Projetos, entidades e personalidades recebem honraria no 5ª Prêmio Preta G
Pela primeira vez, o prêmio será realizado a nível regional, premiando ações sociais de toda a Região Sul do estado
Neste ano, a premiação ocorrerá em Arroio Grande. Foto: Divulgação
Por João Pedro Goulart / Em Pauta
Pelo quinto ano consecutivo, a ONG Anjos e Querubins organiza o Prêmio Preta G, que acontece no dia 9 de março, na Casa de Cultura Basílio Conceição, em Arroio Grande. A premiação valoriza e reconhece iniciativas, entidades e pessoas que foram ativas em ações sociais no ano de 2023, como forma de agradecimento aos que se envolveram em movimentos solidários neste período. Diferentemente das últimas edições, neste ano o evento vai ser realizado com o enfoque para toda a Região Sul do Estado, e não apenas para a Cidade de Pelotas.
Segundo o presidente da ONG, Ben Hur Flores, a escolha de a premiação deste ano ocorrer em outra cidade, que não a sede em Pelotas, se justifica pela ampliação do alcance do projeto para toda a região. “Para ter uma ideia, hoje, Pedro Osório vai ter a primeira filial subsede da Anjos e Querubins fora de Pelotas”, exemplificou Flores. Essa maior abrangência da ONG é refletida nas premiações. “Serão sete cidades com projetos, instituições e pessoas físicas que têm um papel relevante na arte, educação, cidadania, na formação do cidadão, valorizando e preservando a vida humana”, disse.
Critérios
A seleção dos escolhidos para receberem a honraria inicia de uma premissa, de acordo com o presidente da ONG: a Anjos e Querubins deve ter tido a possibilidade de conhecer o projeto ou iniciativa de perto. Dessa forma, a ONG tem a certeza de que a pessoa, grupo ou empresa tem um trabalho relevante em Pelotas ou nas cidades vizinhas, que apresenta ações que realmente atinjam a comunidade onde ela precisa.
Premiados
Um dos projetos que receberá o Prêmio Preta G neste ano é o “Juízes Solidários”. Coordenado pela magistrada aposentada, Dra. Mara Karan, o projeto envolve juízes Pelotas, Rio Grande e Canguçu, que têm feito, desde o período da pandemia, ações de arrecadação de alimentos e materiais escolares. Flores destaca que o projeto ainda segue forte, mesmo que a pandemia tenha sido superada. “A iniciativa de um grupo de magistrados, enxergando a necessidade de atender essas comunidades que já eram carentes e, pós-pandemia, ficaram com mais necessidades ainda”, enfatizou. “A fome sempre foi uma realidade dentro das comunidades pobres, periféricas e faveladas do país inteiro”, realçou o presidente da ONG.
Outra iniciativa que será premiada é a de um grupo de dança e teatro chamado “Mundo Encantado”, de Arroio Grande. Comandado pela Ivonete Pereira, junto à Secretaria de Educação, com apoio da Prefeitura de Arroio Grande, o projeto trabalha com jovens não alfabetizados, incentivando-os a desenvolver a arte na forma da dança e do teatro. “É espetacular. Cheguei lá como colaborador e esse público está me ensinando muito. Eles não sabem ler, então a gente tem que fazer eles decorarem texto com o exercício da repetição, lendo em voz alta para eles irem gravando. Esse trabalho é maravilhoso”, comentou Flores.
Origem do prêmio
O Prêmio Preta G foi instituído em conjunto com o projeto “Nome de Rua”. O projeto indicava a possibilidade de haver uma rua dentro da comunidade do Getúlio Vargas com o nome de Preta G. A proposta foi reivindicada, uma conquista oriunda da primeira edição do evento. Daiane de Oliveira Alves, mais conhecida no meio artístico como Preta G, foi uma rapper muito querida na cidade de Pelotas, moradora do Loteamento Getúlio Vargas, que conseguiu deixar a dependência química para se dedicar à arte. Ela participou da primeira caravana realizada para fora do estado, para o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Ela faleceu precocemente aos 28 anos, em 2008, por conta de um aneurisma, mas deixou um legado importante sobretudo para mulheres e meninas da periferia. Hoje, a premiação serve para fortalecer e homenagear o nome da rapper, um exemplo de como a arte pode mudar a trajetória de vida de uma pessoa.
