Sonora Brasil – Na pisada dos cocos
A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura convida para a apresentação Na pisada dos cocos. O Coco de Tebei é cantado por mulheres e dançado por casais. Não utiliza instrumentos e a base rítmica é marcada pela pisada dos dançadores. A sonoridade que resulta do canto somado ao ritmo da pisada nos remete, de certa forma, a uma ritualística indígena, que se caracteriza pelo contraste de timbre entre o metal das vozes femininas e o som seco da pisada no chão, e pela ausência de nuances em cada um dos elementos.
Data: 14 de dezembro, às 20h
Local: auditório do Centro de Artes (R. Álvaro Chaves, 65)
Mais informações sobre retirada de ingressos e apresentações podem ser obtidas na Unidade Sesc Pelotas.
Esse coco é praticado por um grupo de agricultores e tecelões da comunidade Olho D’Agua do Bruno, na cidade de Tacaratu, Pernambuco, localizada na região do Médio São Francisco, próximo à divisa com Bahia e Alagoas. A paisagem local é típica do sertão nordestino: terra seca, casas esparsas e muito precárias, mandacaru e alguma criação animal.
Também faz parte da memória do grupo a cantoria do rojão, associado ao uso da enxada na preparação da terra para o plantio.
O grupo é formado por pelas cantadeiras Maria do Carmo de Jesus, Nivalda Rosa Gomes do Nascimento e Maria Nazaré Nunes dos Santos e pelos dançadores José Lira dos Santos e Janaína Maria dos Santos, Edna Nivalda do Nascimento Silva e Agnaldo José da Silva, Genivaldo Lira dos Santos e Edilane dos Santos.
As irmãs Maria Araújo, Maria Feitosa, Antônia Germana e Maria do Carmo contam que a prática do Coco de Tebei vem de gerações passadas, e com muito orgulho citam seus avós e bisavós como pessoas que ajudaram a cultivar essa tradição. Em suas memórias a dança do coco está associada à construção de casas de taipa, quando as famílias se reuniam em adjutório para “taipar” uma nova casa. Na preparação os homens cavavam o barro e as mulheres carregavam a água, num processo rústico de produção da massa que tapava as treliças de bambu ou galhos de árvores em forma de parede e que também forravam o chão que era “pilado” na hora da dança. Nessa época ainda não usavam a expressão Tebei, a dança era identificada como coco de roda. Não sabem precisar os motivos da mudança, atribuída por eles a uma evolução do grupo ao longo do tempo, mas reconhecem que a prática é a mesma. Quando o assunto é a continuidade do Tebei há divergências entre as irmãs que percebem de forma distinta o envolvimento dos jovens, e dizem que hoje, como não constroem mais as casas de taipa, as pessoas estão parando de dançar.