Chapa 4 acredita que “Amanhã vai ser outro dia”

  Por Gabriel Bresque e Juliana Santos

“Nosso norte é fomentar o engajamento da comunidade estudantil, mobilizando essencialmente os estudantes, trazendo-os para debates em assembleias e plenárias”. A fala de Vinicius Moraes, estudante de Filosofia e membro da Chapa 4 define de uma forma bem direta as intenções e representação dos seus colegas no pleito para o DCE 2015 da UFPel. Com “Amanhã vai ser um novo dia” estampado no seu nome, nos cartazes e nos prédios da Universidade, esse grupo de estudantes pretende promover a união de todos os alunos, independente de classe, raça ou sexo. Quer, acima de tudo, unir todos os segmentos técnicos da faculdade em torno do DCE, para construir uma UFPel melhor, a sonhada “Universidade do Amanhã”.

Imagem: Reprodução do Facebook (http://on.fb.me/1FGojFh)

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A Chapa 4 não quer apenas uma Universidade que traga o novo, quer também que a instituição amadureça nas suas lutas sociais. Os membros deixam claro que não pretendem diminuir o preconceito dentro dos campi: querem o eliminar de vez.

Daniele Rehling, estudante das Ciências Sociais também levanta um ponto importante sobre a Chapa: ela tem no seu interior mulheres ligadas diretamente com a defesa contra as opressões de gênero Essa defesa, segundo todas as marcas da Chapa 4 nos prédios da UFPel, em sua página no Facebook e nos debates, será uma bandeira prioritária. O slogan “Amanhã vai ser um novo dia” promete ser, nas mãos dos representantes da 4, um grito de liberdade para a Universidade.

Para conhecer todas as propostas da Chapa 4, acesse a página no Facebook.

Confira o vídeo e a transcrição da breve entrevista na íntegra:

Em Paula UFpel: O que a chapa considera mais importante desempenhar dentro de um DCE?

Vinicius Moraes (Filosofia): O DCE é um instrumento importante de representação e participação da comunidade estudantil . Eu acho que o norte da Chapa 4 “Amanhã vai ser outro dia” é fomentar o engajamento da comunidade estudantil, mobilizando essencialmente os estudantes, trazendo eles pro debate, em assembléias, plenárias; conciliando os DA’s, através de espaços de convivência. Um DCE não pode se reduzir, de forma alguma, à burocracia de gabinete. Através de uma análise mínima da história de lutas do movimento estudantil, não só na Universidade Federal de Pelotas, mas, nas outras universidades, facilmente se chega à conclusão de que sem luta, sem inflexão à reitoria, sem mobilização participativa de fato, dos estudantes, não se desenvolve os direitos básicos, seja no que diz respeito ao PNAES (programa de assistência estudantil), direitos elementares e indispensáveis que devem ser logrados.

EMP: Como será a organização e interação para ouvir e dar retorno aos cursos? 

Daniele Rehling (Ciências Sociais): Assim como o meu companheiro Vinícius falou, acreditamos que um DCE é mais uma ferramenta de mobilização e de luta pra conseguirmos garantir nossos direitos. Como a gente já vem colocando várias vezes, nós nos organizamos para além das eleições para um DCE, que é uma coisa que é muito importante. Nesse processo, as outras Chapas, principalmente, aparecem agora. Até a gestão que está colocada no DCE apareceu agora, não garantiu assembleias, congressos estudantis, não garantiu as principais ferramentas de diálogo entre os cursos. E então nós achamos que essa mobilização que estamos fazendo para além do DCE é importante para conseguir estar no DCE. Para transformar essa ferramenta, para ter mais esse mecanismo de luta. Então achamos que o diálogo entre os cursos é essencial pra gente fomentar, estando dentro dos DA’s, principalmente porque achamos que os DA’s são as entidades principais de diálogo com os estudantes.

EMP: Qual ou quais propostas sua chapa julga ser prioridade? 

V.M:  É difícil falar uma proposta única, o nosso programa tem centenas de propostas bem pontuais, não só eleitoreiras, nem vagas, nem genéricas. Mas eu acho que quando se fala em Diretório Central do Estudante, uma proposta, que deve balizar em qualquer programa de gestão, é a proposta de mobilização, de aglutinar os estudantes. O movimento estudantil está fracionado, fragmentado, os DA’s não dialogam. Há anos as últimas gestões e a gestão em situação não fazem passada em sala, não promove eventos culturais nem artísticos. Então acho que essa incumbência que não pode ser retirada do DCE de forma alguma é a mobilização efetiva. Só a luta muda a vida. Só a luta de fato. Só ocupando reitoria, fazendo marcha, reivindicando direitos básicos que não são atendidos, se consegue lograr esses direitos. Foi assim que conseguimos. Não querendo absorver o ônus da causa, mas foi assim que nós, enquanto movimento, conseguimos R.U a dois reais. Conseguimos ampliar o auxílio moradia para 360 reais. Enfim, conseguimos que depois de quatro anos o edital para a Casa do Estudante, que vai colocar mais de 1500 estudantes, que a verba foi disponibilizada desde 2010, foi só através da luta que conseguimos fazer esse edital ser assinado pelo reitor, ocupando o setor administrativo geral da UFPel. Então acho que quando se fala em uma proposta básica, que funda o nosso programa, é mobilização, o fomento da participação, não só representação, mas participação efetiva da comunidade discente. É a conciliação dos DA’s, através de espaços de convivência. Isso não existe na UFPel, todos os DA’s são esferas isoladas, fragmentadas, fracionadas, que não dialogam, que não interagem. Então é necessário e indispensável que seja promovida, por exemplo, uma Copa Universitária, em todos os DA’s, CA’s e Atléticas. Isso é algo que vai integrar. A comunidade estudantil tem que interagir, tem que partilhar as demandas e agregar as pautas e demandas de todos os campos. Uma gestão de DCE que não mobiliza, que não faz passagem, não integra a comunidade estudantil é nula, é só uma extensão da reitoria e não tem validade alguma. E a última coisa que precisamos é isso.

D.R: Uma característica essencial da nossa Chapa, que nos difere bastante das outras é a luta contra as opressões reais, principalmente a questão do machismo, racismo, homofobia, xenofobia, que também é uma pauta que reivindicamos há um baita tempo; construindo para além das eleições do DCE. Então temos em nossas propostas realizar de fato um congresso estudantil, que é algo que está colocado há vários anos e não está sendo realizado, principalmente por essa gestão, a questão das assembleias, que são extremamente necessárias e não ocorrem há dois anos. Como vamos saber e as coisas estão funcionando nos cursos, as demandas dos estudantes se não temos uma assembléia que dê essa voz pros estudantes. Então temos várias propostas. Convido a todos e todas a conhecerem a nossa página no Facebook para conhecer todas as que não cabem no panfleto, a nossa nominata e também convidar para participar, porque na nossa Chapa precisamos burocraticamente ter uma nominata certa, inicial. Mas construímos nossa Chapa em plenários, nos campi e vamos continuar construindo ela, agregando quem quiser se somar e que entenda que só a luta muda a vida e que a Universidade precisa se pintar de povo, de mulher, de LGBT, de negros e negras.

V.M: Outro ponto importante é que nossa Chapa é uma construção coletiva. Todas as nossas deliberações são tiradas através de voto, nossas reuniões são abertas, não são secretas como se dão tradicionalmente as eleições pra DCE. Queremos agregar à comunidade estudantil. Reunir a comunidade estudantil, coisa que não é feita há muitos anos.

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