Projeto Cativar, uma ação mobilizadora de jovens em busca de uma Pelotas melhor

Jovens promovem a mobilização pelas redes sociais. Imagem: reprodução

Por Roberta Muniz

Das salas de aula um projeto mobilizador começou a ganhar formas. Com 14 fundadores e coordenadores, Cativar está em atividade nas redes sociais para alcançar parte da população pelotense. Com mensagens que fazem refletir, o projeto busca alcançar as pessoas com o primeiro intuito de minimizar o preconceito que pessoas de determinados bairros sofrem e extinguir qualquer discurso de ódio.

Em dezembro de 2017, Pablo Salomão, um dentre os 14 fundadores, foi convidado por uma instituição de ensino para lecionar às turmas do Jovem Aprendiz. Entre as lições ministradas, conversas e reflexões sobre como esses jovens viam seus futuros eram feitas e experiências de preconceitos sofridos foram relatadas. Em conjunto, professor e alunos, a ideia de um projeto para combater o discurso de ódio foi iniciada.

O nome ‘Cativar’ surge porque na visão do grupo é preciso cativar o próximo para que ele compreenda a necessidade de haver uma mudança. Assim, o Cativar se tornou ativo, direcionado para as redes sociais, em tentativa de combater o discurso de ódio na Internet e também, na sociedade. “Nas redes sociais nós lutamos contra o discurso do ódio ou toda forma de violência, seja de preconceito, seja contra a desigualdade, seja qualquer forma de violência espalhada pela nossa cidade”, diz Pablo Salomão.

“A grande chave do Cativar, realmente, são seus jovens líderes. São eles que estão dando a cara, que estão mostrando que é possível transformar através do Cativar”, declara Pablo exaltando a importância que os jovens têm na transformação do mundo, sobretudo por meio desse projeto.

O projeto agora conta com voluntários e Pablo diz que para ajudar o Cativar é muito simples e que eles nada mais pedem dos voluntários, do que cinco minutos de seu tempo para interagir na página (https://www.facebook.com/OProjetoCativar/). Uma curtida ou compartilhamento das publicações já é uma enorme colaboração, o que leva o conteúdo a outras pessoas e assim, a propagação do mesmo é feita. “Uma vez compartilhado, ele vai ser semeado para outras e novas pessoas”, declara o fundador e coordenador Salomão.

“Quando foi proposto em sala de aula sobre criar um projeto social, eu levantei a mão imediatamente. Não foi uma coisa: Ah! Será que eu participo ou não participo? Já era uma coisa que eu queria fazer há muito tempo, só que eu não tinha um rumo, eu não tinha uma direção. Então quando apareceu essa oportunidade de fundar esse projeto, eu fui um dos primeiros a levantar a mão e falar: eu quero, vamos pegar junto, vamos fazer”, conta Natã Canez Bilharva, 20 anos, fundador e coordenador do Cativar.

Natã relata que vê o espaço do projeto como uma ferramenta muito importante que pode usar para, de certa forma, levar o bem para os bairros e principalmente às pessoas que têm preconceito com os bairros, podendo de alguma forma modificar a maneira de pensar. Acredita que muitas vezes quem sofre, quem gostaria de fazer a diferença, não tem uma base para se apoiar e o projeto dá isso a ele. “A gente se torna muito mais forte junto do que sozinho, a gente tem mais força para atuar”, diz o jovem.

Sobre a importância do projeto, Natã aponta: “Ele é a força que eu não teria sozinho. É o apoio que uns dão aos outros para fazer o bem, para tentar mudar a situação que a gente vive. E não agora, mas para as próximas gerações, para um futuro melhor tanto na cidade de Pelotas como em outras cidades”.

O próximo passo do Projeto Cativar é deixar de ser apenas algo digital, e além de semear por meio das redes sociais, promover ações dentro dos bairros. O grupo já tem contato com algumas escolas para que os jovens do Cativar possam dialogar com alunos, que passam, talvez, pelo mesmo tipo de questões que os jovens do projeto e por uma troca de ideias, possam ajudar quem às vezes só precisa ser ouvido e compreendido.

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