O QUE É COMPOSTAGEM?

Compostagem é a transformação dos resíduos orgânicos (sobras de frutas, legumes, verduras, folhas, podas de plantas, etc.) em adubo orgânico. Essa transformação é feita pelos microrganismos.

 

O QUE PODE SER COMPOSTADO?

  • Sobras de frutas, legumes, verduras e alimentos;
  • Cascas de ovos;
  • Galhos de poda, palha, flores e grama;
  • Papel.

 

QUANTO TEMPO LEVA PARA O COMPOSTO FICAR PRONTO PARA SER UTILIZADO COMO ADUBO?

O tempo de decomposição/maturação depende da temperatura e da umidade do composto, da quantidade e do tipo de material a ser compostado, podendo levar em torno de 90 a 120 dias.

 

COMO SE FAZ A COMPOSTAGEM?

Escolha do local

A área escolhida deve apresentar:

  • Pouca declividade;
  • Proteção de vento e insolação direta;
  • De preferência à sombra de uma árvore, evitando assim o ressecamento do material e o excesso de umidade em dias de chuva.

Procedimentos para a compostagem

A compostagem pode ser feita amontoando-se os resíduos orgânicos na forma de pilha ou leira. A forma a ser utilizada depende do espaço disponível. Uma pilha utiliza espaços menores que uma leira. Se a quantidade de material a ser compostado é pequena o enterramento/aterramento pode ser mais prático.

A pilha deve ter 1 a 2 metros de largura e 1,5 a 1, 8 metros de altura.

A leira deve ter uma base de cerca de 1,2 a 1,5 metros de largura e uma altura de 0,8 a 1,2 metros, enquanto o comprimento será de acordo com a área disponível.

A montagem da pilha ou da leira deve ser feita preferencialmente em contato com o solo, pois os microrganismos do solo contribuem para o processo de compostagem.

Recomenda-se começar a montagem da pilha ou da leira com uma camada de 10 cm de altura de podas ou galhos de árvores picados para facilitar a entrada de ar, porém, isso não é imprescindível.

Adicionar resíduos orgânicas e de plantas durante o processo. Evitar a formação de camadas espessas de um único tipo de material.

Procurar colocar os resíduos de plantas por último, para servir como material de cobertura. Caso haja pouco resíduos de plantas, procurar cobrir os resíduos orgânicos com solo ou serragem. Cuidado com a origem da serragem, às vezes ela pode ter cupins e isso pode causar problemas posteriores.

Deve-se diminuir a largura da pilha ou leira à medida que elas se elevem em forma de um cone para as pilhas, ou de um triângulo com comprimento longitudinal, de acordo com a disponibilidade do terreno, para as leiras. Estas formas favorecem o escoamento de águas de chuva.

Quando a pilha ou leira estiver na altura recomendada, deve-se parar de colocar material fresco e cobri-la com palha ou resíduos de poda de plantas.

O composto pronto é solto, tem cor escura e quando o esfregamos nas mãos elas não se sujam.

 

Fases do processo de compostagem

Para entender o processo de compostagem, ele ocorre em três fases:

  • Primeira fase: normalmente denominada decomposição (bioestabilização), onde ocorre a decomposição da matéria orgânica facilmente degradável, como, por exemplo, carboidratos. A temperatura pode chegar naturalmente entre 65 a 70°C. Nesta temperatura, durante um período de cerca de 15 dias, é possível eliminar as bactérias patogênicas, como, por exemplo, salmonelas, ovos de parasitas, larvas de insetos, etc.
  • Segunda fase: esta é a fase de maturação (reestruturação/bioestabilização), onde atuam as bactérias, actinomicetes e fungos. A temperatura fica na faixa de 30 a 45°C, e o tempo pode variar de 2 a 4 meses.
  • Terceira fase: fase de humificação, onde a celulose e a lignina são transformadas em substâncias húmicas, que caracterizam o composto pela presença de pequenos animais do solo, como, por exemplo, as minhocas. A temperatura cai para a faixa de 25 a 30°C.

 

Dicas

  • Para se ter uma boa atividade dos microrganismos, além de controlar a temperatura, deve-se ter cuidado na preparação das camadas quanto à umidade, evitando o encharcamento ao molhá-las.
  • Picar os resíduos orgânicos: quanto menor o tamanho e mais diversificado o material, melhor será para os microrganismos realizarem o processo de decomposição.
  • Revolver/mexer os resíduos orgânicos: o revolvimento é importante, especialmente para a aeração do material, que é fonte de oxigênio para os microrganismos que atuam na compostagem. No caso de compostagem em locais que geram poucos resíduos orgânicos, não se monta uma pilha ou leira em um dia. Elas vão sendo montadas ao longo do tempo, de acordo com a geração de resíduos do local, não havendo necessidade de revolver/mexer o material, podendo ser dadas algumas mexidas com um “garfo de jardim”.
  • Quando o tempo estiver seco, pode-se regar a pilha/leira com água, mas não deixar encharcar.

 

OUTRA ALTERNATIVA PARA A DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS ORGÂNICOS

Enterramento/aterramento

Uma alternativa para a compostagem é o enterramento dos resíduos orgânicos.

Isso pode ser feito quando a produção de resíduos orgânicos é baixa e há disponibilidade de espaço.

 

Procedimentos para o enterramento

  • Abre-se uma vala quadrada de 20 cm de lado por 30 cm de profundidade para cada 10 litros de resíduos orgânicos;
  • Depois de se depositar os resíduos orgânicos na vala, adiciona-se matéria seca, como serragem, palha ou folhas de plantas;
  • Este procedimento deve ser repetido até o preenchimento da vala, antes de mudar o local de enterramento.

 

Com o passar do tempo, poderão aparecer mudas de frutas ou árvores na vala preenchida, cujas sementes estavam nos resíduos orgânicos depositados na vala.

É possível escolher e delimitar um local para depositar os resíduos orgânicos, podendo transformá-lo, posteriormente, em um canteiro para uma horta ou jardim.

 

MATERIAL CONSULTADO

BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. CENTRO DE ESTUDOS E PROMOÇÃO DA AGRICULTURA DE GRUPO. SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO. Compostagem doméstica, comunitária e institucional de resíduos orgânicos: manual de orientação. Brasília, DF: MMA, 2017. 68 p., il. (algumas color.); gráficos.

FUNDACENTRO – FUNDAÇÃO JORGE DUPRAT FIGUEREDO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. Compostagem doméstica de lixo. 2002. 39p.

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ. SECRETARIA ESPECIAL DE ESTADO DE PRODUÇÃO. SECRETARIA EXECUTIVA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE. DIRETORIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Compostagem: produção de adubo a partir de resíduos orgânicos. BELÉM: SECTAM, 2003. 17p. (Série Fruticultura, n.2)

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. RESOLUÇÃO Nº 481, DE 03 DE OUTUBRO DE 2017. Estabelece critérios e procedimentos para garantir o controle e a qualidade ambiental do processo de compostagem de resíduos orgânicos, e dá outras providências.

 

Compostagem-arquivo para baixar