Comparecimento, só que não

Por Lucas Pereira

Eventos fakes viram febre nas redes sociais e se popularizam cada vez mais

Com a solidificação e a alta popularidade das redes sociais, os eventos falsos geram aos usuários descontração e estão tornando-se cada vez mais populares nas contas de diversas pessoas. Na rede social que tem mais usuários no mundo, o Facebook, esses eventos viraram febre. Relembrando músicas e ditos populares, a moda agora é fazer com que pessoas confirmem presença em eventos futuros, que provavelmente não acontecerão. No Brasil inteiro, essas reuniões fakes, vêm ganhando força e, em alguns eventos, mais de cem mil pessoas confirmaram presença.

Evento fake "Parar de estudar e vender minha arte na praia". Foto: Reprodução facebook.

Evento fake “Parar de estudar e vender minha arte na praia”. Foto: Reprodução Facebook.

Segundo o estudante Tarcisio Medeiros, criador de um dos eventos com maior “participação” popular, chamado “Parar de estudar e vender minha arte na praia”, criado a partir de uma matéria de TV, e logo “viralizado” na internet , os eventos vêm surgindo a partir (evitar repetir palavras na mesma frase) de uma serie de sátiras: “a criação surgiu a partir de uma série de tipos de eventos que colocavam situações cotidianas, ou de vídeos da internet, de novelas e até acontecimentos políticos, transformando algo que aconteceu como evento. Eu não sei dizer qual foi o evento-origem, mas foi algum relacionado as últimas eleições, visto que era um evento satírico e que parecia ter mais um valor cômico do que político”.

“Eu não esperava de forma alguma tamanha aceitação, o evento foi iniciado apenas com o “comparecimento” de colegas, mas rapidamente se expandiu durante mais ou menos duas semanas. Posteriormente o número ficou estável e estava próximo da data inicial, mas sem grande motivo alterei a data para o dia 20 de abril. Nisso chegou a época das provas finais e o número aumentou exponencialmente outra vez, chegando aos atuais 165 mil na última vez que vi”, surpreendeu-se Medeiros.

Evento fake "Mutirão para juntar os butiás que caíram do bolso". Foto: Reprodução Facebook.

Evento fake “Mutirão para juntar os butiás que caíram do bolso”. Foto: Reprodução Facebook.

Sobre a futura criação de novos eventos, o estudante explicou que fará somente se houver algo engraçado e relevante. Para ele, a recepção de alguns usuários foi negativa, mesmo tendo bastante “participação”. Medeiros recebeu algumas perguntas engraçadas, como duvidas de localização, sendo que o evento é virtual.

Explicando sua opinião sobre esses eventos, Medeiros finaliza: “Acredito que qualquer forma de entretenimento que não denigra ou prejudique de algum modo a alguém, é bem-vinda. Apesar de muitas pessoas que foram contra a alta quantidade de eventos desse tipo, acredito que isso é mais uma forma de diversão que as redes sociais promovem, e não sei como alguém pode criticar algo que divertiu a tanta gente”.

Evento "A volta da Carminha". Foto: Reprodução Facebook.

Evento “A volta da Carminha”. Foto: Reprodução Facebook.

Para a modelo Janaína da Silva, esses eventos quebram, positivamente, a rotina dos usuários das redes sociais: “Para mim, hoje o Facebook está sendo um ‘muro de lamentações’. Pessoas têm postado somente problemas, críticas e indiretas, de ou para alguém. Eu acho engraçado e participo de vários constantemente. Por exemplo, ninguém nunca pensou em juntar os butiás que caíram do bolso, como diz o ditado popular gaúcho”.

Os falsos eventos do Facebook não devem ser finalizados agora. A popularidade deles só cresce, e diversos novos estão sendo criados com milhares de “confirmados” neles. Sua única problemática é que, mesmo sem querer, tira a veracidade de eventos reais e confunde o internauta. Mas a duvida que fica é a seguinte, depois que acabar a moda dos eventos fakes, qual será a nova moda das redes sociais?

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