Início do conteúdo
HISTÓRICO

O Curso de Licenciatura em Física da UFPel é um dos cursos de graduação integrados ao Instituto de Física e Matemática (IFM), unidade criada pelo Decreto-Lei Nº 65.881, de 16 de dezembro de 1969, que aprova o Estatuto da Fundação Universidade Federal de Pelotas. O IFM foi criado como uma unidade básica, que tinha como objetivo principal oferecer disciplinas para cursos de graduação e pós-graduação da Universidade, nas áreas do conhecimento abarcadas nos seus respectivos departamentos.

No final da década de 1980, os profissionais do IFM voltaram a sua atenção à ampliação de sua atuação, tanto a nível institucional como regional. Dessa forma, os membros do Departamento de Física, um dos departamentos do IFM, que naquele momento contava com 12 professores (quatro mestres, um completando doutorado e sete especialistas), determinados a colaborarem para a promoção de um ensino de qualidade na região de Pelotas, elaboraram o projeto de criação do Curso de Licenciatura em Física. Este projeto foi desenvolvido em colaboração com professores do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que visitaram o IFM sistematicamente naquela época, colaborando de maneira definitiva para a concretização desse objetivo. Na época da implementação do Curso de Licenciatura em Física, a motivação principal era suprir a deficiência de profissionais para o ensino de Física na região da 5ª Delegacia de Educação (5ª DE), atualmente denominada de 5ª CRE/RS (Coordenadoria Regional da Educação do Rio Grande do Sul). A 5ª CRE/RS está localizada na região sudeste do RS, sendo constituída pelas Secretarias de Educação dos municípios de Amaral Ferrador, Arroio do Padre, Arroio Grande, Canguçu, Capão do Leão, Cerrito, Cristal, Herval, Jaguarão, Morro Redondo, Pedras Altas, Pedro Osório, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini, Santana da Boa Vista, São Lourenço do Sul e Turuçu. Na cidade de Pelotas, por exemplo, o único Curso de Licenciatura em Física existente naquela época, oferecido pela Universidade Católica de Pelotas, tinha sido fechado.

Dentro deste contexto de carência de profissionais qualificados para o ensino de Física, o Curso de Licenciatura em Física da UFPel teve sua criação autorizada pelo Conselho Universitário da UFPel, através da Portaria Nº 07, de 20 de julho de 1990. A comissão de implantação do Curso, constituída pela Portaria Nº 604, de 31 de outubro de 1990, foi composta pelos docentes Ennio Sallaberry Gonçalves, Cláudia Helena Begeres de Almeira, Maria Odete Botelho Niemeyer, Antonio Silvio Calderipe, Jorge Luis Martins, Solange Pino de Barros Coelho e pelo acadêmico Ricardo Fournier. O Curso iniciou suas atividades com o ingresso da primeira turma de 30 alunos no primeiro semestre letivo de 1991, após a realização de processo seletivo vestibular. A coordenação do Curso, ao longo destas mais de três décadas de existência, esteve a cargo dos seguintes professores e professoras:

  • Prof. Ennio Sallaberry Gonçalves (03/1991 – 08/1995)
  • Profa. Maria Odette Botelho Niemeyer (09/1995 – 07/1997)
  • Profa. Virgínia Mello Alves (08/1997 – 11/1999)
  • Prof. Milton Britto de Almeida (12/1999 – 04/2004)
  • Prof. Victor Paulo Barros Gonçalves (05/2004 – 08/2008)
  • Prof. Fábio Teixeira Dias (09/2008 – 07/2010)
  • Prof. Valdemar das Neves Vieira (08/2010 – 07/2012)
  • Prof. Marcelo Pereira Machado (08/2012 – 04/2014)
  • Prof. Fernando Jaques Ruiz Simões Junior (05/2014 – 06/2018)
  • Prof. Valdemar das Neves Vieira (07/2018 – 06/2020)
  • Prof. Alexandre Diehl (07/2020 – atual)

Desde sua criação, o Curso de Licenciatura em Física foi submetido a duas avaliações externas, sendo a primeira em 1998, quando do seu reconhecimento pelo Ministério da Educação, através da Portaria Nº 560, de 22 de março de 1999, e em 2000, quando foram avaliadas as condições de oferta. A última renovação de reconhecimento do Curso foi no ano de 2018, através da Portaria Nº 921, de 27 de dezembro de 2018, publicada no Diário Oficial da União em 28 de dezembro de 2018.

Ao longo dos 33 anos de funcionamento, o Curso de Licenciatura em Física da UFPel formou 261 professores licenciados em Física, aptos para atuar em escolas públicas e privadas na cidade de Pelotas e região. Muitos destes egressos continuaram seus estudos em nível de pós-graduação, não só na área do ensino de Física como também em diferentes áreas da pesquisa em Física. O Curso colaborou definitivamente para a nucleação e promoção da qualificação do corpo docente do Departamento de Física, origem da maioria dos docentes ligados ao Curso, alguns destes, inclusive, egressos do Curso de Licenciatura em Física da UFPel. Esta qualificação colaborou, a longo prazo, para a criação do Programa de Pós-Graduação em Física da UFPel, nos níveis de Mestrado (2008) e Doutorado (2016), e para a abertura do Curso de Bacharelado em Física (2015) da UFPel. Do ponto de vista institucional, a fundação do Curso de Licenciatura em Física colaborou para a expansão do conhecimento em diversos ramos da área de Ciências Exatas na UFPel, o que incentivou, direta ou indiretamente, a criação do Curso de Licenciatura em Matemática no IFM, bem como em outros Institutos da UFPel, como Química e Biologia. Teve impacto também do ponto de vista local e regional, uma vez que egressos do Curso participaram da criação de Cursos de Licenciatura em Física em outras Instituições Federais, como na Universidade Federal do Pampa, Campus Bagé (2006), e no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense, Campus Pelotas – Visconde da Graça (2010).

Do ponto de vista do histórico do Curso, em especial da construção do Projeto Pedagógico do Curso (PPC), o projeto de criação original previa que o Curso de Licenciatura em Física seria diurno, oferecendo 30 vagas anuais, com duração média de oito semestres (3015 horas e 157 créditos), duração mínima de sete e máxima de 10 semestres. Em 1992, após avaliação do PPC, foi proposta uma reestruturação curricular, cuja principal alteração foi a inclusão de um conjunto de novas disciplinas chamadas integradoras. Essas disciplinas foram criadas com a finalidade de promover uma estreita vinculação entre as disciplinas de Física e as disciplinas pedagógicas, tendo sido distribuídas ao longo do curso, inclusive nos primeiros semestres. Ao ser aprovado, o novo currículo passou a ter a duração média de oito semestres (2820 horas e 143 créditos), mínima de sete e máxima de 12 semestres. Esse currículo passou a vigorar a partir de 1993.

Houve uma segunda reformulação do currículo em 1996, quando o Curso passou a ter um total de 2880 horas, sendo 1920 horas de disciplinas de formação em Física, incluídas as disciplinas de Física, Matemática, Química, Estatística e Informática, 285 horas de disciplinas didático-pedagógicas, 360 horas-aula de disciplinas integradoras, 210 horas de disciplinas eletivas e 105 horas de prática de ensino (Estágio Supervisionado), além das disciplinas optativas que foram mantidas no currículo.

Em novembro de 2011, segundo novas orientações do MEC/CNE, o Curso de Licenciatura em Física passou por uma terceira reestruturação e ficou reorganizado da seguinte forma: carga horária total de 3030 horas, sendo esse total composto por 2660 horas de Formação Específica, 200 horas de Formação Complementar e 170 horas de Formação Livre.

As modificações do PPC realizadas em 2013, fruto do trabalho conjunto do NDE e do Colegiado do Curso, visaram homogeneizar a distribuição de créditos nos oito semestres letivos do Curso. Com isso, procurava-se suavizar a transição do Ensino Médio para o Ensino Superior, combatendo assim a evasão discente, além de possibilitar a realização de Atividades Complementares e Livres durante qualquer semestre letivo. Dessa forma, o Curso de Licenciatura em Física, em sua nova proposição, ficou com uma carga horária total mínima de 2973,33 horas, sendo esse total composto por 2603,33 horas de Formação Específica, 200 horas de Formação Complementar e 170 horas de Formação Livre.

Em 2015, o NDE em conjunto com o Colegiado do Curso propuseram novas modificações no PPC, com o objetivo de contemplar necessidades pontuais referentes à adequação e ao andamento de atividades curriculares do Curso. Especificamente, foram normatizados os critérios de avaliação e aprovação nas componentes curriculares de Pré-Estágio, Estágio em Ensino de Física e Pós-Estágio em Ensino de Física, levando em conta as especificidades destas componentes curriculares. Ainda, em adequação à Resolução CNE/CP Nº 02, de 19 de fevereiro de 2002, foi modificada a carga horária total do Curso, que passou a totalizar 3030 horas, das quais 2660 horas de Formação Específica, 200 horas de Formação Complementar e 170 horas de Formação Livre, ao passo que foi incluída no PPC a infraestrutura (laboratórios e salas de aula) disponível para a realização das atividades acadêmicas e curriculares. Por outro lado, foram revistos alguns pré-requisitos de componentes curriculares, com o objetivo de dinamizar o currículo do Curso, da mesma forma que também foram contemplados aspectos relacionados aos requisitos legais e normativos do Ensino Superior, com relação à Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e também à Educação Ambiental.

Em maio de 2017, o PPC foi novamente reestruturado, com o aval do NDE em conjunto com o Colegiado do Curso, para atender à legislação relativa à formação de professores e à Resolução Nº 06, de 03 de março de 2016 (UFPEL, 2016), do Conselho Coordenador do Ensino da Pesquisa e da Extensão (COCEPE) da UFPel, que instituiu que um mínimo de 10% dos créditos dos Cursos de Graduação deveriam ser realizados em atividades de extensão. A carga horária total do Curso foi modificada e passou a totalizar 3280 horas, das quais 2910 horas eram de Formação Específica, sendo 250 horas destas em atividades de extensão, 200 horas de Formação Complementar e 170 horas de Formação Livre. A grade curricular do Curso passou a incorporar a seriação de disciplinas de Física Geral A, B, C e D, respectivamente, todas com seis créditos, em substituição às disciplinas da seriação de Física Básica I, II, III e IV, respectivamente. Além disso, as disciplinas de Matemática Elementar e de Fundamentos de Física deixaram de compor o conjunto de disciplinas obrigatórias do Curso, passando na transição curricular para o cômputo de carga horária em disciplinas optativas.

Em dezembro de 2019, o NDE e o Colegiado do Curso realizaram nova estruturação do PPC, a fim de atender às demandas expressas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores, no novo Regulamento do Ensino de Graduação na UFPel, na Política Institucional da UFPel para a Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica. O assim denominado currículo 8 passou a ter uma carga horária total de 3255 horas, sendo 3045 horas de Formação Específica e 210 horas de Estudos Integradores. A formação em extensão, presente na versão curricular anterior, foi retirada no currículo 8, em função das alterações nas resoluções internas da UFPel relacionadas à integralização da Extensão, que naquele momento estavam sofrendo alterações.

Com a implementação dos processos de integralização das atividades de extensão na UFPel, agora regulados pelas resoluções do COCEPE Nº 06 e Nº 30, ficou evidente a necessidade de nova reformulação curricular para contemplar esta dimensão da formação. Para além do cumprimento da legislação, exigência em todo PPC, entende-se que a integralização da extensão pode contribuir com o desenvolvimento socioeconômico e socioambiental da região, atendendo aos objetivos estratégicos do PDI da UFPel, tais como apoiar iniciativas de desenvolvimento regional, fortalecer a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão universitárias, impulsionar a horizontalidade nas relações entre UFPel e sociedade, além de outros que o curso possa atender. Assim, com a integralização da extensão se esperam ver contempladas as potencialidades do Curso para o atendimento de necessidades e demandas da região.

A atual versão do PPC, denominada como currículo 9, foi construída com a participação de professores, alunos e servidores técnico-administrativos do Curso de Licenciatura em Física, através das instâncias do NDE e Colegiado do Curso de Licenciatura em Física, e tem por objetivo incluir a integralização da extensão como uma das dimensões formativas do Curso. Usando como referência as versões anteriores do PPC, e suas atualizações, a presente versão do PPC atende às demandas expressas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores, no Regulamento do Ensino de Graduação na UFPel, na Política Institucional da UFPel para a Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica, nas Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileiras e Regulamento da integralização das atividades de extensão da UFPel.