Feira do Livro traz autores de destaque nacional a Pelotas

A 49ª edição abre nesta quinta-feira, dia 26 de outubro, e terá a pedagoga e professora da UFPel Cristina Maria Rosa como patrona        

Por Stéfane Costa 

       

       Presidente da Câmara Pelotense do Livro, Elisabete Lovatel, e a produtora cultural Theia Bender anunciam detalhes da Feira       Fotos: Stéfane Costa

 

Em cerimônia realizada no dia 10 de outubro, foi oficialmente lançada a 49ª edição da Feira do Livro de Pelotas. Com o tema “O Palco da Literatura”, o evento ocorre na Praça Coronel Pedro Osório de 26 de outubro a 15 de novembro e tem como principal missão incentivar a leitura desde a primeira infância.

Foi pensando nisso que o evento trouxe como patrona a escritora Cristina Maria Rosa, também pedagoga e professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Ela conta que seu primeiro contato com o mundo dos livros ocorreu aos cinco anos de idade e, desde então, o hábito nunca teve fim. “Esta relação com a literatura é expressar publicamente a paixão pelos livros em todos os seus modos de existir, sem preconceito com autores, autoras, modos de escrita”, disse. A professora agradeceu ainda o reconhecimento e comprometimento com o trabalho que realizará durante a Feira. Nesta edição, Cristina reedita a sua principal obra “Onde está Meu ABC de Erico Verissimo?: notas sobre um livro desaparecido”.

 

A patrona Cristina Maria Rosa, pedagoga e professora da UFPel celebra a diversidade das expressões literárias

 

A organização da Feira também apresentou o orador da 49ª edição, o escritor, artista visual, roteirista e diretor de cinema Manoel Soares Magalhães. Durante a apresentação, Magalhães falou sobre sua relação com a leitura que, assim como no caso de Cristina, surgiu durante a infância. “As pessoas que não têm contato com os livros desde a primeira idade, cinco, seis, sete anos, não terão um contato futuro com a literatura, porque a capacidade de imaginar vai ficar reduzida em função de não haver dialogado com os escritores”, relatou.

 

O orador da 49ª Feira do Livro Manoel Soares Magalhães destaca a importância da leitura na infância

 

Neste ano, o Feira do Livro de Pelotas trará grandes nomes da literatura nacional, como Martha Medeiros, Aline Bei, autora dos livros “O peso do pássaro morto” e “Pequena coreografia do adeus” e Eduardo Spohr, autor de “A Batalha do Apocalipse” e da trilogia “Filhos do Éden”. Também estarão incluídos na  programação Kiusam Oliveira, Bruno Ribeiro,   J. J. Camargo, Alexandre Brito, Rosane Castro, Juremir Machado da Silva e Lilian Rocha.

A estrutura montada no Centro da cidade contará com espaços especiais como a Alameda das Crianças: Gigantes da Leitura, local onde serão realizadas atividades como oficinas de educação financeira, entrega de brindes e outras ações educativas realizadas por instituições parceiras.

Ao fim da apresentação da edição, Elisabete Lovatel, presidente da Câmara Pelotense do Livro e a produtora cultural Theia Bender revelaram antecipadamente que a edição de número 50, a ser realizada no próximo ano, já está confirmada e recebeu aprovação da Lei Rouanet.

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Quatro décadas valorizando a cultura da imigração germânica  

Grupo de Danças Folclóricas Alemãs Sonnenschein festeja 40 anos de atividades e promove até o dia 15 de outubro a 34ª Südoktoberfest       

Stéfane Costa 

     

Grupo Sonnenschein em apresentação na “festa de outubro” do ano passado    Fotos: Rafael Grigoletti

 

O Grupo de Danças Folclóricas Alemãs Sonnenschein completou em agosto 40 anos de história ressaltando a cultura germânica e pomerana em São Lourenço do Sul e região.

Fundado em 1983, o grupo foi criado por conta da comemoração do centenário do município e, o que começou com a apresentação de 12 componentes, hoje figura entre os maiores grupos de dança do País.

Ao longo dos anos, não foram só os componentes e apresentações que aumentaram. O Sonnenschein também acabou responsável por aquela que é conhecida como a maior festa da cultura alemã da Zona Sul do Estado, a Südoktoberfest, que começou no dia 8 de outubro e vai até o dia 15.

Cinco anos após o início do grupo, jovens integrantes decidiram dar ainda mais força para a preservação da cultura alemã/pomerana. De 1988 até 2023, 33 edições da “Festa de outubro no Sul” já marcaram passagem na terra lourenciana, que vivencia mais um grande evento. Com o lema “A cidade vira festa”, a Südoktoberfest chega à 34ª edição com dezenas de atrações, comida típica e, claro, muita cultura. 

Para Fabiano Bosenbecker, coordenador da festa e integrante do Sonnenschein, a iniciativa busca manter viva a tradição germânica e levá-la para as novas gerações. “O grupo de danças é voluntário, nós fazemos esse trabalho em prol da cultura, fazendo com que seja uma fagulha de incentivo a uma cultura tão rica que é a alemã e pomerana, que, em São Lourenço, são miscigenadas”, reflete.

Bosenbecker explica ainda que o grupo é um dos maiores em atuação ininterrupta no Brasil, sendo dividido em oito categorias, com 190 integrantes. Mas seu papel vai muito além do trabalho artístico, como ressalta ao falar da importância social da participação dos pequenos dançarinos. “O grupo de dança tem como base o companheirismo. A criança (da categoria mirim) aprende a respeitar o outro, a ter horários, a cuidar do seu traje, a respeitar regras. Isso, para esse momento que nós estamos enfrentando, de transição junto ao advento da internet, é muito salutar, fomentado o coleguismo entre as nossas crianças”, garante.

Ainda, conforme ele, a Südoktoberfest atua como a consolidação do trabalho cultural do grupo. “A festa traz todas as peculiaridades dessa tradição, como a gastronomia, canto, dança e os jogos que eram jogados pelos nossos antepassados, que são levados ao povo”, relata.

 

Abertura oficial foi realizada no domingo (dia 8 de outubro), com a presença de autoridades e da corte da festa

 

Início da Südoktoberfest

Com abertura oficial realizada no domingo (dia 8 de outubro) com a abertura do parque e as falas das autoridades, o evento se estenderá ao longo da semana, encerrando-se no próximo domingo (dia 15).

Além de trazer atividades já conhecidas das festas germânicas, como a competição de chopp a metro e jogos trazidos por imigrantes, a Südoktoberfest também ressalta a gastronomia alemã através do seu petisco mais pedido, o rievelsback, bolinho de batata alemão. Nesta edição, esta iguaria da culinária ganha um cantinho especial na Praça de Alimentação.

A programação também inclui danças, apresentações musicais e desfiles festivos.

O valor dos ingressos para o parque na  Associação Cultural Sete de Setembro varia entre R$ 20,00 e R$ 50,00 a depender do dia e horário.  

Programação

10 de outubro

19h – 3º Encontro de Músicos

– Reunião festiva com participantes do Desfile de Rua

*Entradas gratuitas

11 de outubro

20h – Abertura do parque

– Banda Bier’s Band

20h30 – Jantar típico alemão/pomerano (Pavilhão)

22h30 – Apresentações do Sonnenschein

– Abertura do salão social

23h – Baile com Banda Sul Brass (Salão Social)

– Baile com Orquestra La Montanara (Pavilhão)

3h – Baile com Banda Sul Brass (Pavilhão)

5h – Encerramento

*Entrada bailes – R$ 40

12 de outubro

14h – Abertura do parque

– Abertura dos jogos germânicos

– Abertura do espaço kinder

– Abertura da praça de alimentação

– Abertura da Bier Haus

– 8º Encontro Nacional de Jogadores de Schafskopf com torneio

– Baile com Banda Estrela (Pavilhão)

15h – Banda Recordando o Passado (Recepção)

15h às 20h – Café Colonial

16h30 – Apresentações do Sonnenschein e grupos convidados (Pavilhão)

18h – Concurso da corte da 35ª Südoktoberfest (Pavilhão)

18h – Baile com Banda Novo Horizonte (Salão Social)

19h – Baile com Banda Estrela (Pavilhão)

20h – Show Baile com Os Atuais (Pavilhão)

24h – Encerramento

*Eliminatórias do Chopp a Metro às 20h e às 22h

*Entrada das 14h às 15h – Um litro de leite para Santa Casa

Das 15 às às 18h – R$ 20

Entrada após às 18h – R$ 40

13 de outubro

19h – Abertura do parque

– Abertura da praça de alimentação

– Abertura da Bier Haus

20h – Baile com Banda Rota Luminosa (Pavilhão)

23h – Apresentações do Sonnenschein

– DJ Massaro

23h30 – Baile com Banda Barbarella (Pavilhão)

3h – Encerramento

*Eliminatória do Chopp a Metro às 23h

*Entrada – R$ 40

14 de outubro

8h – 7ª Tischfusball Pukal Sponhein (Copa Sponhein de Futebol de Mesa no Grêmio Esportivo Lourenciano)

14h – Abertura do parque

– Abertura dos jogos germânicos

– Abertura do espaço kinder

– Abertura da praça de alimentação

– Abertura da Bier Haus

– Baile da Terceira Idade com Banda Cyclo’s (Pavilhão)

– 10º Encontro de Corais (Salão Social)

15h às 20h – Café Colonial

17h – Baile com Banda Imigrantes (Salão Social)

– 13º Deutsche Tanzkollektion – Mostra de Dança Alemã (Pavilhão)

– Banda Metais & Cia (Recepção)

21h – Baile com Banda Sul Brass (Pavilhão)

1h – Baile com Super Musical Monte Carlo (Pavilhão)

5h – Encerramento

*Eliminatórias do Chopp a Metro às 20h30 e 1h

*Entrada até às 18h – R$ 20

Entrada após às 18h – R$ 50

15 de outubro

13h30 – Desfile de Rua (Av. Nonô Centeno até a praça Dedê Serpa)

– Desfile Ciclístico e 1º Encontro de Bicicletas Antigas da Südoktoberfest

14h – Abertura do parque

– Abertura dos jogos germânicos

– Abertura do espaço kinder

– Abertura da praça de alimentação

– Abertura da Bier Haus

– Banda Metais & Cia (Recepção)

15h às 20h – Café Colonial

15h – Baile com Banda Cyclo’s (Salão Social)

15h30 – Apresentações do Sonnenschein (Pavilhão)

16h – Baile com Super Musical Monte Carlo (Pavilhão)

20h – Coroação da corte da 35ª Südoktoberfest (Pavilhão)

21h – Baile com Banda Sul Brass (Pavilhão)

1h – Encerramento

*Final do Chopp a Metro às 21h

*Entrada até às 18h – R$ 20

Entrada após às 18h – R$ 40

Evento conta com desfile festivo na avenida Nonô Centeno

 

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Agimos: destacando e valorizando o cenário musical pelotense

O prêmio de produção musical da UFPel finaliza as inscrições dia 24 de setembro e primeiros resultados saem a partir de 1º de outubro    

   Por Rafaela Stark e Sarah Oliveira    

Prêmio AGIMOS de Produção Musical lança a sua primeira edição este ano com o objetivo de exaltar a arte pelotense 

 

Desde o dia 15 de agosto, a agência Agimos – projeto da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) – está com as inscrições abertas para a 1ª Edição do Prêmio Agimos de Produção Musical. A premiação foi criada com o intuito de destacar e valorizar os artistas locais e da região sul do Estado. Os primeiros resultados dos 16 ganhadores estão previstos para sair a partir do dia 1º de outubro.

O que é a Agimos?

A Agência de Indústria Criativa e Mobilização Social (Agimos) é um projeto da UFPel que procura visibilizar os talentos regionais, através da criação de premiações e outros tipos de eventos. Uma dessas iniciativas é o “Mapa Cultural Agimos”, que objetiva a estruturação de produções culturais e de políticas públicas para o crescimento da área na região.

Entre outras iniciativas, o Mapa convida artistas locais a participar, integrando assim a agência e colaborando com outros artistas, eventos, espaços e contatos do ramo em geral. O coordenador da Agimos, Leandro Maia, quando perguntado sobre a criação do Mapa e da premiação afirmou: “A ideia da premiação veio de uma necessidade de a gente destacar trajetórias e produções musicais na cidade de Pelotas”.

 

            Jurados da primeira edição do Prêmio AGIMOS: Kleiton Ramil, Pedrinho Figueiredo, Zudzilla, Anaadi e Marcos Abreu           Foto: Divulgação/Emílio Pedroso/Filipa Aurélio/André Ávila/Aquivo RBS/UCPel

 

Prêmio quer dar visibilidade à produção musical de Pelotas

“A premiação tem o objetivo de proporcionar um Mapa do território musical de Pelotas. Ela é uma ação contemplada pelo RS Criativo, que é um programa da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul, num edital chamado Territórios Criativos”, explica Maia.

Visando construir uma premiação e um mapa musical inclusivo, a agência Agimos implementou uma medida que contempla a diversidade de gênero e de manifestações musicais da região sul, dentro de quatro categorias: Carnaval, Música Instrumental e Eletrônica, Canção Popular e Manifestações Tradicionais e Hip Hop. Além dessas categorias, o Prêmio possui ações afirmativas que visam assegurar cerca de 50 por cento de vagas para mulheres, indígenas, quilombolas, pessoas pretas e pardas, pessoas trans e pessoas com deficiência (PCD).

No momento em que as inscrições forem encerradas, uma bancada formada pelos artistas Marcos Abreu, Zudizilla, Anaadi, Kleiton Ramil e Pedrinho Figueiredo irá escolher os 16 finalistas e ganhadores da premiação com base na avaliação do material enviado pelo inscrito, das realizações artísticas e do tempo de atuação musical.

O Mapa Cultural Agimos é uma plataforma que permite a realização de interações do campo da cultura, logo, cadastra agentes culturais, espaços culturais, eventos e oportunidades. Leandro Maia conta que a ação é uma maneira de abarcar toda a cadeia produtiva da cultura de Pelotas. “Nós não temos hoje uma agenda cultural em formato de calendário em Pelotas, em que a pessoa possa procurar e produzir e fazer divulgação do seu material.” Então, o Mapa Cultural vem não só como um projeto universitário, mas como uma maneira de impactar o turismo cultural na cidade, através de uma agenda cultural e da possibilidade de encontrar agentes de todos os campos artísticos.

Como participar?

Para se inscrever é preciso entrar no site do Mapa Cultural e cadastrar-se na plataforma. Após essa etapa, há um edital para ser preenchido, assim como o envio de um esboço musical do projeto. Esse esboço deve estar em formato de arquivo de áudio em mp3 de até 10MB, devidamente identificado ou ser enviado por um link com acesso liberado. Também deve ser remetido um relato da trajetória musical – que consiste em currículo, portfólio, documentos, registros, links ou informações sobre a vida musical em um PDF de até 10MB – , e conjuntamente a aceitação dos termos e condições do Prêmio. Se o inscrito tiver alguma dúvida em relação ao processo, basta enviar um e-mail para o endereço: <agimos.ufpel@gmail.com>, com os dados de contato.

Como é a seletiva?

O processo de escolha dos artistas premiados será iniciado por meio de uma triagem primária da documentação e habilitação dos finalistas. Após essa etapa, haverá uma seleção prévia feita por cada curador da bancada para posteriormente ser elaborada uma listagem final por todos os curadores em conjunto. Com todo o processo finalizado, os artistas remanescentes serão anunciados a partir do dia 1º de outubro nos canais oficiais da Agimos.

Os 16 vencedores irão receber R$ 3 mil reais cada e farão parte da lista dos artistas prioritários do Estúdio UFPel de Produção Musical. Poderão gravar no estúdio durante os anos de 2023 e 2024. Além do prêmio em dinheiro e da oportunidade de gravação, os selecionados serão contemplados com materiais, cursos, participações em podcasts e irão fazer parte de um álbum virtual distribuído pela Editora da UFPel.

Para encontrar mais informações e detalhes sobre o projeto, acesse o site oficial do Prêmio Agimos de Produção Musical clicando aqui.

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Confira a programação da 17ª Primavera dos Museus em Pelotas

Evento anual acontece de hoje a 24 de setembro e trará semana com atividades especiais em busca de fortalecer laços entre museus e sociedade    

Por Beatriz Gomes     

 

O município de Pelotas receberá a 17ª edição da “Primavera dos Museus”, iniciativa anual que é coordenada pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), e acontece entre os dias 18 e 24 de setembro. Na cidade, as atividades acontecerão em locais como o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (MALG), o Museu do Doce e o Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter.

Com o tema “Memórias e Democracia: pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas”, a semana promete promover reflexões acerca da construção da democracia com a participação de agentes historicamente invisibilizados ou marginalizados. O IBRAM destaca a ideia de que as memórias desses grupos desempenham papel crucial na compreensão de suas lutas por direitos e igualdade e evoca a importância de que os museus e instituições culturais detentoras e promotoras da memória, da cultura, e das artes, contribuam para a valorização das memórias desses grupos historicamente excluídos.

Nesta edição, o Instituto vem questionar: “Onde estão essas pessoas nos museus? Que acervos representativos de suas culturas eles preservam? Como eles são apresentados para a sociedade e como os museus contribuem para seu reconhecimento e valorização? Quem os museus ouvem quando tratam de pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas?”. A décima sétima edição também busca incentivar a participação do público nas atividades promovidas pelos museus, além de criar espaços de reflexão e diálogo acerca de temas pertinentes à sociedade contemporânea.

 

O Museu do Doce é uma das instituições participantes

HISTÓRIA

A primeira edição da Primavera dos Museus, com o tema Meio Ambiente, Memória e Vida, ocorreu em 2007 e contou com a participação de 300 museus e 874 eventos na programação. O evento geralmente acontece no início da estação da primavera em todo país e a cada ano o IBRAM lança um tema diferente que orienta as ações dos museus, com o propósito de fortalecer os laços entre essas instituições e a sociedade, promovendo, divulgando e valorizando os museus brasileiros, bem como ampliando o número de visitantes.

Segundo informações disponíveis no site do Ministério da Cultura, a participação dos museus teve um aumento médio de 18% ao ano desde a primeira edição e aumento médio de 21% ao ano no número de eventos cadastrados.

Este ano, a edição contará com 805 participantes e 2.533 atividades em todo território nacional, e a programação da região sul, cidade por cidade, está disponível para consulta neste arquivo em pdf.

A Universidade Federal de Pelotas (petconservacaoerestauro@gmail.com – fone (53) 3284-5523) promove no dia 22 de setembro, das 14h às 16h, a ação educativa “As Fachadas Contam Histórias”. Será  um passeio pelo Centro Histórico de Pelotas, realizando uma leitura iconográfica e iconológica dos elementos que compõem as fachadas dos casarões ecléticos. O início do passeio será na Praça Coronel Pedro Osório, no Centro da cidade.

Confira abaixo alguns dos eventos programados para Pelotas:

Local: Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter- UFPEL. Praça Coronel Pedro Osório, 1 – Centro, Pelotas – RS

26/09/2023 – 13h às 17h

OFICINA – “O colorido das plantas secas”: a atividade buscará demonstrar os diferentes usos de plantas desidratadas, alinhando conhecimentos botânicos e criatividade.

Promoção: Herbário Pel – fone  (53) 9812-15855

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Local: Secretaria Municipal da Cultura de Pelotas (Secult) – Pr. Cel. Pedro Osório, 2 – Centro, Pelotas – RS. Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (MALG)

13/09/2023 a 28/09/2023

EXPOSIÇÃO – Exposição alusiva aos 60 anos da irmandade Pelotas (Brasil) – Suzu (Japão)

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Local: Museu Leopoldo Gotuzzo, Praça 7 de Julho 180, defronte o Mercado Central

fones (53) 3284-4319 (53) 3284-4318

29/04/2023 – 12h30 às 18h

EXPOSIÇÃO – Leopoldo Gotuzzo: de 1904 a 1971

31/08/2023 a 21/10/2023 – 12h30 às 18h

EXPOSIÇÃO – Fluxos nos Espaços em Tempos Pandêmicos

Coletiva fotográfica

31/08/2023 a 30/09/2023 – 12h30 às 18h

EXPOSIÇÃO – 4º Festival Internacional de Videodança do Rio Grande do Sul (FIVRS). Exibição de videos na Galeria Luciana Reis e no jardim do MALG.

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Local: Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter (Praça Coronel Pedro Osório, 01, bairro Centro)

Fone (53) 3284-4324

01/09/2023 a 28/10/2023 – 13h às 18h30

EXPOSIÇÃO – Comunicação em organismos não humanos

18/09/2023 a 23/09/2023 – 13h às 18h

VISITA MEDIADA – Visitas mediadas no Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter

22/09/2023 – 13h30 às 17h

OFICINA – Memória e democracia no caminho África às Américas: a importância das aves para os povos tradicionais de matriz africana e a salvaguarda da memória através do biólogo e dos museus de ciências.

23/09/2023 – 17h às 18h

APRESENTAÇÃO – Apresentação musical

23/09/2023 – 14h às 17h

EXPOSIÇÃO – Mostra dos projetos do Instituto de Biologia/UFPel

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Local: Museu Diários do Isolamento (MUDI) Rua Almirante Barroso, 1202, bairro Centro (mudiufpel@gmail.com)

18/09/2023 e 19/09/2023

AÇÃO EDUCATIVA – Roda de conversa com a participação de estudantes indígenas e quilombolas da UFPel sobre vivências e impactos da pandemia em suas vidas, individualmente e na dinâmica de seus grupos sociais.

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Local: Museu do Doce da UFPelPraça Coronel Pedro Osório, 8, bairro Centro

Fone (53) 3284-4322

22/09/2023 – 16h às 18h

ENCONTRO – Tradições doceiras e ancestralidade africana

23/09/2023 – 17h às 18h

LANÇAMENTO – Lançamento da marca 10 anos do Museu do Doce da UFPel

23/09/2023 – 14h às 17h

OFICINA – Tema: Tambor de sopapo: a batida afro pelotense

Ministrante: Mestre Griô Dilermando Freitas

Organização: PET Conservação e Restauração – UFPEL

(Sopapo é um instrumento típico da cultura afro pelotense)

23/09/2023 – 14h às 19h

OUTROS – Feira Criativa – feira de produtos quilombolas, LGBTQIA+, indígenas e apresentações artísticas

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Local: Núcleo de Estudos sobre Memória e Patrimônio em Lugares de Sofrimento – Avenida Almirante Barroso, 1202, Centro. 

Fone (53) 32844309

19/09/2023 – 14h às 15h30

MESA REDONDA – Webinário trabalhos em memórias difíceis.

A Museologia de memórias traumáticas e o trabalho no Memorial das Ligas e Lutas Camponesas com Ana Paula Brito.

Inscrições através do e-mail: nemplusufpel@gmail.com

19/09/2023 – 14h às 15h30

MESA REDONDA – Webinário trabalhos em memórias difíceis.

Musealização de memórias traumáticas: o Museu Sankofa Memória e História da Rocinha e o tempo das remoções, com Fernando Ermiro.

Inscrições através do e-mail: nemplusufpel@gmail.com

20/09/2023 – 14h às 15h30

MESA REDONDA – Webinário trabalhos em memórias difíceis.

As estátuas também renascem: monumentos e outros objetos memoriais em homenagem a Marielle Franco e a João Cândido, com Lilian Alves Gomes. Inscrições através do e-mail: nemplusufpel@gmail.com

20/09/2023 – 14h às 15h30

MESA REDONDA – Webinário trabalhos em memórias difíceis.

“La memorialización de la Organización Feminista Popular en el contexto del Movimiento Social de mujeres en Colombia”, com Isabel Cristina Bernal Vinasco. Inscrições através do e-mail: nemplusufpel@gmail.com.

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Besouro Azul: Um Novo Herói e a Celebração da Representatividade Latina

Bruna Marquezine e Xolo Maridueña são as estrelas da produção da DC Comics lançada neste ano       

Por Gabriel Belfagger        

 

Jaime Reyes aceita seu novo papel como super-herói protetor de sua comunidade  Imagem: Divulgação

 

O mundo dos filmes no Universo dos super-heróis cresceu com mais um mocinho da cena. O filme “Besouro Azul” da DC Comics, chegou como uma produção que introduz o personagem Jaime Reyes, um jovem recém-formado que volta para casa cheio de expectativas, mas sua vida muda drasticamente quando ele encontra uma misteriosa e poderosa biotecnologia alienígena, um escaravelho azul, que o transforma no herói Besouro Azul. A trama do filme explora a jornada de Jaime Reyes ao aceitar seu novo papel como um super-herói e proteger sua comunidade.

O “novo” herói da DC Comics ganhou vida nas telonas com elementos que celebram a cultura latino-americana. O filme não apenas entrega ação emocionante, mas também explora temas profundos que tocam a identidade e o orgulho latino. O filme destaca-se por trazer uma representatividade latina significativa para o cenário de Hollywood de várias maneiras. Apresenta um elenco diversificado, com atores como Bruna Marquezine e Xolo Maridueña, que representam a riqueza da cultura latino-americana. Isso permite que espectadores latinos se identifiquem com personagens que refletem suas origens; incorpora elementos da cultura latino-americana, como música, tradições familiares e valores, enriquecendo assim a narrativa com aspectos autênticos e relevantes.

Acabou recebendo apoio significativo da comunidade latina e de organizações que defendem a representatividade e a diversidade no cinema. Isso demonstra a importância do filme na promoção da inclusão e, além disso, o envolvimento de talentos latinos na produção e promoção do filme destaca a presença e o potencial desses artistas em Hollywood. A produção tem chamado a atenção do público, tanto pela sua representatividade quanto pelo entretenimento de alta qualidade.

 

Bruna Marquezine tem sido elogiada por sua atuação nesta produção recente    Foto: Divulgação

 

E por falar em representatividade latina, Bruna Marquezine, presente no elenco, nos mostra ainda a força disso no filme. Após ser convidada pelos produtores, Bruna compartilhou sua reação emocionada em várias ocasiões, inclusive postou em suas redes sociais o vídeo em que recebeu o convite. A atriz revelou que chorou quando foi convidada e ficou grata pela oportunidade.

De acordo com Bruna Marquezine, a audição foi um processo desafiador, e ela estava determinada a conquistar o papel da personagem Jenny Kord, que faz parte do universo da DC Comics. A atriz também compartilhou detalhes sobre sua primeira reunião com o par romântico no filme, Xolo Maridueña que interpreta o papel principal, destacando o entusiasmo em trabalhar no projeto. A participação da atriz no filme representa um importante passo em sua carreira, marcando sua estreia em um filme de super-herói e abrindo portas para oportunidades internacionais.

A bilheteria do filme “Besouro Azul” tem gerado diferentes respostas em sua trajetória. Durante sua estreia, o filme arrecadou impressionantes US$ 98 milhões a nível mundial, marcando uma forte abertura nas bilheteiras e indicando um potencial sucesso. No entanto, a recepção nas bilheteiras brasileiras foi mais modesta, com o filme encerrando sua primeira semana com uma bilheteria de R$ 1,4 milhões. A participação da atriz Bruna Marquezine na produção despertou interesse, mas o filme enfrentou a concorrência de outros títulos como “Talk to me” (“Fale comigo”), filme de terror dos diretores Danny Philippou e Michael Philippou.

A recepção ao filme “Besouro Azul” entre críticos e fãs tem sido mista. Críticos estrangeiros têm avaliado o filme de forma variada. Alguns elogiaram a atuação de Bruna Marquezine, destacando sua contribuição ao filme. A crítica, Zoë Rose elogiou a atuação da brasileira e mencionou a possibilidade de vê-la como Lara Croft em futuros projetos. No entanto, outros críticos estrangeiros apontaram críticas à química do casal protagonista.

O diretor do filme “Besouro Azul,” Angel Manuel Soto, tinha altas expectativas para o lançamento do filme. Ele lutou para que o longa-metragem fosse lançado nos cinemas em vez de estrear exclusivamente em plataformas de streaming, como estava inicialmente planejado. Soto acreditava que o filme tinha potencial para ser uma experiência cinematográfica especial e queria que o público tivesse a oportunidade de assisti-lo nas telonas. Essa decisão de lançar o filme nos cinemas reflete a confiança do diretor no projeto e sua aspiração de que ele fosse bem-recebido pelo público.

Soto afirmou que o filme terá uma continuação. Ele demonstrou entusiasmo quanto ao futuro do Universo Estendido da DC (DCU) e mencionou planos para explorar mais a história do Besouro Azul e seu universo. Embora detalhes específicos sobre a sequência não tenham sido revelados, a confirmação do diretor sobre a continuação sugere que a franquia está em crescimento.

Além disso, Bruna Marquezine, que desempenhou um papel importante no filme, também indicou a possibilidade de seu retorno à franquia em futuros projetos da DC. A confirmação da continuação e o interesse dos membros do elenco em retornar para novos filmes são indícios positivos para os fãs do Besouro Azul, que podem esperar mais aventuras do super-herói nos cinemas.

 

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“Satolep” de Victor Ramil: Uma jornada literária e reflexiva na identidade regional

Em seu livro, o cantor, compositor e escritor evoca a Pelotas presente no imaginário de todos que já conheceram a cidade

Por Fabiano Stéphano Roux Cordeiro Lautenschläger   

   

 

Publicado em 2008, o livro “Satolep”, escrito pelo cantor, compositor e escritor pelotense Victor Ramil é uma obra de destaque na literatura contemporânea brasileira. Conhecido tanto como músico quanto como escritor, Victor Ramil é reconhecido por suas contribuições criativas e inovadoras no cenário da música popular brasileira. Seu envolvimento com a música desde a adolescência moldou sua abordagem artística, e temas como o regionalismo têm sido explorados em suas composições de maneira original. Ramil lançou seu primeiro álbum, intitulado “Estrela, estrela”, aos 18 anos de idade, e, desde então, tem sido aclamado por sua contribuição para a cena musical brasileira.

No entanto, o autor expandiu seu horizonte artístico e iniciou sua carreira como escritor em 1995 com o lançamento de seu primeiro livro, intitulado “Pequod”. Essa obra, que chegou a ser publicada na França, serviu como ponto de partida para suas reflexões sobre identidade sul-rio-grandense. Suas experiências pessoais, incluindo o período vivido no Rio de Janeiro durante a década de 1980, levaram-no a questionar a posição do Rio Grande do Sul em relação ao resto do país e a explorar as questões identitárias decorrentes desse contexto.

A cidade de Pelotas, localizada no Rio Grande do Sul, desempenha um papel central nas composições musicais e nos escritos de Victor Ramil. No entanto, ele retrata a cidade de forma adaptada, o que se evidencia no anagrama “Satolep”, título de seu segundo livro publicado em 2008 pela editora Cosac Naify. Nessa obra, Ramil cria uma narrativa que mergulha nas memórias do autor e nas reflexões sobre a identidade sul-rio-grandense.

 

 

                   Ramil oferece ao leitor uma experiência que vai para além da narrativa convencional                                    Foto: Marcel Ávila / Prefeitura de Pelotas

 

“Satolep” apresenta uma trama que gira em torno de Selbor, um fotógrafo que sente a necessidade de retornar à sua cidade natal após anos de afastamento. O livro é caracterizado por capítulos curtos intercalados com mini ficções relacionadas às 28 fotos de Pelotas que adornam suas páginas. Através dessa estrutura narrativa engenhosa, Ramil oferece ao leitor uma experiência única, que vai além da narrativa convencional.

A abordagem do autor em “Satolep” transcende a mera descrição dos personagens e mergulha na própria cidade como protagonista. Ramil analisa meticulosamente a cidade, revelando suas nuances e refletindo sobre a natureza da identidade coletiva e individual. Como observado pelo autor, na época de lançamento, em 2008, “Satolep” “não é um livro qualquer, está muito além da valsa velha que embala nossa atual literatura, mas ao inventar um ritmo, uma milonga, por mais universal que seja, é natural que encontre algumas resistências”.

A atmosfera melancólica e a névoa que paira sobre Satolep contribuem para uma sensação de incerteza e transitoriedade. A cidade é explorada como um espaço físico e metafórico, onde as memórias e os sonhos se encontram. Essa abordagem é refletida por Ramil quando escreve: “Satolep é apenas um nome. Não existe cidade, gente, rua. […] Satolep não existe no presente. Existe em meu e em seu passado”.

 

Interação entre palavra escrita e fotos antigas provoca uma sensação de nostalgia

 

Ramil utiliza fotografias antigas da cidade para complementar sua narrativa, estabelecendo um diálogo entre o texto e as imagens. Essa interação entre a palavra escrita e a imagem fotográfica evoca uma sensação de nostalgia e reforça a imersão do leitor na atmosfera de Satolep.

“Satolep” é uma obra literária marcante que transcende as fronteiras da literatura convencional. Victor Ramil demonstra sua habilidade artística ao criar uma narrativa que desafia os padrões estabelecidos. A intercalação de fotografias antigas com o texto amplifica a experiência do leitor, proporcionando uma reflexão profunda sobre questões de identidade, memória e a efemeridade da vida.

Com seu estilo narrativo poético e reflexivo, Victor Ramil oferece uma contribuição significativa para a literatura contemporânea brasileira. “Satolep” representa uma jornada literária que explora os limites da ficção, desafiando conceitos estabelecidos e abrindo caminhos para novas formas de expressão artística. Esta obra merece ser apreciada como um testemunho da criatividade e sensibilidade de Victor Ramil, além de sua capacidade de retratar a complexidade da identidade regional e sua relação com o tempo.

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Satolep…na névoa da noite do lançamento dessa obra, eu estava lá no teatro cheio 7 de abril… Peguei autógrafo, fiz foto de regata cor do arco-íris. O livro dei de presente, com dedicatória, a foto o orkut engoliu, mas ficou em mim a UFPel e os laços… Satolep também é um lugar no meu imaginário ; aportuguesei o nome de meu filho, “Dioukim”.

Francesca Batista de Azevedo

Centro Tradições Gaúchas Coronel Thomaz Luiz Osório prepara-se para concorrer em diversos festivais

CTG promoveu ensaio aberto e contou com apresentações das invernadas Adulta, Mirim e Juvenil, com o intuito de arrecadar recursos visando as competições estaduais       

Por Leonardo Cardoso e Pedro Barcelos      

Invernada adulta em sua apresentação no ensaio aberto      Foto: Pedro Barcelos

 

No dia 30 de agosto, no CTG Coronel Thomaz Luiz Osório, localizado no bairro Fragata, em Pelotas, promoveu o ensaio aberto da invernada adulta. O Centro de Tradições Gaúchas, fundado no dia 2 de maio de 1968, tem como intuito cultivar a tradição nativista do Rio Grande do Sul, em suas diversas expressões de arte. Houve um jantar para receber a comunidade em seu galpão. Além da Invernada Adulta, a Mirim e a Juvenil apresentaram-se durante o evento, mostrando suas temáticas escolhidas para este ano.

O evento, a Invernada Adulta, faz parte das preparações durante o ano para diversas  competições pelo Estado, como é o caso da fase inter-regional do Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart). Trata-se da competição classificatória para o maior evento de arte amadora da América Latina, o Enart, que acontece em Santa Cruz do Sul.

Após o sucesso que foi o ensaio aberto, o CTG partiu em busca do seu grande objetivo ao competir na inter-regional. Com a terceira colocação na competição, os Dragões do Rio Grande, como são conhecidos, conseguiram a tão sonhada vaga para o Enart. Assim, o CTG Coronel Thomaz Luiz Osório está pronto para representar Pelotas na maior competição do Estado, que acontecerá entre os dias 24 e 26 de novembro, no Parque da OktoberFest, em Santa Cruz do Sul.

Estímulo para a juventude

O principal motivo da realização do ensaio aberto foi, além de dar oportunidade para a comunidade e os amantes pela cultura gaúcha apreciar sua arte tradicional, a de arrecadar recursos para o deslocamento e a hospedagem na cidade de Capão da Canoa, sede da Inter-regional deste ano.

Participar do Enart é um sonho para qualquer integrante de CTG, pois além da dificuldade da classificação, é a coroação de todo trabalho feito dentro das entidades tradicionalistas, como é o exemplo deste centro de tradições. Todo o trabalho é feito com a ajuda de muitos voluntários e a participação assídua de crianças e jovens. Mario Heidrich, capataz do CTG, registra: “Hoje o CTG conta com cinco invernadas, desde a Invernada Mirim até a Invernada Xiru, então, nosso foco são os jovens, são as crianças. O que a gente utiliza de estratégia para manter eles aqui, dentro do CTG, motivados, é a questão de eles estarem em equipe e trabalharem pelo grupo. O CTG, hoje, tem muitos objetivos, a gente faz muitas apresentações na comunidade, e também participa de competições estaduais. A última Juvenil foi no Juvenart, a Mirim no Festmirim, a Xiru em outubro está indo para o Festxiru, e a Adulta está indo para a classificatória do Enart, que acontece em novembro na cidade de Santa Cruz do Sul”.

São realizados diversos eventos no CTG para que os jovens sigam integrados. Heidrich salienta que são feitos esforços, para que não desistam,  por exemplo, por questões financeiras. Quer motivar a permanência, cultivando a tradição. “É estar com os colegas, brincando, correndo, se divertindo, essa é finalidade do CTG, estar com a família, com os amigos, com os colegas e cultivar a tradição”, diz.

Danças tradicionais

No ensaio, os dançarinos apresentaram algumas danças tradicionais gaúchas, como: o caranguejo, a havaneira marcada e a quero-mana.

Caranguejo: a dança é uma manifestação cultural brasileira de raízes açorianas que se assemelha ao minueto. Foi muito difundida pelo Brasil, e há registros dela desde o século XIX. Em roda, os dançarinos praticam movimentos de dança semelhantes ao “caminhar” do animal caranguejo, repetindo até finalizar a música.

Vídeo: Leonardo Cardoso

Quero-Mana: É uma dança de salão, que se realiza em pares enlaçados, que formam dois círculos concêntricos: um de homens e outro de mulheres. Tem características do ciclo do minueto, com passos comedidos e mesuras. A dança consiste em uma série de evoluções dos pares, que se aproximam e se afastam, giram e se cumprimentam. Um dos movimentos mais característicos da dança é o chamado “três passos curtos e rápidos”, que os pares executam ao avançar um para o outro.

Vídeo: Leonardo Cardoso

Havaneira Marcada: é uma dança que tem origem na habanera, um ritmo musical de Cuba. A havaneira chegou ao Brasil através dos imigrantes açorianos, que adaptaram a dança ao estilo gaúcho. É uma dança de salão que se realiza em pares enlaçados, formando dois círculos concêntricos: um de homens e outro de mulheres. A dança consiste em uma série de passos e giros, marcados pelo toque da gaita.

Vídeo: Leonardo Cardoso

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“Noites Alienígenas”: o ser humano e a fuga da realidade

O grande vencedor do Festival de Cinema de Gramado de 2022 chegou recentemente no catálogo da Netflix       

Por Jaime Lucas Mattos         

                                      Filme conquistou cinco kikitos no ano passado                               Imagem: Divulgação/Vitrine Filmes

Vencedor de diversos prêmios no 50º Festival de Gramado (2022), na Mostra Competitiva do Festival Guarnicê de Cinema (2022) e na 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (2022), “Noites Alienígenas” é um filme produzido no estado do Acre que retrata as sensibilidades de uma região pouco explorada pelo audiovisual brasileiro.

O longa-metragem conta a história de um grupo de personagens, em especial três jovens – Rivelino (Gabriel Knoxx), Sandra (Gleici Damasceno) e Paulo (Adanilo) –, que levam a vida na periferia de Rio Branco, e são impactados pelo conflito entre facções criminosas e pela violência urbana, que, nos últimos dez anos, quase triplicou o assassinato de crianças e jovens no Estado do Acre.

A vitória deste filme em diferentes festivais e mostras de cinema deu luz a uma produção que representa um enriquecimento cultural de uma região pouco explorada e conhecida pelo restante do País.

O Acre tem uma história muito rica. Depois de muitas disputas pelo domínio da área, travadas entre os bolivianos, peruanos e os brasileiros que viviam no território do Acre, o Brasil adquiriu a região em 1903, através de um tratado assinado com a Bolívia.

Por ser uma região agregada ao território nacional “recentemente” (e que foi elevada à categoria de estado apenas em 1962), tem sofrido um apagamento na memória popular e sofre muito preconceito, ganhando um espaço praticamente nulo para contar suas histórias no contexto nacional.

Gabriel Knoxx e Gleici Damasceno em cena     Foto: Reprodução/Vitrine Filmes

“Noites Alienígenas” apresenta uma história que se distancia do eixo Rio-São Paulo, mas que explora e retrata uma realidade que dialoga com as realidades de outras regiões do País. A criminalidade é retratada no filme como pano de fundo para a narrativa, atravessando a vida dos personagens de maneiras distintas.

Os jovens representados no longa-metragem não têm muita perspectiva de futuro, mas sentem que a vida que levam é desconfortável e incômoda. Essa necessidade de fugir de seus espaços é explorada pela narrativa de diferentes maneiras. Há personagens que “encontram” a fuga nas drogas, no tráfico, na religião, nos sonhos de estudo. Mas essa fuga ainda não é suficiente, pois mesmo assim estão em lugares desconfortáveis e incômodos. Então, que fuga eles estariam buscando?

Questão da dependência química é tratada através do personagem de Adalino  Foto: Reprodução/Vitrine Filmes

A proposta de fuga para o desconhecido dialoga com o título do filme, usando o “alienígena” como metáfora para a fuga e para o desconhecido. Ninguém sabe se o “alienígena” vem para o bem ou para o mal, mas ele muda tudo na sua visão do que é a vida. Esse paralelo dialoga com a vida desses jovens, que estão perdidos em uma vida e em uma localidade que não projeta alguma perspectiva além da criminalidade.

Para acompanhar o título e dar múltiplos significados à narrativa, “Noites Alienígenas” insere o realismo mágico como parte da trama, explorando-o nos diálogos, nas alucinações, nos rituais indígenas e no jogo de luzes. O realismo mágico pode parecer deslocado na trama, pois ele não faz parte do cerne da narrativa, mas do seu entorno. No entanto, apesar disso, ele tem a sua função significativa na história.

A filmagem contrasta com o realismo mágico e transmite a ideia de realidade da vida, com o uso da câmera em movimento, não apenas fixa, como é feito na maioria dos filmes mainstream.

Chico Diaz e Gabriel Knoxx em uma das primeiras cenas       Foto: Reprodução/Vitrine Filmes

O elenco caminha muito bem com a narrativa. O grande destaque vai para Chico Diaz, que atua muito bem e entrega um diálogo magistral em uma das primeiras cenas, o qual resume a ideia por trás dessa história. Outros destaques no promissor elenco jovem vão para Gabriel Knoxx, Adalino e Kika Sena. Gleici Damasceno também está muito bem para o seu primeiro trabalho no cinema.

O maior destaque talvez seja para o diretor Sérgio Carvalho, que consegue apresentar, em apenas uma hora e meia, uma narrativa que discute uma problemática social – a criminalidade – e que pensa e repensa os motivos, os sonhos e os desejos de uma juventude que se sente perdida em um local incômodo – seja ele físico ou sentimental.

Equipe de “Noites Alienígenas” no palco do 50º Festival de Gramado           Foto: Divulgação/Edison Vara

 

Vale lembrar que “Noites Alienígenas” ganhou cinco prêmios no Festival de Cinema de Gramado do ano passado, nas seguintes categorias: Melhor Filme; Melhor Filme pelo Júri da Crítica; Melhor Ator, com Gabriel Knoxx; Melhor Atriz Coadjuvante, com Joana Gatis; e Melhor Ator Coadjuvante, com Chico Diaz.

Se ficou interessado em conferir, o filme está disponível no catálogo da Netflix.

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Banda Jota Quest realiza show em Pelotas no dia 19 de setembro

Grupo mineiro estará presente na capital do doce com sua tour em comemoração aos 25 anos de carreira na véspera do feriado do Dia do Gaúcho        

                                                   Por João Victor Fagundes e Renan Ferreira        

 

Banner promocional da tour “Jota25”                                          Imagem: Divulgação

 

A banda Jota Quest anunciou em fevereiro deste ano sua tour em alusão aos 25 anos de carreira, que contará com apresentações por diversas cidades do Brasil, incluindo Pelotas. A banda passará pela Princesa do Sul no dia 19 de setembro, véspera do feriado do Dia do Gaúcho. O show será realizado no Centro de Eventos da Fenadoce (Av. Pinheiro Machado 3390), com abertura às 20h.

Formada em meados de 1993 em Belo Horizonte (MG), a banda originalmente chamava-se “J. Quest”, uma abreviação de um famoso cartum chamado Jonny Quest, criado na década de 60 e popularmente conhecido até os dias de hoje. No entanto, em entrevista ao programa Faustão na Band, o vocalista Rogério Flausino explicou o motivo da mudança na grafia e na pronúncia do nome da banda, que antes usara a fonética inglesa quando referiam-se a banda (Jay Quest). Segundo Rogério, logo no início da carreira, eles planejavam regravar a música de Tim Maia “Dance enquanto é tempo”, entretanto precisaria da autorização de Tim, que detestava falar com qualquer gravadora que tentasse contatá-lo. Foi aí que Rogério conseguiu o número particular de Tim a fim de pedir a autorização, e, ao realizar a ligação, o grande astro da música nacional, além de permitir a gravação, “abrasileirou” o nome da banda, sugerindo que  o grupo se chamasse Jota Quest daquele momento em diante.

Reunião de talentos

O Jota Quest é composto por um grupo talentoso de músicos que contribuíram para a rica tapeçaria musical da banda. Rogério Flausino, vocalista e um dos membros fundadores, traz uma voz cativante e versátil para as músicas da banda. Além dele, a habilidade do guitarrista Marco Túlio Lara em criar riffs memoráveis e solos envolventes é fundamental para o som característico do grupo. O tecladista Márcio Buzelin adiciona camadas melódicas e atmosféricas às músicas, enquanto PJ, o baixista, e Paulinho Fonseca, o baterista, formam a base rítmica sólida que sustenta as composições. A jornada musical do Jota Quest é uma história de sucesso, perseverança e reinvenção constante. Com sua mistura única de gêneros musicais, hits inesquecíveis e integrantes talentosos, continua a ser uma força influente na música brasileira.

 

Repertório do show reúne “músicas para cantar junto”, ou seja, os grandes hits da banda  Imagem: Instagram / Ique Esteves

 

Diversidade sonora e estilo único

O som do Jota Quest é notável por sua habilidade de transcender fronteiras musicais. A banda mistura elementos de pop, rock, funk e música eletrônica, criando um estilo que é simultaneamente enérgico e envolvente. Essa diversidade sonora não apenas tornou o Jota Quest um nome familiar, mas também permitiu que eles se reinventassem a cada álbum, mantendo sua música fresca e relevante ao longo dos anos.

Explorando os maiores hits

Os maiores sucessos do Jota Quest traçam um mapa musical que captura a diversidade de influências que a banda incorpora. Entre esses sucessos está “Dias Melhores”, uma canção que se tornou um hino otimista e que, desde o lançamento, se mantém presente em playlists de todos os cantos do país. “Na Moral” é outro hit notável que explora as raízes do funk e do groove, adicionando uma camada de modernidade à mistura. E quem não se lembra de “O Vento”? Faixa que cativou os ouvidos de várias gerações com sua pegada envolvente e contagiante.

 

                           Faixas como “Dias Melhores”, “Amor Maior” e “Dentro de Um Abraço” são hits populares da banda              Imagem: Instagram / Jp Sofranz

 

 Jornada musical marcada por hits e diversidade sonora

No cenário musical brasileiro, poucas bandas conseguiram deixar uma marca tão duradoura e eclética quanto o Jota Quest. Desde sua formação nos anos 90, o grupo mineiro conquistou fãs e espaço nas paradas com uma mistura única de pop, rock e elementos eletrônicos, tornando-se uma verdadeira referência na cena musical nacional. Com uma carreira que abrange décadas e uma coleção impressionante de hits, o Jota Quest continua a fazer história e a atrair novas gerações de ouvintes.

Ingressos para a Tour de 25 anos da banda em Pelotas

Os ingressos podem ser adquiridos através do site Blue Ticket com preços a partir de R$160,00.

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Participação dos alunos da UFPel destaca-se no 51º Festival de Cinema de Gramado

Na edição ocorrida em agosto, diversos curtas-metragens de alunos e ex-alunos da Universidade Federal de Pelotas se fizeram presentes em um dos maiores eventos cinematográficos do Estado e do País       

Por Felipe Boettge e Jaime Lucas Mattos   

 

                   Ana Ambrosano e Denis Souza com o prêmio de melhor desenho de som pelo curta Carcinização                               Foto: Divulgação/Edison Vara/Agência Pressphoto

 

Em sua 51ª edição, o Festival de Cinema de Gramado apresentou em sua programação quatro curtas-metragens dirigidos e realizados por estudantes e egressos de dois cursos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Cinema e Audiovisual e Cinema de Animação. Os filmes exibidos, e que concorreram a prêmios, foram “Aurora”, de Bruna Ueno; “Carcinização”, de Denis Souza, “Combustão Espontânea”, de João Werlang e Pedro Bournoukian; e “Tremendo Trovão”, de Rubens Anzolin. Com a presença dos filmes no festival, a universidade também disponibilizou transporte para levar os alunos, membros das produções e outros estudantes até a cidade de Gramado durante o festival.

A exibição dos curtas no festival aconteceu nos dias 12 e 13 de agosto, nos primeiros dias do evento. A premiação do Troféu Assembleia Legislativa Mostra Gaúcha de Curtas foi realizada no dia 13 para condecorar os curtas-metragens gaúchos. Dos quatro filmes realizados por alunos ou ex-alunos da UFPel, um deles foi premiado.

“Carcinização”, dirigido por Denis Souza, recebeu o prêmio de melhor desenho de som. Responsáveis pelo desenho de som no filme, foram destacados Ana Ambrosano e Mariana do Prado. Ana Ambrosano, que estava no festival, disse que não esperava ser premiada: “Foi uma surpresa muito feliz, a sensação é indescritível, eu não lembro dos cinco minutos que se passaram ali depois de ouvir o meu nome, dá vontade de sentir de novo”. O diretor contou que também ficou surpreso, mas feliz porque se destacaram justamente na parte da produção em que eles tiveram bastante cuidado.

Em formato de animação, “Carcinização” fala sobre um trio de amigos – Liz, Mari e P1 – e as mudanças que estão acontecendo em suas vidas, especialmente na de P1, que decide virar um caranguejo – situação que dá nome ao curta. “Eles conversam sobre esse sentimento de tentar se adequar, e seguir seu próprio caminho enquanto apoiam o P1 nessa jornada de participar do processo de carcinização”, resume o diretor Denis Souza.

 

                                         Denis Souza, diretor de Carcinização, apresentando o curta no palco do festival                                   Foto: Divulgação/Ticiane da Silva/Agência Pressphoto

 

Dentre os outros três filmes pelotenses que disputaram os diversos prêmios do Troféu Mostra Gaúcha de Curtas, “Tremendo Trovão” trata de lembranças de um acidente sofrido pelo diretor Rubens Fabricio Anzolin e os impactos causados em sua vida. Já o curta “Aurora”, dirigido por Bruna Ueno, é uma animação de uma patinação artística ao som de uma música no piano. “Havia muito tempo, antes mesmo do início do projeto, que pensava em fazer algo contemplativo, que despertasse um lado mais emocional. Acredito que a combinação da dança com a música abre brecha para isso, então foi o caminho que escolhi, buscando desenvolver e capturar a expressividade desse cenário”, conta a diretora.

Por ser uma animação em rotoscopia, técnica que consiste em criar sequências animadas desenhando as imagens quadro a quadro, tanto facilidades quanto dificuldades poderiam ser encontradas no caminho. “As facilidades surgiram ao escolher trabalhar com animação tradicional, utilizando papel, grafite e giz pastel. Isso me proporcionou conforto, além de ter sido um processo muito proveitoso! Por outro lado, enfrentei um desafio ao lidar com várias pilhas de papel que precisavam ser escaneadas, cortadas e montadas, especialmente considerando que estava realizando esse processo por conta própria”, contou a diretora Bruna Ueno.

Dividido em três pequenos atos e com uma grande equipe envolvida na sua realização, o filme “Combustão Espontânea”, dirigido por João Werlang e Pedro Bournoukian, conta a história de três pessoas que estão presas aos seus cotidianos extremamente repetitivos e que alimentam um desejo de se libertar dessas realidades, mesmo que de formas inusitadas.

O diretor Pedro Bournoukian relata que a equipe usou principalmente locações internas para gravar o filme, e que elas tiveram uma função especial, que é a de usar “esses ambientes claustrofóbicos, buscando enclausurar os personagens em suas rotinas, algo que é essencial para o entendimento do filme”. Segundo Werlang, as locações utilizadas em Pelotas foram um apartamento, o Parque Tecnológico e a Igreja Cabeluda, como é popularmente conhecida, além do Calçadão da cidade.

 

 Pedro Bournoukian e João Werlang, diretores de Combustão Espontânea, no palco do Festival de Gramado                  Foto: Divulgação/Ticiane da Silva/Agência Pressphoto

 

O diretor de fotografia de “Combustão Espontânea”, Matheus Tozeto, falando sobre sua função no filme, contou que fez um storyboard com os diretores para ordenar a composição das cenas, e que, a partir disso, pode guiar-se nas gravações. “Foi o período da produção no qual fiquei encarregado por operar a câmera e por tomar decisões quanto à iluminação das cenas, sempre junto dos diretores João e Pedro”, recorda Matheus.

Enquanto a maior parte da equipe do filme é do curso de Cinema e Audiovisual, alguns atores são do curso de Teatro. Eles vivenciaram novas experiências com o audiovisual, criando uma conexão que engrandece e agrega á experiência e à passagem dos alunos dos dois cursos pela Universidade, algo que é apoiado e incentivado pelos professores. ”Já tive uma professora que me liberou de uma aula que eu tive à tarde para eu poder gravar. Eles são bem compreensivos em relação a isso, porque é muito importante que a gente tenha o intercâmbio entre os cursos de Teatro e Cinema”, relata a aluna Cândida Canielas.

No entanto, o apoio da Universidade não se limita a esse tipo de situação, uma vez que se reconhece o valor não só na execução e participação dos projetos, mas também na presença nos festivais e premiações, como é o caso do Festival de Cinema de Gramado. Para auxiliar os estudantes, a UFPel disponibilizou transporte para eles e os membros das equipes das produções envolvidas se fazerem presentes no evento, algo que foi essencial para que eles tivessem não só a experiência da viagem, mas pudessem estar juntos de suas produções no maior palco do cinema brasileiro. “[O transporte] facilitou a vida de muitos de nós, pois para muitos seria inviável estar presente se não fosse esse apoio. Essa também é uma forma de incentivar os alunos”, relata Milena de Castro, atriz de “Combustão Espontânea”.

 

          Milena Vaz, Cândida Canielas e Kelvin Marum Machado, do elenco de “Combustão Espontânea”             Foto: Acervo pessoal/Milena Vaz

 

A importância do festival para o cinema gaúcho é grande, tendo em vista os holofotes que o festival está proporcionando tanto para a divulgação, quanto para o reconhecimento do que é produzido em escopo local e universitário.

 

“No caso do cinema gaúcho, o festival oferece uma oportunidade para exibir e celebrar o trabalho local, permitindo que nós possamos compartilhar nossos trabalhos e perspectivas regionais com um público mais amplo” (Bruna Ueno, diretora de “Aurora”).

 

“Acho que é um festival muito importante, principalmente quando se trata de difundir o cinema gaúcho. Ele aproveita esse status de um dos festivais mais famosos do Brasil, ao qual pessoas de todos os cantos do Brasil vêm para apreciar os filmes, e abre espaço para exibição de produções feitas aqui no Estado” (João Werlang, um dos diretores de “Combustão Espontânea”).

 

O espaço que o festival oferece proporciona um encontro e debate entre produtores gaúchos com o de todas as outras praças do Brasil, criando conexões e servindo como um berço de novas ideias e inspirações que terão impacto nas carreiras dos cineastas e também em toda a indústria de uma forma geral. Essa promoção de encontros entre produtores se faz muito importante para as obras locais, e também em relação à autoestima e à confiança que cercam essas equipes, que, muitas vezes, podem sentir-se menosprezadas e deixadas de lado, uma vez que estão deslocadas dos centros de maior produção audiovisual, o eixo Rio de Janeiro-São Paulo.

Dessa maneira, a existência do Festival de Gramado, das amostras gaúchas e da presença dos produtores locais, “é uma forma de nós, gaúchos, mostrarmos que, mesmo não estando no centro das produções audiovisuais, estamos criando e trabalhando em cima de obras incríveis”, reforça Milena Vaz. Além disso, é um espaço para a troca de conhecimentos e de receber reconhecimento pelos seus trabalhos, como relatou Denis Souza: “Conheci muita gente da área e é bem gratificante ver o nosso trabalho sendo reconhecido num festival desta escala”.

 

“O Festival de Gramado, ao apresentar categorias específicas voltadas ao cinema gaúcho, valoriza e incentiva a produção audiovisual no Estado” (Matheus Tozeto, diretor de fotografia de “Combustão Espontânea”).

 

Espera-se que as produções nascidas na UFPel continuem ganhando holofotes no festival em todas as futuras edições, tendo em vista que é um grande evento para que os alunos ganhem notoriedade no ramo da sétima arte. A próxima edição do Festival de Gramado acontecerá entre os dias 9 e 17 de agosto de 2024.

 

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