Nova estação de tratamento abastecerá 40% da cidade

Alexandre Garcia em apresentação de dados sobre o SANEP. Imagem: Arquivo Pessoal/Lia Xavier

Projeto se arrasta desde 2011. Quando concluída, tem potencial para garantir o abastecimento por até 30 anos.

Por Lia Xavier

Na noite de terça-feira (24), foi realizada uma audiência pública no auditório do Centro do Mercosul com a finalidade prestar contas à população sobre a construção da nova estação de tratamento de água (ETA) São Gonçalo. Essa nova estação será a quinta existente na cidade e servirá a população do município, depois de entregue, pelos próximos 30 anos. A obra deverá solucionar o problema do gargalo no abastecimento do bairro Areal e Laranjal.

O projeto foi idealizado em 2011. Porém o começo das obras foi há apenas dois anos. A construção que deveria ter sido entregue em julho deste ano está atrasada, porém, tem previsão de finalização para dezembro de 2018. Um dos motivos do atraso, segundo o Sanep, é a existência de sítios arqueológicos em alguns locais onde passará a canalização. O Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), após a descoberta de sítios arqueológicos indígenas, determinou que cinco áreas na captação do Canal e também na saída próximo à Lagoa do Fragata fossem isoladas para escavação e prospecção arqueológica.

A estação tratará 500 litros de água por segundo. Está sendo erguida em terreno de propriedade do Sanep, ao lado do pórtico do Campus Universitário Capão do Leão da UFPEL. A construção da ETA São Gonçalo estaria em 50% do total da obra e pouco mais de 70% da parte civil. O projeto está orçado em R$ 42 milhões, com recursos do PAC Saneamento, ou seja, verba do governo federal e contrapartida do município.

O diretor-presidente do Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (SANEP), Alexandre Garcia, apresentou, para um auditório lotado, dados a respeito da construção da ETA e dados gerais sobre o trabalho da autarquia, como a quantidade diária que é recolhida nas coletas domiciliar e seletiva – 154.804kg/dia e 4.003kg/dia, respectivamente. Segundo Garcia, o SANEP é a única empresa do Rio Grande do Sul a concentrar os quatro serviços do saneamento básico: água, esgoto, drenagem e resíduos sólidos. E reconhece que ainda há o que melhorar, mas que o progresso também precisa partir da população, com um desenvolvimento na educação ambiental, começando com a separação do lixo.

Dra. Rute Gonçalves da Coopsol. Imagem: Arquivo Pessoal/Lia Xavier

Dando continuidade ao encontro, foi entregue pela Dra. Rute Lenara Gonçalves, da Cooperativa de Sociólogos Solidários (Coopsol), o diagnóstico das interações com as comunidades de Pelotas. Neste relatório, a socióloga expõe as estatísticas oriundas das participações e que indicam aspectos a respeito dos questionados. Famílias de duas pessoas, com ensino fundamental incompleto e mulheres como provedoras da casa são as principais características resultantes da pesquisa feita entre os consumidores. A investigação trouxe também dados sobre a coleta de recicláveis e mostrou que o alumínio é o material mais procurado pelas cooperativas de reciclagem, com sua percentagem atingindo os 100%. Logo atrás, estão as garrafas pet com 83,3% e empatados com 50%, papelão e plásticos em geral.

Quando o assunto abordado foi as cooperativas, Rute fez um comentário bastante sincero. “Eles (cooperados) podem ser educadores ambientais, porque eles conhecem o que nós colocamos para o mundo. Vocês não têm noção do que esse povo sabe. Cada vez que eu quero aprender sobre reciclagem, sobre meio ambiente, eu vou pro movimento dos nossos companheiros das cooperativas. Eles nos ensinam demais, coisas que talvez professores de biologia não tiveram a didática de me ensinar.”

Público compareceu em peso lotando o local. Imagem: Arquivo Pessoal/Lia Xavier

Ao fim da audiência, foi aberto um espaço para manifestação pública. O Presidente da Associação Nova Guabiroba, Celso Gonzaga, elogiou a coleta de lixo, mas solicitou um maior debate com a comunidade para juntos elaborarem um planejamento para os bairros e quais os melhores locais para os Ecopontos. Alexandre Garcia concordou que o debate é necessário e quanto aos Ecopontos, o SANEP apenas faz o recolhimento do material, sendo a ação uma campanha da Prefeitura.

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