Só foto de agora: nova rede social proíbe fotos editadas e incentiva a espontaneidade dos usuários

Todos os dias, sem hora estabelecida, os usuários recebem uma notificação e têm dois minutos para postar uma foto naquele instante

Por Brenda Pacheco/ Em Pauta

“Seus amigos de verdade”: aplicativo promete interações mais espontâneas entre usuários/ Imagem: Reprodução/BeReal

O BeReal (“seja real”, em tradução livre) é uma nova rede social de compartilhamento de fotos que está começando a fazer bastante sucesso entre os jovens, principalmente nos Estados Unidos e em alguns países da Europa. O aplicativo, lançado na França em 2019, incentiva as pessoas a compartilhar fotos “de agora” e sem filtros.

Todos os dias, em horários diferentes, é enviada uma notificação para todos os usuários, que têm apenas dois minutos para postar uma foto através da câmera do próprio aplicativo, que faz a captura de imagens das câmeras frontal e traseira simultaneamente e não permite edições ou qualquer manipulação.

 

 

Além de focar em fotos mais realistas e espontâneas, a linha do tempo recomeça do zero toda vez que o usuário recebe uma notificação para fazer uma nova publicação. Assim, as fotos publicadas pelo usuário ficam arquivadas na seção “Memories” e só podem ser visualizadas por ele mesmo.

Curtidas? Não existem. Mas você pode reagir às publicações através de comentários ou enviando um RealMoji, sua própria representação de emojis.

O aplicativo envia notificação para os usuários postarem uma foto em até 2 minutos/ Imagem: Reprodução/BeReal

Ainda que tenha um funcionamento diferente de redes sociais como Tiktok, Instagram e Facebook, o BeReal tem despertado a atenção de usuários curiosos e entusiasmados com a novidade. De acordo com dados de um relatório do mês de março da data.ai, o aplicativo já ocupa o 4o lugar no ranking de aplicativos mais baixados nos Estados Unidos, Reino Unido e França, ficando atrás apenas do Instagram, Snapchat e Pinterest.

Número de downloads do BeReal cresceu nos últimos meses/ Dados: Apptopia; Gráfico: Thomas Oide/Axios

“Tem sido uma experiência confortável porque não têm muitas coisas que podem te perturbar, além de ser uma forma simples de prender a sua atenção.” Renato, 23 anos, Minas Gerais.

Foi através de um influenciador de finanças que o jovem Renato Pires (23) ficou sabendo do BeReal e decidiu instalar o aplicativo. Ele revela gostar de acompanhar uma rede social com mais momentos reais, sem edição ou muito luxo. “Tem sido uma experiência confortável porque não têm muitas coisas que podem te perturbar, além de ser uma forma simples de prender a sua atenção”, reflete.

Já a estudante de engenharia mecânica Stephani Ferreira (18), gosta da espontaneidade que o aplicativo proporciona. “Você tem que tirar foto do que você está fazendo compartilhar com seus amigos a realidade mesmo e não uma farsa como, por exemplo, no Instagram. E o legal é deixar isso entre amigos”, ela declara.

“Eu senti um pouco de insegurança usando ele [BeReal], pois preciso portar uma foto naquele momento onde estou e isso pode ser um pouco invasivo às vezes, ou quase sempre” Assis Serrano, 19 anos, Curitiba 

Assis Serrano (19), por outro lado, confessa ter se sentido um tanto inseguro com o aplicativo. Ele descobriu o BeReal através do Tiktok e achou a proposta interessante, mas acabou não gostando tanto assim na prática e acredita que a onda do BeReal será algo passageiro. “Eu senti um pouco de insegurança usando ele [BeReal], pois preciso portar uma foto naquele momento onde estou e isso pode ser um pouco invasivo às vezes, ou quase sempre”, afirma.

Ainda é cedo para dizer se o BeReal chegou para ficar ou se será mais uma rede social que será esquecida em breve. O que podemos afirmar é que tudo se transforma, é adaptado eas ideias são incorporadas em outros aplicativos.

Exemplo disso é a implementação dos stories no Instagram depois do surgimento do Snapchat. Renato também relembra outros dois exemplos: a criação dos Reels após a ascensão do TikTok e a chegada das salas de chat no twitter quando houve toda uma mobilização de usuários do recém-chegado Club House. “Nos dois casos só o TikTok conseguiu se manter, porque copiou o método do Kwai de trazer novos usuários, oferecendo dinheiro a eles. Como usuário, vale a pena usar uma app se ele faz sentido pra você ou pro seu dia a dia”, aponta Renato.

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