Banda Doctor Dog faz agenda de shows e ajuda a contar história do rock

Uma cultura diferente do chimarrão e da vaneira: Há mais de 70 anos, o rock and roll está cada vez mais presente na vida dos gaúchos        

Por João Victor Fagundes e Renan Ferreira         

 

A banda camaquense Doctor Dog é um dos destaques do rock gaúcho e está com uma agenda de shows programada para as cidades de São Lourenço, Camaquã e Pelotas, a partir deste sábado, dia 5 de agosto. Seu trabalho está integrado aos passos dados pelo rock na região, acompanhando o estilo musical que contagiou o mundo.

 

Liderada por Cachorrão, a banda Doctor Dog faz apresentações  em São Lourenço, Camaquã e Pelotas   Foto: Divulgação/YouTube

 

Passado glorioso

O Rock Gaúcho teve início na década de 1950, após o estouro e ascensão do rock and roll nos Estados Unidos e a bomba que foram os Beatles na Inglaterra na década de 1960. Como um estado pioneiro em muitas frentes, o Rio Grande do Sul rapidamente teria a sua cena roqueira instalada na capital dos gaúchos, Porto Alegre.

 

A banda Bixo da Seda formou-se em 1967 na Vila do IAPI em Porto Alegre       Foto: Armênio Abascal /Acervo Particular

 

As bandas eram majoritariamente formadas por jovens que faziam shows cover de bandas internacionais, ainda sem uma identidade própria, mas isso mudou rapidamente. Já na década de 1970, com mais bandas e melhor qualidade nas apresentações, o obstáculo foi a dificuldade em divulgar seu trabalho e ganhar notoriedade com suas canções autorais.

 

Os Brasas  foi a versão gaúcha da Jovem Guarda nos anos 1960                  Foto: Hirano / Agência RBS

 

O rock gaúcho então caminhou a passos lentos para o reconhecimento. Só em meados dos anos 1980, houve a tão esperada explosão do “gaúrock”. Com a criação do espaço do rock na rádio Ipanema FM, o gênero encontrou espaço para crescer e se multiplicar, a fim de incentivar a criação de inúmeras novas bandas na capital gaúcha.

Ainda em meados dos anos 1980, a data de 11 de setembro de 1985 é considerada o dia histórico do rock gaúcho. Pela primeira vez, no Festival de Rock Unificado, as bandas porto-alegrenses foram a atração principal no ginásio Gigantinho, palco de tantas estrelas do rock mundial.

 

Garotos da Rua fez sucesso com a música “Tô de Saco Cheio”, um clássico do rock gaúcho       Foto: Site Underground Brasil

 

Já na era da música sertaneja, adentrando os anos 1990 e 2000, o rock no Rio Grande do Sul perdeu força assim como em todo País. As rádios estavam mais interessadas na nova sensação do momento, que era o estilo que viria por dominar a indústria musical até os dias de hoje.

Mesmo assim, a galera do rock seguiu fazendo seu trabalho, e o Rio Grande seguiu revelando suas bandas, sejam elas de alcance nacional, regional ou até na garagem de casa, o importante é juntar os amigos e fazer aquele som que todo mundo gosta.

Doctor Dog e seu surgimento no cenário gaúcho

A banda Doctor Dog teve seu início em meados dos anos 2000 quando Rodrigo (Cachorrão), vocalista, que ainda concluía o ensino médio, convidou seus amigos para formar uma banda para a apresentação em um festival chamado “Família de Artes” na cidade de Camaquã. O grupo recém-formado recebeu uma avaliação positiva por parte do público presente no festival, fazendo com que os integrantes iniciassem os ensaios de suas músicas e covers aos finais de semana. A partir daí, a banda receberia diversos convites para apresentar-se em eventos e festa de amigos na cidade de Camaquã.

Virada de chave

Segundo Cachorrão, na necessidade de compor músicas que expressassem seus sentimentos, o single “Eu e Beatriz” acabou sendo uma virada de chave para a banda por volta de 2004, quando a música se tornou uma das mais pedidas na rádio FM local e até hoje é figurinha carimbada nos shows da banda Doctor Dog. Além disso, no mesmo ano, ocorreu o concurso “Chance”, promovido pela RBS TV e Diário Gaúcho, que envolveu bandas de todo o Estado e teve sua apresentação final no Bar Opinião, famosa casa de shows da capital gaúcha. Surpreendentemente, a Doctor Dog sagrou-se campeã do evento, assim, ganhando uma enorme notoriedade no cenário do rock regional.

 

 

Projeção a nível estadual e nacional

Em 2008 a banda recebeu o convite para participar do programa em forma de reality show “Guaraná Antártica Sound” apresentado por Toni Garrido, vocalista da banda Cidade Negra. O programa tinha como objetivo revelar novos talentos do rock que estariam espalhados pelo Brasil e era transmitido pela emissora Rede TV em horário nobre, aos domingos à noite. Com suas músicas autorais, a banda Doctor Dog foi vencedora da etapa seletiva regional e representante do Estado na grande final do reality em São Paulo, quando figurou entre as dez finalistas do programa que contava com mais de 11 mil bandas inscritas do País inteiro. Cachorrão destaca que a experiência de passar uma semana em São Paulo em contato direto com outras bandas foi muito importante para o crescimento da Doctor Dog.

 

Show em São Lourenço do Sul, cidade em que a banda volta a tocar neste sábado            Foto: Instagram da banda

 

Doctor Dog nos dias de hoje

A partir daí, a banda recebeu diversos convites para realizar suas apresentações em casas de shows muito relevantes no cenário gaúcho, onde jamais imaginariam que o rock os levaria, como, por exemplo, a Hard Rock Café, em Gramado, o Bar Opinião, em Porto Alegre, e o Johnnie Jack, em Pelotas. Além disso, começaram a surgir convites para abrir os shows de bandas renomadas em âmbito nacional, como a Rosa Tattooada, Acústicos e Valvulados, Nenhum de Nós e TNT.

Atualmente, a banda tem agenda cheia aos finais de semana e além dos shows, seus videoclipes são transmitidos no Music Box Brasil e Canal Bis, referências em clipes nacionais. Além disso, o single “Colégio das Freiras” já soma mais de 12 mil visualizações em seu canal no Youtube, sendo o mais assistido na banda na plataforma.

 

 

Ao ser questionado sobre como o rock faz parte de sua vida, o vocalista Cachorrão ressalta: “É como um vício, não consigo largar, e nem tenho vontade, pois o rock já está em meu DNA”. E acrescenta: “Já foi cogitado o final da banda, mas apenas quando não tivermos condições físicas iremos parar”.

A banda estará presente na cidade de Pelotas no dia 18 de agosto no bar Johnnie Jack  (rua Santos Dumont, 590), sendo assim, uma ótima oportunidade para prestigiar o rock gaúcho em sua mais pura essência.

Agenda de shows da Doctor Dog nos próximos finais de semana:

05 de agosto  –  Evento “ChimaRock” em São Lourenço do Sul, na programação do 3º Festival de Inverno.

12 de agosto – Pódio Sports Bar em Camaquã.

18 de agosto  – Johnnie Jack em Pelotas.

Contatos com a banda podem ser feitos pelo telefone (51) 98476-1818 e  pelo Instagram.

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Voltar

Sua mensagem foi enviada

Aviso
Aviso
Aviso

Atenção.

Jornalista e professor da UFPel lança livro reportagem sobre Caminho do Peabiru

Obra será lançada na próxima quarta-feira no Campus Anglo da Universidade Federal de Pelotas     

Por Stéfane Costa     

 

 

“Há milhares de anos um sistema de estradas ligou as civilizações do litoral Norte do Peru até o berço da cultura Inca, no Lago Titicaca, através da Cordilheira dos Andes”. Assim começa a descrição oficial de uma jornada que o jornalista e professor Carlos Dominguez iniciou há cerca de cinco anos. Na obra “Peabiru – Do Atlântico ao Pacifico, pelo mítico caminho sagrado”, o autor se vê de frente com um dos maiores registros históricos da atualidade.

O Caminho do Peabiru coleciona uma série de sinalizações e gravuras que serviam de orientação para os viajantes que por ali passavam. Foi próximo a um desses caminhos que Dominguez tomou conhecimento sobre a rota. “A ideia dessa reportagem surgiu mais ou menos cinco anos atrás quando eu estava concluindo uma outra reportagem lá por Santa Catarina, na Ilha do Campeche, onde havia diversas gravuras rupestres e um dos guias que estava lá comigo disse que aquelas imagens faziam parte, segundo relatos de chefes guaranis que tinham estado lá, que aquelas imagens demarcavam um caminho que ia daquele litoral catarinense até o Peru e isso já era uma tradição na cultura Guarani, eles chamavam de Caminho do Peabiru”, conta o autor.

Curioso pelo potencial histórico e social carregado pelo trajeto, ele logo se pôs a pesquisar e mergulhar a fundo em cada detalhe da rota. “Era um tema que eu nunca tinha escutado, nunca tinha ouvido falar e achei muito interessante. Comecei a buscar bibliografias, depois pessoas que pudessem falar sobre o assunto e aí eu fui estruturando com uma investigação ainda sem saber que tipo de conteúdo resultaria disso”, detalha.

 

Livro foi lançado pela editora portuguesa In-Finita      Foto: Fábio Pelinson

 

Foi após mais de um ano de pesquisa que a ideia de documentar tudo em um livro surgiu. Ao tomar conhecimento sobre os fatos que marcam o caminho, o autor sentiu a necessidade de contar suas descobertas. “É uma história fantástica, uma história sobre a nossa história, sobre a nossa história que não é contada, sobre a que ainda não está nos livros didáticos do Brasil”, ressalta. Dominguez conta que o processo de pesquisa seguiu até seu pós-doutorado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Quando eu percebi eu já tinha muito conteúdo e comecei a escrever em formato de grande reportagem”, fala.

Ele relata que pensou em divulgar a história no seu site PONGA Reportagens de Profundidade, no qual compartilha reportagens sobre temas atuais e relevantes. No entanto, a história de Peabiru ultrapassava até mesmo o digital. “Eu vi que aquela reportagem não ia caber em um site e aquela história estava pedindo para ser contada em um livro”, diz. E assim foi feito.

A obra foi publicada pela editora portuguesa In-Finita e ganhou um lançamento de peso em Portugal, na Feira do Livro de Lisboa. Na próxima quarta-feira (dia 2 de agosto) será a vez da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), instituição na qual o jornalista leciona, receber o evento de lançamento. Com direito a sessão de autógrafos e apresentação musical, o auditório da reitoria do Campus Anglo sediará a programação especial para divulgação da obra.

É possível adquirir o livro entrando em contato diretamente com o autor através do email cadredominguez@gmail.com.

 

Carlos Dominguez em evento na Feira do Livro de Lisboa        Foto: Fábio Pelinson

 

Sobre o livro:

Há milhares de anos um sistema de estradas ligou as civilizações do litoral Norte do Peru até o berço da cultura Inca, o Lago Titicaca, através da cordilheira dos Andes.

A expansão de seu território foi erguendo vias de pedra em quatro direções até às terras baixas, na Bolívia, Norte da Argentina e do Chile, Paraguai, e o litoral do Brasil. O centro do continente era dominado pelos guaranis. Hoje, o legado milenar de interações, trocas, festas sagradas e migrações, sintetizado pelas vias do antigo caminho, permanece vivo nas culturas dos povos originários que ainda vivem na rota sagrada do sol e das estrelas.

Foram cinco anos de pesquisas, entrevistas, viagens, investigações, inspirações, imersões, além do contato em um mergulho jornalístico nas entranhas do continente, no ambiente, na natureza, nos povos, nos costumes, nas tradições dos verdadeiros donos da terra confrontados com a barbárie de 500 anos de colonização, genocídios, roubos e domínio estrangeiro.

Esta é a história das pessoas que vivem e estudam o caminho. Em muitos tempos.

Conheça as mais variadas expressões do imaginário ameríndio nas paisagens do Caminho do Peabiru. Por meio desta reportagem em profundidade, que mescla a investigação científica com a narrativa de uma epopeia secular, desde o ancestral mundo andino até a chegada dos primeiros europeus ao litoral sul do Brasil.

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Voltar

Sua mensagem foi enviada

Aviso
Aviso
Aviso

Atenção.

“Barbie”: A vida em plástico não é fantástica no mundo real

Considerado um dos filmes mais aguardados do ano, “Barbie” chegou aos cinemas para mostrar que a visão em cor-de-rosa vai muito além do ideal de faz de conta que ele traz consigo       

Por Sarah Oliveira       

                  “Barbie: O Filme” nos mostra como vivem as Barbies e os Kens no seu mundo, a “Barbielândia”                   Foto: Warner Bros. Discovery/Mattel/Divulgação)

 

ALERTA: Esta resenha pode conter spoilers do filme.

Regado a muitos tons de rosa e uma estética retrô, “Barbie: O Filme”, dirigido por Greta Gerwig, estreou no dia 20 de julho. Porém, desde muito antes da sua estreia, o longa já era ansiosamente esperado por milhões de pessoas ao redor do mundo. Com uma premissa mantida em segredo até mesmo em seus trailers – o que gerou uma curiosidade ainda maior nos seus futuros espectadores -, o filme conta a história de Barbie (Margot Robbie), uma boneca para quem todos os dias são perfeitos. Os melhores momentos de sua vida são ao lado de seu amigo Ken (Ryan Gosling), das suas outras amigas Barbies e de seus outros amigos Kens. Todos eles vivem na “Barbielândia”, um mundo onde as mulheres (Barbies) lideram tudo e os homens (Kens) apenas… vivem nele. Entretanto, tudo começa a desandar quando a nossa Barbie protagonista começa a ter pensamentos sobre a morte, o seu dia perfeito se torna a cada segundo menos perfeito e – o mais assustador de tudo – os seus calcanhares agora estão no chão e não mais suspensos no ar para encaixarem perfeitamente em seus saltos altos.

Deste momento em diante, a boneca parte em uma jornada para descobrir o que está por trás de tudo o que está acontecendo com ela nos últimos dias. Mas, para desvendar esse mistério, ela precisa ir para o mundo real. E é o que ela faz – com Ken ao seu lado, mesmo ele não devendo estar ali.

 

Barbie e Ken rumo ao mundo real       Foto: Warner Bros. Discovery/Mattel/Divulgação

 

Apesar de parecer uma história simples e até mesmo inocente, Greta Gerwig nos leva em uma narrativa onde a complexidade é a chave-mestra para que a sua mensagem seja entendida por completo. Sendo um dos maiores traços de seus filmes, o teor crítico-social e feminino de Gerwig também se faz presente em “Barbie”, porém de uma forma em que o espectador precisa realmente prestar atenção no que está sendo mostrado, pois não é somente o que está em cena que é a mensagem a ser passada e compreendida, mas também as informações, entonações e apontamentos contidos por traz dela e também em suas entrelinhas. Ao contrário do que estamos acostumados a ver no cinema, quando o diretor(a) pega o espectador pela mão e aponta com o dedo cada crítica que o seu trabalho está se propondo a trazer, da maneira mais fácil e óbvia possível, em “Barbie”, temos o oposto disso. A diretora coloca na tela a sua crítica de forma satírica, em que a verdadeira mensagem não é aquilo que está sendo dito, mas sim o seu aposto. Há momentos que Gerwig utiliza o bom e velho método já estabelecido, porém, o seu foco de compreensão está para além do estabelecido – ele está junto a quem está assistindo.

Definitivamente, “Barbie” é um longa que aposta na capacidade intelectual e de compreensão de seu espectador. Ele conta que a pessoa que o está assistindo também utilize dos próprios pensamentos, ideias e achismos para que a sua ideia principal seja atingida. Apesar de ser algo inovador, ousado e feito justamente para estreitar os laços com a pessoa do outro lado da tela, também é algo extremamente perigoso – basta ver as reações e comentários divergentes de homens e mulheres que assistiram ao filme. Diversas mulheres e homens compreenderam que a ‘Barbielândia’ é uma analogia ao nosso mundo “real” – esse em que nós humanos vivemos – onde os papéis sociais estão invertidos e é justamente com essa inversão que podemos perceber o quanto a nossa sociedade é desproporcional e desigual. Enquanto isso, outros homens (em sua maioria) e mulheres concluíram que o filme é apenas mais uma comprovação da narrativa – errônea – de que o feminismo é um ideal “anti-homem”, ou seja, é uma apologia a ideia de que homens devem ser calados, silenciados e diminuídos para que as mulheres sejam as novas dominadoras e controladoras do mundo. Essa realidade parece familiar, não? Pelo menos para nós, mulheres, é.

A mensagem de ‘Barbie’ é clara: uma comunidade, uma sociedade ou um mundo apenas será melhor, mais próspero e mais evoluído, em todos os seus aspectos, quando houver igualdade e equidade entre todos que vivem nele. Senão, tudo o que temos e todos os lugares que vivemos, estarão sempre à beira do colapso e do regresso.

 

                                      “Barbielândia”: um mundo onde as Barbies são tudo e os Kens são… apenas Kens                                     Foto: Warner Bros. Discovery/Mattel/Divulgação

Outra questão promovida pelo filme e que usa a Barbie e o Ken como exemplo é a diferença entre ser uma mulher e ser um homem. A masculinidade ou ser um Ken, no nosso mundo é exaltada, celebrada e incentivada, já na “Barbielândia”, ela é apenas ordinária, comum, sem relevância. Enquanto isso, a feminilidade ou ser uma Barbie nesse mesmo mundo é algo altamente celebrado, importante e com significado. Contudo, no mundo real, ela é apenas uma mulher e, como todas as outras meninas, jovens, adultas e idosas, ela é mais um alvo da misoginia, do machismo e do sexismo que regem e estão impregnados na nossa organização social.

Para muitas pessoas, esse e outros pontos abordados podem ser questões a serem pensadas, problematizadas e processadas dentro de si, pois talvez ainda não sejam diretamente e efetivamente afetadas por elas ou porque, até o momento, não chegaram ao ponto da vida onde elas passam a fazer parte do seu cotidiano. Agora, para aqueles – no caso, aquelas – que já vivenciaram e lidam com esses fatos e fatores, não há nada de impactante ver esse tipo de tratamento hostil que a Barbie sofre ao chegar no nosso mundo, pelo menos não a um nível de que tal situação seja um choque de realidade arrasador e questionador, como é para uma boa parte do público. Pelo contrário, elas apenas reconhecem a sua realidade através da boneca e isso leva a espectadora a dois caminhos diferentes: o de achar que o filme realmente opera com base na realidade, devido à simplicidade da sua abordagem do tema, ou o de achar que esse é mais um filme que propaga uma ideia de feminismo básico, com pouca profundidade ou recortes – tanto em comparação com as outras obras de Gerwig e de outras diretoras, quanto ao mundo real que Barbie está descobrindo e que também não é verdadeiramente preciso com a nossa realidade, mas essa é uma outra discussão.

Para além da história e de todas as suas nuances, “Barbie” é um colírio para os olhos tecnicamente falando. Estando o cinema em sua era de produções regadas a efeitos especiais e detalhes retocados por designers em seus megacomputadores e softwares avançados de computação gráfica, o filme de Robbie e Gerwig voltou às origens da indústria cinematográfica e utilizou de grandes construções e efeitos práticos para criar e tornar o mundo rosa da boneca o mais verossímil possível. Um exemplo disso é a construção da própria “Barbielândia” nos estúdios da Warner Bros. Discovery, onde todas as casas, carros, prédios, monumentos e fundos foram pintados à mão e montados para passar a sensação de que os atores estavam mesmo em um mundo real de plástico.

Outro fator admirável na produção são os figurinos, criados pela ganhadora do Oscar Jacqueline Durran. Com peças criados do zero e sob medida para os atores do filme, os looks da Barbie principal também contam com peças vindas direto dos arquivos da grife francesa Chanel, que, além de emprestar diversas roupas e acessórios de suas icônicas coleções dos anos 90, também fabricou vários modelos para que Robbie usasse em cena como a boneca. Feitos a partir da parceria entre Duran e Virginie Viard, a diretora criativa da marca, os figurinos reforçam maravilhosamente bem a identidade visual vintage escolhida por Gerwig para o filme.

 

             Todos os sets de “Barbie” foram construídos nos seus detalhes, estando menos dependentes da computação gráfica      Foto: Warner Bros. Discovery/Chanel/Mattel

 

As atuações de seus protagonistas também são outro ponto altamente positivo de “Barbie”. Margot Robbie definitivamente consegue parecer uma versão em tamanho real da boneca com emoções e reações humanas, sem perder a sua aura de brinquedo, especialmente quando ela saiu de seu mundo perfeito e vai de encontro com a realidade disfuncional e grosseira do novo lugar a ser explorado. Margot nos entrega em uma interpretação sensível e tocante que nos faz torcer por ela a cada novo passo que ela dá em direção à sua jornada de descobrimento. É através dela também que vemos como a vida feminina é uma rota em que há momentos de pura prosperidade e felicidade, que vem seguidos de acontecimentos negativos e angustiantes, mas que sempre prevalecem no final. Afinal, sem saber as alegrias do que é ser mulher, não teríamos escolhido lutar por um lugar melhor para nós, nossas semelhantes e nossos companheiros do sexo oposto.

Já Ryan Gosling traz uma nova perspectiva de quem é o Ken por meio de uma performance divertida e precisa ao demonstrar todas as fases que o boneco passa durante o filme. Partindo de alguém completamente devotado à Barbie, passa pelo momento em que descobre o que é ser homem em um mundo feito para pessoas com a sua aparência. Seu grande clímax é ao assumir uma persona de masculinidade tóxica e recreativa. Até chegar ao seu final, aceitando ser apenas o Ken e descobrindo quem é ele sem a Barbie. Gosling definitivamente entrega a sua atuação mais versátil em relação a tudo que fez anteriormente – mesmo sendo altamente irritante em certos momentos, mas culpamos o patriarcado, ou ‘Kendom’, por isso.

 

                    Os Kens durante o seu ápice de revolução: o surgimento do Kendom, o patriarcado versão Ken             Foto:Warner Bros. Discovery/Mattel/Divulgação

No fim da história, “Barbie” é uma produção surpreendente. Seu conceito, construção e narrativa não são nada do que já tenha sido teorizado desde o dia em que o seu lançamento foi anunciado, desde que os seus trailers foram divulgados e – muito menos – desde o momento em que o filme começa a rolar na sala do cinema.

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Voltar

Sua mensagem foi enviada

Aviso
Aviso
Aviso

Atenção.

Academia de dança rio-grandina marca presença na 40ª edição do Festival de Dança de Joinville

Em 2023, o evento recebe 10.000 inscritos e 2.075 coreografias, com a expectativa de acolher 330.000 espectadores. A Art & Manhas é um dos grupos gaúchos participantes      

Por Marianna Bertoldi e Victória Silva      

Durante os dias 17 a 29 de julho, a cidade de Joinville, no estado de Santa Catarina, recebe centenas de bailarinos e visitantes para a 40ª edição do Festival de Dança de Joinville. As apresentações, mostras e workshops do festival são reunidos na arena Centreventos Cau Hansen. Brasileiros de todos os estados e, até mesmo, estrangeiros marcam presença no festival todos os anos. Nesta edição, o evento recebeu cerca de 10.000 inscritos e 2.075 coreografias. Cerca de 330.000 espectadores devem comparecer ao festival.  Entre os grupos participantes está a academia rio-grandina Art & Manhas.

 

Vista da plateia no Centreventos Cau Hansen      Foto: Mauro Artur Schlieck/Divulgação

Desde 1983, quando ocorreu pela primeira vez, o prestigioso festival convoca bailarinos, coreógrafos e admiradores da sexta arte na Capital Nacional da Dança para celebrar essa forma de expressão artística em seus diferentes estilos, do ballet clássico às danças contemporâneas e populares. Proporciona aos participantes e espectadores um intercâmbio de experiências, repleto de espetáculos e atividades didáticas.

O festival foi tão bem recebido pela comunidade artística e pelo público que, em 2005, foi alçado à maior festival de dança do mundo em razão do número de participantes pelo Guinness Book.  Corresponde ao título até hoje.

Mostra Competitiva, Festival Meia Ponta, Festival da Sapatilha e Festival 40+ são as competições disponíveis, nas quais os participantes podem mostrar suas habilidades. Além das categorias específicas, que premiam cada modalidade de dança e cada nível (Sênior ou Júnior, na Mostra Competitiva, por exemplo). Há uma premiação especial que reconhece os melhores bailarinos (feminino e masculino), coreógrafos, grupos e melhor apresentação, além do Prêmio Daniel Camargo, dado a um bailarino da categoria júnior. E o Prêmio Especial prestigia o trabalho de figurino, de concepção coreógrafa e de pesquisa.

 

1º lugar Petit Danse Grand Pas de Fleurs 2023         Foto: Divulgação/Festival de Dança de Joinville/Flickr

 

Além disso, o festival também reúne expositores na Feira da Sapatilha. No espaço cedido à feira, com cerca de 2.000 metros quadrados, são vendidos artigos de artesanato e de dança.   

Participação da Art & Manhas

Devido à relevância do tradicional festival, a preparação é intensa até o dia da apresentação, em busca de um troféu. Na cidade do Rio Grande, a Academia Art & Manhas, que já participou de outras edições do festival e trouxe premiações, também prepara seus artistas para a edição de 2023.

As jovens dançarinas, Mireli e Maria Eduarda, de 14 anos, fazem parte da academia há sete anos e participaram pela primeira vez do Festival de Dança Joinville. Ambas concorrem com duas coreografias intituladas “Reino das Tapitas”, na modalidade sapateado, e “Back to the Future”, na modalidade jazz. Em relação à preparação física para o evento, os ensaios acontecem quatro vezes na semana.

 

Parte da coreografia “Reino das Tapitas”             Foto: Arquivo Pessoal

 

“Temos ensaio de segunda a quinta, de uma hora a uma hora e meia cada”, comentou Maria Eduarda. Quando questionadas sobre qual a importância do festival para elas, Mireli e Maria Eduarda ressaltaram a vivência e experiências adquiridas.

“De todos os aprendizados que podíamos tirar de um grande evento como este, analisar as obras e aprender com os diversos conhecimentos e bagagem de cada um ali presente é incrível. Para mim o importante é assistir e prestigiar todos os bailarinos”, compartilhou Mireli. “Assistir tantas danças maravilhosas que passaram e vão se apresentar lá, acho que é algo muito maior do que um simples festival, é algo grande e mágico!”, ressalta Maria Eduarda.

 

Pose final da coreografia “Back to the future”                Foto: Arquivo Pessoal

 

Carolina Mattos, 19 anos, participou do evento em 2021 como bailarina da Art & Manhas. Para ela, “o festival é uma ótima oportunidade para bailarinos e todos interessados por dança”. Ao mesmo tempo em que os participantes podem ver e descobrir novos estilos, podem conversar com bailarinos e professores e fazer cursos com profissionais altamente qualificados de todo o País.

 

Carolina Mattos nas escadarias da sede do festival em outubro de 2021               Foto: Arquivo Pessoal

 

Carolina reconhece que o festival é uma forma de promover a união de artistas do País e permite o maior contato e acesso à arte. “É muito legal juntar estilos e pessoas diferentes em um mesmo lugar. Festivais como esse promovem a integração dos bailarinos e mostram que o País se importa com a arte. Valorizam o esforço de cada bailarino para chegar até lá, pois é necessário preparação, passar em uma seleção até chegar aos palcos de Joinville”.

 

Carolina Mattos dança desde os quatro anos de idade          Foto: Jhonny Acunha/Arquivo Pessoal

Para a jovem bailarina rio-grandina, a experiência foi algo inesquecível. “Ir ao Festival de Joinville foi muito diferente comparado aos outros festivais de dança que já fui, pois realmente é o maior do mundo”, afirma. “É muito lindo poder ver e dar oportunidade para as pessoas que não conhecem sobre dança poderem assistir ao festival, pois os ingressos são baratos e isso contribui para o acesso de todos”, conclui.

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Voltar

Sua mensagem foi enviada

Aviso
Aviso
Aviso

Atenção.

Música e interatividade na 1ª Edição do ATL Praça Rock    

Bandas Gabardines e Groove Jane agitaram o Shopping Rio Grande     

Por Yan Freitas e Yasser Hassan       

 

A banda Gabardines celebra o rock gaúcho de raiz                  Fotos: Rádio Atlântida/Divulgação

 

No sábado, dia 22 de julho, o Praça Shopping Rio Grande recebeu o evento ATL Praça Rock, promovido pela Rádio Atlântida em comemoração ao mês do rock.

Muitos fãs do rock’n’roll compareceram ao evento, que teve como atrações as bandas Gabardines e Groove Jane, naturais de Rio Grande e com grande repercussão no cenário do rock gaúcho na Zona Sul do Estado. Com três horas de duração, o evento movimentou ainda mais o shopping, onde circularam mais de 13 mil pessoas naquele dia.

A raiz do rock gaúcho é a característica da Banda Gabardines. Por onde passa, o grupo leva grandes públicos em suas apresentações. O vocalista Paulinho é conhecido pela comunidade como um grande cantor e intérprete de palco, entregando grandes apresentações nos shows da banda. Os rio-grandinos aproveitaram mais uma grande apresentação da Gabardines.

O baterista Jean Quaresma comentou a importância do público: ‘’É emocionante a troca de energia, quem está presente faz a banda se transformar no palco, é sempre uma grande troca de energia!! Ficamos extremante gratos a todos que nos acompanham, nos seguem nas redes sociais, que elogiam e fazem o nosso trabalho ser reconhecido”.

Ele acrescenta a importância de o evento ser gratuito e aberto ao público geral: “A gratuidade é de suma importância. Muitas pessoas, amantes do rock ou de qualquer outro estilo musical, por vezes, não conseguem ter acesso a bares e restaurantes onde as bandas costumam se apresentar. Os eventos fazem com que eles tenham acesso às bandas que gostam. Assim, o rock na região se mantém firme e forte”.

 

O cantor e guitarrista Vagner Pedrotti lidera a Banda Groove Jane 

 

Os fãs de um bom rock nacional curtiram o show da Banda Groove Jane, comandado pelo cantor e guitarrista Vagner Pedrotti. Com sonoridades elétrica e acústica, a banda se destaca por ótimas apresentações, e no ATL Praça Rock não foi diferente, o público curtiu um ótimo show de rock.

‘’O público rio-grandino compareceu e transformou à tarde de sábado em um grande espetáculo, cheio de energia e interação, cantando durante todo o show. Para nós, da Groove Jane, foi um grande prazer participar do ATL praça Rock’’, comenta o cantor. 

O público curtiu grandes apresentações, interatividade, distribuição de presentes da Rádio Atlântida e com a oportunidade de fazer o bem. O Praça Shopping em parceria com a Prefeitura Municipal do Rio Grande continua com a campanha de arrecadação de agasalhos, alimentos, itens de higiene e cobertores para famílias que foram afetadas pelo ciclone que atingiu a Zona Sul do Estado entre os dias 12 e 13 de julho.

 

Vocalista Paulinho da banda Gabardines é reconhecido pelo público rio-grandino como um grande cantor e intérprete de palco

 

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Voltar

Sua mensagem foi enviada

Aviso
Aviso
Aviso

Atenção.

“À Luz da Memória” celebra o patrimônio cultural de Pelotas e além

Por Fabiano Stéphano Roux Cordeiro Lautenschläger      

Projeto com apresentação audiovisual em fachadas históricas ocorreu também em Porto Alegre, Rio Grande e Bagé        

              Prédio icônico do Theatro Sete de Abril foi escolhido para receber projeções que descrevem a história                       Fotos: Divulgação

 

Pelotas, uma cidade rica em história, cultura e tradição, teve a oportunidade de vivenciar uma experiência única e envolvente através do projeto “À Luz da Memória: Patrimônio em Evidência”, ocorrido nos dias 9 e 10 de julho de 2023. Esse projeto inovador, patrocinado pela CEEE Grupo Equatorial Energia, teve como objetivo promover a valorização do patrimônio histórico e cultural de Pelotas, assim como de outras três cidades gaúchas: Porto Alegre, Rio Grande e Bagé.

A iniciativa “À Luz da Memória” é um verdadeiro mergulho no passado, uma viagem através dos séculos para descobrir os momentos e símbolos que moldaram a identidade dessas localidades. Utilizando projeções mapeadas em prédios emblemáticos, o projeto transforma essas construções em verdadeiras telas vivas, contando histórias e transmitindo mensagens de maneira lúdica e informativa.

No caso de Pelotas, o prédio escolhido para receber as projeções foi o icônico Theatro Sete de Abril, um tesouro arquitetônico e cultural da cidade. Com mais de um século de existência, esse teatro é o mais antigo do Estado e desempenhou um papel fundamental na vida cultural da região. Segundo a prefeita Paula Mascarenhas, o projeto é de fundamental importância. “Conta um pouco da nossa história, do nosso patrimônio e fazem parte das comemorações dos 211 anos da nossa Princesa do Sul”, explicou.

As projeções mapeadas na fachada do Theatro Sete de Abril transportam o público através do tempo, revelando as fascinantes histórias e personagens que marcaram a trajetória de Pelotas. Através de imagens e efeitos visuais impressionantes, o público é levado a uma viagem pelos séculos, desde os tempos em que os indígenas habitavam essas terras alagadiças até a chegada dos europeus e o desenvolvimento da indústria do charque no século XIX.

O roteiro das projeções abrange diferentes aspectos da história e cultura de Pelotas. Além de destacar a importância do Theatro Sete de Abril como um símbolo da cidade, a narrativa aborda temas como a dura realidade da escravidão e a luta pela liberdade, o florescimento das expressões artísticas e a formação de uma identidade cultural única.

 

Prefeita Paula Mascarenhas destaca que projeto também comemora os 211 anos de Pelotas

 

Um dos momentos mais marcantes das projeções foi a homenagem aos famosos doces de Pelotas, reconhecidos como patrimônio cultural imaterial brasileiro. Através de imagens vibrantes e cores vivas, as projeções retrataram a delicadeza e a riqueza dessas iguarias, celebrando a tradição gastronômica da cidade e seu legado na cultura local.

Para Maureen Cordeiro, uma das inúmeras pessoas presentes no evento, às imagens refletem a cultura pelotense. “É muito lindo ver a nossa história sendo contada através de imagens, ainda mais em um local tão icônico quanto o Theatro Sete de Abril”, disse.

O projeto “À Luz da Memória” vai além das projeções em si. Ele também busca envolver a comunidade local através de ações de Educação Patrimonial. Oficinas nos prédios relacionados ao projeto, murais colaborativos e exposições fazem parte das atividades desenvolvidas em parceria com a população, incentivando a apropriação cultural e cidadã.

Muito além de apenas imagens

Em Pelotas, por exemplo, foram realizadas oficinas no Instituto Hélio D’Angola, envolvendo crianças e pré-adolescentes. Os participantes tiveram a oportunidade de fazer uma visita guiada ao Museu do Doce, onde puderam conhecer a história do famoso Doce de Pelotas e sua importância para a cultura local. Em seguida, eles participaram de uma oficina lúdica, utilizando desenhos e pinturas para criar mapas afetivos relacionados à Praça Coronel Pedro Osório, localizada no Centro Histórico da cidade. Essa atividade permitiu que os participantes expressassem suas conexões emocionais com o entorno.

Os produtos gerados por essas atividades de Educação Patrimonial, como os mapas afetivos, legendas e ingressos, foram selecionados e analisados pela equipe responsável e serviram como material para uma exposição “devolutiva”. Essa exposição foi apresentada, em formato de lambe-lambe, no tapume em frente ao Theatro Sete de Abril, durante os dias das projeções, permitindo que a comunidade apreciasse o resultado dessas ações educativas e se sentisse parte integrante do projeto.  A proponente e uma das produtoras executivas do projeto, Simone Neutzling, explica: “Acreditamos que essa união entre a tecnologia e o antigo, por meio da experiência virtual, contribui à fruição da obra concreta, atraindo públicos que, de outra forma, não se interessariam pelo tema da preservação. A intervenção efêmera instiga a percepção do bem de forma diferente, transmitindo informações de maneira poética e lúdica a um público diverso”, afirmou em entrevista ao Jornal do Comércio.

“À Luz da Memória” representa muito mais do que um simples espetáculo de projeções. É uma celebração do patrimônio cultural e da identidade das cidades gaúchas. Por meio dessa iniciativa, o projeto busca fortalecer os laços entre as gerações, valorizar as heranças do passado e inspirar as comunidades a se conectarem com suas raízes.

A cidade de Pelotas, com sua rica história e seu patrimônio cultural diversificado, foi um dos cenários perfeitos para o projeto “À Luz da Memória”. Essa iniciativa oferece à comunidade a oportunidade de desvendar as histórias fascinantes relacionadas ao Theatro Sete de Abril e à cultura da cidade. É uma experiência imersiva que conecta diferentes tempos e culturas, valorizando as memórias compartilhadas e as contribuições das gerações passadas.

O projeto “À Luz da Memória” continuará a iluminar e encantar as cidades gaúchas, promovendo um mergulho na história e na cultura dessas localidades. Pelotas, com sua riqueza cultural e seu público acolhedor, é uma das paradas mais especiais desse percurso. Foi um momento para todos se juntarem e apreciarem essa celebração do patrimônio cultural que nos conecta e nos define como comunidade.

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Voltar

Sua mensagem foi enviada

Aviso
Aviso
Aviso

Atenção.

Inscrições abertas para Festival da Fronteira que faz homenagem à Leona Cavalli

Evento acontece na cidade de Bagé de 29 de novembro a 3 de dezembro e convida participação de filmes curtas e longas

 Atriz Leona Cavalli nasceu em Rosário do Sul e tem longa carreira no teatro, cinema e TV        Foto: Jonathan Giuliani/Divulgação

 

Estão abertas as inscrições para o 14º Festival Internacional de Cinema da Fronteira. Há dois prazos. Filmes curtas e longas de qualquer nacionalidade podem ser inscritos até 15 de outubro de 2023. Já os curtas gaúchas podem ser registrados até 1º de novembro, na plataforma FilmFreeway. O festival acontece de 29 de novembro a 3 de dezembro de 2023 em Bagé com o tema Patrimônio Histórico & Sustentabilidade. Neste ano, as homenageadas são a atriz gaúcha Leona Cavalli e a produtora audiovisual Carla Esmeralda.

Com a exibição de curtas e longas-metragens, o evento oferece um espaço para a produção audiovisual e atividades de formação. Esta edição específica busca debater alternativas para o desenvolvimento da região sul do Rio Grande do Sul, com a preservação do patrimônio histórico e arquitetônico, o turismo cultural, e as rotas gastronômicas ligadas ao pampa gaúcho. A democratização do acesso à produção audiovisual é o principal foco deste evento com entrada franca.

O diretor artístico Zeca Brito destaca que “em 2023, o Festival retoma seu mercado, interrompido pela pandemia”. Promete um encontro de grandes players da indústria com talentos e seus projetos em desenvolvimento, reunindo Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina. O secretário de Cultura de Bagé em exercício, Elison Soares, destaca a importância do evento para a realidade da região: “o Festival de Cinema da Fronteira chega a mais uma edição contando com o apoio do município. O audiovisual é um vetor de desenvolvimento e o Festival tem um importante papel por apresentar e premiar os talentos locais”.

Inscrições

A Mostra Competitiva Internacional de Curtas-metragens (qualquer nacionalidade) aceita filmes com duração máxima de 15 minutos. A Competitiva Regional (para o RS, com 50% reservada a produções da fronteira Brasil-Uruguai) e Competitiva de Animação (qualquer nacionalidade) recebe títulos de até 20 minutos. A Competitiva Internacional de Longas recebe filmes com duração mínima de 50 minutos, realizados em áreas de fronteira nacional, cultura Ibero-americana, ou em países de língua portuguesa. Roger Lerina e Jonas Chadarevian dividem a curadoria de longas, enquanto Marizele Garcia, Frederico Ruas e José Eduardo Camargo fazem a seleção de curtas.

Homenageadas

Natural de Rosário do Sul, na faixa de fronteira, a atriz Leona Cavalli vem a Bagé para receber o troféu São Sebastião e apresentar alguns filmes em que trabalhou. Atualmente, a atriz está em cartaz na novela “Terra e Paixão”, na Rede Globo; e na série “O Rei da TV”, no Star Plus. Leona tem uma longa carreira no teatro, cinema e televisão. No cinema, ela foi  aclamada pelas suas performances nos filmes “Um Céu de Estrelas” (1996), “Amarelo Manga” (2002), “Carandiru” (2003) e “Contra Todos” (2004).

O evento também traz à cidade, Carla Esmeralda, co-criadora e produtora do RioContentMarket, o maior mercado de conteúdo audiovisual da América Latina, que recebe o troféu em nome do Sur Frontera, o mercado audiovisual do Festival.

 

        Trabalho de produção de Carla Esmeralda terá devido reconhecimento               Foto: Divulgação

 

O Festival conta com a promoção da Prefeitura Municipal de Bagé através da Secretaria Municipal de Cultura, produção da Maristela Ribeiro Produções e realização da Associação Pró Santa Thereza e Anti Filmes, com apoio institucional da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e Centro Universitário da Região da Campanha (Urcamp). É viabilizado através do financiamento Pró-Cultura LIC/RS.

Festival Internacional de Cinema da Fronteira

Quando: 29 de novembro a 3 de dezembro de 2023 em Bagé (RS)

Inscrições: Curtas e longas podem ser inscritos até 15/10/23, exceto curtas gaúchas que podem ser registrados até 01/11/23;

Regulamento: filmfreeway.com/FestivalInternacionaldeCinemadaFronteira

Instagram: @festivaldafronteira

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Voltar

Sua mensagem foi enviada

Aviso
Aviso
Aviso

Atenção.

Projeto InterPeriferias propõe integração dos esportes e cultura

Neste sábado está sendo promovida uma roda de samba na Associação dos Sargentos      

 

Grupo Pelo Telefone traz um repertório com vários sucessos da música popular brasileira                 Foto: YouTube

 

O projeto InterPeriferias propõe uma visão renovada da prática de futebol e insere as atividades esportivas em um contexto cultural mais amplo. Neste sábado, dia 24 de junho, promove uma roda de samba com o Grupo Pelo Telefone, reunindo quem gosta de futebol e samba. No repertório do show, estão sucessos como os de Bruno & Marrone, Fagner, Raça Negra, Diogo Nogueira e Caetano Veloso. A apresentação será a partir das 21h, na Associação dos Sargentos/Sub Tenentes/Tenentes da Brigada Militar (avenida Domingos de Almeida, 1489, bairro Areal, em Pelotas). Os ingressos custam 20 reais.

Participam do Projeto de Extensão InterPeriferias do Futebol atletas amadores interessados na prática futebolística em uma formação esportiva e cultural. A ideia é ampliar as possibilidades de jogar e refletir sobre o futebol enquanto um fenômeno mais amplo, com repercussão no campo esportivo, econômico, social, político e cultural. A atual coordenação é do professor Fábio Machado Pinto, da Escola Superior de Educação Física da UFPel.

Dos dias 15 a 19 de julho, em Florianópolis, o projeto integra o II Encontro Internacional sobre Esporte, Cultura e Formação: Interperiferias do Futebol, o X Intercâmbio Internacional Esportivo, Artístico e Cultural Interperiferias do Futebol e o III Festival Internacional de Práticas Corporais do Mercosul. Participam o Instituto Superior de Educacion Fisica da Universidad de La Republica Uruguay (UDELAR), a Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (ESEF/UFPel), o Departamento de Esporte, Cultura e Lazer da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Os três eventos vão contar com atividades cientificas e culturais: mesa-redonda e lançamento de livros, reuniões interinstitucionais entre grupos de pesquisa, oficinas de práticas corporais, festival de futebol e atividades culturais e artísticas. O objetivo é promover a sociabilidade e a reflexão sobre as questões sociais, culturais e esportivas relacionadas ao futebol profissional e comunitário, além de estreitar as relações entre as instituições e os grupos de pesquisa. Assim, visam contribuir para a formação de profissionais, estudantes da graduação e pós-graduação, assim como da comunidade local.

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Voltar

Sua mensagem foi enviada

Aviso
Aviso
Aviso

Atenção.

Diversidade artística na Feira Nacional do Doce

Já no seu segundo fim de semana, evento seguirá até o dia 18 de junho        

Por Stéfane Costa 

     

Apresentações no palco Cidade do Doce ocorrem desde o último final de semana               Fotos: Stéfane Costa

 

Trazendo a magia do mundo das crianças e a importância das lembranças, a 29ª edição da Feira Nacional do Doce (Fenadoce), cujo tema é Doce Sabor da Infância, se prepara para mais um fim de semana de atrações. As atividades disponíveis no pavilhão de eventos vão muito além da rica tradição doceira da cidade, passando por áreas de produtos como roupas, acessórios, espaços de tecnologia, agricultura e, claro, cultura.

Neste ano, a edição conta com apresentações nos palcos da Cidade do Doce, Estância Princesa do Sul e na Praça de Alimentação, o Palco Principal. As atrações contemplam danças típicas, executadas pelos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) da região, além de artistas locais que performam o melhor da Música Popular Brasileira (MPB), samba, pagode, e muito mais.

O evento, que seguirá até o dia 18 de junho, conta com atividades para todas as idades e gostos. Neste fim de semana, dias 10 e 11, haverá apresentações diversas nos três palcos montados pelo centro de eventos. A abertura do Palco Cidade do Doce neste sábado será conduzida por Diego Schneider, e encerrada pelo Grupo Só pra Variar, trazendo o melhor do pagode.

 

O palco principal tem contado com a participação das escolas de dança da região

 

Para os ecléticos de plantão, shows diversos acontecerão no palco principal, além das apresentações tradicionalistas no pavilhão de variedades, onde está localizado o palco da Estância Princesa do Sul. 

Todas as atividades podem ser conferidas de forma gratuita após entrada no evento. O ingresso para a feira varia de R$ 16, de segunda à quarta-feira, e R$ 18 de quinta a domingo, com possibilidade de meia entrada para estudantes, doadores de sangue, idosos e outros. Além da tradicional venda nas bilheterias do centro de eventos, neste ano, também é possível adquirir o ingresso de forma online, através do site minhaentrada.com.br. 

Confira a programação da Fenadoce Cultural no próximo fim de semana

Sábado (10)

Palco Cidade do Doce

15h – Diego Schneider

16h30 – Brenda Valim e Júnior Solano

18h – Ju Vargas e Flávio Ribeiro

19h30 – Bruno Chaves

21h – Grupo Só pra Variar

Palco Principal (Praça de Alimentação)

12h – Conservatório Elacir Schneider

13h30 – Coral Associação Escola Louis Braille

15h – Coletivo de Dança Pelotas

19h – Ro Bjerk e Ricardo Fragoso

20h30 – Grupo Sambavox

Palco Estância Princesa do Sul

14h30 – Sérgio Terres Viana

15h30 – Gilberto Gomes

16h30 – Joãozinho Missioneiro

17h30 – CTG Sinuelo do Sul

18h30 – Os Carreteiros

19h30 – General Loco y Sus Calaveras

Domingo (11)

Palco Cidade do Doce

13h30 – Rafael Freitag

15h – Ivan Vargas

16h30 – Pagode do Gustavo

18h – Duo Nuno e Pardal

19h30 – Samba de Raiz

21h – Taty e Fábio

 Palco Estância Princesa do Sul

14h – CTG Unidos da Querência

16h – Grupo Pampeanos

17h30 – CTG Negrinho do Pastoreio

19h – Trovador e Repentista Alemão Preto

20h – CTG Raízes do Sul

 

Grande público tem prestigiado as  apresentações que ocorrem no espaço da Praça de Alimentação

 

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Voltar

Sua mensagem foi enviada

Aviso
Aviso
Aviso

Atenção.

Estudante de Jornalismo da UFPel lança livro de poesias

“Poesia para Curar! é resultado de suas vivências e da luta contra a depressão      

Por Stéfane Costa 

 

Maria Clara escreve desde os 15 anos e descobriu a poesia como o meio natural de expressar seus sentimentos

     

A escritora e estudante de Jornalismo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Maria Clara Morais Sousa realizou um de seus maiores sonhos, lançar um livro. Dividida em fases intituladas como dor, confusão, esperança e agradecimento, a obra “Poesia para curar” é uma coletânea de poesias escritas pela jovem que descreve seus piores momentos, superações e, sobretudo, sua luta contra a depressão. Como o título já diz, as poesias são apresentadas neste livro como sua forma mais íntima de expressão, e, assim, ajudaram a curar as suas cicatrizes.

Maria Clara conta que escreve desde os 15 anos, e entrou na poesia de maneira natural, como um meio de expressar o que sentia. “Eu sempre escrevi, mas quando se tratava de escrever sobre os meus sentimentos, só saía em versos. Eu não sei exatamente por que eu escolhi a poesia. Eu sinto mais que meu coração e minha alma escolheram a poesia”, afirma.

 

A autora define seu trabalho como “uma escrita da alma”

 

Ela comenta que sua escrita poética tem inspiração direta nas pautas feministas abordadas por autoras como Rupi Kaur, Bruna Vieira e Amanda Lovelace, além de Riane Leão. Para a autora, sua poesia é uma forma de expressão que vem de dentro, sendo como ela define “uma poesia de alma”. “Eu não sei exatamente definir a minha poesia, eu sei que é uma poesia sem rima, é muito difícil eu fazer uma poesia com rima porque não vem naturalmente pra mim e eu gosto de fazer o que é natural pra minha escrita. Eu acho que eu definiria como uma escrita de alma, assim, uma poesia emotiva, tudo que escrevo eu vou vendo no meu coração, o que eu estou sentindo e como eu estou sentindo”, descreve.

Ainda sobre suas inspirações e processo de escrita, Maria Clara revela que normalmente apenas deixa as palavras fluírem, uma vez que se deixa guiar pela emoção. “Têm alguns textos que são de inspiração, e tem uns de escrita fluída, os que são de inspiração normalmente eu busco em uma música, uma frase, alguma coisa, e eu meio que monto um mini roteiro na minha cabeça e vou escrevendo. E outros eu só deixo fluir mesmo e vou escrevendo, tem textos que, sinceramente, eu me forcei a acabar porque já estava tão extenso, mas tinha mais coisas para falar”, detalha.

 

O livro pode ser adquirido através da internet

 

Para seus próximos passos como escritora, ela conta que pretende voltar a se dedicar na escrita de ficção. “Foi o que eu comecei escrevendo. Na infância eu só escrevia ficção, eu tenho muitas ideias, mas é difícil deixar isso concreto. Então, eu estou fazendo um curso de escrita criativa na ficção e esse é o meu primeiro passo”, revela. Maria Clara salienta, no entanto, que também mantém seu olhar constantemente voltado para a poesia. “Eu já tenho na minha cabeça a ideia do segundo livro de poesias, só que isso vai ficar um pouco mais para adiante porque eu gosto de ter um tempo grande para escrever”, explica.

Poesia para curar está disponível no site da Editora Viseu e na Amazon, tanto a versão física quanto o ebook para Kindle.

PRIMEIRA PÁGINA

COMENTÁRIOS

Voltar

Sua mensagem foi enviada

Aviso
Aviso
Aviso

Atenção.