Siepe: Pró-Reitores discutem creditação às atividades de Extensão

A inclusão de dez por cento de atividades de extensão na carga horária total dos currículos dos cursos foi o tema do debate realizado na quarta noite do Ciclo de Palestras da Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão (Siepe), em desenvolvimento na UFPel até esta sexta-feira (25). O encontro ocorreu na noite desta quinta-feira (24), no auditório do Centro de Artes, reunindo o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Luciano Agostini, o pró-reitor de Graduação, Álvaro Hypólito, a pró-reitora de Extensão e Cultura, Denise Bussoletti, e a vice-reitora da UFPel, Denise Gigante.

A mediação do encontro foi da vice-reitora, que lembrou que o Cocepe (Conselho Coordenador do Ensino, da Pesquisa e da Extensão) precisa aprovar Resolução que defina a questão da inclusão das horas para extensão nos currículos. E a partir da aprovação, disse Denise Gigante, será estabelecido um prazo, talvez de 24 meses, para que os projetos pedagógicos dos cursos sejam adequados à nova situação.

A primeira manifestação dos pró-reitores foi de Denise Bussoletti, que abordou os fundamentos, o marco legal e as possibilidades do processo. Questões como que tipo de formação para os estudantes a Instituição deseja dar e a indissociabilidade entre as três áreas foram tratadas pela pró-reitora.

Ela destacou a posição de destaque que as atividades de extensão têm na UFPel. São 48 programas e 640 projetos, dados de 2014. No ranking do Proext, a UFPel ocupa o sétimo lugar nacional e a segunda posição estadual. Tudo isso, conforme a pró-reitora, reforça a vocação extensionista presente na Universidade.

Denise lembrou que a inclusão das horas de extensão não alterará o total da carga do curso, mas apenas deverá levar a uma readequação dos currículos.

Reflexão

“É um tema para ser muito pensado e debatido”, disse Álvaro Hypólito. Ele recordou que a Extensão, historicamente, era tida como uma atividade menor nas Universidades. Sublinhou que a indissociabilidade é um tema a ser trabalhado. “Esta é uma questão complexa, mas é um desafio. Sem dúvida é algo difícil de concretizar”, refletiu.

Para o pró-reitor, o grande problema posto no momento é como encontrar uma solução prática para colocar as temáticas da Extensão, que são muitas, dentro dos currículos.

Em boa hora

Para Luciano Agostini este debate surge em boa hora. Ele disse que os currículos são conservadores, com conhecimentos dispersos, disciplinas duras e conteudistas e aulas informativas.

“Será que dez por cento não é pouco”, questionou o pró-reitor, completando que é preciso liberar professores e estudantes da sala de aula. Ele defende a creditação de atividades extra sala de aula.

Agostini disse também que a elaboração do Projeto Pedagógico Institucional (PPI) é uma oportunidade para transformar os currículos. “É preciso submeter os alunos às três atividades, ensino, pesquisa e extensão, como ocorre nos grupos PET. Temos de trabalhar as três áreas ao mesmo tempo”, preconizou.

Após as manifestações dos pró-reitores, foi aberto espaço para o público, que fez relatos de experiências e perguntas aos componentes da mesa.

Saberes

O Ciclo de Palestras da Siepe prossegue até esta sexta-feira (25), no Auditório do Centro de Artes, às 19h30min, com a temática Extensão, que será trazida pela vice-reitora da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Joana Angélica Guimarães da Luz, que abordará o “Encontro de Saberes”.

Os interessados em participar das atividades do Ciclo de Palestra podem fazer a inscrição no momento da palestra. Aqueles que tiverem mais de 75 por cento de presença ganharão certificado de 20 horas.