A criação do Curso de Licenciatura em Física visou suprir a carência de professores com formação em Física na Região da 5ª Delegacia de Educação.
Cabe ressaltar que essa carência não era e não é específica desta região, mas de todo o país. No caso da Região Sul do Estado do Rio Grande do Sul, essa deficiência era ainda mais agravada pelo fato de que o Curso de Licenciatura em Física, oferecido pela Universidade Católica de Pelotas, havia sido fechado.
Além disso, a Universidade Federal de Pelotas já contava, na época, com um quadro docente de doze (12) professores no Departamento de Física (quatro mestres, um completando doutorado e sete especialistas), que desenvolviam, entre outras atividades, Projetos de Ensino de Física. Consequentemente, existia uma grande potencialidade do Instituto de Física e Matemática para criar um Curso de Licenciatura em Física.
Após quinze anos de funcionamento ininterrupto e nove anos da última revisão curricular, a comunidade integrante do curso manifestava, há algum tempo, o desejo de promover uma ampla discussão de seu projeto pedagógico. O corpo discente, em especial, questionava, com insistência, o conteúdo, a forma e os métodos didáticos empregados em algumas das disciplinas do curso, e solicitava a ampliação das atividades de prática de ensino.
O estabelecimento das novas diretrizes curriculares para os cursos de licenciatura e para os Cursos de Física, ocorrido em 2002, forçou uma discussão interna sobre a história e a filosofia do curso. Essa discussão possibilitou uma avaliação das diversas disciplinas e da estrutura curricular face à nova realidade que se descortinava para os cursos universitários, em função dos avanços tecnológicos e alterações conjunturais da sociedade brasileira.
Os diversos encontros “promovidos com a finalidade de aprofundar a discussão sobre o projeto pedagógico do curso” demonstraram um elevado nível de satisfação da comunidade no que se refere à formação específica em Física. Apesar disso, ficou clara a necessidade de rever os conteúdos e os métodos empregados em algumas das disciplinas de Matemática e de Física. A prática pedagógica, no entanto, mereceu atenção especial, evidenciando-se a importância da implantação de uma nova filosofia que possibilitasse ao licenciado uma vivência efetiva de diversas experiências nas atividades próprias da função docente.
Com fundamento nesse entendimento da prática de ensino, passou-se a pensar um novo currículo para o Curso de Licenciatura em Física com base nos seguintes pressupostos:
- Manter a estrutura curricular das disciplinas de Física, aprimorando métodos didático-pedagógicos, visando preservar o que se entende como aspecto positivo;
- Rever e/ou suprimir disciplinas cujos conteúdos se encontravam desatualizados ou que não mais se justificavam, face à nova realidade científica e tecnológica;
- Reavaliar as disciplinas de caráter didático-pedagógico, de forma a torná-las mais condizentes com a filosofia adotada pela UFPel para os cursos de licenciatura;
- Manter as disciplinas integradoras, reforçando o seu caráter prático, possibilitando ao estudante uma formação gradativa da sua prática docente paralelamente à obtenção do conhecimento teórico de conteúdos específicos e pedagógicos;
- Redefinir as atividades de prática docente através da ampliação da carga horária e dos métodos empregados, possibilitando uma efetiva vivência dos diversos aspectos dessas atividades;
Incluir disciplinas e/ou conteúdos que contemplassem conhecimentos recentes à formação do professor pesquisador.