A notícia abaixo retrata um tipo de evento que foi recorrente nos websites de notícias durante 2013. Infelizmente, o Brasil ainda enfrenta esta triste realidade. Ao que parece no texto reproduzido abaixo, as penas para os responsáveis por este crime são menos severas do que deveriam.
O tema escravidão remete a outros aspectos e reflexões relevantes. Cabe se questionar, por exemplo, o que fez de fato estas pessoas caírem nesta armadilha? o que acontecerá com elas agora que se livraram de um jugo? Será que não são vulneráveis a caírem facilmente em situação similar? Em que limite inicia-se o trabalho escravo?
Enfim, um tema instigante para aqueles que refletem sobre condições de trabalho e sociedade. Vamos torcer que em 2014 possamos ver menos casos de trabalho em condições tão severas e desumanas. Boa leitura!
Operação resgata 96 operários em condições de escravidão no Ceará: operação foi realizada pela Polícia Rodoviária e Ministério do Trabalho. Segundo MPT, trabalhadores não tinham condições mínimas de higiene.
Uma operação da Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público do Trabalho e Ministério do Trabalho e Emprego resgatou 96 operários em situação de trabalho semelhante à escravidão em fazendas de Barroquinha e Granja, no Ceará. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, os trabalhadores não tinham acesso a água potável e trabalhavam sem “condições mínimas” de higiene, sem instalações elétricas e sanitárias.
“Devidos às péssimas condições, muitos preferiam dormir ao relento debaixo de pés de cajueiros, a ter que se submeterem às péssimas condições de conforto e higiene dos alojamentos”, informa a Polícia Rodoviária Federal, em nota.
Durante a inspeção, os trabalhadores relataram que bebiam água sem processo de filtragem, em copos coletivos e que o café da manhã era somente café. A alimentação era preparada em fornos improvisados de tijolos e em latas de querosene reutilizadas, e era composta de arroz com feijão no almoço e no jantar, com exceção do almoço das quintas-feiras, quando era fornecida carne de porco ou de frango.
Os trabalhadores desenvolviam atividades relacionadas à produção do pó da carnaúba sem equipamento de proteção e sem a realização de exames médicos admissionais. Ainda de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, os trabalhadores em situação de escravidão eram contratados em Barreiras, na Bahia, para trabalhar em carvoeira em Canindé, no Ceará. Após a constatação de “aliciamento” de trabalhadores, o ministério iniciou a operação de fiscalização dos trabalhadores, que começou em 3 de dezembro e foi concluída nesta quinta-feira (12/Dez).
Com o fim da operação, os operários receberam verbas rescisórias. As fazendas receberam autos de infração pelas infrações constatadas. Todos os trabalhadores resgatados receberão três parcelas de seguro desemprego especial em razão das condições a que estavam submetidos, independentemente do tempo em que estavam trabalhando nas propriedades.
Fonte: G1 Ceará
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