FAEM/UFPel AGROMETEOROLOGIA
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Fenômeno ENOS

El niño e La niña

Normalmente, os ventos alísios, comuns ao longo do equador, sopram de leste para oeste acumulando água quente na camada superior do oceano Pacífico perto da Austrália e Indonésia.

Nessa região de águas superficiais quentes, a atmosfera é aquecida criando condições favoráveis para a convecção, formação de chuva e precipitação. Nessas condições (normais) o nível da água do oceano próximo a Indonésia e Austrália é cerca de 0,5 metro superior ao da costa da América do Sul, onde ocorre o fenômeno da ressurgência: água fria do fundo do oceano flui para a superfície carreando nutrientes, que alimentam os cardumes de anchova. Nos níveis superiores da atmosfera os ventos sopram de oeste para leste, completando a circulação atmosférica de grande escala chamada Circulação de Walker.

Em intervalos irregulares, de 3 a 5 anos, entretanto, a intensidade dos ventos alísios diminui provocando a inversão do fluxo de águas superficiais quentes do Pacífico, que passam a se desloca em direção à América do Sul. Aqui, a temperatura da água pode ficar cerca de a quatro graus acima da normal.

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Na animação do efeito que o El Niño provoca nas águas do pacífico, a região em vermelho simboliza o aquecimento das águas.

Esse efeito é bem conhecido pelos pescadores de anchovas do Peru, que o batizaram de El Niño, porque esse aquecimento anormal acontece, freqüentemente, próximo ao Natal e provoca o total desaparecimento das anchovas.

O fenômeno El Niño em si é o resultado de uma interação, em macroescala e períodos grandes, entre a atmosfera e o oceano. O aquecimento anormal da água numa determinada região do globo tem, entretanto, conseqüências para a atmosfera global, com reflexos em, praticamente, todo o planeta.

Em contraste ao El Niño, o fenômeno La Niña é uma anomalia que ocorre nas águas tropicais do pacífico (mesma região onde ocorre El Niño), que ficam mais frias do que o normal. O La Niña ocorre de uma forma bem menos intensa do que o El Niño.

Aos El Niño de 1973 e de 1983 estiveram associados invernos mais suaves do que o normal nas regiões da costa ocidental. Em contraste, o El Niño de 1977 esteve associado a um inverno extremamente severo sobre grande parte do continente norte americano. Estudos realizados com modelos numéricos sugerem que a diferença crucial poderá ter sido que em 1973 e 1983 a água mais quente do que o normal estava confinada à região leste do Pacífico tropical.

O efeito do El Niño/La Niña no Brasil tem sido manifestado por chuvas abaixo/acima do normal no Nordeste e por chuvas acima/abaixo da normal climatológica na região Sul.

Animações:

 

Vídeo:

Créditos das animações e vídeo: CPTEC/INPE http://www.cptec.inpe.br/