Uma videoaula interessante sobre riscos ocupacionais

Aqui vai uma dica de videoaula interessante divulgada pela Revista Proteção e que, aparentemente, é utilizada no contexto de um curso a distância brasileiro voltado SST. A videoaula, que trata dos Riscos Ocupacionais, é ministrada pelo médico do trabalho e professor Iseu Milman. O vídeo, de pouco mais de 23 minutos, é didático e fala sobre a atuação dos SESMT (Serviços Especializados de Segurança e Medicina do Trabalho) nas empresas, entre outros aspectos interessantes e correlatos ao assunto. Vale à pena ver, principalmente no caso daqueles alunos que cursam Segurança Industrial.
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Riscos presentes na atividade de frentista – Ótimo vídeo

Há poucos dias divulgamos aqui um trabalho que tratava dos potenciais problemas de visão decorrentes da atividade de frentista. Agora segue aqui um outro e formidável trabalho desenvolvido pelo CEREST-Campinas e Fundacentro.
O trabalho consiste em um projeto que culminou em maio de 2012 na divulgação do vídeo abaixo. O vídeo traz uma ótima abordagem, revelando os desafios relativos à vulnerabilidade do frenstista no que se refere à exposição ao Benzeno. Algumas imagens e relatos impressionam e nos levam a crer que iniciativas ligadas à gestão de riscos aliada ao desenvolvimento de produtos deveriam ser realizadas imediatamente com vistas a minimizar os riscos existentes durante a manipulação desta substância tóxica. Com o panorama econômico atual, onde a compra de veículos subiu vertiginosamente nos últimos anos, a implantação de tecnologias com vistas à mitigação dos riscos presentes na função de frentista se mostram extremamente necessárias. Não deixe de ver o vídeo.

Levantamento aponta brasileiro como profissional mais estressado do mundo

Uma notícia divulgada no Jornal Hoje da última segunda-feira (16/Nov) chama a atenção para a condição de trabalho de brasileiros. Segundo o texto os trabalhadores brasileiros têm sofrido fortemente com as pressões de trabalho, registrando-se aqui imposições de demandas e adoecimentos bem acima do cenário encontrado em outros países. A matéria refere-se a profissionais de somente um setor e trata de uma pesquisa aparentemente desenvolvida sem muito critério científico. Contudo, o texto breve e interessante remete a uma boa reflexão. Boa leitura!!

Stress-at-Work

Brasileiro é o profissional mais estressado do mundo, revela estudo: Motivo principal é o excesso da carga de trabalho, sendo que na fadiga mental, mudança de humor e alteração de peso são algumas das consequências
A Sala de Emprego desta semana fala sobre um assunto que atinge muitos trabalhadores: estresse. O brasileiro é o profissional mais estressado do mundo, segundo pesquisa realizada pela consultoria de recrutamento Robert Half. O motivo principal é o excesso da carga de trabalho.
A pressão por resultados, o excesso de trabalho e a falta de reconhecimento são fatores que tornam os profissionais brasileiros os mais estressados do mundo. A pesquisa foi feita em 13 países com diretores de grandes empresas.
No Brasil, 42% dos entrevistados afirmaram que os funcionários enfrentam estresse e ansiedade, número muito acima da média mundial, que é de 11%. Os dados do Ministério da Previdência confirmam o problema: desde 2010 houve um aumento de 41,9% no número de afastamentos causados por estresse grave e dificuldade de adaptação.
“O que no passado era feito por 10,15 trabalhadores, hoje é feito por um, dois ou três. Então, há um aumento da sobrecarga mental, da responsabilidade no ambiente de trabalho e isso também gera adoecimento mental. Isso também agrava as funções psicológicas e mentais do trabalhador”, analisa Marco Antonio Peres, diretor do Departamento de Políticas de Saúde Ocupacional do Ministério da Previdência.
Entre os sintomas causados pelo estresse estão: a fadiga mental, quando a pessoa dorme e acorda cansada, a mudança repentina de humor e a alteração de peso (tem gente que engorda ou emagrece em pouco tempo).
Em Curitiba, uma montadora criou estratégias para diminuir os efeitos da pressão por resultados, como horário flexível, academia de ginástica e aulas de dança para os funcionários.
O investimento da empresa na qualidade de vida dos trabalhadores se reflete diretamente nos resultados da montadora. Como funcionário feliz rende mais e trabalha melhor, na empresa não há afastamentos por estresse. Bom para os dois lados, empresa e empregado.

Pesquisa alerta para o riscos de perdas visuais em frentistas de postos de gasolina

Uma matéria, no mínimo curiosa, chama a atenção para os riscos que estão subemtidos os profissionais que trabalham em postos de gasolina. Segundo consta na reportagem, a pesquisa verificou a partir de um levantamento com 25 trabalhadores de postos de gasolina a ocorrência de perdas visuais significativas, principalmente relacionadas à capacidade de discriminar cores. O referido trabalho, ao que parece, consiste em parte de uma iniciativa maior, um projeto chamado “A visão como indicador de processos lesivos na retina e no sistema nervoso central” (veja AQUI). O caso mais particular dos frentistas é abordado em uma dissertação de Mestrado e pode ser conferido AQUI.
Uma leitura mais cuidadosa do referido trabalho talvez possa instigar outros trabalhos com vistas a atender melhor esta classe de trabalhadores que frequentemente recebem pouca atenção no que se refere à Saúde e Segurança no Trabalho (SST). Boa leitura!

frentista

Pesquisa detecta perdas visuais em frentistas de postos de gasolina
Os frentistas de postos de combustível podem estar com a visão em risco pela exposição aos solventes existentes na gasolina. Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) observou perdas visuais significativas – principalmente relacionadas à capacidade de discriminar cores – em um grupo de 25 trabalhadores. Eles foram avaliados por meio de uma nova metodologia capaz de detectar problemas que passam despercebidos em exames oftalmológicos convencionais.
O estudo foi realizado no âmbito de um Projeto Temático coordenado pela professora Dora Selma Fix Ventura, do Instituto de Psicologia da USP.
“Avaliamos a capacidade de discriminar cores e contrastes e fazemos medidas de campo visual por meio de testes psicofísicos computadorizados. A atividade elétrica da retina também é medida com um exame não invasivo, o eletrorretinograma, que consiste na colocação de um eletrodo no olho para medir a resposta elétrica da retina a um determinado estímulo visual”, contou Ventura.
Os testes também já foram aplicados em pacientes que sofreram exposição ao mercúrio e em portadores de doenças como diabetes, glaucoma, Parkinson, esclerose múltipla, autismo, distrofia muscular de Duchenne e neuropatia óptica hereditária de Leber – uma patologia genética que costuma causar perda súbita de visão.
A pesquisa com o grupo de frentistas da capital foi realizada durante o mestrado de Thiago Leiros Costa, bolsista da FAPESP, e os resultados foram publicados na revista PLoS One.
“Esses trabalhadores têm contato diário com solventes da gasolina, como benzeno, tolueno e xileno, e não há um controle normativo forte. Há estudos que estabelecem limites de segurança para a exposição a solventes, mas de forma isolada. Não há parâmetros de segurança para a exposição à mistura de substâncias presentes na gasolina e praticamente ninguém faz uso de equipamentos de proteção individual”, disse Costa.
Os voluntários passaram por exames oftalmológicos que descartaram qualquer alteração estrutural na córnea, no cristalino ou no fundo do olho. Ainda assim, o desempenho dos frentistas nos testes psicofísicos foi significativamente inferior quando comparado ao do grupo controle. A hipótese dos pesquisadores é que o impacto na visão seja decorrente do dano neurológico causado pelas substâncias tóxicas do combustível, absorvidas principalmente pelas mucosas da boca e do nariz.
“Encontramos alterações em todos os testes de visão de cores e de contrastes. Foi uma perda difusa de sensibilidade visual e isso sugere que foram afetados diferentes níveis de processamento do córtex visual”, contou Costa.
Em quatro dos frentistas testados, a perda de sensibilidade para cores foi tão significativa que os pesquisadores precisaram realizar um exame genético para descartar a possibilidade de daltonismo congênito.
“Todos os voluntários trabalhavam em postos controlados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e, em princípio, deveriam estar de acordo com as normas de segurança. Isso sugere que, atualmente, o trabalho de frentista não é tão seguro quanto o proposto. Se os solventes estão de fato afetando o cérebro, não é apenas a visão que está sendo comprometida”, avaliou Costa.
O pesquisador destacou ainda outras categorias de trabalhadores que podem sofrer perdas visuais pela exposição crônica a solventes orgânicos, como funcionários da indústria gráfica e de tintas.


Fonte: leia matéria na íntegra em Karina Toledo – Agência Fapesp