Fascínio de um ídolo na vida e morte de John F Donovan

Por Ana Rodrigues   

Longa do diretor canadense Xavier Dolan é uma opção no mês do orgulho LGBTQ+

Diretor Xavier Dolan ao lado de Emily Hampshire e Kit Harington, que interpretam casal Amy e John

O longa do ator e diretor canadense Xavier Dolan, “A vida e Morte de John F Donovan”, traz em duas horas a experiência de ser fã de um jovem ator em ascensão. É de se perguntar se Dolan colocou uma parte da sua própria experiência na tela, tanto como fã quanto ídolo. Da mesma forma que o personagem menino, o consagrado Dolan escreveu cartas enquanto criança para um dos seus ídolos.

O elenco mistura atores conhecidos com nomes novos, incluindo Kit Harington, Natalie Portman, Kathy Bates, Michael Gambom e Jacob Tremblay entre os principais nomes. O roteiro é de Dolan junto a Jacob Tierney. A direção de fotografia, de André Turpin (que já trabalhou com Denis Villeneuve anteriormente) e a direção de arte, de Pierre Perrault (“A Orfã”).

O diretor, que é fã assumido da franquia Harry Potter, conseguiu a todo custo adicionar Michael Gambon ao seu elenco em talvez uma das cenas mais coerentes do filme todo. O ator interpretou Alvo Dumbledore a partir do terceiro filme da saga de Potter.

O longa se dedica a retratar a ascensão de John F. Donovan como ator, interpretado por Kit Harington. Mas o cenário começa a mudar quando a imprensa descobre que o ator troca correspondência com uma criança de onze anos. O pequeno, que vê em Donovan um sonho inocente, traça um paralelo das suas vivências e a vida do jovem ator durante o filme todo.

Recheado de música pop, close-ups e cenas de drone intrigantes, “A vida e Morte de John F. Donovan” traz em seu enredo as dores de se esconder. Dolan, que dedica a sua carreira a explorar temas envolvendo a temática queer e as relações familiares, traz em seu sétimo filme as angústias de não assumir a própria homossexualidade e as consequências de uma vida dupla fora dos holofotes.

Para o mês do orgulho LGBTQ+, Xavier Dolan pode ser uma boa opção na hora de escolher filmes sobre a temática. A vida e Morte de John F Donovan não é um longa exclusivo sobre ser LGBTQ+, mas é principalmente sobre se inspirar em um modelo no caminho do autoconhecimento. Este e outros filmes de Xavier Dolan estão disponíveis no MUBI

Kit Harington interpreta o personagem protagonista em “A Vida e Morte de John F Donovan”

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Interessante! A arte servindo como uma forma de representar quem pode estar na mesma situação ou em situação parecida!

Fábio 

Oficina Empoderamento Gráfico estimula jovens artistas na produção editorial

Por Amanda Kuhn     

Aulas são disponibilizadas gratuitamente na internet e promovem o mercado independente

                      Divididas em seis vídeos, as aulas estão disponíveis no canal do Youtube                        Imagens: Divulgação

A Oficina Empoderamento Gráfico é uma iniciativa voltada para incentivar os jovens à produção de livros artesanais independentes e de artes visuais, estimulando-os a produzirem diretamente das suas casas. A ação é uma parceria do artista visual Gustavo Reginato, fundador em 2014, em Florianópolis, da Editora Caseira. Ele e seu empreendimento participam como parceiros da artista Beatriz Rodrigues na execução do Projeto Inventário, que engloba a Oficina.

As aulas são divididas em seis vídeos, com cerca de quatro a cinco minutos cada. Abordam uma introdução da história do livro e como funciona toda a parte editorial, desde a concepção do miolo, forma de construir a narrativa até a forma de encadernação e impressão. A primeira aula foi lançada no dia 30 de abril e a última será apresentada na sexta-feira (4 de junho), diretamente no Youtube e no site do projeto.

“O papel nunca vai substituir o virtual e o virtual nunca vai substituir o papel, mas eles podem coexistir” – Gustavo Reginato

Além disso, também há a proposição impressa, em que é possível imprimir e montar um livreto. Você pode baixar o e-book gratuito no Site, clicando aqui.

Como começou

O Projeto Inventário nasceu após a exposição individual de Beatriz com mesmo nome, em que Gustavo fez a curadoria. A parceria entre os dois se consolidou e tomou forma em 2019, quando a proposta foi realizada por Beatriz, contemplada pelo edital Procultura de Rio Grande.

Gustavo conta que a ideia da oficina surgiu das suas vivências no meio artístico e editorial: “Ela surgiu da minha trajetória enquanto editor e artista, cumprindo as diversas funções dentro do processo editorial, desde a escrita, diagramação, projeto gráfico, impressão, distribuição e todas as etapas do processo. E a vontade surgiu de compartilhar esses conhecimentos”, afirma.

Inicialmente, as oficinas seriam ministradas na Escola Estadual Silva Gama, em Rio Grande e, em virtude da pandemia, transformou-se para o formato virtual. Apesar da forte presença nas redes sociais, Gustavo compartilha que a adaptação para o virtual não foi fácil: “A adaptação para o formato virtual, tanto da Oficina, quanto da Feira, foi devida a muito pensamento, pra gente primeiro tentar entender, conseguir superar o isolamento individual, entender o que está acontecendo com a pandemia, pra gente conseguir expandir o nosso trabalho, e seguir trabalhando mesmo nas plataformas virtuais…Foi um grande desafio”, explica o artista.

Gustavo diz que a “vida de youtuber” foi uma experiência interessante e acredita que a iniciativa irá estimular ainda mais a produção desse formato de conteúdo. Os próximos passos do Projeto já estão definidos. No dia 19 de junho, ocorre o lançamento da Feira Empoderamento Gráfico, que será também de forma on-line e a publicação do e-book “Ruína Expandida”.

Feira online acontece nos dias19, 26 e 27 de junho

As inscrições para a Feira estão abertas para artistas e editores independentes até o dia 9 de junho. Além disso, a programação também conta com rodas de conversa que serão transmitidas pelo canal do Youtube, nos dias 26 e 27 de junho.

Acompanhe o Projeto Inventário nas redes sociais:

Instagram

Youtube

Site do Projeto Inventário

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Projeto cinematográfico mostra vivências em fronteiras gaúchas

Por Alexsandro Santos       

Filme reúne em cinco histórias as memórias, manifestações populares e intercâmbios vividos pelos habitantes nos limites do País

              Episódio apresenta encontro do agricultor Edu Macedo e do pintor Carlo Andrei Rossai para elaboração de retrato                    Foto: Divulgação

Está no ar o projeto Fronteiriz@s, uma produção audiovisual composta por cinco curtas-metragens que contam histórias e retratam a cultura da região de fronteiras entre Brasil e Uruguai. A ideia é compor um longa-metragem que pretende retratar os aspectos principais da integração cultural presente nestas regiões.

O Fronteiriz@s apresenta a ideia de que o conceito de fronteira está muito além de uma linha geográfica que delimita dois países. Nele estão reunidas memórias, manifestações populares, temáticas, laços familiares e intercâmbios. Além disso, o projeto apresenta diferentes olhares sobre o multiculturalismo, usando como pano de fundo as belas paisagens de cinco diferentes fronteiras do Rio Grande do Sul, locais onde foram gravados os curtas-metragens e que farão parte da composição final em filme, conectando contexto de cada história:

  • Santa Vitória do Palmar/Chuy – curta Milonga Lejana.
  • Jaguarão/Río Branco – curta Casa de Rio.
  • Pelotas – curta Além da Fronteira.
  • Bagé – curta La Sociedad.
  • Livramento/Rivera – curta

O episódio “La Sociedad” descreve o encontro do pintor Carlo Andrei Rossai e o trabalhador rural Edu Macedo, conhecido na região por representar um típico gaúcho fronteiriço. A reunião, com o objetivo de produzir um retrato pictórico de Macedo, aconteceu no início deste ano no ateliê de Carlo.

O filme foi contemplado na Lei Aldir Blanc nº 14.017/2020, pelo Edital da Secretaria Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul nº 09/2020 – Produções Culturais e Artísticas, Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e é assinado pela Sociedade Independente Cultural. O projeto conta com a produção geral de Ricardo Almeida e produção executiva de Magnun Patron Sória. O longa metragem ainda não estreou. Enquanto isso, os bastidores das gravações podem ser acompanhados pelas mídias sociais do projeto:

YouTube

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Romance épico de Julia Quinn em “Bridgerton”

Por Andressa Siemionko Lacerda    

Produção de Shonda Rhimes cria transposição bem-sucedida de obra literária para canal de streaming

Cada episódiio de “Bridgerton” é uma adaptação de um dos oito títulos criados pela escritora    Foto: Divulgação Netflix

Nas livrarias, os romances de Julia Quinn não enganam. Com lindas mulheres, estampando capas de romances épicos e leves. São ingredientes perfeitos para uma produção de uma série de televisão cheia de charme, que encantou os assinantes da plataforma de streaming Netflix neste momento pandêmico. A criadora da família Bridgerton soma mais de 10 milhões de cópias vendidas de suas obras literárias no mundo todo.

A série retrata a curiosa procura pelo verdadeiro amor dos oito irmãos, filhos da matriarca Lady Violet, interpretada por Ruth Gemmell. Toda a trama se passa na alta sociedade londrina do século 19, com grandes bailes, vestidos pomposos, casamentos arranjados e muita fofoca.

A série é criada por Chris Van Dusen e produzida por Shonda Rhimes, roteirista de grandes sucessos como: “Grey’s Anatomy” (2005-presente) e “How to Get Away with Murder” (2014-2020). Cada temporada da série Bridgerton é uma adaptação de um dos oito títulos escritos por Julia Quinn, sendo o primeiro: “O Duque e eu”.

Regé-Jean Page, como Duque de Hasting, e Phoebe Dynevor, como Daphne            Foto: Divulgação Netflix

A primeira temporada é focada na história de Daphne (Phoebe Dynevor), quarta filha da família e Simon, o Duque de Hastings (Regé-Jean Page), seu par romântico. Um casal improvável, mas que arranca suspiros e preocupação dos fãs da série. A preocupação se dá por uma promessa feita no passado pelo Duque de Hastings e isso pode acabar arruinando a relação do jovem casal.

Além de bem-humorada, a produção é cheia de glamour, com muitos vestidos e trajes de galas, cenários arquitetonicamente britânicos e aristocráticos, típicos do século 19. A série contou com mais de 20 casarões, castelos e parques para as gravações. Dentre eles, está a Ranger’s House – mansão construída em 1722 e localizada no Greenwich Park, em Londres, casa da família protagonista da trama, e o Castle Howard – palácio rural situado no condado de North Yorkshire, casa do Duque de Hastings, na obra.

Com mais de 7.500 figurinos feitos especialmente para a produção, a primeira temporada de Bridgerton foi um sucesso. Lançada no dia 25 de dezembro de 2020, em seus primeiros 28 dias no ar, a série foi assistida por 82 milhões de contas na plataforma. Atualmente é a série original Netflix mais vista, desbancando outras produções como “O Gambito da Rainha” (2020) e “The Witcher” (2019).

Futuro da trama

Jonathan Bailey vive o polêmico Anthony Bridgerton, protagonista da segunda temporada  Foto: Divulgação Netflix

Depois de garantir tanto sucesso, foi anunciada a produção da segunda temporada de “Bridgerton” em 21 de janeiro de 2021, e, em seguida, deverão também ocorrer a terceira e a quarta temporadas. A segunda vai tratar das desventuras amorosas do filho mais velho da família, Anthony Bridgerton (Jonathan Bailey), segundo título das obras de Julia Quinn: “O Visconde que me amava”.

“Bridgerton” foi lançada após os primeiros nove meses de pandemia. Possivelmente, seu estrondoso sucesso esteja ligado a esse momento. Com a situação vivida no mundo todo, os espectadores têm preferência por ver conteúdos mais leves, bem-humorados e bonitos, obras que sejam mais emocionalmente reconfortantes.

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Semana dos Museus da UFPel começa nesta segunda

Por Helena da Rocha Schuster   

Evento faz parte da 19ª Semana Nacional e reflete o futuro das instituições em seminário

Desde o início da pandemia, museus ao redor do mundo vêm sofrendo duramente os efeitos do distanciamento social. Por isso, este ano, o Dia Internacional dos Museus, celebrado mundialmente no dia 18 de maio, será uma oportunidade de refletir sobre o futuro dos museus. O Conselho Internacional de Museus (Icom) escolheu a temática “Futuro dos museus: recuperar e reimaginar” para nortear a comemoração da data em todo o mundo.

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) adotou a temática mundial para promover a 19ª Semana Nacional de Museus (SNM), evento realizado anualmente em referência ao dia 18 de maio. Durante esta “temporada cultural”, que ocorre, este ano, entre os dias 17 e 23 de maio, instituições em todo o País participam do evento, realizando diversas atividades alusivas ao tema. Em Pelotas, um dos eventos inscritos na SNM é a Semana dos Museus da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que terá como principal atividade o “Seminário da Semana de Museus da UFPel 2021”.

Organização e programação das atividades

A Semana dos Museus da UFPel é o evento da Universidade alusivo à Semana Nacional dos Museus. As atividades da UFPel, este ano, acontecem entre os dias 17 e 21 de maio. Desde o ano passado, as atividades do evento são promovidas de forma online em função da pandemia. O evento é realizado pela Rede de Museus da UFPel, um órgão suplementar da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PREC), criado em 2017, para manter e valorizar, de forma unificada, o patrimônio museológico da Universidade.

Entre instituições, projetos museológicos, acervos e coleções, a Rede contempla 20 iniciativas da Universidade. Desde março de 2020, os museus da UFPel estão fechados ao público em função da pandemia, conforme explica a coordenadora da Rede de Museus, Andréa Bachettini. “Os museus tiveram que se adaptar à nova rotina durante a pandemia, investindo no mundo virtual, nas redes sociais e nos sites das instituições”, explica.

Por isso, a Semana dos Museus da UFPel busca refletir sobre o papel e futuro dos museus da Universidade. “A proposta deste ano coloca o desafio de pensar o futuro dos museus em meio à pandemia e, no caso da UFPel, o papel dos museus universitários, que são importantes aparelhos culturais, educacionais e de divulgação dos conhecimentos produzidos dentro da Universidade”, conta Andréa.

Uma das principais atividades da semana é o “Seminário da Semana de Museus da UFPel 2021”, que será realizado entre os dias 18 e 21 de maio. O seminário contará com palestras de diversos convidados e apresentações de trabalhos universitários.

  Cartaz e programação do Seminário que começa na terça-feira                        Imagem: Divulgação

Mesas redondas, exposições virtuais, projeções de imagens e jogos interativos serão outras atividades oferecidas ao público durante o evento. A programação completa da Semana dos Museus da UFPel, com datas e horários, pode ser acessada na página da Rede dos Museus.

A coordenadora da Rede destaca, ainda, a importância de refletir sobre o futuro dos museus e da valorização desses espaços e seus funcionários. “Este seminário vai justamente proporcionar este debate [sobre o futuro dos museus]. Durante a pandemia ficou visível a carência desses espaços culturais, mas observou-se muita criatividade para se adaptar às novas circunstâncias, mesmo com poucos recursos e pouca mão de obra”, finaliza Andréa.

Todas as instituições pelotenses inscritas na Semana Nacional de Museus, e também toda a programação de outros estados, está disponível nesta publicação em pdf.

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A voz da periferia de Rio Grande

Por Carolina Amorim   

Projeto voltado à comunidade resultará em criação de documentário sobre produções e manifestações da zona oeste da cidade

O projeto “Cultura da Zona Oeste: a comunidade e sua arte” apresenta a voz da periferia com oficinas on-line para a criação de um documentário. Desenvolvido através do edital Procultura, da Secretaria de Cultura de Rio Grande, a ideia do projeto é promover gravações audiovisuais a partir do ponto de vista da periferia. Os protagonistas são a própria comunidade Moradores interessados estão sendo convidados a participar.

A instituição E.E.E.M Professor Carlos Lorea Pinto carrega um vínculo cultural que desperta o interesse não só dos alunos, como também da comunidade. Em 2019, os alunos iniciaram o “Jornal dos Negão” – o qual teve sucesso e desencadeou a criação do Laboratório de Ciências Humanas (LABTECH). No mesmo ano, a equipe decidiu concorrer a um edital público para fins de verbas educacionais e o resultado foi o início do projeto Cultura da Zona Oeste.

Por causa da pandemia iniciada em 2020, no Brasil, vários projetos como este sofreram atraso. No ano de 2021, porém, iniciam as atividades de uma maneira antes não esperada: on-line.

Vale ressaltar que com a vitória lá em 2019 no edital Procultura, a escola começou a procurar mais editais para concorrer. Como resultado de grande esforço, a Tropa Dark Side- outro projeto que faz parte da instituição, venceu o prêmio da Central Única de Favelas (CUFA), no valor de cinco mil reais, em nível estadual. Esta outra proposta permite aos alunos diversas atividades, como eventos geek e oficinas multidisciplinares.

*Leia também – Tropa Dark Side: a cultura geek como educação

Já na Cultura da Zona Oeste a história não é diferente, mas o foco é mais abrangente: a periferia. De acordo com o professor de história Felipe Nóbrega, a Tropa Dark Side é uma inspiração e exemplo sobre a importância da participação dos alunos como protagonistas das atividades. A criação de artes, fotografia, design, assessoria partem deles e esta é uma troca importantíssima.

“O projeto que existe só na cabeça do professor dificilmente ganha continuidade, pois vai sempre faltar a troca, a necessidade de deixar que esse mesmo projeto também caminhe de um jeito que nem sempre nós vamos ter o “controle”, daí a importância sempre da autoria dos alunos ser reconhecida em um processo continuado”, comenta Felipe.

O projeto conta com a colaboração tanto dos participantes quanto da equipe fundadora. Na execução das oficinas, não há uma separação, a ideia é unir saberes e pessoas para um bem maior: mostrar a voz da periferia.

Oficinas

O centro tem que olhar e ir para a periferia, e ver que lá se produz muita coisa, e muita coisa de qualidade por pessoas que há anos estão na batalha”, afirma o professor Felipe Nóbrega.

As oficinas ocorrem via chamada de vídeo e são convidadas pessoas de diferentes áreas para tratar sobre o tema abordado. Mestre Toiço (fundador do grupo rio-grandino de Capoeira Berimbau de Ouro) e Sandrinha (coordenadora do grupo de rap gospel “Mente sem Limite” da Zona Oeste) são exemplos de convidados que participaram das oficinas.

                                         Mestre Toiço participa com oficinas sobre capoeira                                                            Imagem: Divulgação Facebook

A jornalista e doutoranda em educação ambiental (FURG/USP), Rachel Hidalgo, é responsável por ministrar o tópico de Educomunicação. Ela também vai produzir, através da produtora Preamar, as gravações do documentário.

De acordo com a equipe do projeto, estão sendo ofertadas oficinas de Educomunicação, Comunicação Comunitária e Produção Musical, que servem para ampliar a capacidade de expressão dos participantes antes das gravações do documentário.

Por causa do trabalho e outras atividades que cada participante possui, o ex-estudante da escola, Matheus Marques, teve a ideia de gravar as oficinas e publicá-las no Youtube. Segundo ele, esta foi uma maneira de não haver desistência e que qualquer pessoa possa ter acesso a qualquer momento o material.

Equipe

A representatividade do projeto chamou a atenção da ex-estudante Rayane Castro não só pelo enfoque, mas também pelas pessoas que fazem parte.

“Quando vi esse projeto sendo anunciado no status do Felipe, pensei que seria super importante contar a história da Zona Oeste com uma visão da própria Zona Oeste, sem serem pessoas de foras contando algo”, comenta Rayane

Para Matheus, a distância não impediu de colaborar com o projeto. Conhecido por suas edições de vídeo, DJ e youtuber, Felipe Nóbrega convidou o ex-estudante a ajudar no desenvolvimento e divulgação do projeto.

Igor Afonso, ex-estudante da escola Carlos Lorea Pinto e agora produtor musical da Zona Oeste, afirma ter sido incentivado pelo professor Felipe Nóbrega a participar por causa de sua afinidade com a música. Ao ser questionado sobre a importância que a Cultura da Zona Oeste tem para a comunidade, ele pontua que está muito interligada ao papel social:

Hoje tem muitos jovens criativos que acabam se perdendo com drogas ou más companhias. Acredito que seja por não terem acesso à informação do que eles querem fazer e também por falta de incentivo. Eles acabam encontrando outros meios para ‘gastar’ o tempo, já que não têm esse acesso à arte.”

Apaixonado pela música desde cedo, Igor estuda e trabalha há quase cinco anos sobre produção independente. Ele frisa que informações sobre música são muito escassas e, por isso, viu também a Cultura da Zona Oeste como um meio de divulgar um tema tão relevante culturalmente: a arte na música. Em sua área, ele afirma: “Vou me disponibilizar para fazer o melhor conteúdo para quem tem interesse em iniciar na produção de música.”

Documentário

Sendo orientado pela Educomunicação e Comunicação Comunitária, o documentário é sobre manifestações e produções da Zona Oeste e tem o objetivo de unir e dialogar sobre narrativas a partir do ponto de vista da comunidade e apresentar à população rio-grandina.

O Cultura da Zona Oeste não está à margem, ele é o centro de uma outra história que precisa ser contada, diz Felipe Nóbrega.

Ainda não se tem uma previsão concreta sobre as gravações para o documentário.  Conforme Matheus Marques, há oficinas para serem ofertadas que explicam como funciona um documentário. Devido à pandemia, ainda não se sabe também sobre o lançamento e isso será pensado mais para frente.

 

Felipe Nóbrega: ideia é unir saberes para um bem maior             Foto: Reprodução Facebook

Inscrições

Com a intenção de formar “Jovens Mediadores Culturais”, como são chamados pelos colaboradores do projeto, a participação é livre. Segundo Felipe, a faixa etária prioritária é de 12 a 23 anos, mas caso alguém não esteja inserido nesta idade e queira fazer parte da Cultura da Zona Oeste, pode chamar na DM do Instagram.

Lembrando aos interessados que não só basta ter interesse em colaborar, mas também ter ideias a partir do ponto de vista sobre a comunidade da Zona Oeste.

O projeto “Cultura da Zona Oeste: a comunidade e sua arte” não se trata apenas de produções, mas de narrativas vindas da periferia. São histórias que precisam ser contadas e não esquecidas. A colaboração e o esforço de cada um apresentam um sentimento de fraternidade em tempos de distância.

Para mais informações sobre o projeto acesse este link.

O acesso direto para a página do Facebook pode ser feito por este link.

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Rap contra o frio: evento reúne artistas de Rio Grande em prol da solidariedade

Por Vitor Valente   

Shows serão transmitidos direto do Teatro Municipal no dia 13 de maio

Rapper D.u.c.k é um dos sete artistas participantes    Imagem: Reprodução/Instagram

Uma frase clássica do cenário hip-hop brasileiro é “o rap é compromisso”. O mantra foi tema de música do rapper Mauro Mateus dos Santos, o Sabotage, que morreu aos 29 anos de idade em 2003. Em Rio Grande, o dito é levado a sério por André Dizéro, idealizador do projeto Rap Contra o Frio, que há seis anos reúne artistas da cena cultural da cidade em prol de um único objetivo: auxiliar a população carente. Já foram arrecadados mais de três mil agasalhos e duas toneladas de alimentos ao longo das edições.

O evento beneficente, em sua sexta edição, será transmitido diretamente do Teatro Municipal de Rio Grande, sem a presença do público, pelo YouTube, a partir das 20h30, no dia 13 de maio. Os ingressos solidários terão seus valores destinados à compra de cestas básicas que serão distribuídas no bairro Maria dos Anjos. Existem três modalidades de ingressos com diferentes valores: o ingresso popular custa R$12,50, enquanto o solidário R$22,50 e o mais caro, o ingresso amigo, custa R$36,36.

Artistas

Sete artistas – Criss, Baby, Farp, Mística, Prodígio e André Dizéro – estão confirmados entre as atrações do evento.

D.u.c.k

D.u.c.k é integrante do grupo Afrogang, atua como produtor musical e beatmaker, além de mc. Dono de uma estética muito ligada ao trap, tem como o lançamento mais recente o hit “Comum”. O rapper é uma forte influência da cena hip-hop na região sul do Rio Grande do Sul.

Criss 

Criss é um artista rio-grandino que possui fortes influências do reggae em suas músicas e utiliza rimas que buscam encontrar sentido nos dias de hoje. Em sua trajetória, o artista passou pelo grupo Ateliê 013. Recentemente lançou o EP solo “Tempos Solares”, com os singles “Azul da cor do céu”, “Pilota da flora”, “Aurora” e o homônimo “Tempos solares”.

Baby

O rapper Baby tem uma longa estrada percorrida no cenário cultural, com forte envolvimento em organização de eventos e posicionamento social forte. O trabalho mais recente do mc é a música “só”. Seu videoclipe conta com uma estética original, explorando diferentes tipos de efeitos luminosos. Reúne crítica social e romance na mesma faixa.

Farp

O rapper Farp representa o maior e mais populoso bairro de Rio Grande, o Parque Marinha. O versátil artista também atua como produtor musical e beatmaker. Ao longo de sua trajetória participou do grupo Manicômio. Recentemente lançou o videoclipe “Covil”, com estética trap e explorando diferentes flows.

Mística

A rapper Mística é cria das batalhas de rima, com histórico e fama de campeã, a mc combina a agilidade no pensamento necessário nas batalhas com postura e ideais fortes e conectados às pautas feministas.

Prodígio

Richard Borba, o Prodígio, representa o bairro Getúlio Vargas. Membro do grupo Quality Sul, coletivo de artistas do bairro, Prodígio é considerado uma das maiores promessas da nova geração do hip-hop da cidade de Rio Grande. Em dezembro do ano passado, lançou a música “Meu brilho”, com videoclipe gravado nas dunas da Praia do Cassino.

                     André Dizéro divide-se entre a música e a pesquisa acadêmica                         Imagem: Lázaro Carvalho

André Dizéro

Citado anteriormente, André Dizéro é o idealizador do evento. Trata-se de um dos artistas mais celebrados da cidade de Rio Grande. Entusiasta do rap como objeto de estudo acadêmico, é graduado em artes visuais pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e mestre pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Dizéro é empreendedor e influencia a estética ‘street wear’ na cidade.

A música “Trem bala”, lançada em 2017, é considerada um clássico do hip-hop rio-grandino. Canta pela união e toca em muitas feridas. A música é produzida pelo beatmaker e produtor de destaque nacional 808 Luke. O videoclipe é gravado com imagens e referências de Rio Grande.

Engajado, o rapper afirma que “este festival online será um grande desafio, mas com o objetivo de também fazer a solidariedade, juntos podemos fazer a diferença neste inverno”. Ele lamenta que famílias de bairros carentes vivam em situação precária. “Infelizmente, no cenário local, temos bairros que precisam de nossa ajuda para poderem se alimentar de forma básica”, finaliza.

Informações e ingressos

Mais informações sobre o evento podem ser encontradas no perfil do Instagram do projeto. Os ingressos podem ser comprados acessando neste link.

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Rir é o melhor remédio

Por Alexsandro Santos   

Projeto Risolamento Social – Circo Itinerante acontece no Instagram

No elenco de palhaços estão Daniel Lucas, Felipe Mendes, Odelta Simonetti e Tiago Gonçalves Teles

Diversão, arte e muitas risadas. Estas são as promessas do projeto Risolamento Social – Circo Itinerante do grupo teatral Vagamundo. Com início no dia 20 de abril, o projeto apresenta o espetáculo de palhaços e oferece uma alternativa de entretenimento durante a pandemia.

Todos os integrantes da equipe, que conta com palhaços, músicos, produtores e artistas visuais, participaram de uma imersão coletiva que durou cerca de duas semanas. A ideia original era de um evento que previa a circulação por nove cidades do litoral gaúcho. Entretanto, com o decreto de bandeira preta em todo o estado do Rio Grande do Sul, o projeto precisou ser readaptado.

A ideia surgiu como uma forma de continuar o trabalho, evitando aglomerações e respeitando o isolamento social. O público poderá conferir um espetáculo repleto de gags circenses, apresentações musicais e shows de palhaçaria e comédia, ao estilo varieté, composto por diversas cenas que serão publicadas diariamente.

O Risolamento Social foi produzido com recursos da Lei Federal nº 14.017/2020 (Lei Aldir Blanc), através do Edital SEDAC nº 09/2020 – Produções Culturais e Artísticas. O espetáculo será 100% online e todos os vídeos do projeto serão lançados no perfil do Teatro Vagamundo no Instagram.

Comédia é  repleta de gags circenses, apresentações musicais e shows de palhaçaria      Fotos: Divulgação

O espetáculo tem direção artística de Gabriela Ferreira Santos, direção musical de Bruna Espinosa e assistência de direção de Paolo Zaccuri. No elenco de palhaças e palhaços estão Daniel Lucas, Felipe Mendes, Odelta Simonetti e Tiago Gonçalves Teles.

As letras das músicas “Aglomera Não!” e “Risolamento Social” são de Felipe Mendes. E de  “Descontamina”, de Bruna Espinosa.

O espetáculo tem direção artística de Gabriela Ferreira Santos e direção musical de Bruna Espinosa

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Gostaríamos de uma peça divertida para o dia 09/04/2022.  Se tiver algo para oferecer,  pode enviar os contatos para o  e-mail casadacultura@pmsa.rs.gov.br.

Mariza Zibetti

 

Música para todos

Por Gabriel Antunes Gonçalves    

Orquestra Estudantil do Areal oferece aulas sobre vários instrumentos musicais

Estudantes da comunidade têm chance de vivenciar funcionamento de orquestra

Com seis anos de existência, comemorados sempre no mês de setembro, a Orquestra Estudantil Areal tem recebido alunos da rede estadual e estudantes da rede particular com bolsa de estudos. A iniciativa consiste em oferecer aulas gratuitamente para iniciantes em música que procuram desenvolver suas habilidades e conhecimentos para a atuação em conjuntos de câmara e orquestra. São oferecidas aulas teóricas e práticas de violino, viola, violoncelo, contrabaixo, violão, piano, escaleta, flauta doce e percussão.

As atividades da orquestra são coordenadas pela professora Lys Ferreira, a qual nos concedeu uma entrevista via Whatsapp.

Como surgiu o projeto Orquestra Estudantil Areal?

Lys Ferreira – O projeto da Orquestra foi uma iniciativa do governo estadual no ano de 2013 em escolas que aglutinavam pessoas de bairros diferentes, com históricos de violência e vulnerabilidade social. Esse é o perfil das escolas que o governo do estado investiu em kits de instrumentos musicais para a formação de orquestra, além da efetivação de um concurso para professores trabalharem nesse projeto. A Orquestra do Areal, então, não surgiu de uma iniciativa pessoal, apesar de ser uma busca de toda a minha formação profissional.

Como tu achas que a música impacta na vida dos jovens estudantes?

Lys Ferreira – O ensino das artes nas escolas por muitos anos ficou baseado apenas nas artes visuais. Atividades como música, teatro e dança acabavam sendo apenas atividades extracurriculares, fora da sala de aula. Porém o ensino das artes abrange várias linguagens artísticas e, na vida de jovens estudantes, é importante que eles tenham acesso a esse ensino. O jovem, muitas vezes, precisa de um incentivo para a música.

O que eu vejo que acontece com o ensino da música ou de qualquer outra linguagem artística é que o domínio cultural da sua região está totalmente perdido. A mídia tomou conta desse campo do entretenimento e as pessoas passaram a ver a arte como tal, enraizando isso na formação do jovem. Nós brigamos muito com isso nas escolas, pois trazemos a informação e o aluno aprende arte como entretenimento. Então, a partir do momento que conseguimos impactar um jovem através do nosso ensino nas escolas, estamos passando uma nova referência cultural a ele e a todos que o cercam.

Quais são as maiores dificuldades enfrentadas com a pandemia?

Lys Ferreira – O maior problema é a falta de acesso à internet dos alunos da comunidade do Areal. Vale ressaltar que nós não recebemos nada do governo estadual com relação a subsídios de internet. Eu, por exemplo, não tinha internet na minha casa. E, de repente, com a pandemia, não tem como viver trancada em casa sem ter o serviço.

Outro problema, que vem na sequência, é que essas tecnologias não abrangem as necessidades de uma aula assíncrona de fato , a gente não consegue ter uma conversa que flua naturalmente. Na música, então, isso é um caos. Ninguém pode tocar junto. O mais próximo que chegamos de isso acontecer é quando alguém toca e a gente acompanha a pessoa tocando, cada um no seu canto. A dor para um músico, ao meu ver, é essa falta de interação. A gente não consegue através dessa comunicação interagir, fluir e se perceber da maneira como se percebe em um encontro presencial.

A Orquestra Estudantil do Areal completa seis anos de existência

Qual o objetivo do projeto ao disponibilizar aulas gratuitas aos estudantes da rede pública?

Lys Ferreira – Justamente pela falta de acesso dos estudantes da rede pública, nós ampliamos para alunos da comunidade poderem ingressar. E foi uma grande procura, muitas pessoas apareceram interessadas. Atualmente, temos um pouco mais de 40 alunos na Orquestra do Areal e mais de 70 na Orquestra Municipal. Algumas atividades são realizadas juntas, então as salas ficam lotadas de alunos e isso é muito interessante, pois tem uma interatividade entre eles. Isso permite que esses jovens se conheçam, pois muitos estão em anos diferentes e não teriam a oportunidade de se conhecer, mas têm esse objetivo em comum de ser parte de uma orquestra, de estudar a música.

Ser estudante de música é uma coisa e ser membro de uma orquestra é outra. A orquestra é um espaço de socialização, em que além de se aprender a tocar um instrumento, se aprende a conviver. É por isso que o projeto foi criado, para levar às escolas a experiência de conviver em um grupo de orquestra, na qual cada um tem a sua competência, em uma diversidade de instrumentos, em níveis diferentes de estudo e conseguem tocar juntos. Então oferecer isso para a comunidade foi necessário.

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Hércio Medeiros: várias facetas de sua arte

Por Julya Bartz Boemeke Schmechel   

Artista de São Lourenço do Sul desenvolve trabalhos na literatura, música e cinema

Hécio e Deivid Cardoso, na produção do curta “Todos os dias são iguais”

No meio artístico, a pandemia levantou diversas barreiras que tornaram o trabalho dos artistas ainda mais exaustivo. Além das dificuldades enfrentadas anteriormente, outras apareceram. Para artistas do interior, acaba sendo ainda mais difícil, principalmente na divulgação de trabalhos. Morador de São Lourenço do Sul, município com 43.540 habitantes, o artista Hércio Medeiros, de 24 anos, conta um pouco sobre o seu trabalho e as dificuldades que vem enfrentando, principalmente na pandemia.

A paixão de Hércio pela arte começou desde cedo, através de livros e filmes, que despertavam sua imaginação. A paixão foi se desenvolvendo e surgiu também o interesse pela atuação. Foi aí que decidiu fazer cursos de teatro e participar de companhias, ao mesmo tempo em que começou a escrever um livro: “Decidi começar a escrever sobre algumas das histórias que eu inventava na minha cabeça. Mas como eu era muito novo, até o livro ficar pronto demorou”, conta Hércio.

Hércio no lançamento de seu primeiro livro “Os Símbolos do Poder”

Seguindo a sua paixão, em 2015, entrou para o curso de Teatro da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no qual ficou por um ano, até ir para o curso de Cinema e Audiovisual. Durante seus estudos, Hércio dirigiu curtas, entrou na companhia de teatro Misenscene, de São Lourenço do Sul, produziu os videoclipes do músico Miguel Lima (também de São Lourenço do Sul) e lançou o seu livro, que é o primeiro da saga “Os Símbolos do Poder”. O livro, que possui o subtítulo “O Enigma do Círculo da Pedra”, foi lançado em 2018, pela editora Chiado Books.

NOS CAMINHOS DA MÚSICA

Hércio formou-se em Cinema e Audiovisual em 2019 e, com o começo da pandemia, decidiu explorar mais uma área: a música. “Música também sempre foi algo que eu gostei muito… Tocava violão, mas sempre por hobby. Até que comecei a compor algumas músicas despretensiosamente e as pessoas que ouviam gostavam muito e me encorajavam a fazer algo com elas”. Assim, Hércio iniciou nas aulas de canto e lançou “Política de morte”, sua primeira gravação. Trata-se de um rap, escrito em um momento de indignação com a situação do País. “Não era algo que eu pretendia lançar, eu estava estudando para cantar e gravar as músicas mais “pop” e “reggae”, mas a letra veio em um momento de inspiração e como se tratava de algo atual, também me encorajaram a gravar e lançar… Foi mais como uma mensagem que eu considerava importante, para quem quisesse ouvir”, completa Hércio.

AUDIOVISUAL

Saindo um pouco da música, Hércio e seu amigo Deivid Cardoso montaram uma produtora audiovisual, a Ecran. Porém, com o início da pandemia, houve um grande atraso, principalmente pela falta de produções. Como uma luz, para a dupla de amigos, em novembro de 2020 a Prefeitura Municipal de São Lourenço do Sul abriu um edital para apoia financeiramente profissionais e instituições da classe artística, através da Lei Aldir Blanc: “Escrevi rapidamente o projeto do filme, enviamos o edital e ganhamos… Graças a isso, então, conseguimos comprar alguns equipamentos e produzimos o curta”. O filme “Todos os dias são iguais” foi escrito e estrelado por Hércio, em que ele interpreta um jovem que vive quase sempre o mesmo dia, apenas com alguns detalhes diferentes.

.Hércio conta que, além da pandemia ter afetado o seu trabalho e atrasado produções, o fato de ser um artista do interior também interfere na divulgação de seus trabalhos: “Aqui as coisas ‘não acontecem‘, né… Qualquer cidade maior, mais central, tem muito mais oportunidades e maior visibilidade”. Justamente por isso, o artista lourenciano conta que pretende difundir a cultura da região: “Um dos meus esforços, inclusive, enquanto não vou embora daqui, é tentar fazer essa movimentação, mostrar para as pessoas que aqui também tem arte e daqui também pode sair muita coisa boa, se tiver o apoio necessário”, afirma Hércio.

Quanto ao futuro, ele pretende lançar outros curtas através da Ecran, além de dar continuação ao seu livro, a qual já começou a escrever. E sobre a música, diz que pretende continuar estudando para aperfeiçoar-se na área, além de estar trabalhando em uma nova composição, que escreveu aos 18 anos.

Artistas como o Hércio inspiram e mostram como o interior possui grande potencial, mas que, na maioria das vezes, não é visto. O Sul do Sul possui muitas riquezas, que vão além de belas paisagens: a cultura é única e merece receber cada vez mais espaço e destaque.

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COMENTÁRIOS

Eu amei!! Incrível, e muito obrigado pelo reconhecimento, de coração!

Hércio Medeiros

O Hércio sempre foi muito dedicado, em todos os aspectos.
Ver o seu crescimento é uma inspiração!
Bela matéria! Um abraço!

Juliana Tacques Touguinha