas, em função da cheia da Lagoa dos Patos.

 

Redação funcionou na rua Quinze de Novembro no bairro Centro de Pelotas

 

Segundo Lucas Kurz, ex-editor do jornal, o anúncio do encerramento foi realizado primeiramente para os gestores da redação e, três horas depois, para toda a equipe, marcando um momento significativo na história do jornalismo local. Ele acredita que a mudança no consumo de notícias, com migração para plataformas digitais não tenha sido um dos motivos que afetou o jornal, já que o Diário Popular também oferecia edições digitais.

Para Lucas, o legado do Diário Popular de Pelotas para o jornalismo local e regional é vasto. “O DP foi o primeiro rascunho de boa parte da história. Quase todos os fatos relevantes da história do município foram registrados por lá. Para o jornalismo, certamente, foi o lar de formação de muitos talentos e um fiscal atento às questões de relevância da região,” descreve. Trabalhar em um jornal com uma história tão rica e longa foi qualificado por Lucas Kurz como uma “vivência espetacular”.

 

A história e a contribuição do Diário Popular para a comunidade de Pelotas permanecerão como um testemunho de sua importância e impacto duradouro

 

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

 

Curso “Feltro em Histórias” promove integração entre literatura infantil e costura

Atividades ocorrem na cidade do Rio Grande com parceria da loja Art’Evidência e a Secretaria de Município de Cultura, Esporte e Economia Criativa      

Por Victória Silva        

 

A proposta do curso é criar bonecos e fantoches de feltro, a partir de histórias infantis    Fotos: Victória Silva

 

Explorar a criatividade e as habilidades de cada participante para dar vida a histórias infantis através da costura em feltro é o objetivo do curso “Feltro em Histórias”. A proposta é que, ao final das atividades, os inscritos confeccionem bonecos e fantoches de feltro, que serão exibidos em uma mostra pública e, posteriormente, doados para instituições ou projetos sociais da cidade. Esta realização é resultado de uma parceria entre a loja Art’Evidência e o Setor de Literatura da Secretaria de Município de Cultura, Esporte e Economia Criativa (SMCEEC) da Prefeitura Municipal do Rio Grande. Tem o apoio da Câmara do Comércio da Cidade do Rio Grande.

No dia 13 de junho, a Câmara do Comércio da Cidade do Rio Grande deu início às atividades da primeira turma do curso. Haverá quatro encontros no total, programados também para os dias 11 de julho, 15 de agosto e 12 de setembro, sempre das 9h às 11h45min. Entre uma sessão e outra, os participantes recebem orientações das coordenadoras da oficina, Carla da Silva e Isabela Sartori, artesãs da Art’Evidência, ao lado de Luciana Gepiak, responsável pelo Setor de Literatura da SMCEEC.

Esta é a segunda colaboração entre o grupo rio-grandino de artesãs e a Prefeitura. A primeira ocorreu com o projeto “Historiar: ler e bordar”, iniciado em novembro de 2022, focado na interpretação da literatura escrita por autoras mulheres por meio do bordado livre.

E foi no “Historiar: ler e bordar” que surgiu a ideia de usar feltro, conforme explicou Carla da Silva: “O projeto com o feltro surgiu de uma ideia de uma aluna do projeto do bordado. A gente sempre quer relacionar o artesanato com a literatura, que é o propósito do projeto. Escolhemos, a princípio, para este ano, histórias infantis”.

 

Nesta primeira edição, as histórias infantis são as referências para o artesanato em feltro

 

“A expectativa é que todo mundo consiga interagir”, disse Isabela Sartori. Para ela, trabalhar com feltro é mais fácil do que com bordado, o que explicaria o interesse maior pela oficina.

Durante a primeira sessão, as participantes tiveram uma aula introdutória e também um momento para se apresentar. Elas conheceram uma variedade de livros infantis, os quais foram usados como referência na criação das personagens, sendo esse primeiro encontro dedicado à elaboração dos moldes para a costura.

 

Participantes utilizaram o primeiro encontro para confeccionar os moldes para a costura das personagens

 

Entre os participantes está Maristela Bueno, artesã e costureira, também integrante do projeto “Historiar: ler e bordar”. “A Carla [da Silva] é uma amiga de anos, ela me convidou para este grupo. Pouco trabalhei com feltro, já fiz alguma coisinha, mas pouco trabalhei. E o que me interessa é que é um grupo de pessoas que trocam ideias. Acho que vai ser bem legal este curso, estou gostando muito”.

O curso “Feltro em Histórias” é gratuito e com vagas limitadas. Para obter mais informações e checar a disponibilidade de vagas, o contato pode ser realizado por meio do e-mail setordeliteraturarg@gmail.com ou pelo telefone (53) 32312842.

 

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Evento cultural para ajudar comunidades atingidas pela enchente em Pelotas neste sábado

O “Solidariedade na Rua” acontece na Praça Coronel Osório no dia 8 de junho com música, oficinas, venda de alimentos e feira de adoção de animais

 

 

Para amenizar as graves dificuldades por que passam aqueles atingidos pela enchente, o movimento Solidariedade na Rua, fomentado por sindicatos e movimentos sociais, promove um evento cultural neste sábado, dia 8 de junho, em Pelotas. Contará com atrações musicais, oficinas, atividades, feira de adoção de animais e banquinhas para exposição e venda de itens, como livros, alimentação e bebidas. Toda a renda dos itens comercializados será revertida para as ações em apoio às pessoas atingidas. O evento ocorre na Praça Coronel Pedro Osório, com início às 10h e final previsto para às 17h.

Hellena Vieira, uma das organizadoras, diz que a ideia é a fortalecer as ações solidárias. “A gente lançou esse evento para dar visibilidade e mostrar o trabalho da sociedade civil organizada, dos sindicatos, dos movimentos sociais, dos coletivos e partidos”, explica. A organizadora destaca, ainda, a importância da busca por recursos. “Apesar de as coisas, aos poucos, estarem voltando ao normal, as pessoas que foram atingidas vão demorar um tempo para se restabelecerem e a gente vai precisar tanto de fundos, quanto de comida para auxiliar essas pessoas”, afirma.

 

                      Missão humanitária na Colônia Z-3 com união da Defesa Civil Municipal de Pelotas e Angra dos Reis/RJ                Foto: Gustavo Vara/Prefeitura de Pelotas

 

O evento tem apoio da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), 8M Pelotas, Instituto Mario Alves (IMA) e Armazém do Campo. A arrecadação de fundos será feita a partir da venda de livros do IMA e de alimentos e bebidas doados e preparados por voluntários. Ao longo do dia, haverá uma banca para recebimento de doações de materiais de higiene pessoal, limpeza e ração para animais domésticos.

Hellena destaca a importância e as diferentes razões que levaram o movimento a promover o Solidariedade na Rua. “A gente está com essa expectativa de arrecadar mais fundos, além de ter um espaço para ajudar os animais a serem adotados e, no meio de tudo isso, promover essa ação cultural”, anuncia.

Mais detalhes do Solidariedade Pelotas estão sendo divulgados nas redes sociais no Instagram, no TikTok  e no Facebook

 

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

 

Apresentação do filme “A Queda do Céu” em Cannes fortalece cinema indígena

Documentário apresentado no festival francês com base no livro de Davi Kopenawa marca produção com perspectiva genuína em constante crescimento       

Por Vanessa Oliveira                  

A câmera na mão de um indígena é uma arma poderosa. Ela não só captura imagens, mas também histórias identidades e resistências. Ao filmar nossa própria história, nós, povos indígenas reescrevemos o passado e moldamos o futuro” (Takumã Kuikuro, cineasta indígena).

 

Cartaz do Filme A Queda do Céu, selecionado para estreia em Cannes. Foto: Aruac Fillmes

 

Nos últimos anos, a produção cinematográfica indígena tem ganhado crescente visibilidade, destacando-se como uma voz autêntica e indispensável dentro do panorama cultural global. Filmes produzidos por cineastas indígenas oferecem uma perspectiva interna e genuína sobre suas comunidades, rompendo estereótipos e preconceitos frequentemente perpetuados por produções externas. Esses cineastas utilizam o cinema não apenas como uma ferramenta de expressão artística, mas também como um meio de preservação cultural e resistência política, afirmando suas identidades e reivindicando direitos e reconhecimento. Um dos marcos recentes de reconhecimento da cinematografia com temáticas e criações indígenas foi a exibição do filme “A Queda do Céu”, na Quinzena dos Realizadores, dia 17 de maio, no Festival de Cannes, na França.

A visibilidade da produção cinematográfica indígena não só enriquece o cenário cultural, mas também contribui para uma maior inclusão e representação das diversidades étnicas no cinema mundial. Este movimento abre caminho para uma indústria cinematográfica mais plural e democrática, na qual todas as vozes têm a oportunidade de serem ouvidas e celebradas.

Os filmes indígenas abordam uma ampla gama de temáticas que refletem as experiências, lutas e aspirações das comunidades indígenas. Essas temáticas são essenciais para a compreensão das complexidades culturais e sociais enfrentadas por esses povos.

Filmes como “A Queda do Céu” e “A Flor do Buriti’ exemplificam essa tendência, trazendo à tona narrativas que antes eram marginalizadas ou distorcidas.

“A Queda do Céu”, apresentado no Festival de Cannes em 2024, é um documentário dirigido por Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha. O filme aborda a Amazônia e os indígenas Yanomamis e é centrado na festa de Reahu, ritual funerário e a mais importante cerimônia dos Yanomami. A cerimônia reúne centenas de parentes falecidos com a finalidade de apagar todos os rastros daquele que se foi e, assim, colocá-lo em esquecimento. Essa produção foi baseada no livro homônimo de Bruce Albert e Davi Kopenawa.

 

Davi Kopenawa, xamã yanomami e autor do livro “A Queda do Céu”          Foto: Bruno Kelly/ Amazônia Real

 

No ano passado, “A Flor do Buriti”, de Renné Nader Messora e João Salaviza, recebeu o Prix D’ensemble na mostra “Um Certo Olhar” em Cannes. Esse filme fala da resistência do povo Krahô do norte de Tocantins. Sônia Guajajara, atualmente ministra dos Povos Indígenas, participa do longa.

 

 

Além dos grandes festivais internacionais, há um crescimento significativo de festivais dedicados exclusivamente ao cinema indígena, como o Festival de Cinema Indígena de Gramado, que oferece uma plataforma crucial para cineastas indígenas apresentarem suas obras e conectarem-se com audiências locais e internacionais.

A produção cinematográfica indígena contemporânea está em plena expansão, com um crescente reconhecimento e apoio local quanto internacionalmente. Esse movimento não apenas enriquece o panorama cinematográfico global, mas também fortalece a identidade cultural e a voz política das comunidades indígenas, permitindo-lhes contar suas próprias histórias de forma autêntica e impactante.

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS