Junho Vermelho: com a chegada do frio as doações de sangue são ainda mais necessárias

Por Roberta Muniz

Com a chegada do frio, doenças típicas da época também chegam. Gripes, febres, reações alérgicas, entre outras, que infelizmente, trazem como consequência a queda nas doações de sangue. O Hemocentro Regional de Pelotas (HemoPel) lançou a campanha ‘Junho Vermelho’ para o incentivo à doação, já que tem uma queda de cerca de 40% em suas doações, prejudicando muitas pessoas que necessitam desse sangue.

O HemoPel necessita diariamente, de pelo menos 80 doações e está recebendo menos de 50 e por isso, precisam que pessoas saudáveis façam a sua doação, compensando a queda. Todos os tipos sanguíneos são bem-vindos, sobretudo os de fator RH negativo. O sangue coletado é utilizado nos hospitais São Francisco de Paula, Pronto Socorro e Beneficência Portuguesa, além de outros 13 municípios da região.

Camila em uma de suas primeiras doações

“Eu acho incrível e muito importante. Não tem sensação melhor do que a que tu sente na hora da doação, sinto que tô fazendo a vida de outra pessoa/família mais feliz. É um gesto lindo e que deveria ser mais valorizado”, diz Camila Santos, estudante de 18 anos, que há 10 meses se tornou uma doadora frequente.

Para ser um doador é preciso ter entre 16 e 68 anos, pesando acima de 50 quilos. Adolescentes com 16 ou 17 anos também podem doar, mediante autorização dos pais ou responsáveis legais. No dia da doação é necessário que o doador esteja bem alimentado, tenha dormido ao menos seis horas durante a noite anterior, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas últimas 12 horas e evitar fumar uma hora antes da doação.

O doador deve comparecer ao HemoPel, que fica na avenida Bento Gonçalves, 4.569, próximo ao Colégio Municipal Pelotense, portando o documento de identidade com foto. O horário de funcionamento é das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira e no primeiro sábado do mês, funciona das 8h às 13h.

“Eu perdi meu irmão a pouco tempo e isso me fez valorizar bem mais a minha vida e valorizar também as outras pessoas, a vida é tão incerta. A gente nunca sabe o dia de amanhã e se eu puder garantir o mais um dia de outra pessoa. Isso me deixa muito feliz. Grata demais por ter uma saúde boa e poder espalhar um pouquinho de mim por aí’, Camila Santos ressalta, mostrando a importância do ato.

Você também pode ser doador de medula óssea

Para ser um doador de medula óssea basta estar portando o seu RG, também no Hemocentro Regional de Pelotas e assinar um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) para que seu nome conste no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) que reúne informações das pessoas que se mostram dispostas a doarem medula para quem precise de transplante.

É necessário para ser um doador ter entre 18 e 55 anos, estar em bom estado geral de saúde, não ter doença infecciosa ou incapacitante. Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso. Uma pequena quantidade de sangue do candidato a doador será coletada para identificação de características genéticas.

A doação é feita por meio de procedimento cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e com internação de 24 horas. A medula é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções e o procedimento dura em média 90 minutos. A medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias.

Nos primeiros dias após a doação, é provável que haja algum desconforto localizado para o doador, de leve a moderado, que pode ser amenizado com analgésicos e medidas simples. Em geral, os doadores retomam as suas atividades normais após uma semana da doação.

Pode haver a necessidade de outro método de doação mais adequado em alguns casos. A decisão sendo exclusiva dos médicos assistentes do procedimento tanto do paciente que irá receber a medula quanto do doador. Cada caso é analisado e assim, os envolvidos são atendidos da melhor forma para o seu bem-estar.

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