Moana – Um mar de Aventuras

Texto de Camila Duarte Porto

Cinema – Crítica

Produção de Walt Disney inspira-se em aspectos culturais da Polinésia

     “Moana – Um mar de aventuras” é uma produção do Walt Disney Animation Studios e chegou às telinhas do cinema em janeiro deste ano. Com direção de John Musker e Ron Clements, traz a história de Moana Waialiki, uma jovem polinésia de 16 anos, vinda de uma longa linhagem de chefes de uma tribo da Oceania e tem como destino comandar seu povo. Almejando descobrir mais sobre os mistérios que envolvem seus ancestrais, ela embarca em uma aventura pelo Oceano Pacífico. Durante seu trajeto, encontra o semideus Maui que a acompanha em sua jornada. Juntos, vivem uma intensa viagem, cheia de ação, diversão e criaturas inusitadas.

     O filme infantil veio às telas cercado de polêmicas, o site Geledés julgou infeliz a forma como a Disney apropriou-se da figura mitológica de Maui, que é considerado em algumas culturas polinésias como “ancestral”. Sua forma física foi encarada com maus olhos, uma vez que na região a obesidade é um problema de saúde pública. O site ainda disse: “Na cultura da Polinésia, as tatuagens contam uma história pessoal. Reproduzir essas intimidades é considerado uma falta de respeito, e fazer isso com fins comerciais é um insulto.”

     Já outra parte do público amou o filme. Para o site da Uol, Moana é a mais interessante das princesas da Disney, a começar por ela não ser vista como uma princesa, mas sim como uma aventureira e que não segue o padrão físico das demais. Mas não é apenas a aparência de Moana que a diferencia. Para o site, o que mais destaca Moana é que ela não está à procura de um príncipe encantado: “Nada de príncipe. Nada de par romântico. Com a árdua missão de salvar sua ilha e seu povo da destruição, a jovem polinésia de Motu Nui não tem tempo para historinhas de amor.”

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A grande tela para todos

 

Reportagem de Aléxia Tavares –

O CineUFPel é uma alternativa de programação para os cinéfilos pelotenses

     Além das salas de cinema comerciais (CineArt e CineFlix), bastante conhecidas na cidade, Pelotas possui outra opção de cinema não tão lembrada, mas com entrada franca, o CineUFPel. A Ufpel trouxe a Pelotas uma sala de cinema Digital do Programa Mercosul Audiovisual em agosto de 2015, oferecendo assim uma nova opção de cinema à população, com um diferencial para a cidade, uma programação de alta qualidade artística e totalmente gratuita, o CineUFPel. 

     O Projeto é coordenado pela professora Cintia Langie, do curso de cinema e aprovado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, que cedeu o auditório da Agência de Desenvolvimento da Lagoa Mirim para as atividades do projeto CineUFPel. A sala tem capacidade para 88 pessoas e sofreu reformas que lhe transformaram em uma incrível sala de cinema.

     O Programa Mercosul Audiovisual tem como objetivo, além da difusão de produções regionais, a formação de pessoal através de oficinas e cursos e a pesquisa na área, por isso, a aproximação direta com universidades. Justamente por fazer parte do Programa Mercosul Audiovisual, uma rede formada por dez salas de cinema no Brasil, dez na Argentina, cinco no Uruguai e cinco no Paraguai, o CineUFPel possui foco em filmes de teor cultural prioritariamente latino-americanos, e normalmente há um espaço destinado ao debate sobre as obras logo após as exibições.

     Com variada programação e entrada franca, o CineUFPel realiza regularmente sessões às quintas e sextas-feiras, às 19h, além de cineclubes, palestras, seminários e realização de mostras e eventos ligados à atividade cinematográfica da universidade e, também, em parceria com outras instituições públicas ou privadas. O CineUFPel fica na rua Lobo da Costa 447, no Centro de Pelotas.

Programação

     Em 2017 o CineUFPel retomou suas atividades, após período de recesso, em fevereiro, a partir do dia 16. A programação do cinema é divulgada sempre em diversos veículos como o site da universidade, jornais locais, e, principalmente, na página do projeto do Facebook. A programação desta semana foi divulgada e serão três exibições:

– Quinta-feira 09/03 às 19h será exibido Olympia, de Rodrigo Mac Niven (2015), a exibição faz parte do ciclo de cinema em Redes. A obra não é recomendada para menores de 14 anos e traz um retrato aprofundado, de forma ficcional assim com documental, da cidade de Olympia, que se prepara para receber uma edição das Olimpíadas. A obra mostra que apesar dos jogos trazerem para cidade certa beleza, no fundo, Olympia é assombrada por um fenômenos de corrupção tão enraizado que abate diversos níveis institucionais da sociedade e também a coletividade dos habitantes locais. Assista o trailer.

 

 

 

 

 

– Sexta-feira 10/03 será exibida da obra de Marco Del Fiol Espaço Além (2016). A obra é um documentário , não recomentado para menores de 14 anos, onde a artista de performance Marina Abramovic viaja por lugares místicos do Brasil pesquisando comunidades espirituais, pessoas e lugares de poder. O documentário registra de forma etnográfica enquanto observa os processos de apropriação artística e humana de Marina, que entra em contato com rituais do Vale do Amanhecer, o xamanismo na Chapada Diamantina, o candomblé na Bahia, as curas do médium João de Deus e os cristais de Minas Gerais. Assista o traileir. 

 

 

 

 

– Sábado 11/03 às 16h será exibida a obra de Ousmane Sembene A Negra de … (1966). Encerrando a programação da semana, a exibição faz parte da mostra – 50 anos Cineclube Zero Quatro. A obra traz a história da jovem senegalesa que vai a França para trabalhar como empregada doméstica, na casa de um casal. E lá a jovem tem sua visão romântica do país confrontada pela dura realidade do trabalho.

 

 

 

 

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Cena musical gaúcha

 

Reportagem de Roberta Pereira –

A cantora nascida em Dom Pedrito fala sobre o contexto artístico e seus desafios –

Laura Rossato: sonoridade pop e autoral

     Vinda do interior de Dom Pedrito, Lara Rossato subiu em um palco pela primeira vez aos 14 anos e não saiu mais deles. Em 2005, ao se mudar para Pelotas, foi que conseguiu começar a trilhar seu caminho, gravando seu primeiro álbum intitulado “Doce”. Apesar do pouco investimento, o trabalho começou a render frutos. Decidida em continuar na carreira, Lara mudou-se em 2012 para Porto Alegre, onde reside desde então.

     Em setembro de 2014, “Mesa para dois” foi lançado na web, com uma sonoridade pop e fortemente autoral. Produzido por Guilherme Almeida, em São Paulo, o disco gerou ótimas críticas na imprensa, mostrando não mais aquela menina do primeiro álbum “Doce” e, sim, uma mulher com suas metas bem definidas. Desde então sua carreira vem criando cada vez mais força. Convidada para diversos festivais importantes, é conhecida como uma das vozes femininas mais potentes do Estado.

     Entrevistamos Lara para saber um pouco mais sobre a cena músico/cultural do Rio Grande do Sul e como foi trilhar esse caminho:

     Como é viver de arte no Rio Grande do Sul?

     Pela minha experiência, posso dizer que não é nada fácil viver da arte no Estado e também no mundo. Todo o começo é árduo e devemos investir muito tempo e algum dinheiro, crescer profissionalmente e só depois pensar em colher os frutos.

     Na cena musical, há espaço para os músicos que estão começando?

     Poucos bares dão espaço para a música autoral, por isso ela é muito reduzida, mas aos poucos esse panorama está mudando. Ao contrário, os músicos que tocam sets de música cover encontram mais espaço, dependendo da qualidade e estilo da música.

     Como é a relação entre artistas? Existe uma relação de ajuda ou é mais de concorrência?

 

     Eu particularmente não me sinto competindo com ninguém e nunca senti de fato uma concorrência entre meus amigos músicos comigo ou entre eles, mas acredito que exista sim, em áreas variadas e no mundo inteiro, porém tento não pensar muito nisso.

     Em sua opinião qual é o maior problema em relação à cultura no Estado? E à maior qualidade?

     No Rio Grande e no Brasil existem artistas excelentes. O que faz mais falta é oportunidade e espaço para esses artistas mostrarem suas artes, apoiados de uma imprensa mais aberta e com interesse em divulgar a cultura, sem receber nada em troca. Faz falta também um público realmente interessado nessa “nova arte”.

     Felizmente, estão se criando coletivos de artistas que se unem para criar o seu próprio espaço e sair em busca desse público e também rádios, jornais e programas de TV que oferecem oportunidade de divulgação. Vejo que pouco a pouco também está crescendo o índice de pessoas que querem conhecer um trabalho de um artista local, isso é muito positivo! Aqui em Porto Alegre existem vários coletivos de compositores, como o Escuta – o som do compositor, o Autoral Social Clube e o Vossa Autoria, que realizam shows periódicos e fomentam a cena autoral local.

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A Lua te chama

Reportagem de Vitória Trescastro – 

Festival abre espaço para mulheres exporem seus trabalhos – 

“Hoje eu não quero falar de beleza
Ouvir você me chamar de princesa
Eu sou um monstro”    (Karina Burh)

     É com os versos da baiana radicada em Pernambuco que começa o programa Lua Sangrenta, toda sexta-feira, às 10h30, na RadioCom (104.5 FM). Produzido e apresentado por mulheres, o programa surgiu em 2015 com a Lili Rubim, Adriana Yamamoto e Carole. Hoje, as duas últimas cederam espaço para Sarasvatii Leão e Helena Oliveira. No próximo sábado e domingo, as organizadoras promovem  o Festival Lua Sangrenta, na Praça da Alfândega e na Oca, no bairro Porto.

     Voltado especialmente a informações do interesse feminino, o programa abre espaço para a espiritualidade, troca de conhecimentos, denúncias de assédios, e muita música de mulheres e sobre mulheres. Feminista convicta, Helena falou da importância do protagonismo feminino e de espaços serem ocupados por mulheres. “Temos que aproveitar o espaço que está disponível, e se esse não houver, precisamos criar espaços”, disse.

     O Lua Sangrenta é feito da forma mais interativa possível: com suas páginas do Facebook abertas, as apresentadoras captam material fresquinho da rede, direto para as ondas livres da RadioCom. Além disso, recebem informações e denúncias na página, na qual qualquer um pode contatar a produção do programa. “Tentamos incentivar nossas ‘ouvintas’ a participarem cada vez mais do programa, pela internet, ligando, indo no estúdio, porque queremos uma diversidade de vivências e opiniões, para desmistificar assuntos com diversas visões e vozes”, disse Helena.

Festival Lua Sangrenta

     A ideia do Festival, que acontece nos dias 11 e 12 de março, surgiu durante uma entrevista num especial de Riot Girrrl com Ariane Behling e Giana Cognato, da banda BadHoneys. O movimento Riot Girrrl surgiu nos anos 90 como resposta ao machismo do punk rock, e tinha como base uma irmandade de troca de aprendizados e materiais entre mulheres (como fanzines, partituras, letras e fitas cassete). Essa é a inspiração do Festival Lua Sangrenta. “A ideia do festival é unir diversas mulheres de diversas áreas para que elas troquem ideias, se conheçam e se reconheçam, suas semelhanças e diferenças, que ensinem o que saibam, que aprendam uma com a outra”, conta Helena.

Helena Oliveira apresenta programa radiofônico toda sexta-feira às 10h30min na RadioCom 104.5 FM

     Além do saudosismo do movimento dos anos 90, a falta de visibilidade do trabalho das mulheres de Pelotas e da região foi outro gatilho que impulsionou o evento. “Tem muita mina incrível, muita produção independente, mas pouca organização e visibilidade”, reflete Helena. O Festival serve, nesse momento, como trampolim para que mulheres talentosas possam mostrar seus trabalhos e ensinar outras (e outros, já que o evento é aberto para homens também) sobre coisas não muito convencionais.

     O evento é auto organizado e teve inscrições abertas para participação até o dia 1º de março. Para que tudo dê certo nos dias do festival, aconteceram reuniões semanais com a produção do programa e as 41 inscritas, em locais públicos, tudo organizado de forma horizontal. Além disso, o evento também é aberto para quem quiser levar seus produtos para venda, ou propor atividades na hora, “tudo que for possível fazer, vai acontecer”, disse Helena.

     Entre as atividades já programadas, tem cine debate do filme “Desaborto,” com as meninas do projeto Subjetivas, e muitas atividades lúdicas e artísticas. “Vão ter mulheres maravilhosas cantando e tocando (de Pelotas, Santa Maria, e Rio Grande), sarau feminista, rodas de conversa sobre feminismo latino-americano, agroecologia e mulher, cosméticos veganos, genecologia natural, live painting de graffite, tarot, comidinhas vegetarianas e veganas e sucos naturais”.

     O Festival da Lua Sangrenta acontece nos dias 11 e 12 de março, na Praça Domingos Rodrigues, conhecida como Praça da Alfândega, e na OCA, no Porto. A entrada é gratuita, e o evento é a partir das 14h. Mais informações no evento do Facebook.

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Primeiro concurso de pandorgas

Reportagem de Shendler Siqueira – 

Evento animou o Balneário Cassino em fevereiro – 

O Festival aguçou a curiosidade do público com a criatividade dos participantes

     Um dos eventos mais esperados pelos munícipes e veranistas aconteceu em meio ao céu cinzento da praia do Cassino. O sol pode até não ter aparecido, mas as pipas e pandorgas de todos os tipos e tamanhos coloriram o Cassino em fevereiro. Pessoas de todas as idades marcaram presença na primeira edição do Festival de Pipas e Pandorgas do balneário: pais, mães, avós e até crianças de colo admiraram o contraste de cores com o cinza do céu papareia.  

     Gente como o senhor Valdir Batista, “pipeiro há mais de 30 anos”, segundo suas próprias palavras. Na ocasião, ele levou “as suas relíquias”, seis pipas minúsculas construídas com muito capricho e esmero. Guardadas em um isopor, com muito carinho, ele explicava orgulhoso a história de cada uma. Uma delas, era uma homenagem ao primeiro título brasileiro do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, construída em 1981.

     Com inscrições abertas até minutos antes da cerimônia de abertura, o Festival contou com boa participação do público e aguçou a curiosidade de cassinenses e turistas, que acompanharam um show de cores e manobras nas imediações da estátua de Iemanjá. Após a avaliação da Comissão Julgadora, ocorreu a cerimônia de premiação. Foram considerados vencedores Cauã Duarte, na categoria Maior Pipa; Valdir Batista, na categoria Menor Pipa; Castro dos Santos, na categoria Melhor Recorte; Moreci Furtado, na categoria Pipa Mais Criativa; Andrew da Silva, na categoria Maior Altura e Vinicius Rodrigues, na categoria Melhor Manobra. Os demais receberam medalhas de participação.

     Estiveram presentes o secretário de Município da Cultura, Ricardo Freitas, a superintendente de Gestão da Cultura, Goreti Butierres, o gerente da Unidade Operacional Sesc Rio Grande, André Miki, a agente de Cultura e Lazer do Sesc Rio Grande, Raquel Valério e a secretária do Gabinete de Gestão e Projetos Especiais, Darlene Pereira, dentre outras autoridades. O Festival de Pipas e Pandorgas é uma promoção da Secretaria de Município da Cultura em parceria com o Sesc Rio Grande e faz parte da programação do Verão Cultural 2017. O Verão Cultural possui o patrocínio master da Governo federal e da Caixa Econômica Federal, o patrocínio do Governo do estado do Rio Grande do Sul e da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e o apoio do Sesc Rio Grande e do Ponto de Cultura ArtEstação.

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Produção premiada em Recife

Reportagem de Ricardo Leite – 

O curta-metragem Deus ganhou o destaque de “melhor” filme em Pernambuco – 

     A produção de curta-metragem tem dado resultados positivos ao curso de Cinema da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Uma dessas produções, o curta Deus, do diretor Vinicius Silva, foi apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso, de um grupo de alunos, e virou notícia em nível nacional.

     O curta-metragem Deus, realizado em 2016 por estudantes da UFPel, está circulando o País em festivais e ganhou o prêmio de melhor filme em Pernambuco. O filme de Vinicius Silva ganhou atenção da mídia nacional, ao tratar da vida de uma mulher negra, mãe solteira e de seu filho. Representando um grupo social, muitas vezes, sem voz no País. 

     Participando de festivais desde o ano passado, o curta-metragem, híbrido entre ficção e documentário, recebeu três prêmios, incluindo o de melhor filme no Festival Internacional de Cinema Universitário de Pernambuco (MOV), em janeiro deste ano em Recife.

     Além do festival de Pernambuco, a produção ainda participou de outros dois festivais em Belém no Pará e irá para Lajeado em outra participação neste mês de março. Segundo o diretor, está inscrito em outros festivais, apenas esperando o anúncio dos selecionados.

O filme Deus mostra a rotina diária de Roseli Izabel                                 Foto: Divulgação

 

A história

     O filme conta a rotina diária de Roseli (Roseli Izabel) e seu filho Breno na região periférica de São Paulo. Como informa o diretor, o filme mostra “uma mulher negra, mãe solteira, de periferia, com uma vida dura, mas que também tem uma vida alegre e positiva”. Devido a essa escolha de mostrar a vida diária, porém com algumas questões ficcionais, o filme é classificado como híbrido entre ficção e documentário.

     Chamando atenção por essa mensagem, a vida da mulher negra brasileira e a influência dela em seu filho, Silva considera que não há sofrimento no seu filme. “Aquelas pessoas têm uma vida difícil, mas que é recheada de momentos alegres e reflexivos. O que tentei passar foi uma certa dose de emoção com reflexão e quis que o público não saísse o mesmo depois da sessão”, completa o diretor.

     Na pré-estreia na cidade de Pelotas, em setembro do ano passado, o curta-metragem emocionou o público presente. Após a apresentação do filme, Vinicius Silva lembra que não esperava uma recepção tão calorosa do público. “Ocorreu uma identificação com os personagens”, diz o diretor, indicando que a maior parte dos comentários após a apresentação não tratou das questões técnicas, comum nesse tipo de apresentação, mas sim dos sentimentos que o filme passou ao público presente.

Sala lotada para a pré-estreia do curta-metragem no mês de setembro em Pelotas                                     Foto: Jacob Mattos

 

 

     Foram usados poucos recursos para a realização do projeto, que teve como custos, além da filmagem, equipamentos e o gasto de pós-produção, também a viagem até São Paulo para parte da equipe. Os realizadores utilizaram o processo de financiamento coletivo através do site Kickante. “Foi como juntamos um dinheiro para produção, e tivemos uma certa midiatização do projeto”, relata o diretor que saiu em reportagem no site de notícias Vice.

Futuro e novos projetos

     O diretor e a equipe estão com novos projetos em diversas áreas. Vinicius criou uma produtora, a Planetário Filmes. Porém, Deus ainda participará de alguns festivais e, segundo o idealizador, ele e a equipe estão “com boa expectativa para futuros festivais”. “O MOV em Recife foi muito bacana, além dos prêmios, cineastas que admiramos e alguns que tivemos até como referência para o filme nos elogiaram e estamos esperançosos para o futuro do curta”, relata.

     Após a participação em festivais o filme será lançado em parceria com a Taturana Mobilização Social, que “tem uma plataforma em que há um catálogo de filmes, na qual as pessoas podem agendar filmes para sessões públicas”, completa Vinicius Silva. O teaser de “Deus” está disponível no Youtube e a produção também tem uma página no Facebook.

Equipe de produção

Vinicius Silva, direção

Débora Mitie, diretora de fotografia e roteirista

Huli Balász, montadora

Rodrigo Acedo, Produção

Gabriela Montezi, também na produção

Julio Sperling na correção de cor

Kevin Miranda na rotoscopia

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Terror para dar risadas

Texto de Roberta Pereira –

Televisão – Crítica – 

 

Drew Barrymore e Timothy Olyphant protagonizam a nova história de zumbis que estreou  dia 3 de fevereiro

       A nova comédia da Netflix, Santa Clarita Diet, estreou dia 3 de fevereiro e vem trilhando um caminho que vem motivando o público. Aclamada pelos espectadores e crítica especializada a série original da Netflix foi anunciada poucos meses antes de sua estreia, mas sem causar muitas especulações em torno de sua história. Sabíamos que se travaria de uma comédia zumbi estrelada pelos atores Drew Barrymore e Timothy Olyphant.

      A trama é simples, Sheila (Barrymore) e sua família, composta também por Joel (Olyphant) e Abby (Liv Hewson), passam em um complicado período em suas vidas. Sheila e Joel vivem na pacata Santa Clarita, cidade do subúrbio de Los Angeles, ambos são corretores de imóveis e vivem vidas tranquilas, até que um dia muda tudo. Depois de passar mal pela manhã, Sheila vomita tudo, inclusive seu coração, e morre, virando uma morta-viva. Ela se sente melhor, mais ativa, com mais energia e disposição. O problema é que tudo isso vem da sua nova alimentação: carne humana. Inicialmente, ninguém sabe ao certo o que está acontecendo e a palavra zumbi é usada com muita cautela, até porque a situação é muito nova para todos os envolvidos e a transformação de Sheila não se encaixa exatamente nos moldes da mitologia zumbi que conhecemos.

     Talvez este seja um dos fatores do sucesso da série, pois o mercado vem saturando a imagem do zumbi tradicional em suas produções. Em Santa Clarita Diet, essa figura é tratada diferente. Uma mulher que vira zumbi tenta conviver com isso. Vive em meio aos humanos, tentando se adaptar com sua nova vida. A série possui uma pegada realista o que a deixa ainda mais engraçada pelo fato de assimilar coisas tão habituais do cotidiano com a total fuga da realidade.

     A quantidade de sangue é proporcional à quantidade de humor negro presente na série, apesar de sua trama simples, ela acaba surpreendendo. Não pense que é apenas uma série superficial, Sheila e sua família enfrentam dilemas diários, diante de sua nova realidade. Pena de suas vítimas, valores e vida familiar são algumas das temáticas que deixam a série com mais cara de realidade.

     Ainda é cedo para falar de uma continuação. Nesta primeira temporada, a série vem com apenas dez episódios, deixando um gostinho de quero mais. Mas, devido ao grande sucesso, podemos esperar sua segunda temporada.

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Show reúne três talentos

Reportagem de Fernanda Winck Moraes e Caroline Lemos –

Espetáculo fez parte do projeto Acústicos RS que finalizou em Pelotas –

A segunda edição do projeto Acústicos RS reuniu em Pelotas, dia 15 de fevereiro, os músicos Ian Ramil e Duca Leindecker, no Theatro Guarany. O projeto contou com o financiamento do governo do estado do Rio Grande do Sul e patrocínio de Net Claro. Nas redes sociais, Ian Ramil declarou que este foi o seu primeiro show no Theatro Guarany, o que definiu como um “show da vida”, já que Pelotas é sua cidade natal. Além disso, contou com a participação do seu pai, o também cantor e compositor Vitor Ramil.

Ian tem ganhado grande destaque, já que ganhou o Grammy Latino 2016 de melhor disco de rock em língua portuguesa, com o CD “Derivacivilização”, segundo álbum de sua carreira, que está disponibilizado para download.

Vitor e Ian Ramil, pai e filho, estiveram juntos no palco do Theatro Guarany (Foto de Claudio Meneghett/2010)

Já o compositor, instrumentista e cantor Duca Leindecker, apresentou no Acústicos RS seu novo trabalho chamado “Plano Aberto”, que foi gravado ao vivo e lançado em DVD e CD, bem como, grandes sucessos de sua carreira. O show contou com a presença do baterista Claudio Mattos e no baixo e vocal o músico Mauricio Chaise. Duca liderou a banda Cidadão Quem, que gravou sete CDs e um DVD, e fez mais de mil apresentações pelo Brasil. Também foi um grande sucesso da sua carreira o duo Pouca Vogal, com Humberto Gessinger, da banda Engenheiros do Hawaii.

Duca Leindecker lançou seu novo CD e DVD “Plano Aberto”

A edição de 2017 do projeto Acústicos RS iniciou no dia 2 de fevereiro com as apresentações de Rock de Galpão e Antonio Villeroy na cidade de Santa Cruz o Sul e no dia 9, com o show do Papas da Língua e Jéf e banda em Bento Gonçalves, finalizando em Pelotas. O projeto tem como objetivo promover apresentações de renomados artistas gaúchos pelo interior do Estado.

 

 

 

 

 

 

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Memória de Capão do Leão

Reportagem de Igor Vianna e Luciano Coelho –

Um espaço de conhecimento da cultura leonense –

Fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de Capão do Leão, em frente a frente a sede. Fonte: acervo do IHGCL

Fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de Capão do Leão, em frente a sede.                                                                                                        Fonte: acervo do IHGCL

Um ambiente que busca valorizar e divulgar material sobre a história, geografia e cultura do município de Capão do Leão, este é o Instituto Histórico e Geográfico de Capão do Leão (IHGCL), que desde 2012 funciona em solo leonense, no interior do Rio Grande do Sul.

Mais de 90 pastas com recortes de jornais e documentos, muitos originais, sobre a história do Capão do Leão, 536 livros, dos quais 73% estão catalogados. A grande maioria sobre história, geografia, genealogia, biologia e cultura de Capão do Leão, Pelotas e Região. Há muitos periódicos, com destaque para os jornais leonenses e para o Jornal Regional Tradição, além de uma videoteca, audioteca e muitas fotografias. O IHGCL foi formado a muitas mãos e se configurou como um dos principais pontos culturais do município vizinho de Pelotas.

A ideia de criar o Instituto surgiu quando Arthur Victória, Joaquim Dias, Luiz Teixeira, Gilmar Maciel e Bruno Farias, pessoas interessadas na história do município, começaram a conversar sobre a dificuldade de encontrar material sobre Capão do Leão. Eles perceberam que grande parte do acervo histórico estava com as famílias leonenses em forma de documentos, fotografias e muitos outros formatos que estavam começando a se extraviar. Arthur comenta que a criação hoje é referência “O IHGCL surgiu para cobrir uma lacuna, sendo referência para pesquisas sobre o nosso município.”

O Instituto teve início no ano de 2012, e o primeiro presidente foi o professor de história Joaquim Dias, que falou sobre as dificuldades encontradas para começar: “Durante os dois primeiros anos houve uma grande luta para regularizar o Instituto, com muitas idas e vindas de documentação. Paralelamente, foram feitos reparos necessários na sede – são três peças no prédio que fica exatamente na esquina da Avenida Narciso Silva com a Rua Professor Agostinho”

Todos os fundadores colaboraram no primeiro momento para que o Instituto tivesse um acervo interessante, mas o principal colaborador foi Arthur que trouxe uma grande quantidade de documentos, fotos e bibliografias que pertenciam a seu tio, Darwin Moreira dos Santos. Joaquim também colaborou muito com as suas pesquisas feitas sobre a história do município.

Apesar de ter um espaço próprio, o IHGCL encontra dificuldades de se manter aberto para visitação, por não ter alguém que fique no espaço. Em datas comemorativas ou com horário marcado, é possível visitar a sede e conhecer todo o acervo preservado por estes voluntariosos historiadores. Em outros momentos, é possível conhecer parte da história resgatada na Casa de Cultura do município, que fica na Praça João Gomes, Centro de Capão do Leão.

Outra maneira de conhecer um pouco mais, não só do IHGCL, mas também da história de Capão do Leão, é online através do site do Instituto e na página no Facebook. Uma das ideias para o futuro é disponibilizar todo o acervo, de forma digital.

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Documentário da UFPel no Canal Brasil

Reportagem de Vitória Trescastro –

“Casa de Pompas” estreou dia 13 de outubro na televisão –

O entrevistado Loir Louzada conta com naturalidade no filme o dia a dia dos serviços funerários

Um dos belos prédios que mais desperta a curiosidade de quem passa na Praça Coronel Pedro Osório, no centro de Pelotas, não é muito grandioso como outras construções históricas ali perto. Inclusive, é um tanto mórbido pelos caixões e fotografias antigas. Esse prédio é a Empreza de Pompas Fúnebres Moreira Lopes, que fica na rua Félix da Cunha, quase esquina com a Deodoro. O cachorro chowchow na entrada, que mais parece um leão negro, talvez colabore para o clima de mistério do local. O documentário “Casa de Pompas” conta um pouco da história de Loir Louzada, dono da empresa, que foi passada de pai para filho. A obra foi produzida por alunos da UFPel e estreou no Canal Brasil dia 13 de outubro. Feito para uma cadeira da faculdade, o filme foi orientado pela professora Cintia Langie. Nasceu da curiosidade de conhecer o local, como nos contou uma das diretoras, a estudante carioca Bruna Fortes. “A ideia de fazer o documentário veio realmente da curiosidade de conhecer o lugar e também pela informação de que a casa de pompas fúnebres seria a funerária mais antiga em funcionamento do Brasil! A partir daí, fomos pesquisar, conhecemos o seu Loir e gravamos o doc”, disse.

Com duração de 10 minutos aproximadamente, o documentário é, basicamente, uma conversa com o proprietário do local, que revela alguns aspectos da “vida de quem veste quem morre”. Quem fez a exibição do filme foi o programa Pausa pro Café, do Canal Brasil, através de um edital lançado pela produção, que apresenta e fomenta a discussão sobre o cinema universitário brasileiro. Com o trabalho selecionado, os diretores Bruna Fortes e Gabriel Paixão foram ao Rio de Janeiro gravar a entrevista.

A diretora também conta que as histórias envolvendo mortes e sepultamentos de “Seu Loir” os deixavam assustados, mas ao mesmo tempo encantados, o que colaborou para a ambientação misteriosa do doc. “Acho que essa atmosfera nos foi apresentada com a personalidade do Seu Loir, seu dia a dia e suas histórias. Reflete um pouco do que passamos em set com ele e as curiosidades que nos contava”, disse. A diretora ainda conta que, mesmo o tema sendo um tabu em nossa sociedade, a gravação foi tranquila, e acabou mudando a forma como eles próprios encaravam a morte. “O que talvez tenha nos parecido mais bizarro foi a própria rotina do seu Loir, ele tinha sempre afazeres mórbidos para os dias e ao mesmo tempo isso se naturalizou de tal forma que ainda assim ele é uma pessoa vivaz e um super contador de histórias”, explicou.

Além dos diretores, o filme teve a participação de Adriana Yamamoto e Mateus Neiss na pesquisa, roteiro de Francine Müller, direção de fotografia de Lucas Neris, direção de arte de Eduarda Jacobs, som de Guilherme M., edição de Jacqueline Almeida e Marcos Hass, finalização de Isis Lamas, produção de Jacob Mattos, e teve como orientadora a professora Cintia Langie. A arte de divulgação é da Camila Cuqui. O filme é distribuído pela Maga.

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