Software Sobrecarga Térmica da Fundacentro é atualizado

Em 2015 a Fundacentro trouxe uma novidade muito interessante, na qual era possível verificar o IBUTG (Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo) diretamente pela internet (Confira a notícia AQUI). Pois agora este recurso teve suas funcionalidade ampliadas. Confira abaixo o texto de divulgação do software e aproveite o recurso.
É com prazer que informamos a todos os colegas da Fundacentro que o software Sobrecarga Térmica, instalado no portal da instituição, passou por melhorias, visando torná-lo uma ferramenta de apoio às pesquisas no âmbito da ciência da saúde coletiva e ocupacional.
As novidades facilitam o estudo da relação de causa-efeito (estudos epidemiológicos) entre a exposição ao calor intenso e as doenças dela decorrente.
Ampliamos o período de pesquisa de 30 para 365 dias.
Os relatórios são gerados em apenas 1 minuto pelo software e apresentam os valores dos IBUTGs, temperatura de bulbo úmido (TBN), temperatura de Globo (TG) e temperatura de bulbo seco (TBS) de hora em hora, das 9h às 16h, do período desejado. Além disso, apresentam também os parâmetros meteorológicos de hora em hora, utilizados para cálculo dos IBUTGs, isto é: o valor da radiação, velocidade de vento e umidade relativa, bem como as estações meteorológicas onde foram obtidos esses dados.
Para períodos de até 30 dias são gerados dois relatórios, um em PDF e outro em CSV com informações complementares, além da apresentação dos resultados em tela.
Para períodos maiores que 30, até 365 dias, é gerado apenas um arquivo CSV, formato importante para que os resultados sejam acessíveis a qualquer banco de dados e possibilitem o tratamento estatístico dos resultados em estudos epidemiológicos. No entanto, o arquivo também pode ser aberto no Excel.
Agradecemos à equipe de TI da Fundacentro (Serviço de Informática – SIN) pelo aperfeiçoamento do software que já tem beneficiado milhares de trabalhadores que laboram a céu aberto.
Pedimos aos colegas que acessem o software (http://www.fundacentro.gov.br/sobrecarga-termica/estimar-ibutg) para experimentarem esta ferramenta e darem as suas sugestões.

Mestrado em Engenharia Humana na UM-Portugal – Confira!!!


Informam-se todos os interessados que a 1ª fase de candidaturas ao Curso de MEH, na Escola de Engenharia da UMinho (Guimarães), decorre de 18 de maio a 09 de junho.

O Mestrado em Engenharia Humana, acreditado pela A3ES, foca-se nas áreas da Ergonomia, Segurança e Higiene Ocupacionais.
O Curso encontra-se também homologado pela Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) como curso de formação de Técnico Superior de Segurança no Trabalho (TS ST).
A admissão ao Curso de Mestrado, dependendo do número de vagas disponíveis, está aberta a TODAS as formações de base, desde que os candidatos possuam uma licenciatura.
Existe a possibilidade de serem atribuídas equivalências a Unidades Curriculares de 2º ciclo.
Após a conclusão da parte curricular do Curso (que confere um diploma de especialização pela Universidade do Minho), existe a possibilidade de realização de um Estágio Final em contexto de trabalho (em vez da dissertação de Mestrado), para efeitos de obtenção do Certificado de Competência Pedagógicas (CCP) de Técnico Superior de Segurança do Trabalho – nível VI, junto da ACT e IEFP.

A frequência no Curso permite participar gratuitamente (com direito a certificado individual):
· Na Conferência Internacional SHO, habitualmente realizada em Guimarães (http://www.sposho.pt/sho-2017/)
· Em cerca de 5 Seminários sobre temáticas relacionadas, ministrados por conceituados oradores (nacionais e internacionais).
· Num Workshop sobre Suporte Básico de Vida.
Salienta-se, ainda, o facto deste Curso permitir participar em Projetos de Investigação que, em alguns casos, poderão ser prosseguidos no âmbito do Doutoramento nas mesmas áreas científicas.

Mais informação sobre o:
– curso em geral e testemunhos de ex-alunos: meh.dps.uminho.pt
– processo de candidatura: http://candidaturas.alunos.uminho.pt/

A Comissão Diretiva do MEH:

Paula Carneiro – pcarneiro@dps.uminho.pt
Pedro Arezes – parezes@dps.uminho.pt
Nélson Costa – ncosta@dps.uminho.pt

II AUDERGO – Congresso Ibero-Americano sobre Ergonomia


Ocorrerá no próximo mês de junho (entre os dias 22 e 23) o II Congresso Ibero-Americano sobre Ergonomia. O evento ocorrerá na cidade Montevidéu (Uruguai). Nestes dias também ocorrerá pela primeira vez no Uruguai a Primeira Reunião do Comitê Executivo da ULAERGO – MONTEVIDEO 2017.

O congresso será realizado em paralelo com a Semana da Segurança e Saúde Ocupacional, o principal evento do ano a nível nacional naquele país e que conta com a presença das empresas mais importantes do país no campo. Ou seja, uma semana em um evento imperdível para todos os profissionais relacionados à Ergonomia, saúde ocupacional, Prevencionistas, etc.

A reunião do Comité Executivo da ULAERGO (União Latino-Americana de Ergonomia) tem a representação de todos os países membros e futuros membros da União Europeia e do Conselho da IEA (Associação Internacional de Ergonomia), a fim de definir as medidas de Ergonomia na América Latina.

Acesse o website do evento e confira todos os detalhes.

Crônicas além-mar – Tecnologia… mas com afeto

Durante a realização do Doutorado, obtido em dupla diplomação (Brasil-Portugal), tive a oportunidade e felicidade de ser orientado por dois grandes acadêmicos, o Prof Fernando Gonçalves Amaral (Brasil) e o Prof Pedro Arezes (Portugal). Recentemente, o orientador português passou a escrever crônicas no Jornal Digital de Guimarães Duas caras (Cidade de Guimarães – Portugal). Tendo em conta seu notório talento prossional e virtude pessoal, solicitei a ele licença para divulgar mensalmente suas crônicas aqui no LABSERG, sobretudo por sua experiência e conhecimento em temas associados à Ergonomia. Espero que gostem e façam bom proveito das leituras. Confiram sempre a publicação original clicando no link disponível ao final do texto.
Pedro Arezes, 44 anos e natural de Barcelos, é Professor Catedrático na Escola de Engenharia da Universidade do Minho e Diretor Nacional do Programa internacional MIT Portugal (www.mitportugal.org). Tendo orientado mais de 100 teses e dissertações, é coautor de mais de 400 publicações científicas. Ao longo dos últimos 20 anos, foi palestrante convidado em mais de uma centena de palestras em cerca de 15 países.
.
Tecnologia… mas com afeto
.
Este é o primeiro texto da minha participação neste projeto, a qual será feita sob o compromisso de aqui expressar algumas ideias sobre tecnologia e ciência. Esta opção temática decorre não só da minha formação na área da engenharia, mas sobretudo da minha atual ligação ao programa MIT Portugal e, com isso, a uma rede de Universidades Portuguesas e a uma das mais prestigiadas universidades mundiais, o Massachusetts Institute of Technology – MIT, cuja notoriedade está frequentemente associada às áreas tecnológicas.
E porque a tecnologia é quase sempre um assunto frio e desprovido de emoção e afeto, decidi iniciar esta crónica exatamente a tentar mostrar que a tecnologia não é boa nem má, mas é o que nós, os seus criadores, queremos que ela seja. E, se quisermos, ela pode ser até muito afetiva.
São muitos os exemplos de tecnologia afetiva, mas um dos exemplos que me tem deslumbrado mais recentemente tem sido o caso da inteligência artificial (IA), que apesar de artificial pode ter uma componente social que talvez seja uma surpresa para muitos.
Um caso paradigmático desta componente social, também chamada Inteligência Social, é o caso da já celebre SIRI. Para quem não conhece, a SIRI não é mais do que um programa de computador que pretende, através da interação por voz (feminina), ser uma assistente pessoal que, entre outras aplicações, ajuda a interagir com o software e com as funções do telemóvel iPhone da empresa Apple. De forma muito simples, posso dizer que se trata de uma aplicação de IA que usa o processamento da linguagem natural para responder a perguntas, fazer recomendações e executar ações no telemóvel. Tudo isto apenas por comando de voz.
Existem inúmeros exemplos deste tipo de aplicações e, no passado, vários destes sistemas já tinham sido testados em várias plataformas, mas nunca com o sucesso que esta agora teve. A discussão à volta do sucesso desta aplicação é extensa, mas nem sempre consensual. Contudo, o que parece ser aceite é que em grande parte este sucesso se deve ao tato, ao charme e, até ao humor da interação que temos com esta aplicação, o que é surpreendente se pensarmos que estamos a falar de um programa de computador.
Esta aplicação, que tal como muitas outras teve as suas origens num projeto de investigação militar, oferece-nos uma elevada capacidade em termos de eficiência ou conhecimento, como por exemplo, caso lhe perguntemos qual o raio de Júpiter, com uma voz feminina suave, a aplicação irá de imediato responder é de “42 982 milhas”. No entanto, é a sua capacidade afetiva que mais nos surpreende. Apesar de não ser a mais evoluída tecnologicamente, quando comparada com outras aplicações que têm vindo a ser desenvolvidas, por exemplo, no CSAIL, o famoso laboratório do MIT dedicado à IA, o que lhe falta em capacidade inovadora parece sobrar-lhe em carisma.
As pessoas instintivamente aplicam as regras de interação social entre humanos para lidar com os computadores, telemóveis, robôs, sistemas de navegação dos carros, e outras máquinas similares. Por isso, não é de estranhar que a capacidade de empatia da SIRI esteja muito relacionada com o uso inteligente dessas regras de interação. E, neste caso, a afetividade da tecnologia está ligada também ao humor. Esta aplicação de computador faz um uso muito inteligente do humor, o qual é uma característica socialmente atraente e valorizada.
Um exemplo deste “humor tecnológico” é a resposta da aplicação quando lhe perguntamos “Siri, quanto pesas?”, em que a aplicação nos devolve, de forma espirituosa, a resposta: “Varia de planeta para planeta”.
Para terminar, sugiro que teste a inteligência social e o humor da SIRI (e dos seus engenheiros). Para tal, na versão em português (do Brasil, a única disponível nesta aplicação) deverá questionar: “Siri, você gosta de carnaval?”… será surpreendido(a), com toda a certeza.
.