Coletivo Transviada fortalece cena LGBTQIAPN+ em Pelotas

O coletivo que começou como cineclube em Pelotas inovou na noite de domingo trazendo o primeiro Ballroom da cidade

Por Maria Clara Morais Sousa / Em Pauta

Na noite de domingo (02), o Galpão Satolep ganhou vida ao receber o primeiro Ballroom de Pelotas. Além de workshops e rodas de conversas, o coletivo Transviada também contou com as categorias: Face, Runway, Best Dresssed in Drag, Baby Vogue, Sexsiren e Vogue Femme no baile. 

Vitor Meirelles, um dos participantes do coletivo, conta que tudo começou com um cineclube na Universidade Federal de Pelotas. “ A ideia era só fazer sessões mensais no cine, a última sexta do mês, só com filmografia queer, cinemas marginalizados, outros tipos de cinemas ao longo do mundo”, conta ele.

Primeira mostra de filme do coletivo Transviada aconteceu em janeiro. Foto: Divulgação/Instagram

Mas o Transviada não parou no cinema. Logo vieram as festas como “Grytaria”, com o intuito de promover espaços LGBTs em Pelotas. Todos os organizadores sempre tiveram a expressão da sexualidade como primórdio, já que isso é tão presente no cinema em si.

Vitor também afirmou que antes de começarem a arquitetar o baile, foi feita uma pesquisa: “A gente falou com a galera realmente de cada cena, de Porto Alegre, de experiência, pra gente construir junto com as pessoas e aprender junto com elas que já estão há tempos no pole”.

Na quarta-feira (30) da mesma semana, o coletivo se juntou com o Pub Hype para transmitir o primeiro episódio de Drag Race Brasil, versão nacional do reality show americano, e comemorar o aniversário da Kali Berdre, uma das organizadoras do Transviada. 

Em comentário no X (ex- Twitter), Guilherme, ou Drag Luxana mostra o entusiasmo com a inovação do Coletivo ao realizar a Watch Party de Drag Race Brasil.

A drag queen Anahí considerou o evento uma conquista, ela diz que tudo isso serve para “mostrar que a gente também é capaz do que as gringas estão fazendo, mostrar que a nossa cena aqui em Pelotas também tem visibilidade, que não é só pra performance, que não é só pra ser DJ”.

Guilherme Moreira, que também faz drag, diz que Watch Parties – um encontro para assistir algo em português – assim fazem falta, principalmente em Pelotas, cidade que tem uma cena LGBT muito forte. O evento tem um intuito simples de promover a reunião da comunidade, “para ter essa troca, para todo mundo rir junto, torcer, chorar e também para fomentar a cultura drag local”, ele afirma.

O baile emocionou ainda mais. O jovem Tiago Facio se montou pela primeira vez para o evento, e diz que foi uma jornada de autoconhecimento. “Uma noite divertida e espetacular” onde ele se encontrou com uma arte que já o inspira há muitos anos. Sobre o baile ele diz que “a comunidade se fortalece como eventos como esse, justamente por mostrar que tudo que julgam é na verdade algo para ser celebrado”.

Já Pedro Aguiar, que participou de uma das categorias, conta que sentiu uma euforia muito forte em todo momento do evento e disse que a comunidade realmente se uniu naquele momento, “todos ali pelo mesmo motivo e todos estavam vibrando demais”. 

Ele também comenta a importância do evento: “Nós temos artistas incríveis que merecem ser vistos e essa visibilidade precisa partir da gente, principalmente como comunidade. Pelotas é uma cidade artística ao máximo, mas isso foi completamente esquecido em algum momento da história. Cabe somente a nós lembrarmos disso e mostrarmos Pelotas para o mundo.”

 

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