21ª edição do projeto “Ruas de Lazer” será no bairro Guabiroba

Esporte, lazer e cultura no domingo, dia 19 de outubro, em promoção da UFPel  e Prefeitura de Pelotas

 

Projeto reúne atrações musicais, práticas esportivas e outros serviços             Fotos: Divulgação

 

A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e a Prefeitura Municipal realizam neste domingo, dia 19 de outubro, das 14h às 18h30, mais uma edição do Ruas de Lazer, projeto que transforma as ruas da cidade em espaços de convivência, cultura e diversão.

A 21ª edição do projeto acontece na Rua Irmão Fernando de Jesus, entre Arnaldo da Silva e Dirceu de Ávila Martins, no bairro Guabiroba. A participação é gratuita e aberta a toda a comunidade.

A programação reúne projetos da UFPel e da Prefeitura de Pelotas, oferecendo atividades esportivas, oficinas educativas, ações de saúde e cidadania. Haverá atrações culturais como: aula do grupo Vida Ativa e apresentações musicais com o projeto Encontros no Choro, Luís Otávio Gaiteiro e Solon Silva.

O Ruas de Lazer busca incentivar a ocupação saudável dos espaços urbanos, fortalecer os laços comunitários e valorizar a cultura local. Aproxima a universidade, o poder público e a população em um grande encontro ao ar livre.

 

 

A patinação é um dos esportes que tem sido praticados nas edições do Ruas de Lazer

 

Quando: Domingo, 19 de outubro, das 14h às 18h30

Onde: Rua Irmão Fernando de Jesus, entre Arnaldo da Silva e Dirceu de Ávila Martins, no bairro Guabiroba

Programação artística no palco: 14h30 – Projeto Vida Ativa

15h30 Encontros no Choro

16h15 – Luís Otávio – Gaiteiro

16h45 Pagode do Uendel

17h30 – Solon Silva

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Curso gratuito de audiovisual abre 120 vagas para artistas e produtores gaúchos

Inscrições abertas até 25 de outubro para nova turma da capacitação “Com Que Vídeo eu Vou?” com aulas on-line em 2026

 

Curso tratará do audiovisual e de suas técnicas digitais

 

Estão abertas até 25 de outubro as inscrições para a segunda turma do curso gratuito “Com que vídeo eu vou?” (CQV), voltado a artistas visuais e produtores culturais do Rio Grande do Sul. A capacitação on-line oferece 120 vagas e acontece em janeiro e fevereiro de 2026. A atividade desenvolve conhecimentos sobre a linguagem audiovisual para o produtor cultural potencializar e divulgar as artes em diversos segmentos. É destinada a artistas visuais e produtores. Também se volta para as iniciativas culturais sediadas em todas as regiões gaúchas, com cadastro habilitado na Secretaria da Cultura do Estado (Sedac/RS). A segunda turma do curso leva o nome de “Take 02”.

“A diversidade de aplicações do curso é vasta, abrangendo desde o uso das plataformas digitais para ampliar a visibilidade do trabalho até a criação de projetos de memória e patrimônio, como a organização de acervos em áudio e vídeo”, explica Joana Tassinari, fundadora da CQV e mestre em Comunicação e Cultura com atuação de 30 anos no mercado audiovisual. “Escolhemos o nome ‘Take’ para exemplificar essa diversidade. Ela se manifesta na nossa vida cotidiana, sempre que utilizamos o celular para registrar um momento, estamos fazendo um ‘take’, uma tomada”, complementa.

A capacitação teórica será ministrada na plataforma Zoom, ao vivo ou sincronicamente, nos meses de janeiro e fevereiro. Serão reunidas quatro turmas de 30 alunos, sendo um grupo no formato inclusivo para pessoas portadoras de deficiências, com tradução simultânea em Libras.

O “Take 01”, que está em andamento no segundo semestre de 2025, segue o mesmo formato e número de integrantes. O terceiro “Take” acontecerá em formato de aulas práticas presenciais a partir de março de 2026, para quem prestou um dos módulos anteriores.

O próprio formato do curso é adaptável a diferentes segmentos profissionais. “Em relação aos aspectos mercadológicos, abordaremos a forma como o material será exibido, desde os locais de exibição até as redes sociais”, detalha Joana. “Apresentaremos uma pesquisa detalhada sobre redes sociais, que abordará as possibilidades e formas de utilização. Portanto, o curso oferece uma base mais ampla”, finaliza. Joana assina a coordenação acadêmica do conteúdo com Igor Waltz, doutor em Comunicação.

Em março de 2026, o CQV apresentará seu ciclo prático, o “Take 03”, que envolve uma oficina presencial com 160 vagas, exclusivas para os participantes do ciclo teórico (Takes 1 e 2). Serão oito turmas com 20 vagas, todas gratuitas, que ocorrerão presencialmente em sete municípios localizados em sete diferentes Regiões Funcionais do Estado.

Nesta fase final, o projeto traz ao Estado a mobile journalist Patricia Gomes para ministrar aulas. Radicada em Londres, ela é especialista em produção audiovisual profissional com smartphone. Seus documentários e reportagens receberam diversos prêmios no Brasil e no exterior, incluindo o Emmy Internacional.

O projeto “Com que vídeo eu vou? – Capacitação Audiovisual para Produtores Culturais e Artistas Visuais do Rio Grande do Sul” conta com recursos do Edital SEDAC/PNAB RS nº 27/2024 para artes visuais.

Sobre o conteúdo

O ciclo teórico inclui tópicos como a linguagem básica do audiovisual, formas de distribuição e formação de canais e perfis online, escolha de formatos, técnicas de criação e roteirização, recursos técnicos, a contratação de produtores ou realização de parcerias, a discussão sobre o uso de Inteligência Artificial como auxiliar de criação e produção, entre outros temas.

A capacitação também conta com um manual didático gratuito, exclusivamente concebido para o projeto, que servirá como material de referência e consulta e traz uma bibliografia adicional para aprofundamento posterior dos conhecimentos.

Sobre a CQV

Marca registrada da Farfalla Produção Cinematográfica, a CQV – “Com que vídeo eu vou?” é uma Consultoria Audiovisual Corporativa que surgiu da experiência de sua criadora junto ao mercado audiovisual profissional e comunicação corporativa. Ao identificar as lacunas entre necessidades e resultados, Joana Tassinari criou uma metodologia para tornar a decisão de qual vídeo escolher mais assertiva e sustentável.

 

Serviço

As inscrições podem ser feitas pelo Instagram e no seguinte link

Período de inscrições: de 25/09/2025 a 25/10/2025

Aulas do Take 2: janeiro e fevereiro de 2026

Formato: aulas ao vivo, online pela plataforma Zoom

Custo: gratuito

Público: artistas visuais, produtores ou iniciativas culturais sediadas em todas as regiões do Estado, exclusivamente com cadastro habilitado na Secretaria da Cultura do RS (SEDAC)

Financiamento: iniciativa contemplada no Edital SEDAC/PNAB RS nº 27/2024 – ARTES VISUAIS, que disponibiliza os recursos descentralizados através da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), instituída pela Lei Federal nº 14.399/2022, Decreto Federal nº 11.740/2023, Instrução Normativa MinC nº 10, de 28 de dezembro de 2023, Instrução Normativa SEDAC nº 04/2024 e legislação correlata.

Pré-requisitos: confirmação de presença é critério eliminatório; os alunos receberão certificado de participação conforme as regras da Chamada Pública, disponível em bit.ly/CQV_PNAB-RS

Redes sociais:

Instagram

LinkedIn

TikTok

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I Mostra de Animação do Festival de Cinema da Fronteira começa amanhã em Pelotas

Com entrada franca, festival exibe mais de 20 curtas nacionais e o longa ‘Bizarros Peixes das Fossas Abissais’ na escola Jornalista Deogar Soares, Otroporto e CEU Dunas​

 

Filme “A Mina de Quimera” tem direção de Thiago Calcagno Martins, Cadu Zimmermann, Gabriel Dias dos Santos

 

De 10 a 12 de setembro de 2025, a cidade de Pelotas será palco de uma seleção especial de curtas e de um longa-metragem que marcaram a história do Festival Internacional de Cinema da Fronteira, com sessões gratuitas em três pontos da cidade. A seleção reúne cerca de 20 curtas produzidos em vários estados do Brasil e o longa “Bizarros Peixes das Fossas Abissais”, de Marão, com projeções na escola Jornalista Deogar Soares, Otroporto e CEU Dunas.

De diferentes estilos, técnicas e narrativas, a seleção reúne títulos que marcaram presença em edições anteriores do Festival, realizado anualmente nas cidades fronteiriças de Bagé, Livramento e Rivera (Uruguai). Além destes filmes, a Mostra também contará com curtas produzidos por estudantes durante as oficinas de stop motion realizadas em escolas municipais e estaduais de Pelotas, celebrando a criatividade e o talento das novas gerações.

 

O longa-metragem exibido é “Bizarros Peixes das Fossas Abissais”       Foto: Divulgação/Vitrine Filmes

 

“Bizarros Peixes das Fossas Abissais” é o longa desta edição da Mostra de Animação. Com direção do premiado animador Marão, traz as vozes de Rodrigo Santoro, Natalia Lage e Guilherme Briggs. A produção acompanha uma mulher com esdrúxulos superpoderes, uma tartaruga com transtorno obsessivo-compulsivo e uma nuvem com incontinência pluviométrica em uma insólita jornada até as profundezas do oceano. O filme mistura animação artesanal e imaginação sem limites e passa na quinta-feira (dia 11 de setembro), às 10h, no Otroporto, e sexta-feira (12 de setembro), às 15h, no CEU Dunas.

“Esta versão especial do Festival da Fronteira busca celebrar o berço da animação no RS”, explica Zeca Brito, diretor artístico do Festival. “Graças ao curso superior de animação da UFPEL, a linguagem se popularizou no Estado e hoje faz parte da realidade profissional de muitos artistas”, complementa. A programação começa na quarta (10 de setembro), com a exibição da Sessão de Curtas-metragens, às 9h, na escola Jornalista Deogar Soares. O mesmo programa será projetado na quinta, às 15h, no Otroporto, e no CEU Dunas, na sexta-feira, às 10h.

A Mostra de Animação do Festival Internacional de Cinema da Fronteira é uma realização do Programa Economia da Cultura e Diversidade, Governo de Pelotas, através da Lei Paulo Gustavo do Governo Federal.

I Mostra de Animação do Festival Internacional de Cinema da Fronteira será sempre com entrada franca. Pode ser acompanhada nas redes sociais pelo Instagram e pelo Site Oficial.

 

“Minha Primeira Memória”,  de Lara Salsa, é uma produção oriunda de  Recife   Foto: Divulgação

 

Programação

Quando: De 10 a 12 de setembro de 2025

Onde: na Escola Municipal Jornalista Deogar Soares (Rua Vinte, 17 – bairro Dunas) no dia 10; Otroporto (Rua Benjamin Constant, 701a – bairro Porto) no dia 11; e CEU Dunas (Avenida Ulysses Silveira Guimarães, bairro Dunas) no dia 12.

10/09 (quarta-feira) – EMEF Jornalista Deogar Soares

9h – Sessão de Curtas-metragens:

“Minha Primeira Memória”, direção de Lara Salsa – Recife/Brasil

“Ana Morphose”, direção de João Rodrigues – Guimarães/Portugal

“Tardes no Escarafuncha”, direção de Fernando Ferreira Garróz –  Franca/Brasil

“Coaxo”, direção de Cecília Martinez – Pelotas/Brasil

“Carcinização”, direção de Denis Souza – Pelotas/Brasil

“Lotus”, direção de Sara Pinheiro e Larissa Moreira – Florianópolis/ Brasil

“A Mina de Quimera”, direção de Thiago Calcagno Martins, Cadu Zimmermann, Gabriel Dias dos Santos – Pelotas/Brasil

“Livre”, direção de Claudio Luiz Marques – Rio Grande/Brasil

Curtas-metragens produzidos nas oficinas nas escolas. (Colégio Estadual Félix da Cunha, EMEF Deogar Soares)

11/09 (quinta-feira) – Otroporto

10h – Sessão de Longa-metragem: Bizarros Peixes das Fossas Abissais, direção de Marão – Brasil

15h – Sessão de Curtas-metragens:

“Minha Primeira Memória”, direção de Lara Salsa – Recife/Brasil

“Ana Morphose”, direção de João Rodrigues – Guimarães/Portugal

“Tardes no Escarafuncha”, direção de Fernando Ferreira Garróz –  Franca/Brasil

“Coaxo”, direção de Cecília Martinez – Pelotas/Brasil

“Carcinização”, direção de Denis Souza – Pelotas/Brasil

“Lotus”, direção de Sara Pinheiro e Larissa Moreira – Florianópolis/ Brasil

“A Mina de Quimera”, direção de Thiago Calcagno Martins, Cadu Zimmermann, Gabriel Dias dos Santos – Pelotas/Brasil

“Livre”, direção de Claudio Luiz Marques – Rio Grande/Brasil

Curtas-metragens produzidos nas oficinas nas escolas. (Colégio Estadual Félix da Cunha, EMEF Deogar Soares)

12/09 (sexta-feira) – CEU Dunas

10h – Sessão de Curtas-metragens:

“Minha Primeira Memória”, direção de Lara Salsa – Recife/Brasil

“Ana Morphose”, direção de João Rodrigues – Guimarães/Portugal

“Tardes no Escarafuncha”, direção de Fernando Ferreira Garróz –  Franca/Brasil

“Coaxo”, direção de Cecília Martinez – Pelotas/Brasil

“Carcinização”, direção de Denis Souza – Pelotas/Brasil

“Lotus”, direção de Sara Pinheiro e Larissa Moreira – Florianópolis/ Brasil

“A Mina de Quimera”, direção de Thiago Calcagno Martins, Cadu Zimmermann, Gabriel Dias dos Santos – Pelotas/Brasil

“Livre”, direção de Claudio Luiz Marques – Rio Grande/Brasil

Curtas-metragens produzidos nas oficinas nas escolas. (Colégio Estadual Félix da Cunha, EMEF Deogar Soares)

15h – Sessão de Longa-metragem: Bizarros Peixes das Fossas Abissais, direção de Marão – Brasil

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“A Hora do Mal” foge da mesmice no gênero de terror

Com estrutura narrativa inusitada, o novo filme de Zach Cregger se destaca ao entregar uma experiência memorável    

Por Isadora Jaeger    

 

Filme está sendo avaliado como um dos melhores do ano entre os lançamentos  Fotos: Divulgação/Warner Bros

 

Dirigido por Zach Cregger, “A Hora do Mal (“Weapons”) estreou nos cinemas brasileiros no dia 7 de agosto. O longa apresenta a misteriosa história do desaparecimento de um grupo de crianças da mesma turma escolar, que foge de suas casas exatamente às 2h17 da madrugada. Após o sumiço, todas as suspeitas e desavenças da cidade recaem sobre a professora da classe, interpretada por Julia Garner.

Logo em seus primeiros dias de exibição, o filme conquistou público e crítica, sendo chamado de “o mais ousado de 2025” e “melhor terror do ano”, além de ser comparado a obras de Stephen King e aos contos dos Irmãos Grimm. O sucesso refletiu também nas bilheteiras: tornou-se a segunda maior pré-venda de um filme de terror no ano, atrás apenas de “Pecadores”.

 

                       Professora da turma desaparecida, Justine Gandy (interpretada por Julia Garner) vira principal suspeita                       

 

Mas a que se deve tamanha recepção positiva? O filme opta por uma narrativa fragmentada, dividida em capítulos que acompanham a perspectiva de diferentes personagens. Apesar de ser uma estrutura arriscada, o filme acerta nesse formato para melhor desenvolver seu suspense, com intersecções de pontos de vista que não se tornam cansativos. Em vez disso, as rupturas da trama instigam a curiosidade do espectador, aos poucos montando a imagem completa do enredo.

O recurso não é exatamente novidade para o diretor Zach Cregger. Em seu filme anterior, “Noites Brutais” (2022), o diretor já havia arriscado uma estrutura semelhante. Na época, o filme foi bem recebido pela crítica, mas ainda divide opiniões. Para alguns espectadores, a ousadia da ruptura narrativa no segundo ato é o destaque do filme, já para outros, a distinção das partes fazem com que a narrativa não funcione como um todo.

Além disso, “A Hora do Mal” compartilha com “Noites Brutais” certos elementos visuais e simbólicos, como a figura da mulher debilitada ou envelhecida representada como uma imagem aterrorizante e o porão da casa como cenário crucial para a história. O uso de idosas como vilãs do terror não é um fenômeno recente, tem se tornado cada vez mais uma obsessão no cinema recente, aparecendo em produções como “X – A Marca da Morte”  (2022), “A Libertação” (2024) e “A Substância” (2024).

 

Produção cinematográfica aposta em recursos pouco convencionais

 
Apesar disso, “A Hora do Mal” evita recorrer a outro clichê típico do gênero: a criança como a fonte do terror no filme. Enquanto muitos filmes de horror retratam crianças em situações de possessão ou como agentes do mal, aqui eles aparecem como vítimas. O filme também não exagera em truques como jumpscares, mas utiliza destes momentos para segurar a tensão do espectador em seu ápice, com cenas que demonstram a proeza de Cregger.

O grotesco aparece especialmente nas consequências sofridas pelo único menino que não desapareceu junto com seus colegas, Alex. Por particularidades da trama, seus pais são reduzidos a um estado catatônico, deixando-o sozinho para lidar com a presença maligna em sua própria casa e tentar reverter a situação de sua família.

 


Alex, interpretado por Cary Christopher

 

Com essa mesma abordagem amarga do terror, Cregger foge da convenção de restaurar a ordem no desfecho do filme. O público mais otimista encontra um final apenas parcialmente satisfatório, mais próximo de uma realidade onde as consequências dos acontecimentos estarão sempre presentes nas vidas dos afetados.

No fim das contas, “A Hora do Mal” não é um filme perfeito e deixa furos narrativos pelo caminho. Ainda assim, o simples fato de apostar em meios não convencionais já é positivo em uma época em que filmes de terror se mesclam por sua mesmice.

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Curta-metragem dirigido por mulheres indígenas do povo Kaingang estreia no 53º Festival de Cinema de Gramado

Percorrendo o circuito de festivais, “Fuá – O Sonho” será apresentado neste sábado, dia 16 de agosto. às 13h, com sessão aberta e gratuita a toda comunidade     

Por Vanessa Oliveira   

 

 

O filme “Fuá – O Sonho”, com o nome da principal personagem do curta-metragem, aborda os sonhos perturbadores da menina Fuá com uma planta misteriosa. Ela sente que essas histórias sonhadas podem ser um chamado. Preocupada também em encontrar a cura para o problema de visão da mãe, Fuá parte em busca de ajuda para entender o que há por trás dessas imaginações. Talvez elas possam auxiliar na melhora da sua progenitora.

O Festival de Cinema de Gramado é um dos mais tradicionais e importantes eventos de cinema do Brasil e da América do Sul. Acontece anualmente na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul, e exibe filmes brasileiros, além de curtas metragens gaúchos. 

Viviane Jag Fej Farias, diretora do curta e mãe de Fuá, conta que foi uma experiência incrível e que a ideia principal de realizar o curta surgiu anos atrás, quando seus sogros manifestaram o desejo de contar sobre os remédios tradicionais do povo Kaingang, através de um livro.  “Eles queriam muito fazer esse livro, mas faleceram antes de começar e eu tive a honra de transformar a história que eles me contaram em um curta-metragem,” relata.

Fuá também é o nome de um dos principais alimentos da cultura Kaingang, uma planta conhecida por suas propriedades medicinais que se chama erva da moura em português. Os conhecimentos sobre a planta conduzem a narrativa do curta.

A atriz Marciely Salvador (Fuá), conta que pretende continuar fazendo cinema no futuro: “Atuar no curta-metragem foi divertido e muito legal, porque é a minha segunda vez participando de uma gravação. Quero continuar atuando no futuro, para que os jovens não se esqueçam da sua cultura e de onde vieram. Desde pequena, eu sempre sonhei em fazer parte de um filme e agora esse sonho está se tornando realidade.”

A produção do curta envolveu uma equipe de 25 pessoas e contou com a verba da Lei Paulo Gustavo e vai concorrer ao prêmio Assembleia Legislativa, que selecionou 18 curtas gaúchos.

Clique para assistir o Trailer Oficial de Fuá – O Sonho

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“Amores Materialistas”: análise  do afeto na era do capitalismo

Estabelecendo o amor como uma moeda de troca, a diretora Celine Song investiga as nuances dos relacionamentos afetivos no século XXI      

Por Maria Clara Goulart     

Grande parte do discurso on-line sobre o romance no cinema hoje é marcado pela saudade, a nostalgia pelas grandes declarações de amor, pelas coincidências improváveis e pelo diálogo afiado das comédias românticas dos anos 1990 e 2000. Mas, por trás dessa nostalgia, há uma admissão silenciosa: aquelas histórias que começavam com um telefonema para um programa de rádio ou se estendiam por uma década de “eles vão ou não vão ficar juntos” simplesmente já não existem.

Namorar no século XXI tem menos a ver com destino e mais com termos e condições, e o casamento muitas vezes funciona mais como um contrato comercial do que como um gesto arrebatador de devoção. Em “Amores Materialistas” (2025), Celine Song encara essa realidade de frente, tentando conciliar o peso do capitalismo sobre nossas vidas emocionais com o fascínio persistente do amor. O resultado é um filme que busca tanto o romance quanto a crítica, embora nem sempre com o equilíbrio necessário.

“Amores Materialistas” tenta transmitir ao público essa ideia como se fosse nova. O casamento, em essência, é um contrato. E, ao estabelecer um conceito antigo o suficiente para preceder a própria forma do cinema, o filme também tenta convencer que amar, apesar do capitalismo, é a verdadeira razão para se casar, ou pelo menos para namorar.

 

Lucy (Dakota Johnson) e John (Chris Evans) conversam sobre o futuro de seu relacionamento    Fotos: Divulgação/IMBD

 

Embora o diagnóstico esteja correto, o capitalismo corrói ativamente nossos valores morais e emocionais, e talvez seja hora de tentar romper essas amarras, o filme tropeça em personagens rasos e numa narrativa que se arrasta até a obviedade, beirando o risível. Não que Song faça um mau trabalho; o problema é que o público não recebe o material certo, nem o tempo necessário, para absorver o que ela quer dizer.

A trama acompanha Lucy (Dakota Johnson), nova-iorquina, que trabalha na indústria de casamenteiros, ganhando 80 mil dólares por ano, vinda de um passado pobre e disfuncional e assumidamente materialista, como ela descreveria. Conhecemos sua vida pessoal e profissional quando ela celebra seu nono casamento como casamenteira, reencontra o ex-namorado falido, John (Chris Evans), e conhece Harry (Pedro Pascal), irmão do noivo e homem tão improvável que ela e suas colegas o chamam de “unicórnio”.

Lucy não está dividida entre dois amores, como se poderia esperar, como já ficou claro que não estamos mais nos anos 2000. Sua preocupação real é com o que cada um pode oferecer em termos de bens e estabilidade financeira. Nesse aspecto, Song mostra sua maestria como roteirista e diretora, já provada em “Past Lives”: nós, assim como Lucy, aceitamos seu materialismo não como defeito, mas como parte de quem ela é.

Vemos como ela mede seu valor próprio nos presentes que recebe, nos lugares para onde é levada e na qualidade da comida que come. E, por mais que tentemos nos agarrar a crenças moralistas sobre “pessoas gananciosas”, Lucy (não por causa da atuação morna de Johnson) é tão identificável quanto outras protagonistas do gênero — aquela que não é vista, não é valorizada, não é suficiente, mas encontra algo em que é boa e alguém disposto a amá-la por quem ela é.

O problema é que, ao tentar sustentar uma mensagem maior, de resistência ao capitalismo e de defesa do amor idealista, Song acaba diminuindo o escopo da questão. Por mais que capitalismo e sistema de classes alimentem a opressão de mulheres e minorias, o filme parece simplificar demais esses efeitos, de forma que um casamento por amor fosse resposta suficiente aos mal causados por esse sistema.

 

Lucy (Dakota Johnson) e Harry (Pedro Pascal) dançam em uma festa de  casamento

 

Song também se perde ao inserir Sophie (Zoe Winters) – cliente de Lucy que é assediada sexualmente em um dos encontros organizados pela casamenteira – como parte da narrativa de descoberta pessoal da personagem principal. Há várias formas de abordar o abuso sexual no cinema, mas transformá-lo no fator decisivo para que Lucy escolha entre o “príncipe” e o “plebeu” soa agridoce. Não é exatamente uma tomada de posição, mas uma tentativa tímida de torná-la mais empática e menos julgadora. Ao buscar humanizar a protagonista, a diretora esquece que o que realmente a tornaria humana são justamente seus defeitos.

Ainda assim, é impossível negar que “Amores Materialistas” é impecável no que diz respeito à estética. Os cenários, a paleta de cores e a direção de arte evocam com delicadeza a atmosfera das comédias românticas clássicas, com uma ambientação que faz cada cena parecer tirada de um cartão-postal. Há um cuidado visível na composição de cada enquadramento e um uso de luz e no figurino dos personagens, em especial Lucy, de forma que estes aspectos conversem diretamente com a sua narrativa. Surpreendentemente, Chris Evans entrega uma atuação sólida e contida, fugindo do óbvio e trazendo nuances inesperadas ao seu personagem. Tecnicamente, o filme é bem executado: a fotografia, a edição e o desenho de produção elevam o material e tornam a experiência visualmente agradável, mesmo quando a narrativa patina.

A final de contas, “Amores Materialistas” quer unir o brilho nostálgico das comédias românticas do passado a um comentário sóbrio sobre o amor sob o capitalismo, mas essa união nunca se concretiza. É um filme preso entre o cinismo e o idealismo, hesitando em se comprometer com qualquer um dos dois. Assim como Lucy, sabe o que quer receber, mas reluta em decidir o que está disposto a oferecer. E talvez seja por isso que, quando os créditos sobem, você não fica com o frio na barriga do romance, mas com o lembrete silencioso de que algumas histórias de amor simplesmente funcionam melhor no cinema.

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Exposição “O Museu vai à Escola” abre neste sábado

Mostra no Museu do Doce apresenta mais de 40 desenhos realizados por alunos do Colégio Gonzaga    

Por Amanda Leitzke    

 

Atividade criativa realizada com estudantes chega ao público e celebra o trabalho museológico Fotos: Divulgação

 

Durante as comemorações do Dia do Patrimônio, no sábado, 16 de agosto, às 11h, o Museu do Doce da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) abrirá a exposição “O Museu vai à Escola”. A convite do Colégio Gonzaga, durante a “Semana de Pelotas”, em julho deste ano, o setor educativo do museu apresentou uma ação sobre a tradição doceira da cidade, com falas, brincadeiras, desenhos e atividades didáticas, com o objetivo de apresentar o museu e expandir o aprendizado que estava sendo desenvolvido nas salas de aula. Após a dinâmica, foi proposto aos alunos que fizessem um desenho sobre a atividade, e os resultados dessa ação, ou seja, os 45 desenhos que foram feitos pelas crianças, irão compor a nova mostra.

 

O Museu do Doce trabalha com a memória da tradição doceira de Pelotas

 

Nóris Leal, diretora do museu, conta que a ideia de trabalhar com escolas de Pelotas é recente, mas já está sendo ampliada, pois é de grande importância para o Museu do Doce. No ano passado, foi realizada uma exposição com os alunos do Colégio Municipal Pelotense. Atualmente, a equipe museológica está trabalhando com o Colégio Gonzaga e, em breve, começará a atuar com uma escola estadual.

“A ideia é ir ampliando, e é importante que todas as pessoas possam ver que também podem estar no museu, que fazem parte da tradição doceira, e que nos ajudam através do seu conhecimento a manter a tradição doceira viva”. Nóris acrescenta que o Museu do Doce da UFPel vem trabalhando cada vez mais com diversas comunidades da cidade, não só com escolas. “Acabamos de trabalhar com a Cooperativa das Doceiras, ano passado trabalhamos com o Quilombo Canto de Conexão, então, isso faz parte de todo o nosso planejamento, de ter esse contato cada vez mais próximo com a comunidade externa da universidade”.

 

Desenho que faz parte da exposição, feito pela aluna Luíza

 

Além da exposição dos desenhos, o Grupo de Dança Colégio Gonzaga, coordenado pela professora Tesla Griep, irá se apresentar no pátio com coreografias do espetáculo “A Fantástica Fábrica de Chocolates”, e será exibida a toalha bordada pelo Projeto Doces Linhas, que o museu recebeu durante as comemorações do seu aniversário em maio deste ano.

Com entrada gratuita, o Museu do Doce, até domingo, 17 de agosto, estará aberto das 10h às 18h. A partir da próxima semana, retorna ao seu horário normal, de terça à sábado das 13h às 18h. O museu tem a sua sede na Casa do Conselheiro Maciel, número 08, na Praça Coronel Pedro Osório, no Centro Histórico da cidade de Pelotas.

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“The Bear” desacelera e testa o apetite do público por novas histórias

A nova temporada afrouxa o ritmo que a consagrou, mas mantém viva a mistura de afeto, trauma e memória          

por Maria Clara Goulart          

 

 

Quando se trata de comida e memória, poucos programas exploram tão bem essa conexão como a série “The Bear” (2022). Aquela mistura íntima entre afeto, trauma e sobrevivência sempre foi o cerne emocional dessa atração. Mas daquela urgência crua do início, a produção evoluiu para algo mais introspectivo e, por vezes, contemplativo.

Nas primeiras temporadas, cozinhar era um grito: caos, xingamentos, comida no chão e uma bagunça que não parecia ter fim. Hoje, a cozinha de “The Bear” é limpa, organizada, e esteticamente refinada, mas o peso do legado continua lá, como se as lembranças intensas que o lugar carrega não tivessem sofrido com reformas. A transformação visual da antiga “The Beef” em “The Bear” marcou uma virada narrativa, revelando que o lugar não é só um restaurante: é um altar para as memórias de Mikey e uma maneira de consertar as fraturas familiares dos Berzattos.

Nesta quarta temporada, o foco se desloca ainda mais para os conflitos internos dos personagens. Carmy, interpretado por Jeremy Allen White, encarna um anti-herói consumido pela própria busca de perfeição. Sua relação com a cozinha, antes vista como vocação, se mostra enraizada na culpa e na perda. O restaurante é mais que um trabalho: é um funeral perpétuo. E, assim como Carmy parece não se reconhecer fora dele, ficamos perguntando: por que ele continua naquele lugar?

 

Cena de 4º temporada de “The Bear” (2022) com Sydney Adamu e Adam Shapiro Fotos: Divulgação/IMBD

 

O conflito interno central da temporada, e que divide opiniões entre críticos, é encenado com técnica refinada, mas com o mesmo ritmo lento que não prende o espectador por mais uma temporada. Apesar dos insights de grande valor sobre ansiedade, relação familiar, ambiente de trabalho e os diferentes temas abordados, a temporada ainda soa cansativa entre o que já é servido. O excesso de introspecção e o tom monótono que substituiu o humor e a energia das temporadas anteriores, ainda que melhor que a terceira, a trama parece repetir-se sem avançar de verdade.

A despeito disso, a antiga “The Bear” ainda é reconhecida entre as frestas brilhantes desta temporada. “Episode 4”, co-escrito por Ayo Edebiri e Lionel Boyce e dirigido por Janicza Bravo. Destaca-se justamente por um diálogo leve e reflexivo, que revisita questões do passado de forma a serem resolvidas, não prolongadas. Ao acompanhar Sydney em um dia de folga, cozinhando e interagindo com a filha da amiga Chantel, o episódio prova que “The Bear” funciona melhor quando expande sua perspectiva para além de Carmy e dá espaço a narrativas de crescimento e desenvolvimento dos personagens.

 

Carmy Berzatto na cozinha do restaurante 

 

O que se percebe é uma abertura para novas dinâmicas e caminhos criativos que podem revitalizar a trama, especialmente após momentos em que a série parecia girar em torno dos mesmos dilemas emocionais e operacionais. Essa decisão narrativa funciona quase como um respiro, uma chance de reconfigurar a energia do enredo e escapar da repetição que ameaçava tornar a série previsível.

Ao colocar a coletividade em cena, “The Bear” reforça sua identidade como drama humano, no qual a cozinha é apenas pano de fundo para histórias sobre pertencimento, amadurecimento e reconstrução. Essa mudança de perspectiva pode muito bem ser o ingrediente que faltava para reacender o frescor que consagrou a série desde sua estreia.

FICHA TÉCNICA

Título: The Bear (Season 4) (Original)

Ano produção: 2025

Direção: Christopher Storer Janicza Bravo

Produtores: Christopher Storer e Matty Matheson

Elenco Principal: Jeremy Allen White, Ayo Edebir e Ebon Moss-Bachrach

Duração: 368 minutos

Gênero: Comédia Drama

País de origem: Estados Unidos

Sinopse: Carmy, um jovem chef do mundo da alta gastronomia, volta para casa em Chicago para administrar a lanchonete de sua família. Enquanto ele luta para transformar a loja e a si mesmo, ele trabalha ao lado de uma equipe áspera que acaba se revelando como sua família escolhida.

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“A melhor mãe do mundo” mostra a luta pela sobrevivência com o afeto e a busca pela dignidade

Longa-metragem traz história presente na nossa sociedade, mas na maioria das vezes, silenciadas pelo sistema     

Por Giovana Costa      

No dia 7 de agosto, o filme “A Melhor Mãe do Mundo” chegou ao cinema brasileiro trazendo uma narrativa comovente, com debates sensíveis e intensos. Dirigido por Anna Muylaert, a trama relata a história de Gal, interpretada por Shirley Cruz, uma catadora de materiais recicláveis que decide fugir de casa com seus filhos para escapar da violência do marido Leandro, papel interpretado por Seu Jorge. Com apenas sua carroça como refúgio, a protagonista atravessa a cidade de São Paulo em busca de segurança e recomeço.

O longa-metragem tem como objetivo principal trazer esse debate da violência doméstica, mas durante os seus 106 minutos vêm à tona diversos pontos para serem pensados, como por exemplo uma realidade totalmente silenciada da sociedade brasileira, a vida de vários recicladores, pessoas que vivem à margem da sociedade e que dependem da reciclagem para sobreviver.

Logo no início do filme, somos inseridos na rotina desses trabalhadores, começamos a entender a história da protagonista Gal (Shirley Cruz), o quanto ela batalha e as suas dificuldades na reciclagem, usando toda sua força para puxar a carroça. Mas também é perceptível a sua angústia no olhar, e que o peso que ela carrega nas costas não é apenas da sua carroça, e, sim, de uma rotina exaustiva de ser mãe e de todos os abusos que sofre dentro da sua casa.

 

Quando Gal iniciou a “aventura” com seus filhos    Fotos: Divulgação

 

A diretora Anna Muylaert aborda com sutileza e com uma linguagem intimista vivências femininas que estão presentes na nossa sociedade, mas são silenciadas. Ela convida o espectador a embarcar na aventura de Gal e seus filhos, a recicladora cria coragem e se joga pelas ruas de São Paulo apenas com seus filhos e a sua carroça, vivendo dias angustiantes, sem saber se vai ter o que dar de comer para os filhos, sem ter segurança para dormir. Gal ainda  recebe ligações de seu marido Leandro, que não sabe onde ela está. Vivendo dias na corda bamba, finalmente ela chega na casa de sua prima, onde acha que pode ser seu refúgio.

Ao chegar na casa, o espectador já percebe que a realidade da prima de Gal não é muito diferente. O seu marido também faz o uso de álcool com frequência. E, em uma conversa das duas, sua prima confessa que é traída pelo marido, mas trata isso com a maior naturalidade. Além disso, em alguns momentos, é mostrado que a sua prima, além de cuidar da casa e dos filhos, também é responsável pelo bem-estar do seu sogro que sofre de Alzheimer.

São nesses diálogos presentes no longa, que a diretora relata histórias íntimas e totalmente políticas, nas quais surgem questionamentos do tipo: Quem cuida das mulheres que cuidam de todo mundo?

 

Gal e seu marido Leandro no momento que ele a encontrou na casa da prima

 

Outro ponto chamativo do filme são as cores. Nas cenas em que a Gal está apenas com os filhos, as cores estão mais vivas, mas quando está com o marido tudo se fecha, como, por exemplo, na cena em que Leandro a encontra na casa de sua prima. Imediatamente Gal foge para o banheiro, enquanto ele bate na porta. A câmera se dirige para seu olhar angustiante, e as cores escurecem, ficando claro apenas na volta dos seus olhos, para mostrar para o público o medo que a personagem carrega.

 

O conforto do abraço de uma mãe

“A melhor mãe do mundo”, sem dúvidas, é um filme emocionante, dirigido por Anna Muylaert, conhecida por obras como “Que Horas Ela Volta?”. A realizadora mantém seu olhar característico sobre questões sociais brasileira. Durante todo o longa, o espectador é convidado a mergulhar na viagem de Gal e seus filhos, e, ao longo da trama, reconhecer seu esforço. Apesar das dificuldades, ela tenta dar o melhor para os seus filhos.

O filme nos entrega um retrato corajoso, que já vem à tona em seu título, mostrando para o público a força de uma mulher, e que a sua coragem e resiliência ficam mais fortes, justamente por ela ser mãe.

Ficha técnica

Direção: Anna Muylaert

Roteiro: Anna Muylaert

Elenco: Shirley Cruz, Rihanna Barbosa, Benin Ayo, Seu Jorge, Luedji Luna, Rubens S. Santos, Rejane Faria, Lourenço Mutarelli.

Duração: 106 min.

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Oficina de redeiras leva tradição à Prefeitura de Pelotas

Evento integrou exposição colaborativa sobre a comunidade pesqueira da Z3    

Por Martha Cristina Melo    

Entre os dias 4 e 14 de agosto, a Sala Frederico Trebbi, no saguão do Paço Municipal, é palco da exposição “Z3: Entre Redes e Memórias”, idealizada por alunos do curso de Museologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) enquanto atividade avaliativa. Orientada pelos professores Daniel Maurício de Souza e Diego Ribeiro, a mostra acontece de forma colaborativa com os próprios moradores da comunidade da Colônia São Pedro (Z3), à medida que valoriza tradições locais.

 

Descrição da exposição e equipe idealizadora e colaborativa       Fotos: Martha Cristina Melo.

 

A proposta da exposição é plural e sensível: o espaço conta com um barco instalado no centro da sala, em alusão à pesca de baixo impacto ambiental. Já o acervo que acontece em volta da embarcação é composto por materiais cedidos por moradores à exposição e reúne objetos cotidianos da vivência pesqueira na Z3.

Entre os colaboradores da mostra, Élio Sabino, pescador e diretor do Sindicato dos Pescadores da Z3 há 15 anos, destacou a importância de iniciativas que preservem a memória da comunidade. “Eu não tenho estudo, mas tenho experiência. Sempre procurei colaborar, seja com material, seja com conversa, porque acho que é nosso dever repassar o que sabemos”, afirmou.

 

Élio Sabino, mais à direita na foto, é natural de uma família de pescadores e um dos principais colaboradores da exposição

Oficina de Redeiras

Na última segunda-feira (11), o espaço foi laboratório para a oficina de redeiras ministrada por Flávia Silveira Pinto, moradora da Colônia São Pedro, e pesqueira e redeira experiente. Flávia guiou o público no delicado ofício do corte de fios – matéria-prima essencial para a confecção de malas, biojoias e acessórios feitos com redes de pesca reaproveitadas. A pescadora, que deu início ao seu trabalho enquanto redeira como forma de conquistar uma segunda fonte de renda, hoje é parte de um grupo que integra a marca registrada Costa Doce.

Claudete Guilherme da Rosa, curadora-aluna da mostra, apresentou com emoção o processo criativo por trás da exposição que, por sua vez, busca valorizar a riqueza cultural da comunidade. “Quando a gente começou a fazer os trabalhos de campo, vimos o quão rica é a comunidade e o quanto precisa ser mais divulgada. (…) Elas [as redeiras] já participaram de eventos em Recife, Minas e outros lugares, mas aqui, na própria cidade, muita gente nem sabe que elas existem”. Flávia, por sua vez, destacou o valor da presença do artesanato no centro da cidade: “Na colônia, já somos conhecidas, mas queremos que as pessoas de outros lugares também conheçam. Vejam como o material que antes era jogado na lagoa pode se transformar”.

 

Oficina recebeu excursões escolares para o ensino da técnica de corte de fios

Muito mais do que um exercício manual, a oficina foi uma aula de empoderamento e pertencimento. A comunidade de rendeiras da Colônia Santo Antônio simboliza mais do que uma atividade econômica: é um elo vivo entre o passado e o presente, uma trama de saberes femininos e um exemplo de criatividade sustentável.

Para conhecer o trabalho das redeiras e valorizar produções locais, clique aqui.

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