Inclusão é uma luta diária
Conheça mais o coletivo que possuiu como objetivo ampliar ações mais inclusivas e de conscientização referente aos alunos PCDs da universidade
Marisa Campos / Em Pauta
No ambiente acadêmico a formação de coletivos e grupos de representação dos universitários é uma prática normal e super necessária para o desenvolvimento de ações efetivas para os alunos. Coletivos negros, feministas e LGBTQIAP+ são alguns exemplos desses grupos e na UFPel não é diferente, em diversos cursos ou aberto para toda a comunidade acadêmica existem diversos coletivos e um grupo criado recentemente é o coletivo PCD, Pessoas Com Deficiências.
O coletivo PCD da UFPel foi planejado e fundado em 2023 por uma ex-aluna do curso da Enfermagem que por conta da falta de acessibilidade e dos poucos auxílios ofertados pela própria Universidade pediu transferência para outra instituição que oferece melhores condições para o estudante com deficiência. Porém, mesmo após a saída dessa aluna, o coletivo continua com seu trabalho de luta por mais direitos, como conta o estudante de História e um dos líderes do coletivo, Yuki Souza.
“No momento, nós estamos focados em organizar o coletivo, fazer ações educativas com criação de conteúdo nas redes sociais, já realizamos reuniões com a reitoria e a PRAE, pois estamos há meses tentando marmitas aos alunos. Por exemplo, pessoas autistas não conseguem ficar dentro no RU pela questão sensorial e os alunos [que não possuem deficiência] não respeitam os espaços reservados aos alunos PCDs.”
Yuki também afirma que o coletivo segue lutando para marcar essas reuniões com os núcleos da UFPel como o Núcleo de saúde, também com o Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI) e a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE), pois principalmente a PRAE não realiza nenhuma ação efetiva e afirma para eles que não podem exercer nenhuma ação de acessibilidade que o grupo propõe como as marmitas, por exemplo, o que dificulta o progresso acadêmico dos alunos, sendo que a maioria são pessoas com o diagnóstico do espectro autista.
Yuki também ressalta a falta de acessibilidade em diversos pontos da universidade: “Nenhum espaço é acessível, não tem piso tátil, não tem pessoas para ajudar autistas a chegaram na sala de aula, não tem placas em libras, não tem placas em braile, não existem sinalizações, não tem acomodações que passam cadeiras de rodas, não tem mesa para pessoas cadeirantes e obesas, não existe treinamento para os funcionários e professores, não tem campanha de conscientização para que os outros alunos respeitem os espaços reservados no RU, filas dos ônibus de apoio e bibliotecas.”
Contudo, alguns dos grandes problemas atuais é a falta de mais políticas de permanência da PRAE, mesmo que o aluno apresente todos os laudos necessários e também a falta de dados como o número total de alunos com deficiência, o número da evasão desses alunos e quis tipos de deficiência possuem, por isso uma das propostas do coletivo é divulgar um formulário via Cobalto para que todos os alunos possam informar se possui alguma deficiência para receber o auxílio necessário, mas no momento não há previsão de divulgação desse formulário.
O coletivo PCD é extremamente necessário na UFPel, pois ainda muitas ações precisam ser realizadas referente a acessibilidade e conforto para os alunos com deficiência. Além disso, alunos, funcionários e professores que não possuem deficiência podem e devem ser apoiadores para ajudar na causa, os interessados podem entrar no grupo do WhatsApp clicando aqui e também seguir o perfil no Instagram @coletivo_pcd_ufpel.