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Quartas no Lyceu recebe Nando Gross e Luis Carlos Rigo para debate sobre futebol e a Copa do mundo

O projeto Quartas no Lyceu da semana recebeu o professor da UFPel Luis Carlos Rigo, e o jornalista esportivo Nando Gross, para o debate “Copa do Mundo: o poder e o futebol”. Os especialistas trouxeram exemplos mundiais para elucidar o histórico do futebol no Brasil e a consequência da Copa do Mundo no País.

O comentarista da Rádio Gaúcha, Nando Gross, vê como positiva a realização do evento em solo brasileiro, já que é uma grande troca de cultura ao mesmo tempo em que há a possibilidade do intercambio econômico. “Minha preocupação é a que todos temos, a corrupção”, diz.

A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura conseguiu uma entrevista com o Nando, após o debate.

Pró-Reitoria de Extensão e Cultura: Há 20 anos o futebol não carregava a movimentação econômica e cultural que agora. Hoje em dia uma criança troca os estudos pela dúvida de uma carreira no futebol. O que tu achas que mudou nesse pensamento no tempo em que acompanhas o futebol?

Nando Gross: Uma grande parcela dos torcedores brasileiros torce para apenas 12 times, os das grandes capitais, os mais reconhecidos. Os jogadores desses times, sim, ganham muito bem. Mas a média do salário de um jogador brasileiro é muito pequena, não chega nem a seiscentos reais. O Brasil tem 4 divisões, A, B, C e D, além dos times que ainda não estão nessas divisões,  esses são os que ganham menos que um salário mínimo. Acho que essas crianças devem ser influenciadas para não se iludirem, porque para jogar bola e conseguir sucesso tem que ser realmente diferenciado.

PREC: Tu és musico e compositor. Assim como o futebol, a música faz parte do cotidiano das pessoas.Tu vês a relação da musica com o futebol?

NG: Eu trabalho diretamente com futebol, e para conseguir compor preciso me distanciar um pouco do meu trabalho. Mas o cara que trabalha com música e curte o futebol, consegue ter essa visão um pouco diferente para escrever sobre isso, como tanta gente fez. Chico Buarque, Skank, Jorge Ben.  Eu tenho uma visão extremamente de trabalho com o futebol. Não tenho essa visão tão lúdica, tão romântica, para construir essa relação.

PREC: Aqui em Pelotas nós temos duas Universidades com cursos de Jornalismo, e alguns desses estudantes estiveram presentes no debate. Tu tens alguma mensagem para passar aos que vão seguir a área da comunicação ou até mesmo do Jornalismo Esportivo?

NG: Gostaria de dizer para as pessoas que estão entrando no mercado, querendo se formar, que tenham ideia de empreendedor ao invés de querer se formar para ser empregado de alguém. Se tu pensares pequeno, o resultado será pequeno. Hoje formam-se as pessoas para serem funcionárias, não para formarem coisas novas. Hoje se tu demitires 100 pessoas de uma redação para colocar outras 100 no lugar, não acontece nada diferente, é todo mundo muito robotizado, pensando igual. Se diferenciará quem tiver algo diferente a propor. Os novos jornalistas vêm para construir a nova verdade, então indico que, aprendam o básico, mas tentem reinventar, sejam criativos e não sejam apenas mais um na área.

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Publicado em 14/11/2013, na categoria Notícias.