Casa Cultural Las Vulvas: uma discussão sobre produção cultural e empoderamento feminino

Clara Celina

Este espaço alternativo dá lugar para diversas manifestações artísticas e a discussão das questões femininas

     A produtora cultural Cássia Camila é administradora da Casa Cultural Las Vulvas, centro cultural que tenta promover a visibilidade de artistas independentes e colocar as mulheres em foco. É também um dos únicos locais em Pelotas que promove eventos abertos exclusivos para mulheres, permitindo um ambiente de interação seguro, no qual elas podem conversar entre si a respeito de suas vivências e dificuldades.

     Nesta entrevista Cassia Camila fala especificamente do contexto artístico e dos empreendimentos culturais pelotenses, com base nos conhecimentos e experiências de administradora da Casa Cutural Las Vulvas. Também comenta as dificuldades de ser produtora e artista enquanto mulher.

Cassia fala da trajetória do espaço desde os tempos do  Arte Cidade Criativa                                                                               Foto: Quindim Cultural/YouTube

 

 

Arte no Sul – Como é empreender em arte e cultura, dando visibilidade para a cena local, para artistas independentes e que estão em início de carreira?

Cassia Camila – É um trabalho que eu considero bem difícil, sobretudo porque nós não recebemos apoio e em minha opinião é quase como um serviço público porque Pelotas tem muitos artistas, mas poucos lugares que são para a arte e a cultura. Tem muitos barzinhos de lazer que envolvem música e exposição, mas o foco não é no artista. Nós, aqui com a casa começamos como um espaço de encontro entre artistas independentes que conhecemos através da nossa experiência e, por ventura, são esses artistas que menos conseguem visibilidade.

Acho que é um processo natural, porque artistas com mais visibilidade procuram locais que existem há mais tempo, que envolvem mais grana… Isso complica nossa trabalho como produtoras culturais, que é uma profissão nova – na verdade, ainda nem é considerada profissão -, mas que tentamos encarar com responsabilidade, porque entendemos que vários problemas sociais podem ser sanados com arte e cultura, não em termos de recursos, mas de conscientização.

Por exemplo, eu penso que em vez de ir prestigiar cantores e artistas que já têm certa visibilidade, mas que trazem discursos preconceituosos e machistas, é melhor valorizar artistas independentes que estão começando, mas que possuem discursos de resistência. Isso já faria toda diferença. E acho que esse é um dos problemas da nossa sociedade, é uma desigualdade muito grande que se exerce no campo cultural também.

Tem muitos artistas que ganham muito, produtores culturais que ganham muito – tanto de recurso privado, quanto de recurso público – e artistas que ganham muito pouco, que têm acesso mínimo a esses recursos e eu não acho que a falta de acesso se deva à falta de qualidade. Pelo contrário, alguns possuem muito mais qualidade do que os que possuem maior visibilidade, só que não encontram oportunidades. E essa falta de oportunidades se dá por vários motivos, às vezes as pessoas não abrem portas para alguns artistas porque são mulheres, ou porque são da periferia ou se envolvem com determinados segmentos culturais que não são bem aceitos. Então, aqui, a Casa Las Vulvas é um espaço alternativo e de resistência, porque para ter um espaço assim tem que ter muita grana e para ter essa grana nós fazemos várias coisas, inclusive vender comida na rua. Por isso, também, eu acho que é um empreendimento cultural e social. É difícil se manter, sobreviver do que a gente faz.

Arte no Sul – E como é para você enquanto mulher empreendedora, quais as dificuldades que você encontra no meio?

Cassia Camila – Nós colocamos esse nome, Casa Cultural Las Vulvas, também para deixar claro que é uma casa de mulheres. Antes tínhamos outro nome, era Arte Cidade Criativa. Nessa época o coletivo tinha homens e as coisas ocorriam de outras formas, quando os homens começaram a sair do coletivo – por diversos motivos, alguns se formaram, mudaram de cidade, enfim – quando ficaram apenas mulheres e passamos a fazer eventos só para mulheres, tudo mudou completamente. Isso ainda com o nome de Arte Cidade.

Antes de ter só mulheres, as pessoas não sabiam quem geria a casa, viam só que tinha uma representação masculina. Quando as mulheres começaram a formar a identidade do coletivo e, sobretudo, depois, quando ficou só eu e a Ana, um casal de lésbicas, as coisas mudaram. Por mais que nós não tenhamos estabelecido que aqui fosse um lugar de mulheres para mulheres, as pessoas já viam isso e mudou o público da casa. Alguns homens, artistas que trabalhavam junto com a gente, simplesmente pararam de trabalhar. Entende? Ao ponto de não conversar mais, de não tocar no assunto, não vir mais na casa.

Muitas pessoas perguntam se essa casa é só pra mulher. Por mais que não seja, nunca perguntam se um lugar é só pra homens só porque é gerido e com foco em homens. Nós sentimos várias dificuldades, até para concorrer a edital público. Antes, quando não tinha esse foco, nas mulheres, era muito mais fácil, ganhávamos tudo que era edital. Agora, mesmo já tendo uma caminhada, alguns anos de experiência, não ganhamos mais. Aí eu me pergunto qual é a questão, por que antes, sem experiência, conseguíamos e agora não mais, o que acontece? Para mim, é explícito de que é porque somos mulheres, lésbicas, essas coisas.

Arte no Sul – A Casa Cultural Las Vulvas é um dos únicos ambientes de Pelotas que proporciona eventos só para mulheres, como você organiza isso?

Cassia Camila – Nós fazemos alguns eventos só para mulheres, acho que pelo menos metade, tem o Encontro das Bruxas, algumas rodas de conversa e oficinas. Só que mesmo nos eventos abertos, para o público geral, dificilmente vêm homens. Alguns ainda perguntam se o evento é só para mulheres, respondemos que não, que a casa não é só para mulheres e que nós informamos quando o evento é restrito. Então isso também dificulta nosso trabalho, porque às vezes tem meninas heterossexuais e se os namorados não podem vir, elas também não vêm.

Então, assim, os eventos só para mulheres criam um ambiente mais seguro, só que financeiramente nós não vivemos uma situação de mundo em que mulheres têm poder aquisitivo para conseguir manter um espaço sem adesão dos homens.

A maior parte dos eventos nós não cobramos entrada, e quando cobramos é um valor simbólico justamente porque consideramos essas questões. Hoje, 70% da população pobre é composta por mulheres. A maioria das mulheres, até artistas – quando estávamos focadas na questão do Rap, por exemplo, as mulheres do Rap que são da periferia tinham muito mais dificuldade do que os homens, muitas eram casadas, precisavam da autorização do marido para vir, tinham filhos, não podiam vir à noite, etc. – Então existem várias questões que dificultam nosso trabalho e não dificultariam se fossem homens.

Financeiramente, para a casa, o encontro das bruxas é um evento em que conseguimos arrecadar o suficiente para a manutenção do espaço, mas muitos encontros nós pagamos para fazer.

Às vezes nós vemos meninas reclamando de festas misóginas, e também é algo que me incomoda porque falam muito disso, reclamam desses ambientes, mas ao mesmo tempo não aparecem aqui. Se esses mesmos ambientes fazem uma festa legal para cada dez festas machistas e você vai, já tá ajudando na manutenção do espaço deles. Enquanto aqui, deixando de vir em um evento também já se deixa de ajudar na manutenção do espaço.

Então existe um lugar seguro para mulheres, mas não se valoriza. Gostaríamos que as mulheres também valorizassem mais o trabalho que fazemos aqui.

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Cenário musical de blues e rock predomina nos bares pelotenses

 

Larissa Medeiros

     Pelotas oferece um grande número de bares e festas com shows notáveis. No que diz respeito a blues e outros gêneros musicais “irmãos”, além de vertentes como o rock, por exemplo, os shows fortalecem a cultura local. A maioria deles é feita por artistas e grupos pelotenses, como Mato Cerrado, Clown, Shaka Bullets, Matudarí, Postmortem, Freak Brotherz, entre muitas outras, e costumam tocar para públicos consideráveis em diversos eventos.

    Muitas desses bandas possuem integrantes em comum, o que cria uma amizade muito grande entre si e traz apoio mútuo, até mesmo entre os seguidores delas. Stefano Rosa, baterista da Clown, ressalta que tudo flui com naturalidade. “Poder tocar em vários projetos, com estilos e músicas diferentes, é mais massa ainda. E não só porque somos amigos, mas são músicos muito bons, antes de qualquer coisa”, diz. A banda Clown iniciou o trabalho recentemente, no segundo semestre de 2016, e já conta com boas avaliações dos públicos por onde passou. Passeia tanto por shows maiores, com bastante público, quanto por locais com público menor, como em pubs.

Banda Clown com Luã Funari (baixo), Stefano Rosa (bateria), Eduardo Machado (vocal) e Yuri Barbosa                                                                                                                                Foto: Reprodução/Facebook

    Bares como Bar do Nenê, Sherlock, Bar da Lua, Diabluras, o Bazar da Cerveja, Bierlaguer, e Johnnie Jack são alguns desses locais. Com programações que envolvem quase toda a semana, esses lugares já têm clientes fiéis. Mesmo assim, para atrair novos consumidores, apostam em artistas que já possuem histórico de carisma com o público. É o caso de músicos como César Lascano, Eric Peixoto, Alex Vaz, Kamilla Queiroz, Matt DeHarp, Matheus Torres, Eduardo Machado e Marília Piovesan. Matheus Torres e Eric Peixoto, por exemplo, formaram uma dupla em 2014, Desde então tocam em torno de quatro vezes por mês, pelo menos. Focando no blues e em suas vertentes, suas influências vão de Albert King e Stevie Ray Vaughan a Neil Young e Dave Matthewz.

Eric Peixoto e Matheus Torres na apresentação do Terça com Música em 2016                                                                                     Foto: Reprodução/Facebook

     Mas esse cenário não é feito apenas de belas músicas e artistas talentosos. Algumas avaliações negativas são feitas pelos músicos, como o pagamento, por exemplo. De acordo com vários artistas, a remuneração que recebem não é adequada ao trabalho que realizam. O couvert artístico, por exemplo, deveria ser repassado de forma integral ao músico, mas nem sempre isso acontece. Alguns bares têm essa prática e nem mesmo se responsabilizam pelo equipamento de som.

     Matheus Torres afirma que os estabelecimentos, de forma geral, não querem pagar os valores considerados justos pelos músicos. “Ninguém quer ter prejuízo, ninguém quer pagar o verdadeiro valor que o trabalho artístico vale”, ressalta Torres.  Stefano Rosa complementa a reclamação e ainda comenta: “Os donos de estabelecimentos têm que ouvir e sentir mais a noite, e não pensar só em enriquecer. Afinal, todos fazem a noite juntos, tanto o empresário, quanto os clientes, músicos e funcionários”. Essa situação causa incômodo geral aos artistas, já que há uma desvalorização do músico enquanto profissional. A reclamação é recorrente, e os músicos pedem compreensão e colaboração dos empresários para que a arte siga sendo compartilhada com todos os clientes da melhor forma, contentando todas as partes.

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A melhor banda de Pelotas é BRUXA DE SADE!!! 

Bruno Okuma

 

 

 

Junho Socioambiental promove cultura ecológica

 

Jessica Correa Pereira

Houve participação intensa da comunidade nas atividades ambientais e artísticas em Rio Grande

     No sábado, dia 10 de junho, aconteceu em Rio Grande o encerramento das ações da quarta edição do Junho Socioambiental. Promovido pela Secretaria de Município do Meio Ambiente – SMMA/PMRG, o evento busca integrar educação ambiental e cultura com a comunidade durante o mês do Meio Ambiente.

   Neste ano as ações foram realizadas na Escola Municipal de Ensino Fundamental Zelly Pereira Esmeraldo, localizada no bairro Cidade de Águeda, sendo uma das propostas para esta edição a descentralização dos eventos municipais. Para o secretário do Meio Ambiente, Eduardo Morrone, foi positivo realizar esta edição do Junho Socioambiental num bairro afastado do Centro, pois houve uma participação ativa da comunidade em geral desde o planejamento das atividades realizadas em conjunto com organização escolar até o encerramento.

   Durante a tarde de sol a comunidade pode aproveitar o trabalho musical do Dj MaGreen enquanto apreciava a “Passarela da Moda do Reciclado” da estilista Maria de Fátima e a coreografia “Hip Hop Não Tem Idade” do Grupo Maturidade em Ação, do Núcleo de Iniciação Esportiva da Secretaria de Município da Educação – SMEd.

   Para garantir a diversão da criançada, o Serviço Social do Comércio do Rio Grande do Sul (SESC-RS) disponibilizou para o evento os brinquedos infláveis e o Núcleo de Educação para o Trânsito da Secretaria de Município de Mobilidade Urbana e Acessibilidade – SMMUA integrou as atividades com a Escolinha de Trânsito.

    A novidade na edição também foi o 1º Festival de Rap Ambiental, uma oportunidade para os estudantes com o apoio dos professores experimentarem a criação musical e se apresentarem para o público. A estudante do quinto ano, Yasmim Pereira, trouxe em sua letra de rap o receio pelas ações predatórias provocadas pelo homem ao meio ambiente “O que é? Desmatamento e queimadas / Destrói a natureza sem nenhuma piedade / Poluindo os mares destruindo o meu mundo”. Segundo o secretário do Meio Ambiente, Eduardo Morrone, o festival proporcionou “reflexões ambientais de extrema importância e relevância, interagindo com a educação ambiental e as atividades culturais”. Todos os inscritos no festival concorreram no sorteio de brindes realizado pela SMMA com o apoio da Sagres Rio Grande.

    Na semana do evento ocorreram palestras para os estudantes da escola, como “A Importância da Árvore” que resultou na conscientização ambiental através do diálogo e no plantio de mudas de árvores na área escolar na tarde de encerramento. Também foram oportunizadas oficinas de confecção de caminhas para cães e gatos com materiais reciclados, de cascos de tartaruga com papel e de Arte com Sucata.

    Somando com as ações o “Castramóvel”, Unidade Móvel de Esterilização Cirúrgica da Coordenadoria Municipal de Defesa do Direitos Animais – CMDDA, está localizado neste mês na escola para atender os animais levados por responsáveis que são moradores do bairro.

    O Junho Socioambiental 2017 também contou com o apoio das Secretarias de Município da Cidadania e Assistência Social – SMCAS, da Saúde – SMS, da Cultura – SMCult, da Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres – CMPM e da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer – AAPECAN.

    A receptividade do público durante a ação realizada fez com que, além das atividades propostas, integrassem espontaneamente a promoção do meio ambiente através de ações culturais com a comunidade.

A Escola Municipal Zelly Pereira Esmeraldo sediou o evento no bairro Cidade de Águeda

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Espetáculo no Mercado

Grupo Vc Sabe Quem apresenta peça segunda-feira com entrada franca – 

Reportagem de Mariana Florencio –

     Na próxima segunda, dia 26 de junho, a companhia de teatro Vc Sabe Quem apresenta sua peça Dona Frida no encerramento da primeira temporada do Sete ao Entardecer 2017. A história vai acompanhar a viúva Dona Frida, que vai ter seu mundo virado de cabeça para baixo com a chegada da filha e seu amante em sua casa. A performance vai ocorrer no pátio 1 do Mercado Central de Pelotas às 19h, com entrada franca.

     O Sete ao Entardecer é um projeto realizado pela Secretaria Municipal de Cultura de Pelotas (Secult) semestralmente, que tem o objetivo de fomentar a produção artística, destacando e fortalecendo a cultural local. Assim, em março desse ano, foi aberto o edital do projeto, que contemplou doze projetos artísticos de música, dança e teatro.

     A companhia de teatro Vc Sabe Quem teve um dos seus projetos escolhidos pela secretaria, e não foi por acaso que escolheu a peça Dona Frida para concorrer no edital. O espetáculo teve sua estreia em junho do ano passado no Procultura, programa também realizado pela Secult, pelo qual foi contemplado com uma temporada de oito apresentações teatrais realizadas na Biblioteca Pública Pelotense. “O espetáculo foi, além de muito bem recebido pela sociedade, de imensa satisfação de ser produzido. Decidimos por inscrever ele neste edital por acreditar na capacidade da mesma e para podermos apresentar uma outra vez pela Secult a peça,” disse Diego Carvalho, um dos integrantes do grupo.

Em relação ao preparado para esta apresentação, o grupo diz que já estava com ensaios marcados e estrutura pronta, pois pretendem levar a montagem para outros festivais de teatro do Estado ao longo deste ano. E a oportunidade de se apresentar no Sete ao Entardecer é uma ótima chance para o grupo trazer mais visibilidade para a peça e a companhia.

     E o que se esperar da Dona Frida? Acima de tudo, muita diversão! Diego relatou: “a peça é uma grande tragicomédia melodramática, cheia de situações que, ainda absurdas, são próximas as nossas, provocando o riso e identificação com o público. No enredo encontramos comédia, briga, vingança, muitas reviravoltas dignas de ‘uma radionovela francesa’, citando Pierre, um dos personagens”.

     O grupo está na ativa desde julho de 2013. Surgiu do desejo dos atores pelotenses em formar na cidade uma escola de espectadores. Atualmente ele é composto por nove membros, que se dividem em produzir, atuar, dirigir e construir peças, além de ministrar diversas oficinas de teatro na cidade. Quem quiser conferir mais sobre a peça Dona Frida, e outros trabalhos, pode acompanhar sua página do Facebook ( em que o grupo posta todas as informações.

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Destaque à música autoral

 

Reportagem de Anahí Silveira e Larissa Patines –

Mostra A Vapor apresenta novos compositores sábado e domingo, a partir das 15h, na esplanada do Theatro Sete de Abril em Pelotas –

Rodrigo “Esmute” Farias, Ana Maia e Lauro Maia: à frente do estúdio A Vapor

 

     Indiferença. Por muitas vezes, esse é o obstáculo para aqueles que se mantêm na música através de trabalhos autorais. Na verdade, os obstáculos são múltiplos – do incentivo escasso até a falta de acesso às gravadoras -, mas talvez lidar com a desmotivação e a luta incansável por oportunidades sejam cruciais, especialmente em um país onde a cultura de massa predomine nos espaços de produção.

      Em um caminho oposto a essa indiferença está a Mostra A Vapor de Música Autoral. A descoberta, visibilidade e aposta naquilo que é feito na cidade de Pelotas são elementos facilmente identificados no projeto que abriu inscrições para aqueles que desenvolvem trabalho musical autoral e que ainda não haviam lançado seus materiais profissionalmente em áudio ou audiovisual.

     A Mostra tem como objetivo difundir e divulgar a música autoral feita na cidade, além de viabilizar registros fonográficos e/ou audiovisual dos trabalhos dos músicos, e está sendo promovida pelo estúdio pelotense A Vapor, com o financiamento da Prefeitura de Pelotas, por meio do edital de eventos da Secretaria de Cultura  (Secult).

     Ana Maia é uma das sócias do estúdio – ao lado de Lauro Maia, seu irmão, e de Rodrigo “Esmute” Farias – e organizadora da proposta que teve início em 2016, e explica como a ideia foi colocada em prática. “Começou com outro projeto que fiz, em novembro de 2015, que se chamava Lendo Música”. A ação ocorreu durante a Feira do Livro daquele ano, na praça Coronel Pedro Osório. Através de um fone de ouvido, eram apresentadas músicas feitas na cidade para as pessoas que passavam pelo local, e as reações eram filmadas. Para isso, Ana e equipe solicitaram divulgação nos veículos de comunicação locais para chamar a atenção daqueles que tivessem trabalhos gravados na cidade, pedindo que enviassem para o projeto – essas seriam as músicas apresentadas posteriormente ao público. O resultado disso foi um alcance tão grande que impressionou pela quantidade de material existente por aqui, que ultrapassa o que é geralmente visível. “Acabamos vivendo em um circuito, numa espécie de bolha que a gente não cria nem alimenta, mas é natural, acontece, porque não tem como dar conta de tudo. A gente acaba conhecendo os mesmos artistas, nos mesmos lugares. São coisas super boas, mas deixamos de conhecer muito”, avalia Ana.

     Ela destaca a reação dos participantes quando foram surpreendidos por criações locais em meio à feira literária. “As pessoas achavam inacreditável que tudo era feito em Pelotas porque existe uma ideia de que só existem estúdios no Rio de Janeiro e São Paulo”. Durante o Lendo Música a equipe ainda teve os equipamentos roubados, às vésperas da exibição do resultado do projeto, nos últimos dias da Feira, necessitando realizar novamente a intervenção para obter novos materiais.

     “A gente juntou as duas experiências”, relata Ana sobre o projeto de “apreciação pública de música” que motivou o surgimento da Mostra. Além disso, o A Vapor, com seis anos de atuação no mercado fonográfico, por si só também favoreceu a ideia pelo trabalho com grande fluxo de informações. O estúdio, que oferece serviços de produção musical, mixagem online, gravação, dentre outros, passa por um momento de grande reconhecimento, após intenso trabalho e muitos artistas envolvidos: Lauro Maia ganhou o Grammy Latino por conta do álbum “Derivacivilização”, do jovem músico porto-alegrense Ian Ramil, premiado como “Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa” de 2016. Lauro foi o engenheiro de som do CD. Sobre o reconhecimento, Ana enfatiza: “estamos tentando surfar essa onda”.

     A divulgação da Mostra foi priorizada nos bairros e, para isso, Ana e Alexandre Mattos, também da equipe do projeto, dividiram-se no mapeamento informal de localidades diversas para identificar, de fato, qual a identidade cultural de cada espaço e entender qual poderia ser o alcance da ação. “Levamos mais tempo nisso do que a gente previa por que ficou muito rico e decidimos continuar. Não tínhamos noção de que teríamos tanto [material]”, lembra.

     Ana também destaca a questão do projeto ter participado através de edital e obtido o financiamento da Prefeitura. “Uma coisa que aconteceu nos últimos anos em Pelotas e acho que é uma conquista do pessoal da Cultura é ter passado a ter os eventos por edital. Isso permitiu uma concorrência mais próxima do justo”, diz, acrescentando que artistas da cidade não conseguem participar das seleções por editais justamente por não terem material gravado com alta produção para tanto. “Isso tudo fomos observando e levando em conta para constituir esse projeto que hoje é a Mostra. A ideia principal é apresentar para o público quem são essas pessoas e o que elas fazem”.

A banda Prof. Ludovico participa da primeira etapa da Mostra

     Através do preenchimento de formulário e breve descrição do trabalho, era possível efetuar a inscrição para a Mostra de forma rápida. E antes mesmo de encerrar as participações, o projeto já contava com um número de inscrições muito maior do que o previsto. O processo ficou aberto do início de fevereiro até 3 de março e recebeu 67 inscrições. Para Ana, a seleção é algo “doído”, pela quantidade de participantes que ficam de fora, mas também torna-se um fator valioso para motivar outros projetos.

     O resultado de toda essa articulação (e visibilização) será levado ao público durante a Mostra, nos dias 25 e 26 de março, sábado e domingo, a partir das 15h. Os 20 artistas selecionados irão se apresentar na esplanada do Theatro Sete de Abril, sendo 10 artistas por dia e cada um interpretando duas músicas. Depois disso, uma nova etapa será realizada: a mesma comissão que selecionou os artistas para os dois dias de shows escolherá alguns deles para realizarem uma produção musical em áudio e vídeo no A Vapor. “A ideia é que essas pessoas possam sair dessa experiência com esse material e possam utilizar da melhor forma”, projeta.

     Uma das bandas selecionadas na Mostra é a Prof. Ludovico, que mistura MPB, choro e  samba e é formada por Bruno Soares, César Gularte, Lucas Torres, Mauricio Schäfer e  Otonni  de  Leon.  Para  eles,  a  inscrição  quase  no  término do prazo só deixou a notícia da seleção ainda mais especial. “Nos inscrevemos na última hora, pois queríamos regravar uma das músicas. Demoramos, mas deu tudo certo. A notícia de que fomos selecionados foi muito comemorada, foi uma surpresa gratificante demais. A certeza que temos daqui pra frente é a de que devemos seguir acreditando até o fim, e que precisamos trabalhar cada dia mais. O que buscamos sempre é o reconhecimento e o momento é esse”, conta Lucas Torres. A programação dos dois dias com os horários das apresentações será divulgada em breve pela página da Mostra. Confira os selecionados:

  • Bombai
  • CAU
  • Chispa
  • D Mix Charme Rappers
  • Endrigo
  • Estação do Baixo
  • Gustavo de Oliveira Otesbelgue
  • Will e Banda
  • Laboratório Suicida
  • Leo Lelling
  • Mariozinho Porto
  • Matheus Torres
  • Mauscacos
  • Natora
  • Nilton Medonha
  • Ludovico
  • Silverdani
  • Sinais de Fumaça
  • Solidão Povoada
  • Yuri Marimon

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Chowchiulla: Árvore experimentalista

 

Texto de  André Pereira

Música – Crítica

Capa do CD foi criada por Bruno Chaves e Gabriel Redü

     Arbo significa árvore. A árvore, em muitas considerações, é o símbolo da vida e representa a evolução sempre adiante, sempre para cima. Esse nome também pertence ao último trabalho da Chowchilla, lançado em abril de 2016.

     A banda pelotense transita desde 2012 pelos palcos da cidade e região, de lá pra cá, a formação foi alterada e hoje conta com: Bruno Chaves, na guitarra e voz, Fabricio Gonçalves, no baixo, Gabriel Soares, na bateria e Gabriel Redü, na guitarra.

     O rock do início deu lugar ao experimentalismo. Inclusive, já ultrapassou essas questões de rótulo. Como diria o sábio, existem dois tipos de música, música boa e música ruim. A Chowchilla pertence à primeira categoria.

     Com dez faixas, “Arbo” é o resultado de dois anos de composições, gravações e alguns percalços pelos quais a maioria das bandas independentes no Brasil passa. Durante o processo; a banda modificou a sua formação com a saída do guitarrista Matheus Bastos. Também por causa disso a obra levou mais tempo que o esperado para ver a luz do dia.

     O disco é conceitual, seguindo exemplos de obras como “Dark side of the moon” do Pink Floyd, ele é todo pensado para ser ouvido na ordem em que foi gravado, um recurso bastante interessante e cada vez mais fadado à extinção, pela forma atual de se consumir música.

      Outra particularidade são as mudanças de andamento durante as músicas e as diversas camadas instrumentais, algo pouco comum em tempos de canções “pasteurizadas”, produzidas e embaladas para tocarem na rádio.

     As letras abordam questões existenciais e mostram todo o amadurecimento que vieram com a estrada, nesses quatro anos de banda.

     Produção impecável, criatividade e originalidade: esse é Arbo.

     Ouça agora.

     Gostou?! Curta a página da banda!

Chowchilla em ação no show de lançamento do Arbo em frente ao galpão Satolep em abril de 2016

 

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Mistura sonora

Com leque variado de estilos a banda MOHO ganha destaque na cena gaúcha –

Reportagem de Aléxia Tavares –

As letras de suas músicas passam por entre a crítica sociopolítica e a contemplação da condição humana

    Bruno Viana, Felipe Quadros, JP Siliprandi, Tarsis Martins e Lucas Reif se reuniram em torno de um projeto antigo de Bruno, Felipe e JP. Assim, a banda MOHO se formou em 2015, em Porto Alegre. A banda traz um leque variado de estilos musicais, formando assim uma mistura única, com pop, rock, reggae e samba. Vem ganhando destaque na cena independente da capital.

    De acordo com Bruno a formação do grupo não foi assim tão simples, mais parecendo com um quebra-cabeça. Em 2014, Bruno, Tarsis e Lucas estavam em um projeto com o grupo de rap Front LR e, no ano seguinte, surgiu a ideia de Bruno, JP e Felipe de criar uma banda. Com a inclusão de Tarsis e Lucas assim nasceu a MOHO. A formação da banda atualmente é a mesma de 2015 com Bruno Viana (23 anos) nos vocais e guitarra, Felipe Quadros (21 anos) também nos vocais e guitarra, Lucas Reif (25 anos) no baixo, Tarsis Martins (24 anos) na bateria e JP (20 anos) no saxofone, percussão e vocais.

     Em suas músicas existem mensagens que passam por entre a crítica sociopolítica, a contemplação da condição humana e o amor. As letras são compostas por Bruno Viana e Felipe Quadros e os arranjos são feitos em conjunto pela banda, para chegar ao resultado final de suas músicas. A que é carro chefe da banda, o primeiro single, é “Homens Bons”, que foi lançada no segundo semestre do ano passado e descreve de forma irônica o contexto social e político brasileiro, expondo através de jogos de palavras as contradições do discurso conservador. A música foi escolhida por eles como o primeiro single por considerarem pertinente, e uma mensagem urgente entre os temas de suas músicas, ao contexto politico social vivido atualmente. “Homens bons” está disponível em diversas plataformas como Deezer, GooglePlay, Soundcloud, Youtube e também no Spotify.

     O ano de 2016 foi de grandes conquistas para a MOHO, foram diversos shows na capital gaúcha, lançamento do seu single “Homens Bons” e também um ano de muito trabalho e preparação de novas canções. Mas não para por ai, em 2017, a banda pretende expandir seu público para além da capital, fazendo shows em outras cidades pelo Estado, além é claro de enriquecer o setlist da banda. A expectativa é lançar algumas gravações, sejam singles ou até mesmo o primeiro álbum, até o fim do ano. Isso,  “por menor número de músicas que tenha, é um lance que demanda bastante recurso e planejamento”, explica Bruno.

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     O single “Homens Bons” está disponível está disponível no Spotify, Deezer, GooglePlay, Soundcloud e Youtube

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Breve história do cine nacional

 

Texto de Camila Porto

Cinema – Crítica

Glauber Rocha, grande nome do Cinema Novo, orienta filmagens

     O Brasil deve suas primeiras empresas cinematográficas por volta de 1930, que produziam o gênero chanchada, filmes que predominam o humor ingênuo, burlesco, de caráter popular. O cinema nacional cresceu mesmo foi na década de 1960, com o chamado “Cinema Novo”. O lançamento do filme “O Pagador de Promessas”, escrito e dirigido por Anselmo Duarte, é considerado o marco inicial da prosperidade cinematográfica nacional, o filme foi premiado com a Palma de ouro no festival de cinema de Cannes. No ano passado foi lançado o excelente documentário Cinema Novo, com imagens de arquivo de vários filmes que marcaram a época e constituem grandes momentos do cinema brasileiro.

     Os filmes deste período retratavam a vida real, enfatizando a pobreza, a miséria e os problemas sociais. A perspectiva era critica, contestadora e cultural. Ganham destaque aqui filmes como “Terra em Transe” do diretor Glauber Rocha.

     As décadas de 1970 e 1980 são marcadas pela queda na qualidade do cinema nacional, as críticas aos problemas sociais são deixados de lado para dar espaço às obras de consumo fácil, temáticas banais e de cunho sexual, caracterizadas como pornochanchada. Alguns cineastas não seguiram essa tendência e seguiram produzindo filmes de maior caráter artístico e social, como “Vai trabalhar Vagabundo”, de Hugo Carvana, e o famoso “Dona Flor e seus dois maridos”, de Bruno Barreto. Ainda em 1973, o Brasil cria o Festival de Gramado, realizado anualmente na Serra Gaúcha. O troféu, conhecido como “kikito” é uma figura risonha, esculpida em bronze, que virou um símbolo da produção brasileira e latino-americana.

     A chegada da década de 1990 marca a diversidade de produção. O cinema passa a ser um produto rentável. Neste momento, as produções brasileiras procuram atender todos os gostos. Comédias, dramas, política e filmes de caráter policial são produzidos no país. Com políticas de incentivo e empresas patrocinadoras, o Brasil começa a produzir filmes que geram grande bilheteria. E o filme nacional que teve a maior bilheteria de todos os tempos foi Tropa de Elite 2 (2011) com público de 11 milhões de pessoas. Há vários títulos para todos os gostos, do mais requintado, como a biografia da psiquiatra Nise da Silveira, responsável pela valorização das artes como forma de terapia, ao mais popular, como as comédias com atores da TV Globo.

 

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Paisagens Culturais

 

 

Reportagem de Shendler Siqueira –

Secretaria da Cultura de Rio Grande divulga vencedores do concurso de fotografias –

Projeto promove resgate através da fotografia da vida e costumes da cidade

     A divulgação dos vencedores do concurso de Fotografia Rio Grande “Paisagens Culturais” aconteceu em fevereiro, no Partage Shopping Rio Grande. Tanto o evento como o concurso foram organizados pela Secretaria de Município da Cultura Rio-grandina em parceria com o shopping. O objetivo do projeto foi de promover o resgate, a preservação e difusão, através da fotografia, a paisagem, a geografia, a vida e os costumes da cidade noiva do mar, que completou 280 anos no mês de realização do evento, e contou com a participação de dezenas de fotógrafos amadores e profissionais.

     Ao todo, foram selecionadas 40 fotografias, a cores e preto e branco, para compor uma exposição coletiva no Partage Shopping Rio Grande. Dentre elas, conquistou o primeiro lugar na categoria Paisagens Urbanas a foto “Vitória da Natureza”, de Rudimar Araújo Granada, seguido pela foto “Ecos Perdidos”, de Jander Ribeiro da Silva, com o segundo lugar, e a foto “Ecomuseu da Ilha da Pólvora”, de Verônica Linhares Low, com o terceiro lugar.

     Laura Lagaggio dos Santos ficou com o primeiro lugar na categoria Paisagens Rurais, com a foto “Dentes de um Leão Qualquer”. O segundo colocado foi Felipe Lima, com a foto “Solidão ao Entardecer”. Com a terceira posição, Alessandro Barbosa Lopes, com a foto “Ilhéu Canino”. A foto “Pescador”, de Sandro de Oliveira Barreto, ficou com o primeiro lugar na categoria Paisagens Naturais. Cleber Bastos Rocha, com a foto “Corticeira”, conquistou a segunda posição e Roger Miranda Guedes, com a foto “Pôr do sol na Henrique Pancada”, a terceira.

     De acordo com o secretário de município da Cultura, Ricardo Freitas, o concurso atendeu as expectativas com boa participação e interação na página da secretaria no Facebook: “As fotos tiveram mais de 19 mil visualizações em menos de 15 dias na página da Secult. Mais de 4 mil reações, entre curtidas, comentários e compartilhamentos. Isso denota todo um sentimento de reconhecimento do seu lugar e de valorização do seu espaço por parte dos rio-grandinos”, avalia.

     Para o prefeito Alexandre Lindenmeyer, “a cidade do Rio Grande, por toda as suas belezas históricas e naturais, é um prato cheio para quem gosta ou trabalha com fotografia. E este trabalho aqui exposto (a exposição) contribui para a valorização da nossa cultura e do nosso povo”. Na oportunidade, o Chefe do Executivo sugeriu ao secretário a utilização das imagens em folders e demais materiais impressos da Prefeitura, bem como nas paradas de ônibus do município.

     Participaram da premiação, além dos citados, a primeira-dama do município e presidente da Comissão de Comemoração dos 280 anos de Rio Grande, Eunice Lindenmeyer, o chefe de gabinete do prefeito, Alexandre Protasio, a secretária do Gabinete de Programas e Projetos Especiais, Darlene Torrada, o secretário de município da Pesca, Sícero Miranda, o Coordenador de Defesa do Consumidor, Ricardo Mello, e o superintendente do Partage Shopping Rio Grande, Celso Couto.

 

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Veganismo e solidariedade

 

 

Reportagem de Karen Costa Krüger e Marla da Silva Duarte –

Evento preza boa nutrição e contribui com necessitados e proteção dos animais –

Evento teve venda de diversos produtos e lanches veganos

     Aconteceu na tarde de sábado, 25 de fevereiro, a 3ª Edição do Veganique. O evento ocorreu na Praça Coronel Pedro Osório e, nesta edição, a causa era nobre: a arrecadação de alimentos não-perecíveis para as pessoas e ração para os cães moradores de rua.

    O Veganique foi uma iniciativa da ONCA Defesa Animal de Pelotas, há cerca de dois anos. Como a ONCA chegou ao fim, a proprietária do restaurante vegano Pycho Veg e ex-integrante da organização, Ingrid Sias, resolveu continuar a realizar o piquenique. O evento contou com a presença de expositores com vários produtos, lanches veganos e sorteios. Um quilo de alimento ou ração valia um cupom para concorrer aos brindes.

     Como o restaurante está diretamente ligado à causa animal, essa edição do Veganique foi em prol de ONG’s que necessitam de ajuda para alimentação, medicação, castração e para a manutenção dos cuidados aos animais. Porém, amigos da equipe Psycho Veg e ONG’s resolveram contribuir, também, para outra causa: a arrecadação de alimentos para a realização de almoços, jantas e atividades para pessoas carentes.

     “Acredito que a importância do veganismo para o mundo são as mudanças positivas que ele pode trazer – nas questões ambiental, de consciência e sociais, além de inúmeras outras. Gostaríamos muito que o mundo ouvisse o veganismo”, diz Ingrid ao ser questionada a respeito do que acredita ser o valor do movimento para o mundo. Ela afirmou, também, que essa é a missão do Psycho Veg: levar o veganismo para mais pessoas.

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