Crônica: Theatro Sete de Abril

 

 

Em restauração hoje, espaço cultural que fica na Praça Pedro Osório também já funcionou como cinema

 

Bruna Silveira

     Março de 2010,  tempos sombrios em Pelotas, mês e ano em que a arte e a população pelotense perdiam a alma do espetáculo. Local… Praça Coronel Pedro Osório, ali reside o Theatro Sete de Abril.

Inaugurado em 2 de dezembro de 1833, tem sido palco de emoções há mais de 180 anos. Traz consigo uma história forte de riqueza e poder cultural. Inaugurado na época do ciclo econômico do charque, o Theatro foi casa frequentada por senhores poderosos e damas da sociedade pelotense, que, naquela época, usavam facilmente o linguajar francês. Foi visitado por Dom Pedro II – imperador que inspirou seu nome com a data de abdicação do trono de Dom Pedro I em nome do seu filho.

O ano era 1958,  o Sete de Abril era palco de grandes companhias europeias e brasileiras que desbravavam o tablado da casa de espetáculos pelotense. O Theatro mais antigo do Rio Grande do Sul teve seu funcionamento interrompido, já  tendo passado por várias reformas na segunda metade do século XIX, devido ao surto de urbanização na cidade.

Casa de espetáculos; dança; cinema e até mesmo alojamento de guerra, isto porque na segunda metade do século XIX aconteceu a Guerra dos Farrapos. As apresentações do Theatro foram suspensas, as luxuosas fantasias e máscaras foram substituídas pela farda. O recém inaugurado Theatro transformava-se em alojamento de soldados.

Hoje, fechado há sete anos para uma restauração, o Sete de Abril, Theatro símbolo de prosperidade, serve de abrigo para diversas manifestações culturais e até mesmo protestos, uma vez que acontecem diversos atos organizados pelo Facebook e por mobilizações da classe artística que clamam pela reestruturação do Theatro.

Um justo reconhecimento à importância do prédio e ao significado do Theatro que expressa sua beleza nas linhas da escultura neoclássica para o mundo artístico da Princesa do Sul. Mesmo de portas fechadas continua a ser abraçado pelos artistas da cultura brasileira. Viva, Sete de Abril.

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Crítica: “O Filme da Minha Vida”

Elenco: Selton Mello, Bruna Linzmeyer e Johnny Massaro contracenam 

 

Matheus Pereira

     O jovem Tony sempre via o início e o final dos filmes. O início pra entender a história e o fim porque o fim sempre é bonito. Com o tempo, entretanto, ele aprendeu que o meio é tão importante quanto o início e o final juntos, e que muita coisa acontece entre os extremos de uma história. Em “O Filme da Minha Vida”, terceiro longa-metragem dirigido por Selton Mello, a beleza está impregnada em cada quadro, pinturas em movimento que registram o interior gaúcho nas suas locações. A beleza também está nos diálogos, que soam como músicas bem ritmadas, que mostram outro interior, aquele de cada personagem.

De preciosidade visual e narrativa inegável, “O Filme da Minha Vida” acompanha Tony Terranova, um jovem que retorna a Remanso, cidade onde nasceu. Ao voltar, o garoto, recém-formado e pronto para ser professor, vê seu pai, francês, subindo em um trem e indo embora, para França, alegando ter saudades de sua terra. Neste cenário, Tony encara os primeiros meses de sua vida adulta, dando aulas na escola local e se divertindo com amigos e a namorada, Luna. Enquanto segue o curso natural da vida, o rapaz tenta entender porque o pai abandonara a família.

O “Filme da Minha Vida” é uma obra de simplicidades. Sem se jogar às emoções baratas e resoluções rasas, o roteiro faz um bom trabalho ao tornar a narrativa (adaptada do livro “Um Pai de Cinema”, de Antonio Skármeta) a mais verdadeira possível. Mesmo as reviravoltas mais dramáticas, quase novelescas, ganham um verniz naturalista e sensível por parte de Mello, diretor com total domínio de seu ofício.

A câmera de Mello, aliás, amparada pela fotografia deslumbrante de Walther Carvalho, capta a nostalgia como poucos cineastas conseguem. Ao focar nos descampados e morros da Serra, o diretor cria um universo aprazível, ensolarado e belo, mesmo durante a queda do sereno ou das folhas secas do outono. Assim, o diretor foge do cenário urbano e amplamente conhecido da TV e do cinema. É no interior do Rio Grande do Sul, na natureza e nas pequenas vilas, que a história se desdobra.

Mello, no entanto, não merece elogios apenas por seu rigor técnico ou olhar apurado para quadros. Seu cuidado com os personagens é igualmente notável, principalmente por humanizar cada um deles. Mesmo aqueles que poderiam se tornar meros vilões, surgem como pessoas complexas, profundas e perdidas em seus próprios erros. Não há o maniqueísmo básico que assola a maioria das narrativas, mas sim a complexidade humana de indivíduos cheios de segredos e anseios.

Com um elenco irretocável, capitaneado pelo talentoso Johnny Massaro, “O Filme da Minha Vida” é feito de simplicidades e sensibilidades. Com ambientação certeira, levando o público direto para a época e o lugar da obra literária, o longa ainda acha espaço para uma trilha sonora repleta de clássicos nacionais e estrangeiros, além de interessa8ntes reflexões sobre a passagem do tempo e a importância das relações interpessoais.

Todo o preciosismo técnico (da trilha aos belos figurinos; da fotografia sépia à direção arrojada), contudo, não funcionaria sem o fator humano, e isso “O Filme da Minha Vida” tem de sobra. O título, aliás, não tem relação a algum filme que seja o favorito da vida do personagem. O título aponta que toda a vida, de cada pessoa, com altos e baixos, que é como um filme. E o fim, o fim eu não posso contar.

Ficha Técnica:

Direção

Selton Mello

Elenco

Johnny Massaro , Vincent Cassel , Bruna Linzmeyer , Bia Arantes , Ondina Clais Castilho , Erika Januza , Martha Nowill , Antonio Skármeta , João Prates , Selton Mello e Rolando Boldrin

Roteiro

Selton Mello e Marcelo Vindicato.

Produção

Vânia Catani

Fotografia

Walter Carvalho

Música

Plínio Profeta

Design de Produção

Claudio Amaral Peixoto

Figurino

Kika Lopes

Gênero

Drama

Distribuição

Europa Filmes

Lançamento

3 de agosto de 2017

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Mirna Xavier: feminismo, arte e bruxaria

              Mirna Xavier tem usado o esoterismo como o fundamento de sua produção artística                              Foto: Aluap Ana

Clara Celina

    A artista Mirna Xavier desenvolve trabalhos e exposições sobre questões da mulher, faz dança tribal e é uma das organizadoras do Encontro das Bruxas em Pelotas. Nessa entrevista, ela revela as conexões entre arte e bruxaria e mostra como tem sido o seu trabalho criativo. Mais do que algo que possa produzir terror, a bruxaria está vinculada ao caráter de constante descoberta da arte e também à feminilidade vinculada ao conhecimento oculto da natureza.

Arte no Sul – Como você visualiza as conexões entre bruxaria e arte?

Mirna – Eu não tinha a menor noção de bruxaria quando vim estudar em Pelotas. Foi algo que conheci por aqui, comecei a pesquisar e acabou movendo tudo que eu faço na arte. Na época – quando comecei a entrar em contato com a bruxaria – era 2014, eu estava no segundo semestre, ainda estava engatinhando nas pesquisas, mas já comecei a inserir símbolos e mitologias no meu trabalho. Fui a fundo nisso e não consegui mais me desvincular.

Quando comecei a realmente me desenvolver, em 2016, consegui criar coisas que têm mais a ver comigo. Essas coisas possuem “raízes” da bruxaria e “troncos e galhos” da arte e do feminismo, da semiótica, do Tarot – uni todas essas coisas.

Então, sem dúvidas, a bruxaria foi muito significativa para o meu trabalho. E acho que não só para o meu, há várias meninas no Centro da Artes (CA/UFPel) que passaram a também desenvolver trabalhos com bruxaria. Algumas com as quais eu troquei ideias e sinto que também foi instintivo para elas adicionarem esses elementos nos seus trabalhos artísticos, então se tornou quase uma reação em cadeia e hoje tem várias meninas que focam em bruxaria como arte no CA… E também fora do CA, eu falo nele porque é onde eu mais tenho convívio, mas é algo muito recorrente. Isso me deixa muito feliz porque também gera muitos eventos que falam de bruxaria e têm raízes na arte. O último Encontro das Bruxas, por exemplo, teve dança, teve Tarot, várias atividades ligadas à arte.

AS – Como você tem aplicado bruxaria nos seus trabalhos artísticos especificamente?

Mirna – Bom, como eu disse, a bruxaria virou a raiz do meu trabalho, é o alicerce a partir do qual eu construo tudo. Então, eu faço dança do ventre, dança tribal, meus trabalhos como artista, tudo a partir da bruxaria.

As associações dessa tríade – bruxaria, feminismo e arte – por exemplo, em um trabalho meu que abri em exposição na Las Vulvas, se chamava “Caixotas”, eu construí pequenas caixinhas de cerâmica com vaginas dentro. Isso tudo me remete muito às mitologias que têm uma divindade feminina como centro de criação do mundo – Kuan Yin, na China, e Nanã, na mitologia Yorubá, que é a raiz das religiões afro-brasileiras. Eu não consigo mais ver meu trabalho se desenrolando sem a questão feminista, então faço uniões entre essas três coisas.

O trabalho artístico remete às mitologias que têm uma divindade feminina como centro de criação do mundo 

Agora em 2017 estou desenvolvendo meu trabalho de conclusão de curso e ele é formulado a partir dessa tríade. Ele se desenrola a partir da carta Imperatriz do Tarot, porque percebi que das 78 cartas do Tarot, apenas duas focam na mulher. Todas as outras mostram homens ou situações mais neutras. A partir disso, eu desenvolvo a questão feminista e utilizo a arte e a bruxaria para que o trabalho de desenvolva e cresça – porque não basta só criar o trabalho, ele precisa de alicerces para manter-se em pé.

Já na dança, o processo foi pelo caminho contrário, pois a dança surgiu a partir da bruxaria – diferente da criação artística, que posteriormente se vinculou à bruxaria. Eu comecei a dançar também em 2014, pois descobri esse estilo – a dança tribal, especificamente – quando estava pesquisando sobre danças e rituais em bruxaria e encontrei alguns grupos que faziam dança especificamente para isso, aí pensei no quanto seria legal se tivesse alguém que ensinasse em Pelotas, e tinha. Então, eu nem sempre faço isso, mas quando tenho a oportunidade de escolher o que eu quero aplicar na minha dança, qual a temática e o fundo que quero colocar nela, eu gosto de ir tanto para a bruxaria quanto para a cultura popular e fazer algo mais inusitado.

Gosto de aprofundar essa questão do paganismo e da bruxaria. No último encontro das bruxas, por exemplo, coincidiu que as danças que queríamos fazer estavam todas relacionadas à bruxaria e resolvemos fazer como um ritual mesmo. Por exemplo, a professora – que é a Morgan – fez uma dança associada com a deusa Khalil para remeter à purificação do espaço. Ela dançou antes de mim e os meus movimentos buscaram invocar os elementos e os deuses para dentro do ritual. Quando unimos nossas performances fez muito sentido e foi automático e natural, não foi algo planejado, as danças foram improvisadas.

É claro que pensamos um pouco em casa, temos um embasamento, mas o que sai na hora é improvisado. Quando incluímos a bruxaria na nossa vida, podemos visualizá-la tanto nas artes, danças e músicas, quanto na escrita, e não só escrita poética, mas até escritas acadêmicas mais aprofundadas. É muito recente, mas é possível ver como a bruxaria pode ser aplicada em vários âmbitos, não é um campo limitado.

AS – O Encontro das Bruxas pode ser considerado um evento artístico?

Mirna – Sim, eu acho muito que sim. Quando fazemos o encontro das bruxas, as meninas que facilitam isso trazem as artes que elas produzem. Algumas constroem bijuterias, por exemplo, e todas elas têm uma inclinação à bruxaria.

Então o encontro das bruxas para o público das meninas bruxas de Pelotas é um grande achado, porque tem tudo – arte associada à bruxaria, dança associada à bruxaria, rodas de conversa. Coisas baseadas em elementos artísticos e culturais, porque não existe algo como workshop de bruxaria, não se trata de um grupo de estudos, é focado especificamente na parte cultural da bruxaria, então dança, música, artesanato é tudo artístico. E é incrível que tenhamos um evento desses para abarcar tudo isso.

AS – Como seu trabalho tem sido aceito pelo público e pela comunidade acadêmica?

Mirna – Olha, não vou dizer que é um tema especificamente difícil porque o campo das artes é bem mais aberto. Então tudo que é produzido a partir de associações com bruxaria e esoterismo, coisas assim, já teve precedentes na história da arte, principalmente na arte contemporânea. Então tem sido bem aceito, na verdade.

Eu surpreendentemente achei que era pior e que não teria uma boa receptividade, estava bem insegura, porque meu trabalho inteiro é baseado nessa tríade – bruxaria, feminismo e arte – e não é algo discreto. Não é o tipo de coisas que só algumas pessoas vão perceber, eu deixo bem explícito, mesmo quando não fica perceptível através da visualidade, eu gosto de falar, porque para mim faz sentido fazer isso.

Essa semana, por exemplo, eu defendi a primeira parte do meu trabalho de conclusão de curso e falaram que estava muito interessante, foi algo que me surpreendeu bastante. Tenho medo que as pessoas achem que isso só está na minha cabeça, que essas relações não existem. Mas elas existem, essas associações entre bruxaria, mulher e arte. E é bom ver como essa repercussão acontece, porque a academia sempre foi muito restrita, poder falar sobre bruxaria dentro dela hoje é algo extremamente valioso.

É muito bom para eu ver como essa aceitação ocorre, porque existe uma vontade de realmente transmitir o trabalho para um público, de ter esse processo de volta por algo em que investi tanto tempo e dinheiro. Eu fiquei muito feliz de ver que a maior parte dos meus trabalhos teve algum tipo de retorno, que as pessoas gostaram e perguntaram se ia ter mais. Não me vejo parando de fazer arte baseada em bruxaria e sagrado feminino tão cedo, porque é algo que me move muito.

Para entrar em contato e visualizar o trabalho da artista, é possível acessar sua página no Facebook e no Behance.

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Princesa do Sul: cidade do… lanche!

 

      Cidade dos doces tem outro lado popular em versão salgada                    Foto: Gustavo Vara / Prefeitura de Pelotas

 

Carolina Ávila

     Pelotas, a cidade do doce. É essa a referência que os turistas têm da nossa Princesa do Sul. Já quem mora aqui na cidade, a referência é outra, mais salgada: Pelotas, a cidade do lanche.

As avenidas Bento Gonçalves e Duque de Caxias, principalmente, abrigavam os tradicionais trailers e quiosques de lanches, que ofereciam uma vasta diversidade de estabelecimentos próximos um do outro. Em 2014, em virtude de uma ação do Ministério Público, que exigiu uma melhor reorganização do espaço público, esses estabelecimentos foram retirados das ruas e tiveram que se reestruturar para continuarem trabalhando. Alguns seguiram com trailers regularizados (com o tamanho exigido pela Prefeitura de Pelotas e possuir quatro rodas, ser móvel) e com horário para funcionamento. Já outros, decidiram construir ou alugar alguma sede fixa para o seu negócio.

Um dos que tiverem que se readaptar – embora o trailer principal se localizasse na Rua 3 de Maio – foi o Circulu’s. Essa lanchonete ganhou notoriedade em Pelotas e a maionese ficou famosa. Segundo João Fernandes Medeiros (proprietário), no ano de 1991, o seu sobrinho que possuía um trailer o convidou para trabalhar fazendo lanches. Um mês depois de iniciarem os trabalhos, o sobrinho de João saiu do negócio e vendeu para ele o “automóvel” em 36 vezes. Seu João, como é conhecido, frisa que no início não foi fácil: “Era difícil, vendíamos pouco. Com o passar do tempo, começamos a conquistar os clientes”. Hoje em dia, são 79 funcionárias que trabalham no Circulu’s. “As mulheres são mais profissionais”, ressalta o proprietário. Inclusive a filha de João trabalha na empresa, que após muito o pai pedir, assumiu a chefia da tele-entrega.

Há mais de 25 anos no mercado, o Circulu’s Lanches dispõe de três pontos de venda e uma cozinha industrial. Seu João, com orgulho, convida: “Está aberta para visitações, mas não pode avisar, tem que aparecer de surpresa”. O segredo do sucesso? O dono sempre afirma que ninguém gosta de maus serviços, por isso, ele mantém a mesma qualidade dos primeiros tempos da lanchonete até hoje para os clientes. Sua empresa já apareceu em grandes programas, como Mais Você, da Ana Maria Braga, Tele Domingo, Programa da Rodaika, Pretinho Básico, etc. Conversador e cativante, João vai todos os dias para a sede da Rua 3 de Maio, pois afirma que todos os funcionários são como uma grande família e a alegria deles é o prazer em agradar os clientes.

Mas não são só os estabelecimentos que já estão há alguns anos no mercado que ganham notoriedade, embora existam inúmeras lanchonetes na cidade de Pelotas, há espaço para novos empreendedores, como é o caso do Sr. Bauru. Os proprietários Denise Amaral Medeiros e Carlos Renato Bento Junior inauguraram o novo local no dia 4 de dezembro de 2016. Denise, responsável pelos lanches, possui vasta experiência – trabalhou mais de 20 anos em outra lanchonete, na qual possuiu diversos cargos e o último foi de gerente. O sócio dela, Junior, já havia lhe feito uma proposta no ano anterior para montarem um estabelecimento, mas Denise só tomou coragem há alguns meses: “Pensei e decidi que era a hora de ter meu próprio negócio, fazer as coisas do jeito que eu achava melhor”.

Por isso, a cidade ganhou mais um estabelecimento de qualidade. Segundo a proprietária, todos trabalham com muita vontade e dedicação. Já possuem muitos clientes e esse sucesso é por conta, principalmente, pelo “boca a boca”: uma pessoa prova o lanche do Sr. Bauru, gosta e indica para os conhecidos e assim, o ciclo continua. Denise ressaltou que o diferencial deles é o uso de alimentos e produtos de qualidade, sem abusos com os clientes e sem “mesquinharia” – com muita maionese ofertada para todos. A lanchonete, que possui só um trailer, que se localiza dentro de um estacionamento, ainda é pequena, mas o sucesso que estão fazendo já é grande e, conforme os proprietários, o público os tem aceitado cada vez mais. “É uma alegria muito grande ter esse reconhecimento, nós trabalhamos com o melhor para oferecer o melhor para os nossos clientes”, ressalta Denise.

Pelotas possui uma variedade imensa de estabelecimentos que oferecem lanches e, ainda assim, há espaço e público para receber novas lanchonetes. Quem mora aqui já sabe: em qualquer bairro conseguimos encontrar um bom lanche, um saboroso bauru. Então, para quem já mora nessa querida cidade, resta realizar a “difícil” tarefa de experimentar delícias de diferentes locais. E para quem está visitando a Princesa do Sul não esqueça: a nossa cidade é doce e salgada, aproveite as dicas e se delicie!

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Esteban Tavares lança novo disco

Otávio Tissot Proença

     Abundante poesia seguida de extraordinárias melodias. Assim podemos resumir o último disco de Esteban Tavares. O nome Esteban foi adotado por Rodrigo Tavares ao iniciar o seu projeto solo em 2012. A começar pelo título, “Eu tu e o mundo”, o gaúcho escorre seus amores e desamores nas letras das 14 canções do disco, sendo que quatro faixas são regravações.

Pela capa do disco já se pode obter uma prévia do conteúdo. Um mar de rosas vermelhas, que universalmente simbolizam o amor.

Logo na primeira faixa se nota a evolução do artista. A letra carregada de sentimentos combina com os sons do piano. Já os sons das teclas vão de encontro no meio da canção ao solo de trompete. As influências que Tavares carrega consigo estão muito bem entrelaçadas na sua nova obra. Encontra-se um pouco de Fito Páez no piano, de Charly García no acordeão e de música nativista no próprio acordeão e também em algumas levadas de bateria. A influência de Humberto Gessinger, com quem já dividiu o palco, está nítida na sonoridade da guitarra. O começo da faixa “Talvez” lembra muito a música de Renato Borghetti, “Sétima do Pontal”.

A melancolia entra como algo doce nos lentos acordes que se chocam e harmonizam com a voz de Esteban. Um álbum coeso, que traduz um começo, meio e fim. As melodias mais rápidas das faixas “Partindo” e “Sobre Você” provocam sentimento mais energéticos. Mas logo chega “Talvez” e acaba com tal dinamismo e os vagarosos acordes voltam a triunfar.

Esteban fez um álbum superior aos outros que produziu. Desde sua saída da banda Fresno, Tavares cada vez mais se encontra como músico e produtor. Em “Eu, tu e o mundo”, destrincha os encontros e desencontros da vida, sobretudo ilustrando o amor.

O álbum está disponível em várias plataformas de streaming da internet. São 14 faixas distribuídas em quase 59 minutos.

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Refúgio cultural na Zona Norte de Pelotas

Espaço Ágape reúne galeria de arte e atelier com diversas oficinas de arte

Fernando Vargas

      Localizado na Rua Anchieta, número  4.480, próximo à Avenida Dom Joaquim, e coordenado por Daniela de Moraes Meine e Paulo Ben-Hur Meine, o Ágape Espaço de Arte é um ambiente que propõe uma nova forma de expressar a cultura para a comunidade pelotense.

Desde a data de sua inauguração em 31 de maio de 2010, o Ágape tem buscado inovar. Hoje o espaço abriga a Galeria de Arte JM Moraes (que promove exposições periódicas) e  dois ateliês, onde acontecem cursos de artes, francês, espanhol, pandeiros, atendimentos de arte terapia e show room.

De acordo com a criadora do projeto, Daniela Meine, o Espaço de Arte tem visto seu público crescer gradativamente: “Percebemos que a cada ano mais pessoas vêm se deslocando para o espaço em busca de cursos e novas opções de convívio com a cultura e as artes, que seja desvinculada de alguma instituição”. Ainda, segundo Daniela, “o Ágape propõe ser um espaço de incentivo à produção de arte e também de conhecimento”.

Tendo como significado para seu nome o amor incondicional e o amor perfeito, o Ágape busca reunir uma nova compreensão da cultura e uma opção de lazer. Contatos pelo fone (53) 3028-4480. O horário de funcionamento é  das 9h às 19h.

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Eventos de rua são opção de lazer em Pelotas

O Sofá na Rua volta a acontecer no dia 27 de agosto em Pelotas

Larissa Teixeira Medeiros

     Pelotas é uma cidade extremamente rica em cultura. Não deixa faltar lugar para nenhum público. Seguindo essa linha, a comunidade pelotense ganhou, há não tanto tempo, mais uma opção para entretenimento e diversão: os eventos de rua.

Organizados por bares, pubs e outras organizações, esses eventos atraem principalmente jovens universitários. É o caso da Lísie Gonçalves, de 21 anos, estudante de Zootecnia na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Ela frequenta esse tipo de evento e observa outras perspectivas. “Eu gosto desses eventos, sempre junto meus amigos pra irmos. Tem espaço pra todo mundo, não fica apertado e nem abafado. É bem diferente de qualquer outro lugar”, comenta.

Com apresentações de bandas, geralmente locais, exposições artísticas e artesanais, espaço para piquenique, tendas de lojas com moda jovial, tatuadores, venda de comida feita em casa, promoções de bebidas e outras inúmeras atrações (que variam de acordo com a organização), os eventos têm chamado a atenção de um número maior de pessoas, e embora o público seja, de maneira geral, composto de jovens universitários, os ambientes são adequados para todas as idades, inclusive crianças.

O horário dos eventos costuma ser extenso, começando no início da tarde e terminando no fim da noite, tornando-se acessível à maioria dos interessados. Eles acontecem, em geral, aos fins de semana. “O horário fica bom porque começa cedo, e aí facilita por ser bem mais seguro”, comenta Lísie.

São sempre gratuitos e sem limite de público, ocorrendo na frente do estabelecimento que organizou ou em praças. Assim, Pelotas amplia suas opções de lazer, além de movimentar e iluminar suas ruas aos sábados e  domingos. Um dos mais conhecidos é o Sofá na Rua, que volta a acontecer no dia 27 de agosto, na rua Conde de Porto Alegre, no bairro Porto, em Pelotas, das 14h às 22h.

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Entrevista: comediante rio-grandino fala sobre influências e planos

       Léo Oliveira em show de humor no New Pub                        Foto: Estúdio Deyver Dias/New Pub

 

Calvin Cousin

     Relacionamentos e termos que não devem ser utilizados em um texto jornalístico: estes são alguns dos aspectos que Léo Oliveira, comediante de stand up rio-grandino, utiliza em seu repertório de piadas. Após participar de eventos como o Rindo Afu – maior festival de comédia do Estado –, o Porto Verão Alegre e da 39ª Feira de Artesanato, Comércio, Indústria e Serviços do Rio Grande (Fearg), Léo foi contatado pelo Arte do Sul para que falasse sobre sua carreira e suas inspirações.

Arte no Sul – Poderias falar um pouco das tuas influências? Ao ver tuas redes sociais, nota-se que compartilhas postagens de vários comediantes de renome internacional.

Léo Oliveira – Eu conheci o stand up em 2007 através de um vídeo do Rafinha Bastos. Desde então, ele se tornou o comediante nacional que mais gosto e me identifico. Gosto das piadas que ele escreve e principalmente o modo como ele as entrega para a plateia. Nesta mesma esteira, por causa do Rafinha Bastos, eu descobri o Bill Hicks, um comediante americano que faleceu de câncer nos anos 1990. Ele era bastante polêmico para a sua época e tinha um texto que se você assistir hoje ainda está muito atual. A forma como ele enxergava a vida e conseguia por isto no palco fez eu também o considerar um espelho. Sou muito fã dele. Outro comediante que admiro muito é o Andy Kauffman, ele possuía uma comédia única que misturava o real com a fantasia, a vida particular dele com a vida de comediante. Ele tinha um poder de persuasão no palco e ideias geniais que até hoje podem não ser compreendidas. Para citar um exemplo, em seus shows a plateia queria que ele imitasse um personagem famoso que ele fazia em uma sitcom, mas ele preferia ler um livro sério em vez de fazer a graça esperada. Ainda pra citar alguns comediantes que sou fã, tem o Jerry Seinfeld, o Ricky Gervais, Sacha Baron Cohen, Louis C. K. e o Anthony Jeselnik.

AS – De onde surgiu a ideia de fazer stand up?

Léo Oliveira – Eu desde pequeno gostei de humor. Eu não lia gibis, lia livros de piadas. Sempre gostei de imitações e foi dessa forma que entrei no rádio em 2007, quando tinha 15 anos. Logo em seguida fiz teatro, participei de cursos e companhias de Rio Grande. Fiz programas de humor em canais de televisão locais. Mas o stand up seguia ali como um desejo, uma vontade. Meu primeiro show foi em 2008 no Teatro Municipal de Rio Grande. Foi bem ruim, tive duas risadas o show inteiro (dez minutos). Aí fui estudar mais, conheci comediantes do Estado e de fora pelo Orkut. Fiz um número em um bar somente em 2012, e foi quando dei um salto. Aí parei, voltei no fim de 2013, abri o show do Murilo Couto – “The Noite” – em Pelotas e, em 2014, tive minha primeira noite de Comédia em Rio Grande. Foi a primeira da zona Sul do Estado, os shows eram na Casa de Artes Mundo Moinho. Aí, nos anos seguintes, fiz shows em Porto Alegre e Caxias, vindo a conhecer o resto dos comediantes. Em 2016 produzi cerca de 10 shows no New Pub, todos com casa cheia e recebendo os melhores comediantes do Estado. Em 2017 fiz participação nos principais festivais de comédia do Rio Grande do Sul.

AS – Tu costumas seguir um roteiro fixo nos teus números ou tem muito improviso? Como te preparas?

Léo Oliveira – Eu monto no meu caderninho a ordem que vou contar meu set. Eu comecei a usar palavras-chave que vão me guiar. Por exemplo: Relacionamento. Aí coloco as piadas sobre este tema, usando também uma palavra-chave, ou seja, um tema principal e subtemas. Eu sou um comediante que usa do improviso, principalmente em shows em bar, onde existem pessoas conversando e, às vezes, não prestam atenção, atrapalham quem quer ver o show. Mas o improviso faz parte da minha persona no palco, até porque na época do teatro eu participei de um grupo de improviso. Em cada show eu tento usar as minhas melhores piadas e sempre ir encaixando alguma nova, deixando assim o texto todo costurado com as piadas e, assim, ir contando uma sucessão de fatos que aconteceram ou não na minha vida.

AS – Poderia dar um exemplo?

Léo Oliveira – Minha namorada fala que eu sou um príncipe. Quando eu ouvi a primeira vez fiquei pensando: coitado do cavalo (risos).

AS – E quais são teus planos para o futuro? Dar continuidade aos projetos que já participastes?

Léo Oliveira – Eu já participei de shows em Pelotas, Jaguarão, Caxias do Sul e Porto Alegre. Ano passado fiz muitos shows fora. Esse ano já fiz muita coisa fora de Rio Grande. O ano de 2017 tem sido muito especial, participei pela primeira vez do Porto Verão Alegre, fiz a abertura do show do Cris Pereira e participei do Rindo Afu. Além disso, participei de um festival em Caxias e outro em Sapiranga. Voltei no mês de junho a Porto Alegre para participar de mais uma edição do Rindo Afu. Aqui em Rio Grande apareceu o convite da direção da Fearg para participar da feira e realizar uma noite de Comédia. A resposta foi bastante positiva e o público foi muito bom. Estou ainda acertando detalhes para ter mais Stand Up Comedy em Rio Grande. Sobre futuro, eu tenho vontade de ir me apresentar em São Paulo, passar uma semana por lá realizando shows, até para ver como é. São Paulo hoje é o grande centro da comédia stand up no País. Em resumo, ainda tem muita coisa que eu quero e vou fazer.

AS – Muito obrigado, Léo!

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Crítica de série: The Crown – A realidade por trás da coroa

 

Produção relata conversas semanais de Elizabeth II com primeiro-ministro                                                                                       Foto: Divulgação/Netflix

Júlia Raupp Sassi

     Iniciando o ano com tudo, a série “The Crown” desbancou “Game Of Thrones” e levou para casa prêmios como o Globo de Ouro de Melhor Série Dramática e Melhor Atriz em Série Dramática. Com um orçamento de aproximadamente US$ 130 milhões para sua primeira temporada, a produção da Netflix é a série de TV mais cara da história. 

Como enredo principal, a série conta a história da rainha da Inglaterra, Elizabeth II, desde seu casamento com Philip. Ao longo de dez episódios, a criação de Peter Morgan revive os primeiros anos de reinado da monarca, desde a morte de seu pai, o Rei George VI. A atriz Claire Foy interpreta Elizabeth durante toda a temporada. Completam o elenco os atores John Lithgow (Winston Churchill) e Matt Smith (Príncipe Philip).

Muito bem amarrada à realidade, a série “The Crown” já foi agraciada pela verdadeira rainha, que assistiu aos episódios e se impressionou com a semelhança. Digna de premiação, a atriz Claire Foy, de 33 anos, parece-se de fato com a rainha. Por seus traços e seus gestos tão sutis, o olhar firme e ao mesmo tempo confuso durante o início de seu reinado. Ao mesmo tempo em que precisa ser uma rainha, Elizabeth é uma filha que recentemente perdeu o pai e a avó, e Claire sabe mesclar os sentimentos sem que pareçam improváveis.

A primeira série do streaming produzida no Reino Unido relata as conversas semanais de Elizabeth II com o primeiro-ministro Churchill, a recomposição do Reino Unido após a Segunda Guerra Mundial e o drama da princesa Margarida, irmã da rainha. Com uma personalidade extremamente diferente da irmã, Margarida é apaixonada por um homem casado e que trabalhava para seu pai. A rainha ainda se vê na posição de precisar liderar como tal e resolver dilemas familiares.

Além de todos os outros atributos da série, o que espanta é a familiarização dos atores com seus respectivos personagens. De acordo com o produtor, a segunda temporada será focada no Príncipe Philip, por sua complexidade. A temporada iniciará exatamente onde a primeira começou: entre os anos de 1956 a 1964. A previsão de estreia é novembro de 2017.

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“Na linha dos pés”: um documentário revelador

Filme ajuda a compreender a visão de mundo de uma criança com autismo

Diogo Funari Di Lucia

     O autismo é um transtorno de desenvolvimento que compromete as habilidades de comunicação e interação social. Geralmente aparece nos três primeiros anos de vida, quando se nota nas crianças dificuldades em brincar de faz de conta, interagir e se comunicar. Com o crescimento, os sintomas mais comuns são a dificuldade em iniciar ou manter uma conversa e complicações na resposta a informações sensoriais.

O distúrbio, apesar de ser pouco comentado, é mais comum do que se imagina. Pensando nisso, alunos do curso de Cinema da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) estão desenvolvendo o documentário “Na Linha dos pés” com o intuito de expandir o conhecimento sobre a patologia.

Documentário feito em Florianópolis acompanha dia a dia da vida de Heitor

“Na linha dos pés” é um documentário observacional sobre um menino com autismo chamado Heitor. Tenta mostrar a experiência dele com o ambiente através dos sentidos, e suas relações afetivas com pessoas próximas, em especial a sua mãe.

De acordo com Arthur Feltraco, um dos editores do documentário, a equipe teve a oportunidade de conhecer detalhadamente como funciona a visão de mundo de uma criança com essas dificuldades. Uma experiência completamente diferente de tudo que já haviam visto, resultando nesse filme ao passar para a tela as descobertas de mundo feitas de maneira única pelo menino.

O filme produzido por Lívia Arouche e Graziele Cardozo não pretende ser didático, adotando um ritmo calmo e um olhar sensível. Deve sobrepor as suas linhas àquelas trazidas pelos espectadores na apreciação do resultado nas telas.

O documentário foi gravado em Florianópolis no período de duas semanas e feito para ser entregue pelos alunos como trabalho prático de conclusão de curso, na faculdade de Cinema e Audiovisual da UFPel.

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